Cidadeverde.com

Brasil vai mal em fluência da língua inglesa

Levantamento anual realizado pela empresa EF-Education First, uma das pioneiras em organização de intercâmbios de idiomas no mundo, colocou o Brasil na 41ª posição em um ranking com 80 países em fluência da Língua Inglesa.

De acordo com o site da empresa, na qual é possível fazer o download de todas as pesquisas sobre fluência feitas pela empresa até o momento, o Brasil se mantém estável desde 2013, tendo apresentado um pequeno crescimento na fluência de 2016 para cá, com 1,26% de incremento.

Por que é importante ter fluência no inglês? E por que estamos falando sobre este assunto? Como nosso Blog aborda sobre Ciência e o inglês é o idioma universal para as ciências, apontamos como de suma importância o domínio do idioma inclusive para quem vai estudar, trocar experiências e conhecer novos pesquisadores de diferentes nacionalidades. A grande maioria dos pesquisadores, independente da origem, fala e escreve em inglês, fazendo deste idioma uma linguagem universal.

O Brasil apresentou uma fluência considerada Baixa, sendo o quarto país da América Latina, situado abaixo da Argentina, República Dominicana e Costa Rica. Dentre os países pesquisados na América Latina nenhum foi considerado com fluência Alta ou Muito Alta. Venezuela e El Salvador foram considerados com fluência muito baixa.

Em nível mundial, os melhores países em fluência foram, por ordem: Holanda, Suécia, Dinamarca, Noruega, Singapura, Finlândia, Luxemburgo e África do Sul, todas consideradas com fluência muito alta. Completando o Top 10 estão a Alemanha e Áustria, com fluência considerada alta.

A pesquisa envolveu mais de um milhão de participantes de 80 países que não tem o inglês como idioma oficial. A amostra foi formada por 52% de homens e 48% de mulheres, 89% dos entrevistados tinha menos de 40 anos e a idade média dos entrevistados foi de 26 anos.

No relatório, a iniciativa do Ministério da Educação do Brasil chamada de Inglês Sem Fronteiras foi considerada como importante para reverter estes resultados.

Quer ver mais informações, acesse o relatório:

https://www.ef.com/__/~/media/centralefcom/epi/downloads/full-reports/v7/ef-epi-2017-portuguese.pdf

 

Quer estudar nas melhores universidades do mundo? Veja como é fácil.

O sonho de estudar nas maiores e mais importantes universidades do mundo não está tão inacessível quanto se pensa. As principais universidades do mundo mantêm nos seus programas ensino cursos online gratuitos e totalmente acessáveis pela internet.

Listamos a seguir alguns dos cursos que podem ser feitos, sem sair de casa, em algumas das mais importantes instituições de ensino superior do mundo. Para facilitar colocamos uma pequena lista de opções e o endereço de cada instituição.

Universidade de Oxford (http://www.ox.ac.uk/)

- Abordando Shakespeare* (literatura)

- Elementos do desenho* (arte)

- Introdução à bioética* (filosofia)

- Como construir um negócio* (ciências empresariais)

- Tendências demográficas e problemas do mundo moderno* (sociologia)

 

Universidade de Cambridge (https://www.cam.ac.uk/)

- Curso básico de chinês* (idiomas)

- Curso básico de alemão * (idiomas)

- Fundamentos de árabe * (idiomas)

- Marxismo * (filosofia)

- Adaptação às mudanças climáticas * (ciências ambientais)

 

Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) (http://www.caltech.edu/)

- Fundamentos da criomicroscopia eletrônica * (biologia)

- O Universo em evolução * (astronomia)

- A ciência do Sistema Solar * (astronomia)

- As drogas e o cérebro * (biologia)

- Curso sobre aprendizagem automática * (ciências computacionais)

 

Universidade de Stanford (https://www.stanford.edu/)

- Criptografia I * (ciências computacionais)

- Saúde além do espectro do gênero * (medicina)

- Como pensar como um psicólogo * (medicina)

- Fotografia digital * (arte e humanidades)

- Algoritmos * (ciências computacionais)

 

Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT (http://web.mit.edu/)

- Interações eletromagnéticas * (ciência nuclear e engenharia)

