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Lagostim mutante pode ser a chave para combate ao Câncer

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Todo mundo que estuda ecologia sabe que um dos maiores impactos contra o Meio Ambiente pode ser a introdução de uma nova espécie em um ambiente onde esta não ocorre naturalmente. O homem, entre os tantos prejuízos que causa a natureza, presta este contrasserviço também.

Em todo o mundo há registros de espécies introduzidas que causaram prejuízos consideráveis. Historicamente é bom não esquecer do caramujo africano Achatina fulica (uma imagem dele aparece na galeria de imagens deste post), introduzido para ser criado e comercializado como scargot que virou uma praga em várias regiões brasileiras, por exemplo. O exemplo da vez é o Lagostim marmoreado (Procambarus virginalis).

Este crustáceo é de água doce e já ocupa várias áreas da Europa e África. É uma espécie que se reproduz assexuadamente (não precisa de parceiro sexual para reproduzir). Todos os indivíduos são fêmeas e seus óvulos dão origem a indivíduos clonais. Trata-se de uma espécie que vive muito bem nos ambientes de água doce, se alimentando de folhas em putrefação, filhotes de peixes, insetos e pequenos moluscos.

O pesquisador Frank Lyko do Centro de Pesquisa do Câncer em Heidelberg, Alemanha, está estudando o genoma deste animal, para verificar quais são os genes responsáveis pelo sucesso reprodutivo na condição de assexuado. A descoberta de genes que respondam especificamente por estas características pode ajudar a explicar o processo de proliferação de células cancerosas.

Se quiser ver o artigo completo da Revista Science acesse:

http://www.sciencemag.org/news/2018/02/aquarium-accident-may-have-given-crayfish-dna-take-over-world

Dirigentes de entidades científicas escrevem carta ao Presidente da República

Os dirigentes máximos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Academia Brasileira de Ciências (ABC), Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (CONFAP), Conselho Nacional de Secretários Estaduais para assuntos de Ciência e Tecnologia (CONSECTI), Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) e o Fórum Nacional dos Secretários Municipais da Área de Ciência e Tecnologia assinaram uma carta direcionada ao Presidente da República, Michel Temer.

A carta reúne as preocupações sobre as consequências dos cortes orçamentários voltados para Ciência e Tecnologia no país. Para 2018 o orçamento previsto para custeio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) foi de cerca de 4,8 bilhões, 25% menor do que em 2017, que por sua vez foi cortado em 1/3, em relação a 2016.

De acordo com os signatários da carta a Ciência brasileira não resiste aos contingenciamentos impostos. A missiva encerra com uma frase que serve de reflexão para os políticos de uma forma geral: “Ciência não é gasto, é investimento!”.

Implantação do Rodoanel em Teresina se transforma em estudo acadêmico

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  • Rodoanel.jpg José Maria Melo Filho

A obra do Rodoanel que interliga a BR-316 a BR-343 na cidade de Teresina foi objeto de estudo do curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) da Universidade Federal do Piauí. O estudo foi conduzido pelo geógrafo José Maria Marques Melo Filho sob orientação do Dr. Antonio Cardoso Façanha do Departamento de Geografia da UFPI.

O estudo abordou os impactos sobre o Meio Ambiente e os impactos sociais de implantação da obra que, quando for inaugurada, será importante para mobilidade da Capital do Piauí. Na abordagem, os pesquisadores coletaram informações em documentos ambientais e em inquietações provocadas por detalhes do planejamento e da execução da obra.

Uma das grandes contribuições foi observar a degradação do ambiente durante diferentes fases da obra, comparando imagens de satélite de pontos específicos, como a construção de trechos da rodovia, edificação de ponte sobre o rio Poti e de alças de acesso, desde períodos anteriores à implantação da mesma até os dias atuais.

A investigação captou as impressões de moradores de três assentamentos do INCRA que foram entrecortados por trechos da obra. Analisando o discurso de alguns dos entrevistados foi possível reconhecer alguns impactos negativos frente à importância da obra. A obra causou impactos ainda não mitigados (compensados) pelos empreendedores, como o aterro de riacho, degradação de parte da mata e a ocupação de faixas produtivas dos terrenos do assentamento pela pista de rolamento.

A banca foi formada pelo Dr. Antonio Façanha (UFPI), pelo Dr. Jorge de Paula (UESPI) e por mim. A discussão de temas que atingem diretamente a cidade e seus cidadãos tem sido a tônica do PRODEMA, servindo para aproximar a comunidade científica da população através da solução de problemas que afetam a todos.

