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Com decisão judicial, 512 presos passaram a cumprir pena domiciliar devido pandemia

Foto:arquivo/tvcidadeverde

Até o momento, 512 detentos do sistema prisional foram beneficiados com a prisão domiciliar após determinação da Vara de Execuções Penais de Teresina. A decisão vale até o dia 31 de maio e tem como objetivo evitar a propagação do coronavírus dentro das penitenciárias.

Os presos beneficiados cumprem pena em regime semiaberto. A maioria dos 512 são da Colônia Agrícola Major Cesar Oliveira.  Dos 512, 21 são detentas da Penitenciária Feminina de Teresina.

Essa medida também atendeu presos da Unidade de Apoio ao Semiaberto, Penitenciária José Ribamar Leite, Penitenciária Irmão Guido e Unidade de Apoio Prisional. 

Os presos beneficiados deverão retornar aos estabelecimentos prisionais onde cumpriam pena no dia 1º de junho de 2020, impreterivelmente, sob pena de serem considerados foragidos, com suas devidas consequências.

Para ter direito ao benefício, os apenados não podem estar em prisão provisória por outro crime, ou regressão cautelar para o regime fechado e não possuir mandado de prisão em aberto, nas condições registradas no Termo de Ciência e Compromisso de Prisão Domiciliar Excepcional e Temporária.

"Os apenados beneficiados com a prisão domiciliar excepcional e temporária, na forma desta Portaria, que não tenham autorização para o trabalho externo, deverão ficar recolhidos em sua residência durante todo o dia, até 31 de maio deste ano, não podendo sair da residência, sem autorização judicial, salvo para atendimento médico urgente", diz a portaria. Já os presos que possuem autorização para o trabalho externo poderão sair de suas residências para o trabalho, caso mantido, apenas no horário de expediente.

Em nota, após divulgação da portaria, a Secretaria de Estado da Justiça informou que iria "cumprir a decisão do Juiz da Vara de Execuções Penais de Teresina, José Vidal de Freitas Filho, de liberar os presos do regime semiaberto com processo de execução penal na Vara da Capital, para cumprirem suas penas em prisão domiciliar". 

A Sejus acrescentou "que a sua Diretoria de Administração Penitenciária (Duap) cumprirá a medida, gradativamente, dentro do prazo de 10 dias, estabelecido pelo titular da Vara de Execuções Penais de Teresina". 
 

Carlienne Carpaso
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Desenhista Daniel Azulay morre com coronavírus no Rio

Foto: Instagram @danielazulayoficial

O desenhista, pintor e cartunista Daniel Azulay, de 72 anos, morreu na tarde desta sexta-feira, 27, no Rio de Janeiro. Segundo divulgou seu perfil no Facebook, ele estava com leucemia e contraiu o coronavírus, que acabou causando a morte. Azulay estava internado havia duas semanas no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da Clínica São Vicente, na Gávea (zona sul do Rio).

"Com extremo pesar comunicamos que nosso querido Daniel Azulay faleceu hoje à tarde no Rio de Janeiro. Ele estava tratando uma leucemia e contraiu coronavírus. Sua alegria continuará em todos nossos corações para sempre. Faremos rezas virtuais para ele nos próximos dias em virtude do isolamento. Daniel, Te amamos!", diz o texto divulgado pelo Facebook.

Azulay criou a Turma do Lambe-Lambe, lançada como tirinha no jornal "Correio da Manhã". Além de artista plástico, Azulay foi empresário, apresentador e compositor. Durante mais de 15 anos apresentou "Turma do Lambe-Lambe", programa de TV educativo para o público infantil, transmitido pela extinta TVE e pela TV Bandeirantes.

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Fonte: Estadão Conteúdo

Neymar promove campanha de doação em favelas no Brasil contra o coronavírus

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Neymar, atacante do Paris Saint-Germain, se juntou a outras celebridades em uma campanha contra o coronavírus. O astro brasileiro vai doar cestas básicas e produtos de higiene para famílias que moram nas favelas de São Paulo, uma das áreas mais vulneráveis durante a pandemia de covid-19.

