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Isolamento social precisa durar ao menos dois meses, dizem especialistas

Foto: Roberta Aline

Pelo menos 70% dos brasileiros precisam estar imunizados para que possamos começar a falar em fim da epidemia de covid-19 no País. Chegar a esse porcentual só será possível depois que a maioria da população tiver sido infectada e curada. A alternativa é ter uma vacina, que dificilmente chegará ao mercado antes do fim do ano.

Prever como ou quando atingiremos esse patamar é um exercício de futurologia. Não há precedentes na história recente da humanidade para a crise atual. Por isso, não se pode mirar eventos passados em busca de respostas. Alguns estudos, porém, tentam olhar para o futuro e apontar caminhos possíveis.

Uma unanimidade entre especialistas é a adoção do distanciamento social de forma prolongada para retardar o aumento de casos. "Não há ainda meios de avaliar se as medidas que estão sendo implementadas surtirão os efeitos necessários", afirma o especialista em modelagem epidemiológica da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Roberto Kraenkel. "Mas projeções feitas para outros países indicam a necessidade de lockdown (isolamento total das cidades, com manutenção apenas de serviços essenciais) por, ao menos, dois meses."

Estimativas feitas por especialistas da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) e da Fiocruz apontam que, até amanhã, o País deve registrar 6.375 casos - número que pode variar entre 3.555 (cenário otimista) e 11.548 (cenário pessimista). A expectativa é de que, na próxima semana, o total de casos comece a aumentar exponencialmente até que os efeitos das medidas de distanciamento social comecem a ser sentidos.

Caso medidas mais drásticas não sejam cumpridas - ou sejam suspensas, como sugeriu o presidente Jair Bolsonaro -, a epidemia no Brasil pode seguir o mesmo caminho trilhado pela infecção na Itália e na Espanha, que já somam 14,2 mil mortes. Nesses países, o número de casos cresceu mais rápido do que a capacidade do sistema de saúde de absorver pacientes.

A ideia de reduzir o impacto econômico das estratégias de mitigação e isolar só os mais vulneráveis (idosos e doentes crônicos, por exemplo), como propôs Bolsonaro, foi aventada por outros líderes mundiais. A própria Itália contemplou a estratégia no início da epidemia. Rapidamente, diante da explosão de casos e mortes, mudou de ideia. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, também. O que fez o líder britânico recuar foi um estudo do Imperial College de Londres, de 16 de março. O trabalho projetou 250 mil mortes no país, se apenas medidas de isolamento mais brandas fossem adotadas.

Para o Brasil, os pesquisadores do Imperial College, liderados por Neil Fergunson, indicam que uma estratégia de isolamento social de manter só idosos em casa poderia levar à morte mais de 529 mil pessoas. O número é metade do que se projeta para um cenário em que nada fosse feito para conter o coronavírus (1,15 milhão de óbitos). Mas é bem mais alto do que a estimativa para um isolamento social rápido e amplo. Mesmo com essa restrição drástica, haveria ao menos 44 mil mortes.

"Se medidas de isolamento e contenção propostas pelos Estados forem respeitadas, podemos considerar um crescimento similar ao da França (o país confirmou o 1.º caso em janeiro. Hoje, tem 33,54 mil pacientes e 1,9 mil mortes)", afirmou Silvio Hamacher, da PUC-RJ, integrante do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois).

Segundo pesquisadores do Imperial College, para surtir efeito sustentável, a estratégia teria de continuar por muitos meses. Idealmente, até o desenvolvimento da vacina ou a chamada imunização de rebanho, quando a maioria da população já foi contaminada. Pelos cálculos do grupo, até seria possível suspender o isolamento de tempos em tempos, mas muito brevemente, para não abrir caminho para novos surtos.

China. Com a pandemia ainda em curso, quem já passou pela fase aguda traz mais ensinamentos. Após cerca de três meses do início oficial da epidemia, só agora a China começa a reabrir a província de Hubei, onde fica Wuhan, mas a cidade que é epicentro do novo coronavírus ainda deve ficar fechada por mais duas semanas.