Novidade para diabéticos: lente de contato que detecta aumento da glicemia

Uma das coisas que atormenta a vida do diabético é o controle diário da glicemia. Atualmente existem no mercado uma porção de leitores eletrônicos que em poucos segundos detectam o nível de glicose na corrente sanguínea, a partir de uma gota de sangue coletada.

O inconveniente é ter que furar a pontinha do dedo, em alguns casos várias vezes por dia. Mas cientistas da Coreia do Sul podem lançar dentro em breve uma lente de contato para fazer este trabalho.

Publicado mês passado na Science Advances o trabalho traz testes feitos em animais (usaram coelhos), utilizando lentes de contato com sensores capazes de avaliar a composição da lágrima e, consequentemente, detectar o nível de glicose no sangue. A ideia é interligar as informações captadas pela lente de contato em um sistema de comunicação que informe ao paciente o quanto precisa atuar para o controle do volume de glicose no sangue. Isso tudo sem ter que furar o dedo!

Assista o vídeo sobre a lente (em inglês):

 

O Diabetes atinge cerca de 500 milhões de pacientes no mundo inteiro e é considerada uma epidemia global.

Calendário Astronômico de 2018

Anote na sua agenda e acompanhe os principais eventos astronômicos que ocorrerão em 2018.

2 de janeiro - Primeira lua cheia do ano

3,4 de janeiro – Chuva de meteoros Quadradídeos

31 de janeiro – Lua cheia, Superlua, Lua Azul, Eclipse total lunar

15 de fevereiro – Eclipse parcial do sol

15 de março – Mercúrio no maior alongamento oriental

22, 23 de abril - Chuva de meteoros Lirídeos

6, 7 de maio – Chuva de meteoros Eta Aquarídeos

9 de maio – Maior proximidade de Júpiter com a Terra

21 de junho – Solstício de junho e o dia mais longo do ano

27 de junho – Maior proximidade de Saturno com a Terra

13 de julho – Eclipse parcial do sol visível no sul da Austrália e Antártida

27 de julho – Eclipse total da Lua visível na maior parte do Mundo

27 de julho – Maior proximidade de Marte com a Terra

28, 29 de julho – Chuva de meteoros Delta Aquarídeos

11 de agosto – Eclipse parcial do sol visível na maior parte do mundo

12, 13 de agosto – Chuva de meteoros Perseídeos

17 de agosto – Vênus no maior alongamento oriental

7 de setembro – Maior proximidade de Netuno com a Terra

8 de outubro – Chuva de meteoros Draconídeos

21, 22 de outubro – Chuva de meteoros Orionídeos

23 de outubro - Maior proximidade de Urano com a Terra

5, 6 de novembro – Chuva de meteoros Taurídeos

17, 18 de novembro - Chuva de meteoros Leonídeos

13, 14 de dezembro - Chuva de meteoros Geminídeos

21 de dezembro - Solstício de dezembro e a noite mais longa do ano

21, 22 de dezembro - Chuva de meteoros Ursídeos

 

Acompanhe o vídeo com uma amostra destes eventos filmados em anos anteriores e torça para fazer uma noite adequada para observação destes fenômenos:

 

 

 

Elefantes e sinuca: a improvável história do plástico

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No século XV, no norte da Europa, surgiu nos palácios reais o jogo de bilhar. A ideia foi levar o croqué, esporte desenvolvido ao ar livre, para ser jogado em ambientes fechados, em razão da necessidade da nobreza em continuar sua vida “esportiva”, protegida dos invernos.

O bilhar, que recebe por aqui outras denominações ou variações entre elas a sinuca ou “snooker”, se joga em uma mesa verde (daí a associação com o campo de croqué), tacos de madeira e bolas de marfim. O marfim, extraído das presas de elefantes era o elemento raro que tornava o jogo de bilhar caro, uma particularidade apenas para filhos da nobreza, ricos.

No século XIX, o jogo foi se tornando tecnicamente refinado e ao mesmo tempo popular. Bolas de marfim garantiam ao mesmo tempo a dureza e a ausência de deformações, em razão das colisões próprias do jogo. Mas, devido à origem do material, garantia também  a restrição do público usuário do jogo.

Esta introdução toda foi para contar um pouco sobre a necessidade de falar sobre a relação entre ciência e desenvolvimento econômico. Mas qual a relação entre ciência, desenvolvimento econômico e o jogo de bilhar?