"A solidariedade deve ser mais contagiosa que o vírus", disse Neymar em sua conta suas redes sociais. Além dele, o surfista Gabriel Medina, o jogador de vôlei Bruninho, Luciano Huck, Thiaguinho e Rafael Zulu fazem parte da campanha.

Várias associações se organizaram para criar a iniciativa "UniaoSP" com o objetivo de prevenir "uma crise humanitária nas comunidades mais vulneráveis do estado de São Paulo como consequência da expansão do coronavírus". São Paulo é a região mais atingida no Brasil, com 68 dos 92 mortos no País por covid-19 e 1.223 dos quase 3.500 que testaram positivo para o vírus em apenas um mês, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira.

"Mais do que nunca precisamos se preocupar com todos", disse o surfista Gabriel Medina no Instagram. "Que as pessoas pensem mais nos outros em um momento de tanta angústia, incerteza e sofrimento. Nós não estamos capturando estamos doando nossos próprios recursos e mobilizando amigos e família ", comentou o apresentador Huck.

As favelas brasileiras se tornaram uma das mais vulnerável ao coronavírus devido à alta densidade populacional e à falta de infraestrutura nas comunidades. Algumas sequer têm água corrente Além disso, uma parte significativa de sua população trabalha no mercado informal, seriamente afetado por quarentenas decretadas em alguns estados do Brasil para tentar conter a disseminação do coronavírus.

Fonte: Estadão Conteúdo

Em carta, governadores do Nordeste pedem respeito a Bolsonaro e mantêm isolamento social

Foto: Divulgação CCOM


Os governadores do Nordeste se reuniram em videoconferência para deliberar sobre as estratégias de saúde adotadas até o momento, por causa da pandemia de Covid-19. Os chefes de estado assinaram uma carta pelo Consórcio do Nordeste que mantem o isolamento social como medida de conter o vírus e pediram respeito do presidente da República, Jair Bolsonaro. 

Em um dos pontos, os governantes manifestam o compromisso de pautar as decisões que legislam sobre as medidas sanitárias devidas, para combater o avanço da doença, nos pareceres técnicos da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Com bom senso e equilíbrio, vamos continuar orientados pela ciência e pela experiência mundial, para nortear todas as medidas diariamente avaliadas, nesta guerra travada contra o Coronavírus. Reiteramos que parâmetros científicos indicam as ações preventivas e protetivas, de intensidade gradual e estágios progressivos ou regressivos, adequando-as sempre à realidade de cada região de nossos Estados”, destaca um dos pontos do documento.

De acordo com o governador Wellington Dias, o encontro também marcou a criação de uma câmara técnica que norteará as decisões unificadas das unidades da federação que compõem a região. “O Nordeste permanece unido na luta contra o Coronavírus. Nós acertamos que vamos manter os procedimentos sempre pela orientação técnica. É claro, sempre com a sensibilidade de analisar a situação do Brasil, do Nordeste e de cada um dos estados”, lembra Dias.

Na carta, os governadores manifestam sua profunda indignação com a postura do Governo Federal, que contraria as orientações da OMS, e exigem respeito, esperando que cessem, imediatamente, as agressões contra os governadores, assumidas pelo Governo Federal.

“Exigimos respeito por parte da Presidência da República, esperando que cessem, imediatamente, as agressões contra os governadores, assumindo-se um posicionamento institucional, com seriedade, sobre medidas preventivas. A omissão em padronizar normas nacionais e a insistência em provocar conflitos impedem a unidade em favor da saúde pública. Assim agindo, expõe-se a vida da população, além de assumir graves riscos no tocante à responsabilidade política, administrativa e jurídica”, afirma um dos itens da Carta. 

O documento é assinado por todos os nove governadores da região que compõem o Consórcio do Nordeste.

Veja Carta na íntegra


Caroline Oliveira
Com informações do Governo do Estado
[email protected]

Sem apresentar provas, Bolsonaro diz desconfiar do número de vítimas do coronavírus em SP

Foto: Alan Santos/PR

Em meio a um embate com o governador João Doria (PSDB), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na tarde desta sexta-feira (27) que não acredita nos números de casos de coronavírus no estado de São Paulo. Para ele, os números podem estar superdimensionados.