O biólogo Fernando Reinach, colunista do Estado, afirma que acompanhar os desdobramentos da reabertura de Wuhan será fundamental para entender como a epidemia vai se comportar. Para ele, por enquanto, o único caminho que parece seguro para evitar muitas mortes é mesmo conter a população. O outro caminho, diz, seria fazer como a Coreia do Sul, que está testando em massa a população e agindo rapidamente para conter quando há infectados e rastrear seus contatos, a fim de evitar a dispersão.

Fonte: Estadão Conteúdo

Família de Vanessa Carvalho diz que Pablo quer aproveitar pandemia para ganhar liberdade


Foto: Reprodução Facebook Vanessa Carvalho

O pedido de liberdade do Pablo Henrique Campos Santos assustou os familiares e amigos da estudante Vanessa Maria Chaves Carvalho. A defesa do acusado de matar a estudante pediu liberdade provisária devido a pandemia do Coronavírus.  Pablo aguarda preso no sistema prisional. 

Vanessa estava na companhia da amiga Anuxa Kelly Leite de Alencar, na época namorada de Pablo, quando ele jogou o carro contra as duas em uma calçada, após os três deixarem uma festa de casamento na zona Leste de Teresina no dia 29 de setembro de 2019. Anuxa ficou ferida. 

"Recebemos essa notícia há uns dois dias. Ele representa um risco para a minha família, para a sociedade já que tem outros crimes. Estamos aguardando a decisão da justiça. Espero que ele não fique solto. Ele quer se aproveitar da pandemia do coronavirus para ganhar liberdade", disse Edson Carvalho, irmão de Vanessa ao Cidadeverde.com nesta sexta-feira (27).

No pedido, segundo o irmão, consta que Pablo seria diabético. "Não tenho conhecimento disso. Uma pessoa que é diabética tenta se cuidar e ele vivia bebendo, nao tinha controle nenhuma dessa doença, se realmente tivesse, entao hoje quer se aproveitar da pandemia. Receio que se ele fique em liberdade fuga do estado". 

Essa não é a primeira vez que a defesa de Pablo pede pela liberdade provisória do cliente. 

A petição é do dia 24 de março. O advogado de defesa de Pablo, Eduardo Faustino, alega que por ser portado de diabetes, sua permanência no sistema prisional constitui risco iminente de vida, diante do quadro de calamidade pública por causa da Covid-19, segundo recomendação do Conselho Nacional de Justiça, do dia 17 de março. Faustino também alega o excesso de prazo, já que Pablo está preso desde o dia do crime. 

“A liberdade do acusado se impõe como medida de humanidade. Não é objetivo do processo penal o padecimento do acusado. Ao tempo em que o processo se presta a aplicação dos pleitos do Estado-Acusação, se presta também a preservação dos direitos individuais do processado. Assim, vem requerer se digne Vossa Excelência em conceder liberdade provisória ao Requerente, nos termos do art. 316, CPP, fazendo expedir alvará de soltura útil à concessão da liberdade  do Requerente, por ser medida de lídima e cristalina justiça”, argumenta o advogado na petição.

A advogada da família da Vanessa, Lina Brandão, comentou sobre o pedido e espera que o juiz da 1ª Vara Popular do Tribunal Júri, Antônio Nolleto leve em consideração os outros crimes supostamente cometidos pelo acusado e a segurança das vítimas que sobreviveram. 

“É um direito do Pablo requerer a qualquer momento do processo a sua liberdade provisória. Acredito que o Dr. Nollêto sabiamente irá colocar na balança outras questões também que envolve o processo, como a vítima Anuxa que está abalada psicologicamente, com medo do Pablo vir a ficar solto. Existem outros quesitos que devem ser colocados na balança pelo magistrado, como crimes de trânsito, violência doméstica e familiar contra uma ex-companheira que ele subjulgou. Então ele deve pesar se é melhor soltar ou manter preso. Mas, acreditamos como assistente de acusação que ele deva sim permanecer preso, porque não abala só a família, mas toda a sociedade e nos traz insegurança jurídica”, destaca Lina Brandão.  