- Direito e sociedade * (ciências políticas)

- Análise econômica para a tomada de decisões empresariais * (economia)

- Planejamento, comunicação e meios digitais * (estudos urbanos)

- Como desenvolver estruturas musicais * (música e teatro)

 

Universidade de Harvard (https://www.harvard.edu/)

- Obras primas da literatura mundial * (literatura)

- Resposta humanitária ao conflito e ao desastre * (sociologia)

- Ciência e cozinha * (ciência)

- Visualizando o Japão (1850-1930): Ocidentalização, protesto e modernidade * (história)

- A imaginação arquitetônica * (arquitetura)

 

Universidade de Princeton (https://www.princeton.edu/)

- Como fazer com que um governo funcione em lugares difíceis * (ciências políticas)

- A arte da engenharia estrutural: as pontes * (engenharia)

- Escrita: a ciência da apresentação * (ciências sociais)

- Cérebro: um manual para os usuários * (biologia)

- Laboratório de história universal * (história)

 

Imperial College de Londres (https://www.imperial.ac.uk/)

- Fundamentos da contabilidade para um MBA de sucesso* (empresarial)

- Análise de dados para um MBA de sucesso * (economia)

- Fundamentos de finanças para um MBA de sucesso * (economia)

- Fundamentos matemáticos para um MBA de sucesso * (economia)

 

Universidade de Chicago (https://www.uchicago.edu/)

- Compreendendo o cérebro: a neurobiologia da vida cotidiana * (biologia)

- Problemas críticos da educação urbana * (ciências sociais)

- Aquecimento global: a ciência das mudanças climáticas * (ciências ambientais)

- Ativos financeiros: parte 1 * (economia)

- Estratégias de venda * (negócios)

 

Universidade da Pensilvânia (https://www.upenn.edu/)

- Poesia moderna e contemporânea dos Estados Unidos * (artes e humanidades)

- Introdução ao marketing * (administração/economia)

- Sinais vitais: compreender o que nosso corpo nos está dizendo * (biologia)

- Mitologia grega e romana * (história e filosofia)

- Desenho: criação de artefatos na sociedade * (arte)

Neste post estão apenas alguns exemplos. As grandes universidades brasileiras, como a Universidade de São Paulo – USP (http://www5.usp.br/ensino/educacao-a-distancia/) também oferecem cursos semelhantes. Se de repente quiser começar testando por uma universidade brasileira, com plataforma em português para aprender a lidar com o ambiente do curso à distância, fique a vontade. O advento da internet permite você alçar voos antes inimagináveis.

Até o próximo post.

 

Relatório do Banco Mundial é mais um desmonte para universidades brasileiras, de acordo com cientista.

Relatório recente do Banco Mundial aponta que o ensino superior do Brasil deveria deixar de ser gratuito. A lógica do relatório é até interessante, pois acha que os recursos públicos gastos com o ensino superior no Brasil são gastos com a parcela mais rica da população e que, portanto, poderia pagar pelo “serviço”. O problema é que não é verdadeiro.

Na avaliação do Prof. Peter Schulz, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), o relatório do Banco Mundial é uma grande falácia, apoiado não por dados concretos, mas por uma opinião de seus autores.

No seu conteúdo o relatório aponta como ideal o modelo existente nos EUA onde as universidades públicas são financiadas pelo pagamento de anuidades de seus estudantes, desde a década de 1960. Esquece, entretanto, de apontar o relatório que, a grande maioria das universidades europeias mantêm modelo similar ao adotado no Brasil.

O relatório coloca como grande fonte de desperdício de recursos o que se aplica nas universidades e compara com o segmento privado do setor. Todavia, esquece o relatório de informar que, no Brasil, atividades de pesquisa praticamente inexistem nas instituições de ensino superior privadas. Na grande maioria das instituições universitárias, são os professores doutores com dedicação exclusiva os que gastam parte do seu tempo aprimorando o conhecimento científico e conduzindo a pesquisa, elemento importante da tríade universitária ensino-pesquisa-extensão. Estes profissionais são os que formam a base das universidades públicas. No segmento privado apenas aproximadamente 25% dos professores tem este regime de trabalho e, portanto, seria os que estariam envolvidos diretamente com pesquisa nestas instituições.