O número de óbitos relacionados ao novo coronavírus no estado de São Paulo cresceu 209% em cinco dias, segundo balanço da Secretaria da Saúde divulgados nesta sexta-feira. No último domingo (22), o estado registrava 22 mortes, contra 68 agora.

"Está muito grande para São Paulo. Tem que ver o que está acontecendo aí. Não pode ser um jogo de números para favorecer interesse político", disse o presidente em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes. O jornalista insistiu no questionamento, indagando se ele não acreditava nos dados de São Paulo. "Não estou acreditando nesse número", afirmou Bolsonaro.

Antes, sem querer confirmar que estava falando de São Paulo, acusou que está havendo uma fraude.

"Sem querer polemizar com ninguém, tem um estado aí que orientou por decreto que, em última análise, se não tiver uma causa concreta do óbito, bota lá coronavírus para colar", afirmou.

"Procura saber, por estado, quantos morreram por H1N1 até o momento. Não é que eu queria que tenha morrido. Ano passado foram 700 pessoas mais ou menos. Vai ter que ter alguém que morreu este ano disso aí. Se for todo mundo com coronavírus, é sinal de que o estado está fraudando a causa mortis daquela pessoa, querendo fazer uso político de números. Isso a gente não pode admitir".

"Vamos enfrentar o vírus. Vai chegar, vai passar. Infelizmente, algumas mortes terão, paciência, acontece, e vamos tocar o barco", afirmou.

"Porque as consequências, depois, dessas medidas equivocadas [decretos dos estados e municípios fechando o comércio], vão ser muito mais danosas do que o próprio vírus. Não podemos ter um remédio que final das contas a dose vai ser tão grande que o número de problemas vai ser muito maior que o vírus em si. É questão de bom senso", acrescentou.

Ao chegar no Palácio da Alvorada no fim da tarde desta sexta, Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre suas afirmações. Ele disse que está analisando o decreto de São Paulo sobre o tema. "Pelo o que parece sempre que possível bota um Covid-19 ali [na causa mortis]. Agora o número de mortes em São Paulo é muito maior do que no Rio de Janeiro. É um número de 60 mais ou menos [são 68], que fica difícil para estatística. Espero que pare por aí".

O presidente foi perguntado uma primeira vez o que Doria ganharia ao inflar números de mortes no estado.

"Por favor. Não quero fazer... não vai levar para fofoca aqui. João Doria faça a sua parte lá e eu faço a minha aqui", respondeu.

Em seguida, Bolsonaro foi questionado por provas que embasassem sua acusação.

"Ô cara, você vê números, cara. Não vou mais responder a você", reagiu o mandatário, dirigindo-se ao repórter.

À TV Bandeirantes o presidente pôs em dúvida ainda os números de casos na Itália, país que registrou nesta sexta 919 novas mortes provocadas pelo novo coronavírus, o maior número diário desde que a pandemia atingiu o país, no começo deste ano. O recorde anterior havia sido registrado em 21 de março, quando 793 pessoas morreram.

"O vírus evolui. Nós temos informações do mundo todo de como as pessoas estão sendo tratadas. Inclusive, certos mitos estamos desfazendo, como a questão das mortes na Itália. A maioria das mortes não tem nada a ver com o coronavírus, nada a ver. São pessoas que estavam em uma região fria e todos com uma média de idade de 80 anos", disse Bolsonaro.

Ele afirmou que terá uma reunião com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, neste sábado (28), no Palácio da Alvorada, para dar um "pequeno redirecionamento do que está sendo feito até agora".

Bolsonaro disse que, entre as mudanças que serão discutidas, está uma possível adoção do isolamento vertical, aquele em que apenas integrantes do grupo de risco ficariam isoladas. Ele disse que há também a ideia de contratar hotéis para acolhimento de idosos infectados e outros para não infectados.

"Para nós, aqui no Brasil, pode ser que não seja tudo isso que aconteceu em alguns países", afirmou o presidente.

