Cidadeverde.com

ONU defende direito ao aborto em países atingidos pelo zika

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta sexta-feira que os países atingidos pelo zika vírus – suspeito de ter relação com má formação congênita, como a microcefalia – permitam o acesso de mulheres à contracepção e ao aborto.

O Alto Comissariado para os Direitos Humanos da organização, Zeid Ra'ad al-Hussein, dirige o apelo especificamente aos países sul-americanos, muitos dos quais não permitem o aborto. Algumas dessas nações aconselharam as mulheres a evitar a gravidez devido ao risco representado pelo vírus.

– Como podem pedir às mulheres que não engravidem, mas não oferecem a possibilidade de prevenir a gravidez? –  declarou a porta-voz Cecile Pouilly referindo-se às legislações restritivas me países na América Latina, onde o zika vírus se propaga rapidamente. 

– Claramente, a propagação do zika é um grande desafio para os países da América Latina. No entanto, o conselho dado por alguns governos às mulheres para que evitem engravidar ignora que muitas mulheres não tem qualquer controle sobre o momento ou as circunstâncias nas quais podem ficar grávidas, especialmente em âmbitos onde a violência sexual é bastante habitual – assinalou, por sua vez, em um comunicado, o Alto Comissariado dos Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein. 

Fonte: Ig

Ministério da Integração determina controle do Aedes em instalações e obras

O ministro da Integração Nacional, Gilberto Ochi, determinou o controle da proliferação do mosquito Aedes aegypti em instalações públicas e empreendimentos apoiados financeiramente pelo ministério.

As orientações foram publicadas hoje (4) no Diário Oficial da União, por meio da Portaria n° 7. O documento estabelece a realização de campanhas educativas, a vistoria e eliminação de eventuais criadouros do mosquito Aedes aegypti nas áreas internas e externas e entorno das instalações públicas de funcionamento de órgãos e entidades do ministério, a notificação dos executores de empreendimentos e obras administradas diretamente pela pasta, para adoção de medidas necessárias a evitar acúmulos de água parada e demais condições higiênicas adequadas nas áreas dos respectivos canteiros de obra e frentes de trabalho.

Os procedimentos se aplicam aos dirigentes das secretarias do Ministério da Integração Nacional, da Superintendência de Desenvolvimento do Centro Oeste (Sudeco), da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), inclusive aos escritórios de representação, coordenadorias estaduais e superintendências regionais das entidades.

 

Fonte: Agência Brasil

Dilma usa rede de rádio e TV para pedir engajamento de todos no combate ao Zika

Em cadeia nacional de rádio e televisão, a presidenta Dilma Rousseff fez, na noite desta quarta-feira (3), uma convocação a todos os brasileiros para que se engajem no que chamou de "luta urgente" contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus Zika.

Por meio de uma gravação em vídeo, exibida em todos os canais abertos de televisão, Dilma insistiu que o "principal instrumento" de combate ao mosquito é evitar o nascimento do inseto. No pronunciamento, ela disse que queria transmitir uma "palavra especial de conforto" às mulheres grávidas, garantindo que o governo federal fará "absolutamente tudo" para apoiar as crianças atingidas por microcefalia, malformação em bebês que está relacionada ao vírus.

"Convoco cada um de vocês para lutarmos juntos contra a propagação do mosquito transmissor do vírus Zika", invocou a presidenta, dizendo que o vírus se tornou uma "ameaça real aos lares de todos os brasileiros".

"A guerra contra o mosquito transmissor do Zika é complexa, porque deve ser travada em todos os lugares e, por isso, exige engajamento de todos. Se nos unirmos, a maneira de lutar se torna simples. Não podemos admitir a derrota porque a vitória depende da nossa determinação em eliminar os criadouros", afirmou a presidenta.

Usando palavras como "repito" e "insisto" para enfatizar o apelo, Dilma pediu "cuidado contínuo" aos cidadãos: "em nossas casas, em nosso trabalho, nas nossas escolas, nos logradouros públicos, em todos os lugares, para que estes não se transformem em lares para o mosquito transmissor do vírus Zika".