Pablo e Anuxa (Foto: arquivo pessoal)
 

Carlienne Carpaso e Caroline Oliveira
[email protected] 

Prefeito morto por Covid-19 no Piauí era caseiro e leiteiro famoso

Foto: Ascom/Prefeitura


Primeira vítima por Covid-19 no estado do Piauí, Antônio Felícia, 57, era figura conhecida onde morava. Maior produtor de leite da região, o prefeito de São José do Divino não gostava de sair da cidade. O que não o impediu de contrair o novo coronavírus de uma pessoa que mora em Parnaíba, a cerca de 140 km de distância.

O prefeito se reuniu com a contaminada em duas oportunidades no mês de março, sendo uma delas em Parnaíba e outra em Teresina, mais distante ainda, a 230 km. No trajeto, teve como companhia apenas seu motorista pessoal. Uma das pessoas que agora vai ficar em observação e quarentena nos próximos dias em São José do Divino.

Antônio Felícia tinha histórico de diabetes, fato que o colocava no grupo de risco para a Covid-19. Quando sentiu os sintomas, há três dias, ele procurou ajuda do prefeito e médico Raimundo Alves, da cidade vizinha de Piracuruca, a 18 quilômetros de distância. Com uma piora brusca e repentina no quadro, deu entrada no hospital com falta de ar intensa. Era tarde.

"Ele sentiu os sintomas na quarta (25), achou que era uma 'gripezinha', como diz o presidente [Jair Bolsonaro], mas no começo da noite foi ligeiro, o ataque é muito rápido. Ele tinha diabetes, então é muito rápido. Se não tiver nas proximidades a condição de atendimento, não salva vidas", disse à reportagem o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).

Amigo pessoal do prefeito há 20 anos, o governador contou que o prefeito gostava de ficar em São José do Divino e dedicava-se à sua fazenda, sem ter muito o hábito de sair da região.

"Ele era um cara muito simples e tímido, mas bastante alegre e reconhecido. Era muito dedicado à comunidade dele. Também não era de viajar, ficava na região dele. Ia a Teresina para alguma atividade específica e voltava no mesmo dia", contou o governador.

Nos últimos anos, Antônio Felícia vinha trabalhando com um objetivo de transformar seu negócio na primeira indústria de leite em pó do Piauí, trabalhando com achocolatado e outras misturas e derivados. Era seu próximo projeto pessoal, agora interrompido pelo novo coronavírus.

O Piauí vem mapeando os casos de Covid-19 no estado - 11 confirmados até o momento -, e quem transmitiu a doença para o prefeito contraiu a Covid-19 possivelmente em Limoeiro do Norte, no Ceará, uma cidade com casos suspeitos, segundo o governo do Piauí.

Wellington Dias contou que o estado está em alerta com o novo coronavírus desde o fim de janeiro, e vinha fazendo o monitoramento de entradas de pessoas que chegavam de locais afetados pela doença. Porém, uma falha no aeroporto de Teresina permitiu que quatro pessoas infectadas, provenientes de China, Rio e São Paulo, chegassem ao estado.

"Por esses quatro casos, nós chegamos aos primeiros oito casos do estado, e em seguida a esse caso de Parnaíba. Desde o começo, a primeira coisa que fazemos é verificar se a pessoa foi confirmada. Então, fazemos um mapa de toda a relação daquela pessoa e verificamos depois com quem esteve", disse o governador Wellington Dias.

Primeira vítima por Covid-19 no Piauí, Antônio Felício vinha defendendo medidas de isolamento social no município de São José do Divino desde o dia 16 de março, quando suspendeu as aulas na rede municipal, seguindo o exemplo do governo do estado.

Três dias depois, adiou os jogos alusivos à comemoração do 28º aniversário de emancipação política de São José do Divino. No dia 23, suspendeu eventos esportivos, artísticos, culturais, políticos, científicos, comerciais, religiosos e outros que pudessem trazer aglomeração.