Bolsonaro disse que o país tem que voltar à normalidade "imediatamente" e voltou chamar a Covid-19 de "gripezinha".

Ele também voltou a estimular as pessoas a voltarem ao trabalho e indagou se "vamos quebrar o Brasil por causa do vírus".

"O Brasil tem que trabalhar. O maior remédio para qualquer doença é o trabalho. Temos que trabalhar", disse Jair Bolsonaro. "Estamos tomando providências para que quem tem emprego vá trabalhar. Porque depois que perder, vai levar anos para conseguir de volta, e as consequências são enormes."

Sobre projeções de mortes no Brasil feitas por pesquisadores estrangeiros, Bolsonaro disse que, para ele, trata-se de "chute" e que "deve ter algum interesse econômico".

O presidente também foi questionado sobre os resultados de seus testes de coronavírus. Bolsonaro disse que ambos tiveram resultado negativo, mas nunca apresentou o comprovante do laboratório.

Bolsonaro afirmou que, por precaução, seus exames são feitos com o nome dele em código. "Se mostrar os códigos vão falar que é mentira", disse o presidente.

Indagado sobre o trabalho de Mandetta, que somente nesta semana modulou seu discurso para se aproximar ao de Bolsonaro, o presidente fez elogios, mas disse que nenhum de seus ministros tem "total liberdade" e insistiu na intenção de mudar a estratégia de isolamento no país.

"Aqui não sou eu isolado e cada ministro faz o que der na cabeça", afirmou. "Tenho o poder de interferir e vou continuar interferindo, sem problema nenhum", disse.

"Tem um comandante no navio. Não é cada um remando para um lado de acordo com seu interesse", afirmou Bolsonaro.

Em outro momento da entrevista, Datena perguntou se Bolsonaro seria capaz de dar um golpe. "Quem quer dar o golpe jamais vai falar que vai dar", respondeu o presidente, ao negar qualquer tipo de iniciativa nesse sentido.

Ele também comentou seu relacionamento com o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) que, na quarta-feira (25), disse que o posicionamento do governo é único para o combate do novo coronavírus e defendeu o isolamento e distanciamento social.

Sobre o pronunciamento de Bolsonaro em rede nacional, na terça (24), Mourão disse que talvez ele não tenha se expressado da melhor forma.

"Ele é mais tosco do que eu. É muito mais tosco do que eu", afirmou Boslonaro, acrescentando que seu vice é "pau para toda obra" e que é "o único que não é demissível".

Fonte: Folhapress

Médicos relatam medo e angústia com avanço da pandemia de Covid-19

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

A médica mineira Júlia Rocha, 36, completou na manhã desta sexta (27) o seu quinto plantão de 12 horas em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Belo Horizonte (MG). Ela diz que toda a equipe está no limite. "Num plantão normal, a gente já não almoça. Mas agora está num ritmo absurdo tão grande que a gente está deixando de tomar água para não precisar parar e ir ao banheiro."

Sua maior angústia é pensar na possibilidade de muita gente jovem e idosa morrer de Covid-19 por causa da sobrecarga e da falta de recursos dos serviços de saúde. "Não vai ter respirador, não vai ter oxigênio, não vai ter medicação. E não vai ter corpo clínico ou de enfermagem para atender todo mundo. O número de médicos, de enfermeiros, está longe de ser o ideal para o que nos avizinha."

Ao mesmo tempo, tem se assustado com o número de jovens que têm chegado com quadros de insuficiência respiratória.

"São pacientes jovens que tiveram que manter a rotina de trabalho mesmo com sintomas clássicos da Covid-19. Há também pessoas com comorbidades [outras doenças associadas] que chegam instáveis dos seus processos de doença antigos", diz a médica de família.

Em São Paulo, a médica Jéssica Leão, 29, que atende em uma UBS e em um hospital municipal, conta que tanto os profissionais de saúde quanto pacientes estão à flor da pele.

"O clima está o mais tenso possível, de pânico mesmo. As pessoas estão discutindo, estão brigando. Quase todo dia tem guarda municipal ou polícia na UBS. Nesta semana, atendi seis pessoas com transtorno de ansiedade muito importante. Estamos vivendo também uma pandemia de saúde mental."