"O governo está colocando todos os recursos financeiros, tecnológicos e humanos necessários nesta luta em defesa da vida", acrescentou a presidenta. Ela mencionou, em seguida, parcerias internacionais que o governo brasileiro tem feito para o desenvolvimento de vacina contra o Zika "o mais depressa possível". Uma das pesquisas já foi acertada com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Ações coordenadas

Embora tenha informado que mais de dois terços dos criadouros estejam nas residências, a presidenta disse que "todos os prédios do governo" serão inspecionados. Na mensagem, ela lembrou da ação que será feita no próximo dia 13, quando 220 mil homens das Forças Armadas percorrerão 356 municípios em busca de focos do inseto e para conscientizar os moradores.

"Vamos nos espalhar por todo território nacional e, junto com os agentes de endemia e de saúde, junto com você, vamos visitar o máximo possível de casas, para destruir os criadouros do mosquito."

Dilma afirmou que precisara da ajuda de todos e, se dirigindo à população, pediu que colaborem e mobilizem famílias e a comunidade. "Formemos um grande exército de paz e de saúde, com a participação dos 204 milhões de brasileiros e brasileiras. Vamos provar, mais uma vez, que o Brasil é forte, tem um povo consciente e não será derrotado por um mosquito e pelo vírus que ele carrega."

Microcefalia

Ao se referir às "mulheres brasileiras, principalmente às mães e às futuras mamães", a presidenta disse querer transmitir uma palavra de conforto. "Faremos tudo, absolutamente tudo, que estiver ao nosso alcance para protegê-las. Faremos tudo, absolutamente tudo, para apoiar as crianças atingidas pela microcefalia e suas famílias."

No fim do ano passado, o Ministério da Saúde estabeleceu a relação entre o aumento da microcefalia no Nordeste do país e a infecção por Zika. Segundo Dilma, o governo federal está mobilizando as redes de saúde, de assistência e "todos os recursos necessários" para apoiar as famílias que conceberem crianças com microcefalia. "Por favor, ajudem-nos a lhes proteger."

Fonte: Agência Brasil

Brasil oferece aos países do Mercosul treinamento para teste de Zika

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, ofereceu aos países do Mercosul e associados treinamento para a realização laboratorial de testes para detecção do vírus Zika. A declaração ocorreu nesta quarta-feira (3), em Montevidéu, no Uruguai, durante reunião extraordinária entre os representantes de Saúde dos países do Mercosul. A capacitação será feita pelos institutos nacionais do Brasil por meio do exame PCR (Polymerase Chain Reaction). O objetivo é reforçar a capacidade de vigilância epidemiológica da região, acompanhando o comportamento do vírus e propondo ações necessárias para a proteção da população. No mês de janeiro, técnicos do Paraguai, Peru, Uruguai e Equador receberam treinamento do Instituto Evandro Chagas (IEC).

Foto: Ministério da Saúde

"Temos o desafio de reforçar o sistema de vigilância na região. Para isso, o Brasil quer compartilhar a sua experiência e receber equipes interessadas neste conhecimento. Estamos construindo uma resposta integrada da região contra o vírus Zika", afirmou Castro. O treinamento será feito em grupos de técnicos da região, que também devem trocar experiências locais. No Brasil, os testes estão sendo distribuídos nesta semana para os 24 laboratórios estaduais treinados para a realização dos exames. Assim, em todas as regiões do país será possível realizar a testagem.

Durante sua apresentação, Castro reforçou a necessidade da coordenação de esforços para avançar sobre os desafios do combate ao mosquito Aedes aegypti e do vírus Zika. O governo brasileiro, por exemplo, receberá, no próximo dia 11, representantes do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), que acompanharão a criação de protocolos para a identificação do vírus Zika e dos casos de microcefalia. Já no dia 20, serão reunidos especialistas brasileiros e americanos para discutir a pesquisa de uma vacina.

"O combate ao Aedes aegypti, ao vírus Zika e às demais doenças transmitidas pelo mosquito, deve contar com a união de esforços. Nossa busca é por uma vacina e novas tecnologias. No entanto, a resposta imediata deve ser a eliminação dos locais onde o mosquito pode se reproduzir", reforçou o ministro brasileiro. Castro lembrou o empenho de mais de 300 mil agentes de combates às endemias e agentes comunitários de saúde em território brasileiro nesse esforço. No dia 13, essa mobilização será reforçada por 220 mil militares. No dia 15, ainda, 50 mil militares acompanharão as visitas as residências em todo o país. 