O prefeito era natural de Piracuruca, onde passou a infância e adolescência. Ele deixou a cidade aos 20 anos de idade, quando foi ser auxiliar de serviços gerais na Companhia do Vale do Rio Doce, em Serra dos Carajás, no Pará.

Após 12 anos como auxiliar, foi promovido a operador de máquinas. Nesse meio tempo, concluiu o ensino fundamental e médio dentro da própria empresa. Morou por 12 anos em Araguaína, no Tocantins, quando trabalhou com autopeças de motos.

Em 2005, começou a atuar como agropecuarista e teve maior sucesso, virando anos depois o maior produtor de leite de São José do Divino, com uma produção diária de 1,5 mil quilos ao dia, segundo a prefeitura.

Foi prefeito da cidade pela primeira vez no período 2009-2012, quando era filiado ao PTB. Na eleição de 2016, já no PT, voltou a concorrer e somou 2.573 votos, de um universo de 3.861 votos válidos na cidade com cerca de 5 mil habitantes. Mas a Covid-19 interrompeu o mandato - e a vida - de Antônio Felício.


Fonte: Folhapress

Após morte de prefeito por Covid-19, município proíbe circulação de pessoas em vias públicas

O prefeito em exercício de São José do Divino, Francisco de Assis Carvalho, decretou, na noite desse sábado (28), a proibição da circulação de pessoas em vias públicas da cidade, a partir das 19h.

No decreto, também é suspenso o funcionamento de todos estabelecimentos comerciais da cidade. As medidas são adotadas após o prefeito do município, Antônio Felícia (PT), morrer com COVID-19. Foi a primeira morte causada por coronavírus no Piauí.

Para evitar contágio do coronavírus na cidade, só poderá transitar em via pública após as 19h, quem tenha necessidade imediata de deslocamento, como ida ou retorno ao trabalho, serviço médico comprovado, compra de produtos essenciais e abastecimento de veículos. O funcionamento de áreas públicas como praças e locais de recreação e prática esportiva também está proibido. As mudanças serão divulgadas por meio de carro de som na cidade.

Foto: Ascom/Prefeitura

Também foram instituídas, por meio do decreto, barreiras sanitárias para monitoramento de todos veículos que entrem em São José do Divino. “Haverá fiscalização e monitoramento do fluxo de pessoas nas ruas e logradouros públicos, para fins de inspeção sanitária e eventual detecção de pessoas com sintomas conhecidos da COVID-19”, diz o decreto.

A entrada e saída de vans de turismo também estão suspensas em São José do Divino. O prefeito em exercício decidiu, ainda, prorrogar, por tempo indeterminado, a antecipação das férias escolares. 

Clima  tenso
Com pouco mais de 5 mil habitantes, segundo o último censo do IBGE, a cidade de São José do Divino vive um clima de tensão após a morte do prefeito Antônio Felícia. Na manhã deste  domingo (29) o prefeito em exercício Francisco de Assis Carvalho disse ao Cidadeverde.com que “só assim as pessoas entenderam” o risco do novo coronavírus. Antes da publicação do decreto, parte da população já havia decidido se isolar.

“O clima não é muito favorável. As pessoas entenderam pela dor, não pelo amor. Está tudo mais isolado, as pessoas estão se mantendo em casa. Não achavam que era tão serio. O momento é dor, de comoção, de perda. As pessoas estão refletindo não por ter sido um político, pessoa pública, mas pela vida”, disse o prefeito em exercício.

Para o gestor, as medidas regulamentadas em decreto são necessárias e as orientações das autoridades em saúde serão seguidas “para que a batalha contra o coronavírus seja vencida”.

Amanhã, às 8h, Francisco de Assis Carvalho (PSDB), 39 anos, será empossado prefeito de São José do Divino.