Segundo ela, muitos profissionais de saúde estão com medo de se contaminar e levar coronavírus para casa. Leão também se queixa da falta equipamentos de proteção individual (EPIs).

"Todos os meus colegas daqui e de outras regiões do país estão sofrendo com falta de máscaras, óculos, luvas, capotes descartáveis. A gente se expõe muito por conta disso. Eu mesmo estou usando máscaras que o meu marido arrumou para mim de outro hospital em que ele trabalha."

O médico Luis Vilela, 35, trabalha numa UBS em Apucarana e numa UPA de Londrina, ambas no Paraná. Nos dois serviços ele tem atendido pessoas com síndrome respiratória e vivido situações de muito estresse.

"Os funcionários estão com muito medo. Teve um dia que uma técnica de enfermagem me disse: 'Tem que pegar a veia mesmo? Não dá para dar dipirona via oral?'. Eu disse que não, o paciente estava muito desidratado'. Ela me olhou torto. As pessoas estão com receio do toque, do cuidar."

A preocupação de contágio não é só com a falta dos equipamentos. Júlia Rocha conta que após atender um paciente suspeito é preciso desinfetar todo o consultório.

"Estetoscópio, aparelho de pressão, termômetro, a maca em que o paciente sentou, o teclado e o mouse que a gente pegou, a impressora, enfim, tudo. Teoricamente, teria que ficar um tempo sem atender naquele local, mas não há consultório suficiente."

Os locais previstos para isolamento dos pacientes suspeitos também já não são mais suficientes. "O meu medo é que a gente não dê mais conta. Isso não está longe de acontecer, especialmente agora com essa mensagem para as pessoas voltarem às suas rotinas. A gente vai ter que negar atendimento para poder atender os casos mais graves."

O atendimento seria negado nos casos que não são considerados urgente mas que causam grande sofrimento ao paciente, como uma cólica renal.

"Se não tem critério de gravidade, mesmo que o paciente esteja urrando de dor na nossa frente, vamos ter que negar atendimento porque estaremos com outro paciente grave precisando de um respirador. Isso me angustia muito. Do começo da semana para cá, eu sou uma outra pessoa, mas estou encarando tudo isso como uma missão de vida."

Júlia Rocha diz que, se fosse pensar só nela e em seus familiares, já teria desistido. "Minha vontade é de esperar 14 dias e reencontrar a minha família. Mas eu sei que eu não posso fazer isso. Faz uma semana que eu não vejo a minha filha e o meu marido, que estão na casa da minha mãe. Não quero fazer drama. Esse é um processo que precisa ser vivido."

Luis Vilela também se sente triste com a mudança da rotina. "Minha mulher, meu dois filhos pequenos, o cachorro, o gato, todos vinham me receber na porta quando eu chegava do trabalho. Agora eu tenho que afastá-los. Tiro a roupa logo que chego, vou direto para o banheiro. Só depois me permito dar um beijinho na cabeça das crianças e afagar os meus bichinhos. E vou vivendo a vida", diz ele, com a voz embargada.

INICIATIVAS DÃO SUPORTE EMOCIONAL

Há várias iniciativas em curso para dar suporte emocional a distância aos profissionais de funcionários da saúde durante a pandemia de coronavírus. Crises de ansiedade, ataques de pânico, luto e síndrome de burnout são os diagnósticos mais frequentes, segundo a psicóloga Christiane Valle, coordenadora de telepsicologia na empresa Conexa.

Valle diz que a maior aflição de todos é saber que, ao atender os pacientes, estão colocando suas vidas e as de seus familiares em risco.

"A maior parte das empresas colocou seus funcionários em home office, mas para os profissionais de saúde essa possibilidade não existe. Eles estão à frente da batalha, atendendo os pacientes nos hospitais, coletando exames domiciliares, cuidando de casos graves e correndo riscos."

A psicóloga afirma que, ao ver um paciente grave, muitos desses profissionais temem que o mesmo aconteça com algum familiar no futuro. "Isso assusta muito. Além disso, alguns profissionais de saúde, por medo de contágio, pediram afastamento por meio de atestado. A carga de trabalho aumentou ainda mais."

