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Drástica extinção de insetos preocupa pesquisadores alemães

Na semana passada aconteceu em Teresina um seminário sobre perda de abelhas. Foram discutidas pesquisas desenvolvidas por vários segmentos preocupados com um fenômeno que parece ser mundial.

O desaparecimento é associado a fatores diversificados que vão desde o uso de agrotóxicos até as modificações no clima da Terra. Semana passada a Revista Science referiu-se a uma pesquisa publicada na Revista Plos One sobre o desaparecimento geral de insetos observado na Alemanha. De acordo com a pesquisa verificou-se que em apenas três décadas as populações de insetos encontrados em reservas naturais da Alemanha tenham reduzido na ordem de 75%.

Não existem ainda motivos claros para o desaparecimento, mas ele foi mais notório nas faixas oeste e norte da Alemanha nos entornos de cidades como Bonn e Colônia. Há 27 anos ocorre o monitoramente feito por pesquisadores da Sociedade Entomológica Krefeld, situada em Dusseldorf, que pesquisam insetos voadores em dezenas de reservas naturais do país. Os dados são assustadores, pois foi notado uma redução de 82% da biomassa coletada durante o período do verão nas armadilhas.

Sobre as causas o que existem são especulações sobre a existência de agricultura intensiva no entorno das reservas naturais e fatores como uso de pesticidas. As pesquisas devem avançar, pois o declínio de insetos afeta fortemente o ecossistema do qual são parte integrante. 

 

Consequências da extinção da Megafauna

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Quem já entrou no Centro Artesanal em Teresina já se deparou com uma escultura metálica gigante chamada Árvore da Megafauna do artista plástico piauiense Carlos Martins, o Carlão, morto em 2013. A obra mostra um cenário formado por uma árvore na qual se percebe uma figura humana acompanhada de um tigre-do-dente-de-sabre, um mamute e uma preguiça-gigante em uma imagem que poderia muito bem representar uma cena vivida há cerca de 10 ou 12 mil anos atrás.

Diferente dos dinossauros, que viveram na Terra há mais de 60 milhões de anos, muito tempo antes do ser humano existir, estes animais retratados na escultura conviveram com o homem e foram extintos, muito provavelmente por uma combinação de problemas como fatores climáticos até a própria convivência com o Homo sapiens.

O pesquisador brasileiro Mauro Galetti, do Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro, lidera um grupo de pesquisadores do Brasil, Dinamarca, Espanha, Suíça, EUA, África do Sul e Austrália, que publicou recentemente um trabalho sobre os impactos da extinção da megafauna em todo o planeta. Ele e outros colegas compilaram informações sobre quais as consequências da extinção de mamutes, preguiças-gigantes, tigres-dente-de-sabres (animais retratados na escultura do genial Carlão) entre outros nas interações ecológicas.

A extinção destes animais mexeu com uma série de interações com outros seres vivos. Galetti comenta: se você fosse um parasita vivendo dentro de uma preguiça-gigante você teria duas alternativas na ocasião em que a preguiça foi extinta: ou se ajustava para viver em outro hospedeiro ou seria eliminado junto com a preguiça. O artigo foca questões e situações como essa. O artigo foi publicado na revista Biological Reviews.

O que restou da Megafauna ficou registrado apenas na bela escultura de Carlão e nos fósseis encontrados em muitas áreas da América do Sul, o que incluem sítios paleontológicos na região da Serra da Capivara e arredores.

Science publica série de artigos sobre Ciclo do Carbono

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O mais importante periódico da Sociedade Norteamericana para o Avanço da Ciência (AAAS, sigla em inglês) publicou na semana passada (13) cinco artigos resultados de pesquisas envolvendo as medições do Carbono na atmosfera da Terra.

No prólogo dos artigos, a edição celebra os 60 anos da Curva Keeling que, desde 1958, expõe medições da variação do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Estas medições que eram bem complicadas na década de 1950 hoje contam com a tecnologia de satélites que estão em órbita com a finalidade de aferir estas variações, permitindo a ciência capturar informações sobre variações climáticas e impactos das atividades humanas sobre a saúde e a vida no nosso planeta.

O primeiro artigo (Contrasting carbon cycle responses of the tropical continents to the 2015–2016 El Niño) fala sobre as alterações atmosféricas consequentes do El Niño 2015-2016 em comparação com as emissões de carbono, partindo de um conjunto de medições que incluíram a taxa de produção fotossintética pelas plantas, com base na captação de dados dos satélites, comparando com dados do fenômeno climático La Niña de 2011.