O ministro também destacou a importância da disseminação dos conhecimentos adquiridos. O Ministério da Saúde do Brasil colocou à disposição dos países membros e associados ao bloco os protocolos de vigilância epidemiológica, o de atendimento às gestantes e bebês com microcefalia e o de estimulação precoce, lançados desde o início da decretação de emergência em saúde pública no país. 

REUNIÃO – Durante o encontro as autoridades discutiram ações integradas para o combate às infecções causadas pelo mosquito Aedes aegypti, especialmente o vírus Zika. Os países do bloco assinaram uma declaração de apoio recíproco para o enfrentamento ao vetor, responsável também pela transmissão da dengue e da febre chikungunya.

O evento foi coordenado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que faz a interlocução entre os países-membros para os desafios de controle e prevenção do Aedes e da microcefalia no continente. A iniciativa foi proposta pela presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, em sua participação na última reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos(CELAC), no Equador, no final de janeiro.

Fonte: Ministério da Saúde

Secretário: 82% das casas do PI já foram vistoriadas contra Aedes

O secretário da Saúde do Piauí, Francisco Costa, afirmou que 82% dos municípios do Estado já foram vistoriados pelos agentes de endemias para ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, porém, o gestor alerta sobre a necessidade de mobilização da sociedade para vencer a guerra contra o inseto. 

“O governo federal e o estadual já estão disponibilizando recursos para as ações de combate ao vetor [que é o mosquito] da dengue, da zika e da chikungunya. Mas, só essas ações não irão adiantar. É preciso mobilizar a todos. Estamos buscando as ferramentas possíveis para viabilizar o trabalho de combate, mas precisamos do apoio da população”, argumentou Francisco, em entrevista ao Jornal do Piauí desta quarta-feira (3).

O secretário acrescentou que existe um projeto para colocar os leituristas da Agespisa como divulgadores da campanha de combate. “Eles visitam todos as residências frequentemente e podem entregar os panfletos, falar com a população sobre isso”, explicou.

Como forma de prevenir a gravidez nessa época de epidemia do zika vírus – e também para prevenir doenças sexualmente transmissíveis – a Sesapi distribuirá 3 milhões de preservativos no Estado durante o Carnaval, principalmente nos municípios com maior número de foliões.

Jordana Cury
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Ex-ministro da Saúde apoiará pedido de aborto legal por microcefalia

O ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão (PSB-RJ) diz que apoiará a ação pelo direito legal ao aborto de fetos com microcefalia, que deve ser levada ao Supremo Tribunal Federal nas próximas semanas.

"Me coloquei à disposição (do grupo que levou a questão ao Judiciário) e vamos continuar em contato", diz Temporão, ministro entre 2007 e 2011, no segundo governo Lula. "Eu apoio que isso seja levado ao Supremo e que se levante a discussão."

Nas palavras do médico, atual diretor executivo do Instituto Sul-americano de Governo em Saúde (ISAGS), o projeto "já nasceria derrotado" caso a discussão acontecesse na Câmara dos Deputados. "Jamais passaria. Este é talvez o mais reacionário corpo de deputados e senadores da história republicana", diz.

Daí vem a escolha pelo poder Judiciário. "O Brasil vive um momento na política em que o cinismo, a mentira e a hipocrisia têm que terminar no contexto do aborto. Temos que enfrentar a realidade e deixar de fingir que não estamos vendo o que acontece. Abortos ilegais são feitos todos os dias nas camadas mais ricas da sociedade."

Como a BBC Brasil revelou na última quinta-feira, o mesmo grupo de advogados, acadêmicos e ativistas que articulou a descriminalização do aborto de fetos anencéfalos no STF, acatada em 2012, se organiza para levar ação similar à Suprema Corte em meio à epidemia de microcefalia que se espalha pelo país.

À frente da ação, a professora Debora Diniz diz que a interrupção de gestações "é só um dos pontos de uma ação maior", que também cobra políticas que erradiquem o mosquito Aedes aegipty, vetor do zika vírus, e garantias de acompanhamento e tratamento de crianças com deficiência ou má-formação por conta da doença.

'Que país é este?'

Durante seu mandato como ministro, Temporão defendeu publicamente, por diversas vezes, o direito à escolha pelo aborto legal como questão de "saúde pública". Na época, chegou a afirmar que a discussão era conduzida no país "de forma machista".