No Brasil, atualmente (dados do Censo do INEP de 2016), mais de 75% dos estudantes da educação superior estão matriculados em instituições da rede privada. Nestas instituições, segundo o mesmo levantamento, o perfil profissional típico é de professores com Mestrado, apenas. O que significa, a grosso modo, que grande parte dos estudantes de graduação no país não tem acesso à pesquisa. Ou seja, são apenas agentes receptores de conhecimento, acessando apenas o Ensino, elemento do tripé do grau universitário.

O que se observa, na prática, é que a maior parte das instituições de ensino superior no Brasil são privadas e lidam apenas com a reprodução do conhecimento: o ensino.

Como dizia o Mestre Paulo Freire “Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade”.

A sociedade precisa compreender um pouco mais o papel da Universidade pública. Assim poderá cobrar dos políticos o seu direito de ter universidades financiadas com recursos públicos e sua correta aplicação.

 

 

 

 

 

Movimentos anticientíficos inundam Redes Sociais

Um dia destes percebi através de uma rede social um comentário jocoso dando conta que a Terra não é plana. A princípio fiquei achando que era alguma brincadeira onde alguém estava tirando brincadeira com algum amigo.

Depois percebi que era algo muito mais sério do que eu pensava. Fiquei pasmo! Considerar em pleno século XXI que a Terra não é esférica, ou que não apresenta o seu formato único – geóide, seria no mínimo uma sandice.

Perdi um pouco do meu tempo e procurei na internet alusões sobre o tema. Descobri uma tal The Flat Earth Society (Sociedade da Terra Plana, em tradução livre) que é dirigida por um homem chamado Daniel Shenton que mora em Hong Kong. Daniel, considerado pelo jornal britânico The Guardian, como o homem mais irracional do mundo, comanda um grupo de pessoas que defendem que a Terra é um grande disco.

 

A ideia deles (sim, pois tem mais gente que acredita nisso! Shenton tem mais de seiscentos seguidores no Twitter) é de que todos os continentes e terras do planeta ficam em um disco cercado por geleiras (o que termina sendo uma barreira que impede que as embarcações despenquem planeta afora, só pode!).

 

No Brasil existem blogs tratando do tema e traduzindo (com legendas e tudo) os vídeos que propagam a tal teoria da Terra Plana, como uma ideia antiga, de tempos bíblicos imemoriais e que hoje é combatida por segmentos científicos, dentre eles a Agência Espacial Americana (NASA) que constrói verdadeiros cenários artificiais como comprovações de que a Terra seria redonda. Um destes vídeos (se você não tiver muito o que fazer) pode ser assistido aqui:

O fundamento desta ideia não é recente. Segundo pude ler algumas críticas sobre o tema, seus autores falam que na época da Alemanha nazista temas similares eram propagados como verdades absolutas e chegavam até os cidadãos comuns, ceifados pela própria ignorância.

Cabe a nós, professores, formadores de opinião e divulgadores da ciência tentar mostrar para a maioria o quão nocivas são ideias como essa para jovens em formação. A fraqueza e a ignorância podem se sobrepor à luz do conhecimento e do saber. Confesso que ainda estou bestificado sobre o assunto.

Missão Sino-Brasileira descobre ninho de dinossauros

  • pteros21.jpg Science
  • Pterossauro4.jpg Science
  • Pterossauro3.jpg Science
  • Pterossauro2.jpg Science
  • Pterossauro1.jpg Science

Uma pesquisa liderada pelo cientista chinês Xiaolin Wang, da Academia Chinesa de Ciências, e o brasileiro Alexandre Kellner, do Museu Nacional da UFRJ, descobriu um ninho de Pterossauros com 215 ovos. Esta é a maior descoberta registrada até hoje para uma espécie de dinossauro voador – o Pterossauro.

O ninho foi encontrado em um sítio paleontológico no deserto de Gobi na Província de Xinjiang. Os ovos são da espécie Hamipterus tianshanensis, que viveu entre 100 e 145 milhões de anos Antes do Presente (AP), em um período chamado de Cretáceo Inferior. O Cretáceo foi o último período da Era Mesozóica, marcada pelo desaparecimento de várias espécies de seres vivos, incluindo os dinossauros.