Exceções
A suspensão determinada no decreto não se aplica aos seguintes estabelecimentos:

  • Mercados, supermercados, açougues, peixarias ,fruteiras  e centro de abastecimento de alimentos- 7h às 11h
  • Relacionados ao comércio, serviços de indústria na área de saúde
  • Farmácias e drogarias das 7h às 13h, a partir desse horário apenas emergência
  • Postos de combustíveis funcionarão de 7h às 13 h, com suspensão das lojas de conveniência
  • Distribuidoras de gás e água mineral de 7h às 11h
  • Padaria de 7h Às 11h
  • Bancos e loterias devem respeitar limite de acesso e distância de 2 metros entre as pessoas

Veja o decreto na íntegra

Izabella Pimentel
[email protected]

Imagem original de Nossa Senhora Aparecida é retirada para oração

Foto: Divulgação/ArquidiocesedeTeresina

Símbolo nacional da fé católica, a imagem original de Nossa Senhora Aparecida será usada para uma oração em meio a pandemia do novo coronavírus para todos os devotos da santa nesta segunda-feira (30).

A celebração religiosa será transmitida no programa "Mensagem de Fé", que vai ao ar às 11h30, na TV Aparecida nesta segunda.

Este será mais um dos raros momentos em que a imagem original da santa deixará o nicho de ouro do Santuário Nacional de Aparecida (180 km de SP) desde 1978, quando sofreu um atentado e foi quebrada em mais de 200 pedaços.

Quem conduzirá a cerimônia no programa será o padre Mauro Vilela, missionário redentorista. "O momento terá uma oração pedindo a proteção de Nossa Senhora Aparecida para o povo brasileiro", diz em nota o Santuário Nacional de Aparecida.

Fonte: Folhapress

Juíza proíbe que comércio de Parnaíba reabra e suspende decreto de Mão Santa

Juíza Anna Victoria Muylaert/ foto: Cidadesnanet

A juíza Anna Victoria Muylaert Saraiva Cavalcanti Dias, da 4ª Vara Cível de Parnaíba, determinou na noite deste sábado (28) que o decreto do prefeito Mão Santa (DEM) - de reabrir o comércio - seja suspenso por um período de 15 dias como medida para conter o novo coronavírus. 

Segundo a liminar, se a prefeitura desrespeitar a decisão terá que pagar uma multa diária de R$ 25 mil. A ação foi ajuizada pelo Ministério Público Estadual. 

Na última quinta-feira (26), o prefeito Mão Santa baixou decreto ordenando a reabertura dos estabelecimentos comerciais.

A magistrada determina ainda que a prefeitura estimule o isolamento social para evitar a transmissão da covid-19.

"A saúde como um direito de todos e um dever do Estado, a ser garantida mediante politicas sociais e econômicas que visem a redução de doenças e de outros agravos. Assim, confere o Legislador Constituinte ao Poder Executivo, a primazia na adoção de todas as medidas necessárias a proteção da saúde, através da conservação da vida humana", diz a sentença. 

O Ministério Público informou a magistrada que Parnaíba tem 18 casos suspeitos de coronavírus e que a reabertura do comércio agravaria o quadro da doença na cidade.

A juíza traz na liminar a orientação de isolamento social dada pela Sociedade Brasileira de Infectologista, das Sociedades Brasileiras de Pediatria (SBP) e a de Imunizações (SBIm).

De acordo com a juíza, a decisão do prefeito vai "na contramão" do decreto do governo do estado e diz que a reabertura do comércio contraria a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"O presente decreto vai contra todos dispositivos constitucionais e infraconstitucionais já elencados, além de contrariar a recomendação da Organização Mundial de Saúde, já seguida por diversos países ao redor do mundo,a qual pontua pela necessidade de isolamento social, como medida necessária a evitar a disseminação comunitária da COVID-19. Ademais, além da OMS, várias sociedades médicas brasileiras, autoridades em suas respectivas especialidades, apontam o distanciamento social, como ferramenta necessária para conter o avanço da doença", diz a liminar. 

A assessoria da prefeitura informou ao Cidadeverde.com que na noite deste sábado ainda não tinha sido notificada da decisão e que assim que receber irá cumprir e analisar as medidas cabíveis.   