O segundo artigo (The Orbiting Carbon Observatory-2 early science investigations of regional carbon dioxide fluxes) comenta sobre os primeiros resultados da missão Orbiting Carbon Observatory – 2, a OCO-2, a partir de dados de frações de CO2 captados da atmosfera combinados com a fluorescência emitida pelas plantas ao realizarem fotossíntese. O artigo traz o primeiro conjunto de dados e abre perspectivas para analisar padrões regionais de distribuição e sumidouros de CO2 na superfície da Terra.

Com o título de OCO-2 advances photosynthesis observation from space via solar-induced chlorophyll fluorescence, o terceiro artigo mostra-se complementar em relação ao segundo, usando dados da missão OCO-2, na tentativa de medir a Produção Primária Bruta da Terra e obter dados seguros sobre o ciclo do Carbono na Terra. O trabalho traz os resultados das medições da fluorescência emitida pela atividade fotossintética das plantas, resultado da sua interação com o sol na produção de alimentos e conversão de carbono.

Influence of El Niño on atmospheric CO2 over the tropical Pacific Ocean: Findings from NASA’s OCO-2 mission é o título do quarto artigo que tem divulga dados sobre os efeitos do El Niño sobre o gás carbônico atmosférico medido sobre a região tropical do Oceano Pacífico. Embora já se conheça a causa do El Niño como resultado do aquecimento das águas do Pacífico as observações do CO2 pela OCO-2, são usadas para caracterizar a resposta das concentrações atmosféricas tropicais de CO2 ao forte evento El Niño de 2015-2016. Com correlações já bem conhecidas entre a taxa de crescimento das concentrações de CO2 atmosférico e a Oscilação El Niño-Sul, a magnitude da correlação e o tempo das respostas do ciclo do carbono oceânico e terrestre continuam com informações insuficientes e bastante limitadas no espaço e no tempo.

O quinto e último artigo (Spaceborne detection of localized carbon dioxide sources) é um dos mais interessantes por comparar fontes de CO2 emitidas por fatores naturais (como atividade vulcânica, por exemplo) com fontes de natureza antropogênica (realizadas pelo homem). O artigo joga alguma luz sobre uma das mais polêmicas discussões da atualidade: se as causas maiores das mudanças na temperatura global são causadas pelo homem ou por fatores naturais. Embora o artigo traga apenas resultados preliminares de medições atmosféricas feitas sobre um grande aglomerado urbano (Los Angeles - EUA), já se preconizam variações metodológicas na pesquisa para apurar de modo mais minucioso estas fontes emissoras de CO2.

Vale a pena investir em tempo para saber mais sobre esta pesquisa que a Science traz no seu número publicado dia 13 de outubro de 2017 e que é o pano de fundo para uma das maiores discussões ambientais da atualidade que é a destruição da Terra por ação do homem.

O Nobel de Medicina e Fisiologia foi para...

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Você já parou para se perguntar por que temos sono durante a noite e somos mais ativos durante o dia? Ou por que as corujas e morcegos são exatamente o nosso oposto: mantêm-se ativos durante a noite e ficam dormindo durante o dia?

Este fenômeno, que varia de organismo para organismo e dita uma série de comportamentos relacionados à busca pelo alimento, competição, acasalamento entre outros é chamado Ritmo Circadiano. O termo Circadiano vem do latim Circa Diem, que quer dizer “cerca de um dia”. Em uma referência clara ao comportamento fisiológico de organismos no intervalo equivalente a 24 horas.

O fenômeno nos animais é controlado por uma região cerebral próxima ao hipotálamo e se associa a fenômenos físicos como a luz. Pessoas que sofrem de insônia, por exemplo, precisam guardar uma certa distância da luminosidade se acordarem durante a noite. A interrupção do sono pode alterar, momentaneamente, este ciclo. É o que ocorre também com o fenômeno denominado Jet Lag, típico de pessoas que viajam passando por vários fusos horários, apresentando uma disritmia circadiana, um distúrbio temporário do sono.

Nas plantas a luz também interfere no ritmo: floração está vinculada às variações do tamanho do dia e tamanho da noite que se altera ao longo das estações do ano. Existem as plantas de Dia Longo (PDL) que são aquelas que respondem fisiologicamente nos períodos em que o dia é maior do que a noite (maior do que 12 horas de iluminação). E as plantas de Dia Curto (PDC) que são aquelas que respondem quando a noite é maior do que o dia (iluminação menor do que 12 horas).

Os estudos relativos ao Ritmo Circadiano, especialmente nos animais, desenvolvidos desde a década de 1980 tiveram seu devido reconhecimento na premiação do Nobel de Medicina e Fisiologia. Os norteamericanos Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W Young.