Até este achado apenas oito ovos de Pterossauros haviam sido descobertos (três na Argentina e cinco na China). A descoberta se reveste de grande importância porque pelo menos 16 ovos apresentam embriões em diferentes fases de desenvolvimento. Alguns ovos apresentam detalhes do esqueleto e do crânio dos Pterossauros.

O resultado desta pesquisa já chegou a conclusões interessante: os ovos tinham casca fina, semelhante a dos lagartos atuais e que eram enterrados, sem necessitar serem chocados pelos pais. Além disso, o fato dos embriões não possuírem asas totalmente formadas indica a existência de cuidados parentais, característica igualmente encontrada apenas nas aves e mamíferos.

A descoberta deste registro paleontológico acelerou muitas descobertas sobre esta espécie de dinossauro que ocupou grandes extensões de terra, quando os continentes ainda estavam unidos formando a Pangea. Roguemos para que as pesquisas encontrem outros fósseis, fechando lacunas na história de muitas espécies de seres vivos.

Três grupos de estudantes brasileiros são medalhistas em competição internacional de Ciência

Uma equipe de estudantes da USP, outra da UNESP e outra da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) foram premiadas com duas medalhas de ouro e uma de prata, respectivamente na International Genetically Engineered Machine Competition (iGEM).

A competição, que acontece em Boston (EUA), reuniu jovens de mais de 300 equipes de várias universidades de todo o mundo, mostrando-se como uma oportunidade de interação e troca de experiências entre jovens de diferentes nacionalidades e instituições de pesquisa do mundo inteiro.

O trabalho dos estudantes da USP consistiu em modificar bactérias que fossem capazes de detectar agentes infecciosos no interior dos organismos de insetos vetores e com isso liberar substâncias que fossem capazes de matar estes vetores, interrompendo assim o ciclo de transmissão destas doenças. A ideia é fantástica e mostrou-se viável, uma vez que os testes realizados em laboratório (In Vitro) se mostraram eficazes. Com o projeto em execução é possível ajudar no combate de doenças como Malária, Dengue e até a Doença de Chagas. A equipe recebeu o curioso nome de Biotrojan, numa alusão ao Cavalo de Tróia.

Em um post anterior comentei sobre o Projeto da equipe da UNESP de Araraquara que projetou uma bactéria modificada capaz de liberar no organismo humano insulina para que seja possível a degradação de excedentes de glicose, ajudando a combater o Diabetes.

A equipe da UFAM criou um kit de edição de DNA baseado no sistema (escrevi um post em 01 de setembro falando sobre edição de genes. Veja em: Cientistas criam técnica capaz de corrigir mutações ou modificar características). A ideia dos amazonenses foi criar um protocolo de uso deste kit para ser usado por outros pesquisadores. A ideia foi premiada com medalha de prata.

A biologia sintética (possibilidade de modificar formas vivas com a finalidade de melhorar nossa qualidade de vida) é uma área de pesquisa crescente nas universidades brasileiras. Esta premiação abre, na minha opinião, muitas perspectivas, pelo menos de ideias, para se trabalhar com as temáticas nas diferentes Instituições de Ensino Superior do Brasil.

Estudantes brasileiros desenvolvem protocolo para gerar bactéria transgênica que combate o Diabetes

Os jovens são a salvação do nosso país, não tenhamos dúvidas disso. Estudantes da Universidade Estadual Paulista (UNESP) desenvolveram todas as etapas de produção de bactérias transgênicas capazes de produzir insulina no intestino humano, toda vez que o organismo ingerisse mais glicose do que o normal.

Imbuídos em vencer uma competição internacional chamada iGEM (International Genetically Engineered Machine Competition), o grupo de estudantes da UNESP teve a ideia de desenvolver um sistema capaz de detectar excedentes de glicose no organismo, permitindo que a bactéria modificada liberasse insulina no organismo, ajudando a degradar a glicose excedente.