 

Veja decisão na íntegra

 

Flash Yala Sena
[email protected]

Mandetta diz que quarentena total é desastre e critica carreatas

Foto: Erasmo Salomão/MS

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou neste sábado (28) que a quarentena vertical (restrita a grupos de risco) está, por ora, descartada como forma de enfrentar o novo coronavírus. Ele classificou como um desastre um cenário de lockdown para todo o país, a interdição total do sistema econômico e social.

Mandetta criticou indiretamente os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que foram às ruas em carreatas nos últimos dois dias após pronunciamento do mandatário em que reclamou de medidas restritivas e a divulgação de um vídeo, produzido pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), com o slogan "O Brasil não pode parar".

O próprio presidente e seus filhos postaram nas suas redes vídeos com imagens das manifestações ocorridas em estados como Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.

"Não é hora de fazer carreata", disse. "Ainda não dá para falar: liberar todo mundo para sair porque a gente não está conseguindo chegar com o equipamento just in time, como a gente precisa", afirmou o ministro.

"Se sair andando todo mundo de uma vez, vai faltar (atendimento) para rico e pobre", completou.

Em um discurso cheio de recados políticos para dentro e para fora do governo, Mandetta pediu calma e disse que não é correto comparar a atual pandemia do coronavírus com outras ocorridas no Brasil e no Mundo.

Na sexta (28), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cobrou do Ministério da Saúde uma mudança na orientação para que haja uma flexibilização nas medidas de isolamento vigentes.

O presidente afirmou que lamenta, mas "alguns vão morrer" da doença no Brasil, e que a atual pandemia não causou mais impacto que o H1N1 no país em 2009.
"As pessoas que estão morrendo de Covid-19 iam morrer também de H1N1", disse Bolsonaro, que tem minimizado a pandemia e a chamou de "gripezinha" e "resfriadinho".

Em menos de três meses, o novo coronavírus já registra um total de mortes superior aos óbitos da pandemia de H1N1 (Influenza A), ocorrida durante 16 meses nos anos de 2009 e 2010.

Pelos números da OMS (Organização Mundial da Saúde), foram mais de 20 mil casos de mortes pelo novo vírus, enquanto a antiga gripe matou um total de 18.449 durante o período de surto.

"Na H1N1, existia uma perspectiva de vacina porque era do grupo da influenza", explicou o ministro. "Não há receita de bolo. Quem racionar pensando que essa aqui foi assim, vai errar feio".

"Aqueles que fazem prognósticos positivos, de que não vai acontecer nada, são os que eu mais rezo para que estejam certos. Aqueles que fazem provisões catastróficas, de que o mundo vai acabar, são os que eu mais rezo para que estejam errados", completou.

O ministro também disse que o lockdown - como é chamado a interdição total do sistema econômico e social, adotado em países como a Itália – não deve ser aplicado no País.

Mandetta afirmou que o momento é de isolamento social, mas que os setores básicos de infraestrutura devem continuar operando.

"Nós atravessamos essa semana passada com praticamente metade das capitais brasileiras sem voo", afirmou o ministro sem citar diretamente o Rio e São Paulo que criaram restrições mais pesadas a circulação de pessoas e mercadorias.

Ele afirmou que a medida do isolamento vertical - que mantém em confinamento apenas grupos de riscos e aqueles maiores de 60 anos - não é indicada no momento.
"As crianças, muitas das vezes assintomáticas, vão voltar para casa e levar o vírus", disse.

O chefe do SUS (Sistema Único de Saúde) disse também que os mais jovens também estão suscetíveis à doença e devem se preservar. Disse que a cloroquina, medicamento em fase de testes para tratamento da Covid-19, "não é o remédio que veio para salvar a humanidade, ainda".

O ministro alegou que, depois de muito debate interno, os discursos dentro do governo foram alinhados.

Em reunião no Palácio da Alvorada na manhã deste sábado, integrantes do primeiro escalão pediram ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) um alinhamento de discurso sobre as ações governamentais contra o novo coronavírus.

Os ministros avaliaram com o presidente que não é hora de um novo pronunciamento e receberam a sinalização de que Bolsonaro não voltaria a falar em cadeia nacional de rádio e TV neste fim de semana, como estava sendo programado.