Hall e Rosbash são os responsáveis, desde a década de 1980 pelas descobertas relativas ao Gene Period, responsável por produzir uma proteína chamada PER. O acúmulo da proteína PER tem um efeito inibidor sobre a síntese realizada pelo Gene Period, gerando o que em fisiologia é chamada de Feedback negativo. Young decifrou a interação com o ciclo entre o Period e a PER e o gene Timeless que produz a proteína TIM. TIM interage com PER formando um complexo que regula a atividade do corpo. É de sua autoria a descoberta do Gene Doubletime que produz a proteína DBT responsável pela degradação da proteína PER. Este intrincado mecanismo foi comprovado como regulador do ritmo circadiano nos animais e valeu a indicação do Nobel de Medicina e Fisiologia em 2017.

Os cientistas se disseram surpresos com a escolha, pois na verdade são descobertas que tiveram início ainda na década de 1970 e ao longo do tempo vêm apenas passando por confirmações experimentais, graças às facilidades de manipulação e replicação de genes.

Workshop de Biossistemática de Malpighiaceae no Piauí

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Atenção para você que é estudante ou profissional das Ciências Biológicas e quer sempre aprender coisas diferentes: vai acontecer na UESPI de Floriano nos dias 16 e 17 de novembro o I Workshop de Biossistemática de Malpighiaceae. Hã?!? Vamos com calma!!!!

A botânica se caracteriza como uma ciência biológica de nomes complicados... Um passo de cada vez...

Sabe o murici? Conhece a acerola? Pois é... Estas plantas pertencem a família botânica das Malpighiaceae. Esta família tem muitas espécies com flores interessantíssimas (veja imagens de flores e frutos na galeria), pois se constituem em flores que produzem óleos essenciais, usados pelos insetos, mas com boas perspectivas de uso pelo homem. Destacam-se como plantas tropicais, cujos principais gêneros apresentam muitas espécies representadas na flora brasileira como Byrsonima (gênero do Murici), Stigmaphylon, Banisteriopsis, Heteropteris e muitos outros.

Para comandar o Workshop teremos um time de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) capitaneados pelo Dr. Rafael Felipe de Almeida-Pellegrini e da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) comandados pela Dra. Josiane Silva Araújo.

Eu conversei com a Josiane que me disse das expectativas de organizar este evento aqui no Piauí. “A ideia é atrair jovens pesquisadores para se apaixonarem pelos estudos desenvolvidos com plantas da família Malpighiaceae”, disse ela. A família tem boas perspectivas científicas e ainda é pouco estudada por aqui, apesar de ter muitos representantes espalhados pelas áreas de Cerrado e Caatinga do Piauí.

O Workshop tem inscrições gratuitas até o dia 13 de novembro e podem ser feitas diretamente pelo e-mail: [email protected] (assunto/workshop). A programação pode ser conferida na fanpage do Grupo de Estudos em Biossistemática de Malpighiaceae – GEBIM Malpighland no Facebook.

O evento ocorrerá no Campus Dra. Josefina Demes na UESPI de Floriano e teve o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Ao Mestre com carinho

Hoje é 15 de outubro, dia do Professor. A data foi decretada feriado escolar desde 1963. O Decreto Federal nº 52.682 de 14 de outubro de 1963 transformou este dia em feriado para permitir que os alunos e suas famílias pudessem enaltecer o trabalho do professor.

A data tem também uma simbologia interessante: em 15 de outubro de 1827 o Imperador Dom Pedro I criou a “Escola de Primeiras Letras”, instituição governamental responsável pela Educação Elementar do país, numa lei considerada uma revolução porque definia a obrigatoriedade de o Estado Brasileiro fornecer educação, determinando inclusive desde o que deveria ser estudado até a forma de contratação e pagamento do professor. O que infelizmente não gerou uma cultura de valorização da classe docente no país.

Dez entre dez pessoas consideram uma profissão belíssima, essencial para o desenvolvimento da sociedade, primordial para a formação de diferentes profissões. Mas também é quase uma unanimidade de que é uma profissão que precisa passar por um processo de valorização. A atividade docente apresenta uma série de gargalos na atualidade. Lida-se com discussões infinitas sobre o processo de formação dos professores, sobre a lida com estudantes advindos de uma sociedade cada vez mais violenta, com a falta pulsante de educação no seio familiar e um rosário de lamentações imensas sobre as dificuldades de se professar.