Ainda no século XIX o Jornal The New York Times publicou a seguinte nota: “Phelam & Collender, maior fornecedor de bilhares do Estados Unidos, oferecem uma importante fortuna de US$ 10.000 (dez mil dólares) a qualquer inventor que conseguir criar um material substituto para o marfim”. O anúncio tratava de uma recompensa comercial para qualquer inventor capaz de criar algum material que pudesse substituir o caro marfim, usado para fabricar bolas de bilhar.

John Wesley Hyatt, um jovem químico dos EUA, em um barracão em Nova York, com este anúncio do NYT, convidou o General Marshal Lefferts, um militar aposentado, conhecido por financiar inventores, a conhecer o celuloide, uma mistura de nitrocelulose e cânfora. Lefferts foi uma espécie de Mecenas das Ciências no séc. XIX, apoiava vários inventores, inclusive o jovem Thomas Alva Edson, o maior inventor do Mundo.

Hyatt pegou bolas de madeira e as banhou com uma mistura de nitrocelulose e corantes, gerando bolas muito parecidas com as de marfim, em termos de resistência e dureza, que poderiam substituir o caro material original das bolas do jogo de bilhar. Com o aperfeiçoamento surgiu neste momento, uma forma de plástico: o celuloide. Algumas modificações foram necessárias para emplacar o novo material na então indústria de jogos e entretenimentos (o celuloide também foi usado para fabricação da película do cinema), uma vez que ao colidirem no jogo, as bolas banhadas por nitrocelulose podiam pegar fogo (a nitrocelulose é quimicamente semelhante à nitroglicerina).

O que podemos extrair como lição desta história?

1) A necessidade de se desenvolver novos produtos pode ser estimulada por investidores que podem bancar inventores;

2) Nem sempre quem têm recursos têm boas ideias e, na contramão, mas no mesmo artifício lógico, quem têm boas ideias, por vezes, não têm recursos;

3) A Inovação precisa ser estimulada. Ao propor uma recompensa para quem criasse um substituto para o marfim, a indústria de bilhar gerou, potencialmente, um material resistente, versátil e que mudou o mundo, inclusive com a poluição: o plástico. Os elefantes agradeceram!

P.S.: Pena que ainda hoje os elefantes são mortos por suas presas de marfim. Não mais para que sejam produzidas bolas de bilhar.

Até a próxima!

(Com informações extraídas do livro De que são feitas as coisas: as curiosas histórias dos materiais que formam o mundo dos humanos, de Mark Miodownik, Editora Edgard Blucher, 2015).

Biópsia líquida: é possível?

O diagnóstico do Câncer traz uma grande temeridade para os pacientes. O medo vem pela incerteza da cura e, pelo fato de alguns tipos de Câncer serem, de fato, devastadores. Como se não bastasse o estigma da doença a simples suspeita e alguns exames confirmatórios, necessários ao diagnóstico, também são responsáveis por assustar o paciente, como a biópsia.

A biópsia é um procedimento cirúrgico na qual se remove um conjunto de células ou um fragmento de tecido do qual se suspeita a ocorrência de atividade cancerígena ou oncológica. Alguns exames são mais complexos, outros mais simples, dependendo do local onde se suspeita da existência do tumor. Entretanto, a ciência pode estar alcançando um novo patamar de diagnóstico: a biópsia líquida.

Pesquisadores da Universidade John Hopkins, liderados pelo Dr. Nickolas Papadopoulos estão testando com sucesso um método de biópsia líquida. Na verdade, estes pesquisadores desenvolveram um teste para detecção de pelo menos oito tipos comuns de câncer a partir da coleta de DNA e de proteínas de células cancerígenas lançadas pelo organismo na corrente sanguínea.

Os testes foram feitos com 1005 pacientes que apresentavam algum tipo de câncer diagnosticado pelos métodos tradicionais, ainda em fase inicial, sem a ocorrência da metástase (quando o câncer ainda se encontra restrito ao seu local inicial). O resultado gerou um teste rápido que está sendo patenteado com o nome de CancerSeek e a previsão é que diagnostique, através de um exame de sangue, alguns tipos de tumores difíceis de serem previstos no início da doença como do ovário, fígado, estômago, pâncreas e esôfago. A pesquisa sequenciou 16 genes mutados e os correlacionou a proteínas geradas pelas células quando estas são cancerígenas.