Técnicas de meditação mindfulness e relaxamento para conseguir aliviar sintomas podem ajudar nessas horas. "A proposta é conseguir chegar no que está por trás de tudo isso que é o medo da morte", diz ela.

Médicos de família e comunidade lançaram uma série chamada Atrás da Máscara dentro do blog Causos Clínicos com relatos de profissionais que estão na linha de frente da pandemia de Covid-19.

Uma outra iniciativa é o SOS Apoio Emocional São Paulo, uma linha aberta e gratuita de ajuda psicológica não só para os profissionais de saúde, mas para qualquer pessoa que se se sentir em risco e precisa de suporte emocional neste momento. O telefone é o (11) 98863-0550. O horário é das 9h à meia noite.

A Sociedade Brasileira de Balint também está oferecendo grupos de suporte emocional gratuitos a profissionais de saúde durante a pandemia. "A ideia é tentar amenizar a situação e enxergar outras formas de lidar com isso tudo", diz Jéssica leão, secretária da entidade.

Michael Balint foi um psicanalista húngaro, que criou grupos terapêuticos voltados a profissionais de saúde discussões sobre a relação médico-paciente e experiências na prática clínica.

Fonte: Folhapress

Piauí tem 9 casos do novo coronavírus e investiga pacientes de 70 municípios

Foto: CLAUDIO FURLAN/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO

O Piauí continua com 9 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, de acordo com boletim divulgado pela Secretaria da Saúde, no início da noite desta sexta-feira (27). O que cresceu foi o número de municípios com casos suspeitos - 70 no interior do estado. 

No boletim de quarta-feira (25), o número de municípios com casos suspeitos era 61. Até agora, nenhuma notificação do interior teve teste positivo para Covid-19 - todos os casos são da capital, Teresina. 

Até agora, foram 424 notificações, sendo 203 casos suspeitos e 212 descartados - desde quarta-feira (25), o número de testes que não confirmaram presença do novo coronavírus em pacientes no Piauí passou a ser maior que o de exames positivos.

 

 

Casos confirmados
Entre os casos confirmados no Piauí, estão o empresário João Claudino Júnior, internado desde segunda-feira (23) no hospital Unimed Primavera, zona Norte de Teresina, e o apresentador de TV Marcelo Magno, que teve alta do hospital Prontomed, nesta sexta-feira (27) - ele foi internado no dia 15 de março. 

Em investigação
A Sesapi confirmou que um médico plantonista do hospital de Barras, Norte do Piauí, foi afastado por suspeita de infecção pelo novo coronavírus e aguarda resultado de exame. Outras 8 pessoas que mantiveram contato com o profissional de saúde estão em isolamento domiciliar. 

Outro caso investigado é o do prefeito de São José do Divino, Antônio Nonato Lima Gomes, o Antonio Felícia (PT), que faleceu na madrugada desta sexta-feira. Toda a equipe da prefeitura entrou em quarentena até que o exame aponte a causa da morte.

Neste sábado (28), a Sesapi pretende anunciar o resultado do exame do prefeito e de todos os outros que faleceram com suspeita de Covid-19. 

Ações
A Secretaria da Saúde anunciou mais medidas para atender pacientes com Covid-19 caso o número de infectados cresça de forma mais rápida que o esperado. Entre elas está o uso do Hospital Universitário, com 21 leitos de enfermaria e 9 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e do ginásio Verdão, como hospital de campanha. 

Fábio Lima
[email protected]

Contas de luz terão bandeira verde em abril, sem cobrança extra, diz Aneel

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

As contas de luz terão bandeira verde em abril, sem taxa extra nas tarifas de energia, anunciou nesta sexta-feira, 27, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em março, também vigorou a bandeira verde.

De acordo com a Aneel, ao longo do mês, as chuvas contribuíram para recuperar os níveis dos principais reservatórios de hidrelétricas do Sistema Interligado Nacional (SIN). A previsão, segundo a agência, é que as condições hidrológicas se mantenham favoráveis em abril, ainda que seja um mês em que se inicia a transição entre o período úmido e o seco.