"A presidente Dilma nunca falou sobre o assunto e nenhum dos ministros que me sucedeu tocou no tema. Eu me arrisquei, botei meu rosto no debate e nunca recuei", diz hoje, se definindo como um "homem militante da causa feminista".

"A questão tratada nesta demanda ao Supremo se refere aos direitos da mulher", prossegue Temporão. "Caso seja comprovada esta relação entre zika e microcefalia, a mulher deve ter o direito de levar a gravidez adiante ou não."

O avanço da microcefalia e do zika vírus nas Américas foi declarado como emergência internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em reunião em Genebra nesta segunda-feira. Segundo a organização, o zika seguirá se alastrando rapidamente pelo continente e poderá afetar até 4 milhões de pessoas neste ano, com até 1,5 milhão de vítimas no Brasil.

A OMS ainda investiga a "potencial" relação entre o vírus e os casos de microcefalia, diz Bruce Aylward, diretor-executivo da instituição.

"Nesta etapa, o que precisamos é obter mais evidências científicas e de saúde pública que deem substância à questão que irá ao Supremo", argumenta Temporão. "Há robustas evidências epidemiológicas e clínicas, mas ainda não há comprovação determinada e absoluta. Por isso coloquei que é muito importante ouvir e ler mais sobre o tema."

O ex-ministro, que atendeu ao telefonema da reportagem em um hotel em Quito, no Equador, cita diversas o médico Drauzio Varella, que afirmou à BBC Brasil nesta terça-feira que a proibição do aborto no Brasil "pune quem não tem dinheiro".

"Que país é este que faz vista grossa para que a classe média faça o aborto e coloca na cadeia aquelas que ousam fazer, mas são pobres?", indaga Temporão, afirmando que o Brasil e a maioria dos países da América Latina estão entre os "mais atrasados do mundo" na legislação sobre o aborto legal.

'Falsa impressão'

Para o médico, que não quis comentar a gestão do atual ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB-RJ), "é um absurdo que a sexta economia do mundo tenha índices tão altos de infestação" pelo vírus.

"Basta comparar bairros mais ricos e mais pobres, a diferença (na incidência da doença) é gritante. Isso coloca em risco de maneira diferenciada essas mulheres", afirma.

Temporão afirma que haveria "uma falsa impressão" de que epidemia seria fruto da "negligência das pessoas". Para o ex-ministro, a principal culpa é do Estado, que não ofereceria "coleta de lixo, fornecimento correto de água e esgotamento sanitário" de forma adequada.

"Cerca de 80% dos focos no Nordeste não estão lá por culpa das famílias. Elas não têm acesso a água de forma contínua, por isso estocam. O Brasil enfrenta surtos permanentes de zika, dengue e chikungunya há 30 anos porque estas questões não foram atacadas."

Fonte: G1

Microcefalia é registrada em 40 municípios e 103 casos são notificados no PI

O secretário estadual de Saúde, Francisco Costa,  informou que já são 103 casos de microcefalia no Piauí. Desse total, pelo menos dez deles não estão relacionados ao Zika Vírus, que é transmitido mosquito Aedes aegypti. Em entrevista ao Jornal do Piauí, desta terça-feira (02), o secretário também comentou que o Estado possui mais de R$7 milhões para combater o mosquito. 

"Nós já estamos com 103 casos de microcefalia, e poderá aumentar co ma chegada do período  chuvoso. Na prática, nós já descartamos 10 casos que não tem correlação, mas os outros continuam sendo investigado", disse o secretário, acrescentando que  o Ministério da Saúde disponibilizou cerca de R$2 milhões para distribuir aos municípios piauienses para ajudar nas ações de prevenção de combate ao vetor. "Fora isso, o Governo do Estado está investindo mais de R$5 milhões com o foco maior nessa prevenção", declarou Francisco. 

O boletim da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) é referente aos dados consolidados até o dia 1º de fevereiro, sendo que os casos foram registrados em 40 municípios com notificação de seis óbitos. Dos óbitos, um foi confirmado e cinco continuam sob investigação pelo Comitê de Operações de Emergência em Saúde-Microcefalia, implantado pela Sesapi. 

Nas segunda-feira (1), a Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou que os casos de microcefalia tornou-se emergência de saúde pública internacional. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa, em Genebra, depois da primeira reunião do Comitê de Emergência sobre Zika Vírus da OMS.