Embora somente parte do projeto tenha sido desenvolvido, o formidável é saber que, com o andamento e conclusão de um projeto deste tipo, seria possível, por exemplo, que um diabético resolvesse o seu excedente de glicose medido diariamente simplesmente tomando um preparado com lactobacilos vivos modificados, que fossem capazes de promover a degradação da glicose excedida.

O projeto foi premiado com medalha de ouro na competição que ocorreu em Boston (EUA), neste mês de novembro e a equipe vencedora foi coordenada pelas pesquisadoras, Dra. Danielle Pedrolli e Dra. Cleslei Zanelli.

O projeto foi selecionado por um programa de aceleração de startups chamado BioStartup Lab, o que pode render a continuidade da pesquisa.

Mais armas estão sendo criadas para combater a Diabetes e melhorar, cada vez mais, a qualidade de vida dos milhões de pacientes acometidos por esta doença metabólica.

Bananeiras geneticamente modificadas podem ficar livres do Mal do Panamá

  • Fusarium_oxysporum_f_sp._cubense5_1.jpg Imagens de Internet
  • Mycosphaerella_musicola61.jpg Imagens de Internet
  • mal-do-panamá_autor-Miguel_Dita_Rodriguez-EMBRAPA.jpg Imagens de Internet
  • banana3.jpg Imagens de Internet
  • banana2.jpg Imagens de Internet
  • Banana1.jpg Imagens de Internet

Um dos grandes problemas da cultura de bananas é o fato delas produzirem frutos partenocárpicos. Diferente das outras plantas, o fruto da bananeira não é resultado de um processo de reprodução sexuada. Por isso as bananas não possuem sementes.

Mas o que é considerado por muitos uma virtude tornou-se um problema frente à seleção natural. As bananeiras não se reproduzem sexuadamente, por isso são indivíduos clonais. A falta de reprodução sexuada gerou uma redução de variabilidade genética, um prato cheio para o processo de seleção natural: bananeiras são vitimadas por doenças causadas por fungos como o Mal do Panamá e o Mal de Sigatoka. São doenças diferentes causadas por fungos diferentes, mas ambas são devastadoras. O Mal do Panamá é causado por fungos do gênero Fusarium e o Mal de Sigatoka por fungos do gênero Cercospora.

Praticamente todas as regiões produtoras de bananas no mundo manejam os bananais para se livrar destas parasitoses que provocam rachaduras nos pseudocaules e o amarelecimento das folhas, determinando a morte das plantas. Mesmo com cuidados, especialmente de descontaminação dos trabalhadores, os fungos chegam a permanecer até por 20 anos contaminando o solo e resta muito pouco aos produtores quando detectam a doença de seus plantios.

Bananeiras livres

Pesquisadores australianos desenvolveram duas linhagens de bananeiras que podem evitar a contaminação com estes fungos. A primeira linha de pesquisa foi utilizando o gene RGA2. Este gene foi obtido de uma espécie de bananeira selvagem que, embora não produza frutos viáveis para comercialização, possui este gene que confere proteção natural contra os fungos que atacam os plantios. Desde a década de 1950 os produtores adotam a variedade Cavendish que agora, a partir da década de 1990, também se mostrou suscetível à ação provocada pelos fungos. Com a inserção do gene RGA2 tem-se a resistência a ação de espécies do gênero Fusarium, o que inclui a espécie denominada TR4, considerada resistente à ação de diferentes tipos de fungicida.

 

A segunda linha de pesquisa é mais ousada. Os pesquisadores introduziram nas bananeiras da linhagem Cavendish o gene Ced9 extraído de um verme nematoide (parente da lombriga) naturalmente resistente à infecção por fungos.

As experiências com estas variedades transgênicas de bananeiras não apresentaram qualquer modificação nem no tamanho dos cachos e nem nas demais propriedades nutricionais das bananas. A pesquisa agora deve se expandir para outras variedades de bananeiras diferentes da Cavendish.

Cães podem ter sido domesticados bem antes do que se imaginava

Que o cão é o melhor amigo do homem, já não se tem dúvida... Até já escrevi um post sobre o lado genético da questão...

Agora, pesquisadoras do Instituto Max Planck na Alemanha descobriram uma inscrição rupestre que ajuda a polemizar a questão sobre o tempo de domesticação destes animais por parte do homem.