Pertenço a uma família que possui vários professores na sua estrutura. Com pai e mãe, irmã, filhos, primos, tios e outros parentes e muitos amigos professores e uma lida de mais de trinta anos entre escolas das redes públicas estadual, federal, municipal e privada, na educação básica, técnica profissional e superior fica muito difícil não ter formado, ao longo do tempo, um juízo razoável de valor sobre a profissão, suas nuances, seu presente, passado e futuro. Sou testemunha de muitas dificuldades do que passa um professor, desde os tempos de estudante nas licenciaturas até estar do outro lado do balcão, formando professores.

A profissão apresentou, ao longo do tempo, uma série de ganhos como a questão do piso salarial e de programas de formação e planos de carreira que passaram a dar um horizonte ao professor sobre a porta de saída da profissão, mostrando um caminho mais digno para aposentadoria. Se as condições ainda não são ideais faz-se necessário que algumas discussões e negociações sigam acontecendo.

Durante boa parte do meu tempo de sala de aula tive oportunidade de conviver com estudantes de primeira linha, muitos dos quais teriam sido ótimos professores se a carreira docente fosse mais atrativa. Apesar do piso salarial que limita um mínimo para os ganhos, ainda não se estabeleceu um sistema que permita ao jovem que, mesmo vocacionado, não consegue despertar para enfrentar a sala de aula por não conseguir vislumbrar um futuro promissor, infelizmente.

Minha esperança reside na possibilidade de que futuras gerações de governantes consigam enxergar uma perspectiva de melhorar a educação do país, passando pela valorização do professor. Encerro este post com uma frase de um dos maiores exemplos de professor que conheci – Professor Marcílio Flávio Rangel de Farias[1]. Ele gostava de repetir aos estudantes: “Sempre busque ser o melhor! Mas não melhor que os outros, apenas o melhor de si! ”.

Como professores temos que buscar sermos os melhores, para contribuirmos com a formação de pessoas melhores. Feliz Dia do Professor!

 

[1] Professor Marcílio foi meu professor de Matemática em 1980. Em 1995 o reencontrei na condição de Diretor do Instituto Dom Barreto, quando passei a fazer parte do seu corpo de professores até 2011. 

Teresina sedia Simpósio científico sobre Perda de Abelhas

Por estes dias estava preparando uma palestra sobre financiamento em Ciência, Tecnologia e Inovação e vi informações sobre a Balança Comercial no Brasil e no Piauí. A ideia era mostrar a importância do desenvolvimento da pesquisa, especialmente para agregar valor aos produtos exportados pelo Brasil e reduzir nossa dependência de ter que importar produtos manufaturados, fruto deste mesmo desenvolvimento tecnológico só que em outros países.

Olhei dados do site DataViva (dataviva.info) e vi que em 2016 o mel foi um dos produtos que mais o Piauí exportou, sendo responsável por 6,5% do volume de negócios feitos pelo estado. Como boa parte dos produtos exportados, o mel depende de recursos naturais como plantas e abelhas.

Já abordei aqui no Ciência Viva um dos maiores problemas da apicultura mundial: a perda das abelhas. A EMBRAPA Meio Norte também tem se preocupado muito com o assunto e está organizando um Simpósio com nomes de várias partes do país para falar sobre o assunto (veja programação do evento: https://www.embrapa.br/documents/1354386/26461856/programacao+final/e9123379-4ec9-1150-74c1-b2490415fdf7). Pesquisadores que trabalham com o assunto como a Dra. Fábia Pereira (EMBRAPA Meio Norte) e o Dr. Carlos Giovanni Carvalho (UESPI) estão entre os palestrantes locais que vão se juntar a nomes como o Dr. David W. Roubik (Smithsonian Tropical Research Institute) e o Dr. Osmar Malaspina (UNESP) para falar sobre diferentes nuances deste problema que pode por fim a um dos mais ricos alimentos que a natureza nos fornece: o mel!

O evento ganhou repercussão não somente entre os pesquisadores da área, mas importantes agências, como Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (http://agencia.fapesp.br/agenda-detalhe/simposio_sobre_perdas_de_abelhas_no_brasil/26355/) já noticiaram em suas páginas para importância das discussões que ocorrerão no Bristol Grand Hotel Arrey, em Teresina (PI), nos dias 16, 17 e 18 de outubro de 2017. O evento fará transmissões ao vivo pelo Canal da EMBRAPA no YouTube (https://www.youtube.com/user/videosEmbrapa).

Se a pesquisa não avança para agregar valor para os nossos itens de exportação que pelo menos consiga reduzir os prejuízos das nossas culturas mais valiosas, como é o caso da produção do mel.

O Nobel de Química vai para...

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Quando se fala em Prêmio Nobel de uma determinada área imagina-se logo um conjunto de descobertas que podem ter revolucionado aquela área. Às vezes o prêmio é muito mais do que isso.