A Aneel informou ainda que a definição da bandeira considerou as medidas de combate ao avanço da pandemia do novo coronavírus em todo o País. "Além disso, foram consideradas novas previsões de consumo de energia, em face das medidas de combate à propagação da pandemia da Covid-19 no País, com indicativo de redução da carga de energia em abril e maio", diz a nota.

Essa perspectiva, de acordo com a Aneel, se refletiu na redução do preço da energia no mercado de curto prazo (PLD) e dos custos relacionados ao risco hidrológico (GSF). O PLD e o GSF são as duas variáveis que determinam a cor da bandeira a ser acionada.

No sistema de bandeiras tarifárias, em vigor desde 2015, a cor verde não tem cobrança de taxa extra, indicando condições favoráveis de geração de energia no País. Na bandeira amarela, a taxa extra é de R$ 1,343 a cada 100 kWh consumidos.

Já a bandeira vermelha pode ser acionada em um dos dois níveis cobrados, dependendo da quantidade de termelétricas acionadas. No primeiro nível, o adicional é de R$ 4,169 a cada 100 kWh. No segundo nível, a cobrança extra é de R$ 6,243 a cada 100 kWh.

As bandeiras tarifárias indicam o custo da energia gerada e possibilitam o uso consciente por parte dos consumidores. Antes do sistema, o custo da energia era repassado às tarifas no reajuste anual de cada empresa, com incidência da taxa básica de juros.

Fonte: Estadão Conteúdo

Trump: 'Acabei de assinar maior pacote de ajuda econômica da história americana'

Foto: Reprodução/ Instagram Dolnald Trump


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na tarde desta sexta-feira, 27, um pacote fiscal trilionário para tentar minimizar os impactos econômicos da pandemia de coronavírus no país, que já tem mais infectados do que a China. "Acabei de assinar o maior pacote de ajuda econômica da história americana - duas vezes maior do que qualquer lei de assistência já aprovada", escreveu Trump em sua conta oficial no Twitter.

Segundo o republicano, o pacote de US$ 2,2 trilhões fornecerá "alívio urgentemente necessário para as famílias, trabalhadores e empresas de nossa nação".

O pacote foi aprovado na Câmara dos Representantes horas antes e já havia passado pelo Senado americano, depois ter sido pivô de divergências entre republicanos e democratas que, por fim, chegaram a um acordo.

Fonte: Estadão Conteúdo

Governador decide instalar hospital de campanha no ginásio Verdão

Fotos: Jorge Henrique Bastos/CCom

O ginásio Verdão, no Centro de Teresina (PI), será preparado para virar hospital de campanha e receber pacientes infectados pelo novo coronavírus. 

Nesta sexta-feira (27), o governador Wellington Dias visitou o ginásio acompanhado do secretário da Saúde, Florentino Neto, do diretor do Hospital Getúlio Vargas, Gilberto Albuquerque, e outros gestores e autoridades que trabalham nas ações para conter a epidemia no Piauí. 

O uso do Verdão não passa somente pelo Governo do Estado. O ginásio hoje é administrado por uma empresa, através de parceria público-privada. As conversas com a concessionária começaram no início da semana. 

Wellington Dias informou que a administradora do Verdão entrou em contato com a empresa que tem cuidado da instalação de hospitais de campanha em outras praças esportivas, como no estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP), e no estádio Presidente Vargas, em Fortaleza (CE). 

O ginásio será usado para abrigar leitos clínicos ou de estabilização de pacientes, conforme for definido pela equipe técnica da Secretaria da Saúde. 

"O Verdão serve para a saúde na prática do esporte, e agora servindo para vencer o coronavírus, e se Deus quiser, vamos vencer", disse o governador.

Enquanto o Governo do Estado trabalha com o ginásio Verdão, a prefeitura de Teresina pode criar um outro hospital de campanha em espaço esportivo: o centro de treinamento de badminton da Universidade Federal do Piauí (UFPI). 

Fábio Lima
[email protected]

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