Foi encontrado, esculpido em um penhasco de arenito na borda de um rio passado no deserto árabe, um caçador com seu arco para caça. Ele é acompanhado por 13 cães, cada um com suas próprias marcas no pelo, sendo que dois animais têm linhas que correm do pescoço para a cintura do homem, caracterizando uma ligação, como se fosse a representação de uma coleira.

As gravuras provavelmente datam de mais de 8000 anos, tornando-se as primeiras representações de cães, sugerindo que os seres humanos dominaram a arte de treinar e controlar cães milhares de anos antes do que se pensava anteriormente.

A cena de caça vem de Shuwaymis, uma região montanhosa do noroeste da Arábia Saudita, onde as chuvas sazonais formaram rios e apoiou bolsões de vegetação densa. Nos últimos três anos, Maria Guagnin, arqueóloga do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana em Jena, na Alemanha, em parceria com a Comissão Saudita do Turismo e Patrimônio Nacional, ajudou a catalogar mais de 1400 painéis de arte rupestre contendo quase 7000 animais e seres humanos em Shuwaymis e Jubbah.

Os cães parecem muito com o cão de Canaã de hoje, uma raça em grande parte feroz que atravessa os desertos do Oriente Médio. Isso poderia indicar que essas pessoas antigas criavam cães que já se adaptaram à caça no deserto.

Mesmo que a arte seja mais recente do que os 8000-9000 anos calculados pelas cientistas, as coleiras são, de longe, as mais antigas registradas. Até agora, a primeira evidência de tais restrições veio de uma pintura mural no Egito datada de cerca de 5500 anos atrás.

Veja o vídeo sobre a descoberta:

 

55,7% das mortes em UTIs no Brasil são resultado da Infecção hospitalar

Pesquisa financiada com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) apontaram um indicador preocupante sobre mortes em ambientes de Terapia Intensiva: de cada dois pacientes que vem a óbito nas UTIs, tanto de hospitais públicos quanto de hospitais privados padecem em função da infecção hospitalar.

O Brasil tem uma taxa extremamente alta de morte por sepse em UTIs, superando até mortes por acidente vascular cerebral e infarto nessas unidades. Segundo levantamento organizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Instituto Latino Americano de Sepse (Ilas), a cada ano morrem mais de 230 mil pacientes adultos nas UTIs em decorrência da doença. A estimativa é sombria, 55,7% dos pacientes internados com sepse vão a óbito.

Os dados são do primeiro estudo nacional de pacientes com sepse atendidos em UTIs, que teve os resultados publicados na revista Lancet Infection Diseases.

A sepse é desencadeada por uma resposta desregulada do organismo na presença de um agente infeccioso. O sistema de defesa passa a combater não só esse agente, mas também o próprio organismo, gerando disfunção dos órgãos. Tanto as infecções de origem comunitária (40% dos casos) como aquelas associadas à assistência à saúde (60%) podem evoluir para sepse.

A prevalência de 30% de sepse não é considerada tão alta. Ela já havia sido identificada em estudos anteriores. Já a mortalidade por sepse no Brasil é altíssima, principalmente pelo fato de ser uma doença passível de prevenção em grande parte dos casos.

Para chegar a esses dados, os pesquisadores dividiram as UTIs do País em 40 estratos, de acordo com fatores como região geoeconômica, tamanho das cidades e se as instituições eram públicas ou privadas. O resultado foi a coleta de dados de 227 instituições, ou 15% de todas as UTIs brasileiras.

Uma série de fatores leva ao resultado sombrio do tratamento da sepse nas UTIs brasileiras, como falta de acesso às UTIs, diagnóstico tardio, demora do paciente na busca por serviço de saúde, tratamento inadequado, problemas de processo e falta de recursos.

Quando a disponibilidade de leitos é alta, isso implica um maior número de pacientes menos graves admitidos nas UTIs, consequentemente com menor letalidade. Já em países como o Brasil, onde a disponibilidade é baixa, sobretudo no sistema público, somente pacientes mais graves tendem a ser admitidos nas UTIs, com consequente aumento da letalidade.

(Com dados da Agência FAPESP)

Posts anteriores