"Devemos buscar mecanismos mais eficazes no combate ao mosquito e a própria virose. O reconhecimento da própria OMS é um incentivo a mais para buscarmos o caminho mais rápido para isso como, por exemplo, a busca por uma vacina. O Brasil desenvolver uma vacina sozinho seria mais demorado que com a ajuda internacional", acrescentou. 

O secretário acrescentou que, desde o ano passado, o Ministério da Saúde já tinha decretado estado de emergência, e o Piauí já está decretando estado de emergência por causa dos crescentes números dos casos de microcefalia. "Há uma necessidade de fazer planos de contingência tanto no combate ao vetor como no cuidado a assistência às crianças já diagnosticadas com microcefalia", finalizou. 

Carlienne Carpaso (especial para o cidadeverde.com)
Com informações do Jornal do Piauí
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Medida provisória autoriza ingresso forçado a imóveis com focos do Aedes aegypti

O Governo Federal publicou no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (1º) uma Medida Provisória com ações para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. O texto permite que agentes de endemias forcem a entrada em imóveis públicos ou particulares para destruir focos do mosquito, mesmo quando o dono não for localizado ou o local estiver abandonado.


 
Em Teresina, esta ação já está sendo realizada há quase um mês, em cumprimento ao decreto de emergência em saúde pública assinado pelo prefeito Firmino Filho. Todas as terças e quintas-feiras, é realizado o ingresso forçado a imóveis abandonados com potencial risco de infestação pelos focos do mosquito.
 
“Até o momento, já foram vistoriados 20 imóveis em todas as zonas da cidade”, conta Francisco Pádua, presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), que tem coordenado a ação. O ingresso conta com a presença de um chaveiro, que abre o local se necessário, e é registrado um auto de infração em nome do dono do imóvel. O agente de endemias fiscaliza o local e, dependendo da gravidade do caso, podem ser aplicadas multas entre R$159 e R$309 mil, valores fixados pelo Código Sanitário do município.
 
Os imóveis que deverão ser vistoriados de forma forçada são identificados através do trabalho rotineiro dos agentes de endemia e médicos veterinários, bem como aqueles que são identificados por meio de denúncias da comunidade através do telefone, pelo aplicativo Colab e pelo Disque Dengue (0800 286 0007).
 
Esta é mais uma das ações realizadas pela Prefeitura de Teresina no combate ao Aedes aegypti, que estão sendo intensificadas desde o fim do ano passado. As atividades estão sendo centradas nas intensificação das vistorias, como também com ações educativas e a operação Faxina nos Bairros, que se trata de uma intensificação na limpeza realizada em parceria com as Superintendências de Desenvolvimento Urbano (SDUs).

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Mobilização nacional: Exército atuará em oito cidades do PI contra o Aedes aegypti

O Piauí será um dos Estados do país a contar com o apoio das Forças Armadas no combate ao mosquito transmissor do zika vírus, doença associada ao recentes casos de microcefalia em bebês. A partir do próximo dia 13, homens do Exército farão a inspeção de imóveis nas cidades de Bom Jesus, Piripiri, Parnaíba, Picos, Campo Maior, Floriano, Canto do Buriti e Teresina, totalizando oito municípios. 

"O dia 13 será de mobilização nacional, para chamar atenção das pessoas sob a responsabilidade de combate do mosquito Aedes aegypti. Infelizmente, ainda ouvimos pessoas falando que não vão se preocupar porque não estão gestantes, mas isso não é um problema só para quem está grávida. Não adianta os municípios, estados e agora o mundo fazerem planos emergenciais se cada um não fizer sua parte", disse o diretor da Unidade de Vigilância e Atenção à Saúde, Herlon Guimarães, em entrevista ao Notícia da Manhã, nesta terça-feira (02). 

Ele salienta que a ação ocorrerá, simultaneamente,  em 356 municípios de todo o país, com equipes do Exército, Aeronáutica e Marinha. Cerca de 220 mil homens das Forças Armadas foram convocados para a missão. 

No Piauí, de outubro de 2015 a janeiro de 2016, foram confirmados 91 casos de bebês com microcefalia em decorrência do zika vírus. Em todo o país, os casos ultrapassam 4.100 registros. Um novo boletim epidemiológico será divulgado nesta terça-feira (02). 