Na semana que passou assistimos a Academia de Ciências da Suécia anunciar os vencedores do Prêmio Nobel da Química: o cientista suíço Jacques Dubochet, o alemão Joachim Frank e o escocês Richard Henderson. Os três foram premiados pelo desenvolvimento de uma técnica de microscopia, a Criomicroscopia eletrônica de biomoléculas. Será que isso é importante?

Às vezes a necessidade de ver uma estrutura ajuda, especialmente se se tratar de uma molécula que forma, por exemplo, a estrutura de um capsídeo viral. O arranjo molecular pode insinuar indícios de como a molécula reage o se se tratar de um patógeno, como um vírus por exemplo, de como tratar do seu desmonte ou do seu combate, em uma linguagem mais usual.

A técnica desenvolvida consiste em congelar estruturas moleculares antes de se observar em microscopia eletrônica. O que parece uma ideia simples na verdade foi um trabalho a seis mãos. Desde 1990 Handerson trabalha com observações de moléculas em microscopia eletrônica, tendo obtido imagens tridimensionais. Frank trabalhou processos de transformação de imagens 2D em imagens 3D e Dubochet passou a usar água nas observações em microscopia eletrônica, processo considerado complicado, uma vez que originalmente este microscópio só trabalho em câmaras à vácuo.

As ações combinadas permitiram o reconhecimento por parte da comunidade científica de uma técnica que pode favorecer muito o estudo de moléculas dos seres vivos e a ultraestrutura de microorganismos diminutos como vírus. O Nobel foi de Química, mas o benefício alcançou outras ciências. Uma escolha perfeita.

Vamos aprender Ciência através de paródias?

As redes sociais mudaram definitivamente a forma de integração das pessoas, independente de idade ou do lugar onde vivem. Mexendo em uma das redes sociais que utilizo conheci uma forma diferente de falar sobre Ciências. Trata-se do projeto do estudante de Doutorado em Física, Tim Blais. Ele criou o “A Capella Science”. Segundo sua página no Facebook ele vivia um dilema de tolhimento do seu lado criativo com o lado científico até que passou a criar paródias com intuito de mostrar a ciência em outra perspectiva. Seu canal no YouTube já tem quase sete milhões de seguidores. De acordo com seu perfil no FB ele faz todas as apresentações que viram vídeos no YouTube com o seu próprio talento para emitir sons pela sua boca, garganta e cordas vocais. O vídeo Evo-Devo dá uma verdadeira aula sobre a Evolução dos seres vivos, ao som ritmado do hit Despacito. Utiliza a aplicação de conceitos e a concepção de autores clássicos como Charles Darwin e Stephen Jay Gould. Acompanhe:

Já na paródia Science Wars, ele utiliza a música tema de Guerra nas Estrelas (Stars Wars) para falar das particularidades da Biologia, Física, Matemática e Química.

Um show de originalidade. A difusão científica utiliza-se de múltiplos canais para tornar a ciência mais popular. Assim, de modo criativo, é possível atingir um número maior de pessoas.

Piauí pegando fogo

  • Piaui_fogo.jpg Francisco Soares Santos Filho (Base de informações: INPE/SEMAR)

O período do B-R-O-Bró é considerado terrível para quem vive aqui no Piauí, em especial Teresina, que está entre as cidades mais quentes do Brasil. Mas além do calor característico o Piauí está literalmente pegando fogo nesta época.
Boletins diários emitidos pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMAR aponta para uma situação crítica. O gráfico mostra uma síntese dos focos de calor publicada no boletim que circula nas redes sociais de forma a conscientizar os cidadãos sobre o problema.

As informações são obtidas através de dados coletados por satélites que captam a imagem com base na radiação emitida, cruzando informações meteorológicas como umidades relativa do ar, temperatura e concentração de nuvens.

Eu conversei com o Dr. Carlos Moura Fé, Superintendente de Meio Ambiente da SEMAR que coordena o Programa ProCerrado que monitora o meio ambiente em seis municípios dos Cerrados do Piauí (Baixa Grande do Ribeiro, Currais, Palmeira do Piauí, Ribeiro Gonçalves, Santa Filomena e Uruçuí) e ele me informou que o sistema de satélites capitaneado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) monitora o Estado por completo cruzando informações. Os pontos de calor apontados no gráfico não são, necessariamente, incêndios em andamento. Podem ter sido focos de tamanhos variados captados pelos sensores dos satélites.
O que se depreende da figura é que o Piauí está literalmente quente. Parte deste calor corrobora com a teoria em discussão de que a Terra está vivendo uma nova etapa de extinção, com a maligna influência humana. Esta etapa de extinção em massa é denominada Antropoceno.

 

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