A expectativa é que o teste chegue ao mercado a um custo considerado baixo, por cerca de US$ 500 (quinhentos dólares). Os cientistas estão bastante otimistas com esta nova ferramenta. Mesmo não conferindo a precisão necessária da biópsia tradicional, com uma certa vantagem, pode proporcionar a indicação de um exame mais aprofundado, que gere um diagnóstico mais preciso.

Vamos esperar esta novidade!

Neve no Saara

Você já imaginou um dos lugares mais quentes do mundo coberto por neve?

No início do mês a Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou que o satélite Copernicus Sentinel-2 captou no dia 08 de janeiro deste ano as imagens de uma nevasca na região noroeste da Argélia, em pleno Deserto do Saara.

Pode ser estranho, mas os desertos são muito quentes durante o dia e gelados durante a madrugada. A diferença entre temperaturas (temperatura máxima menos a temperatura mínima), a chamada amplitude térmica é muito intensa nas zonas desérticas do planeta, entre elas o Deserto do Saara.

Apesar das baixas temperaturas é raro observar neve no deserto. Além das imagens do satélite da Agência Espacial Europeia o flagrante também foi feito pelo Satélite Landsat 8, da agência espacial americana (NASA). A camada de neve alcançou 30 a 40 centímetros, especialmente nas montanhas mais baixas da Cordilheira de Atlas, noroeste da África.

O fenômeno atiça a questão do Aquecimento Global.

A ESA anunciou o evento com um vídeo. Acompanhe:

Pesquisa brasileira: cobra cega pode ser usada para curar cirrose

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O fígado é um dos órgãos mais formidáveis do corpo humano. Dentre as suas funções estão: a) produção da bile; b) síntese do colesterol; c) armazenamento e liberação da glicose; d) desintoxicação do organismo; e) transformação de amônia em ureia; f) processamento de drogas e hormônios; g) metabolismo das proteínas; h) destruição das células sanguíneas desgastadas e bactérias; dentre outras. Diante da sua importância podemos afirmar que as doenças que o acometem podem comprometer fortemente o corpo humano.

A cirrose hepática é uma doença fatal para quem é acometido. A cirrose é fruto de um conjunto de lesões causadas no fígado, ou decorrentes de alcoolismo crônico ou com outras causas como hepatite ou intoxicações causadas por drogas ao fígado. Na tentativa de se recuperar, o fígado passa por um mecanismo de autorreparação, com uma superprodução de colágeno (fibrogênese). Este processo de cicatrização, de modo intenso, promove a falência do fígado, provocando a morte.

Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Instituto Butantan, envolvendo pesquisadores da Universidade de Surrey, no Reino Unido, concluiu que células especiais do fígado de cobras-cegas (Siphonops annulatus) chamadas de Melanomacrófagos são responsáveis por digerir colágeno. Testadas em ratos, que possuem o fígado com as mesmas características do fígado humano, as células agiram destruindo os excedentes de colágeno, causa primária da desativação do fígado por ação contínua da “cicatrização” causando a temida degradação hepática.

Os testes ainda estão no início, mas os cientistas veem como muito promissores os resultados. Atualmente a única estratégia para resolver o problema da cirrose hepática é o transplante de fígado.

Até a próxima.

O futuro chegou!

A ciência já avançou bastante no campo da tecnologia produzindo aparelhos, geralmente computadores especiais, com programação específica que permitem a vivência da chamada realidade virtual. É comum vermos crianças e adultos com óculos especiais e fones de ouvido experimentando enganar o cérebro com a vivência da realidade virtual.

Nos ambientes virtuais é possível mergulhar no fundo do mar, sem molhar, ou visitar outros planetas sem o inconveniente de ter que sair da Terra. Aqui no Piauí, especialmente no Instituto Federal já existem pesquisas utilizando a realidade virtual para o tratamento de fobias, em uma experiência considerada bem promissora.

Mas os aficionados em realidade virtual se frustram quando vão tentar interagir com o ambiente virtual. O que a computação gráfica e os efeitos sonoros não conseguiram ainda suprir foram formas de interação com o mundo virtual.

Parece que isso é coisa do passado. Está em fase testes o e-skin. Na verdade trata-se de uma espécie de pele eletrônica com cerca de 3,5 micrômetros de espessura (1 micrômetro é dez mil vezes menor do que um centímetro).

Veja o vídeo com o experimento (legendas em inglês):

Parece que definitivamente o futuro chegou...

Até o próximo post.

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