OMS declara emergência mundial após aumento das infecções por zika vírus

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta segunda-feira (1º) "situação de emergência em saúde pública de interesse internacional" em razão do aumento de casos de infecção pelo vírus zika identificados em diversos países e de uma possível relação da doença com quadros registrados de malformação congênita e síndromes neurológicas.A decisão foi tomada após reunião de um comitê de emergência em Genebra, convocado pela entidade na última sexta-feira (29) para tratar do assunto.

Graciane Sousa
[email protected]

OMS declara emergência mundial após aumento das infecções por zika vírus

Atualizada às 16h48 (horário local)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta segunda-feira (1º) "situação de emergência em saúde pública de interesse internacional" em razão do aumento de casos de infecção pelo vírus Zika identificados em diversos países e de uma possível relação da doença com quadros registrados de malformação congênita e síndromes neurológicas.A decisão foi tomada após reunião de um comitê de emergência em Genebra, convocado pela entidade na última sexta-feira (29) para tratar do assunto.

Durante coletiva de imprensa, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, destacou que ainda é necessário comprovar cientificamente a ligação entre infecções pelo vírus Zika em gestantes e casos de microcefalia em bebês. As evidências, entretanto, são consideradas fortes pelos especialistas do grupo. “É preciso investigar e entender melhor a relação”, disse.

Microcefalia no Brasil

O país fez um alerta em outubro sobre um número elevado de nascimentos de crianças com microcefalia na região Nordeste. Atualmente há 270 casos confirmados e 3.449 em estudo, contra 147 em 2014. O Brasil notificou em maio de 2015 o primeiro caso de doença pelo vírus zika. Desde então, "a doença se propagou no país e também em outros 22 países da região", aponta a OMS. Com mais de 1,5 milhão de contágios desde abril, o Brasil é o país mais afetado pelo vírus, seguido pela Colômbia, que no sábado anunciou mais de 20.000 casos, 2.000 deles em mulheres grávidas.

Em entrevista ao Jornal do Piauí desta segunda-feira (1°), a diretora de Vigilância e Saúde, Amarilis Borba, destacou que é preciso mudar a conduta e a educação sanitária para vencer a guerra contra o mosquito, e principalmente respeitar o espaço e as estruturas públicas. "Não temos vacina, nem remédio para impedir a proliferação do vírus. A única alternativa é matar o mosquito. A prefeitura já tirou 1,3 mil toneladas de lixo das ruas, mas onde foi limpo em 23 de dezembro, já está sujo de novo e quem suja é a população. Precisamos mudar o ponto de vista", argumentou a diretora.

Amarilis ressaltou que os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia se reuniram com cientistas para ajudarem o Brasil nos estudos sobre o zika vírus. A última vez que a OMS decretou emergência internacional foi pelo vírus ebola, originado na África. "A situação é grave. O mosquito é democrático. Ele não quer saber o grau de instrução. Qualquer pessoa, qualquer um de nós pode ser picado. Precisamos combater o mosquito noite e dia, dia e noite. Todos nós podemos ficar doentes. Não podemos perder a guerra contra um mosquito de meio centímetro. O que nós vamos dizer para as gerações futuras?", questiona a especialista.

Preocupação com abortos

Amarilis reforça que as mulheres não devem engravidar nesse período e deu dicas para as que já estão grávidas: "É preciso vigiar não só a própria residência, mas também as áreas de até 300 metros de distância. É preciso vestir-se da forma mais coberta possível, com meias, sapatos e calça. O repelente só funciona por 2 ou 3 horas, portanto é preciso ficar repondo, mas ainda não se sabe se a grande quantidade de repelente pode fazer mal", alertou.

Outra questão que preocupa a OMS é que a quantidade de aborto pode aumentar após a mãe receber a notícia da microcefalia. "A decisão do aborto é pessoal, de cada mulher, mas deve ser feita em condições adequadas. Porém, a Legislação Brasileira só aceita o aborto quando há risco de morte para a mãe, quando o feto não tem cérebro ou se a gravidez é resultado de um estupro. O zika não está em nenhuma dessas condições e o que preocupa é que o aborto leva muitas mulheres ao óbito. Não engravidar é o mais recomendado", finaliza.

Jordana Cury
[email protected]

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