Fonte: Folhapress

Empresário de Parnaíba testa positivo para a Covid-19; sete estão internados no Natan Portella

Foto: Ascom/Site/FEPISERH

Um paciente de Parnaíba, litoral do Piauí, está internado no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella, em Teresina, com teste positivo para Covid-19. A informação foi confirmada pela unidade hospitalar, neste sábado (28). 

Em nota, o Natan Portella informou que o paciente "é procedente de Parnaíba" e foi internado após ser encaminhado pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Renascença, zona Sudeste da capital. Exame feito no Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (Lacen) foi positivo para o SARS-CoV-2, conhecido como novo coronavírus. 

O Cidadeverde.com apurou que o paciente é um empresário de Parnaíba. Dos que tiveram teste positivo para o novo coronavírus no Piauí, ele é o único que segue internado e veio de fora de Teresina. Os outros são da capital. 

O Natan Portella tem outros seis pacientes internados com Síndrome Respiratória Aguda Grave, aguardando resultado de exames para confirmar se estão com a Covid-19. 

Com 11 casos confirmados da doença, o Piauí registrou sua primeira morte provocada pelo novo coronavírus. O prefeito de São José do Divino, Antônio Nonato Lima Gomes, conhecido como Antônio Felicia (PT), faleceu na sexta-feira, mas o resultado dos testes para Covid-19 só saíram na manhã deste sábado

Fábio Lima
[email protected]

Há 12 dias em 'cativeiro', René Simões revela ter dado positivo para coronavírus

Foto: Reprodução/Instagram

O técnico Renê Simões revelou, neste sábado, que testou positivo para o novo coronavírus no dia 16 e, desde então, está em isolamento. O anúncio foi feito em seu Instagram.

"Fui ao hospital no dia 16 e me testaram. Por precaução, mesmo não sabendo o resultado, fiquei em isolamento no meu quarto. Não saí dele e tinha tudo separado para mim dentro de casa. Tudo era higienizado e ninguém entrava no quarto", revelou René, de 67 anos. "Somente hoje (sábado) recebi o resultado que foi positivo Como o vírus demora a se manifestar, mesmo tendo mais de quatorze dias seguirei na prevenção e só sairei no dia 30 do isolamento."

O treinador falou também dos sintomas da doença. "Somente no primeiro dia. Muita dor de cabeça, garganta começou a inflamar e uma febre baixa de 37,4 graus. Depois fiz tudo normalmente. Pensando em como daria a notícia, resolvi pegar a minha amada bola de futebol e fazer a comunicação juntos. Agradecendo a Deus por mais essa vitória. Fiquem bem e os em risco devem ser precavidos."

René tem uma longa carreira no futebol, com início em 1978. Entre várias equipes, o carioca dirigiu Portuguesa, Fluminense, Coritiba, Bahia e Botafogo, além de comandas as seleções da Jamaica e Costa Rica.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Dia 16 de março senti os sintomas do Covid-19. Fui ao hospital e me testaram. Por precaução, mesmo não sabendo o resultado, fiquei em isolamento no meu quarto. Não sai dele e tinha tudo separado para mim dentro de casa. Tudo era higienizado e ninguém entrava no quarto. Somente hoje recebi o resultado que foi positivo. Como o vírus demora a se manifestar, mesmo tendo mais de quatorze dias seguirei na prevenção e só sairei no dia 30 do isolamento. Somente no primeiro dia tive algum sintoma e depois fiz tudo normalmente. Pensando em como daria a notícia, resolvi pegar a minha amada bola de futebol e fazer a comunicação juntos. Agradecendo a Deus por mais essa vitória. Fiquem bem e os em risco devem ser precavidos.

Uma publicação compartilhada por René Simões (@renesimoesoficial) em

 

Fonte: Estadão Conteúdo

Agronegócio registra perdas e descartes de produtos por conta do coronavírus

Fotos: Facebook/Aprosoja Brasil

O impacto da pandemia do coronavírus já está sendo sentido pelos produtores agrícolas brasileiros. O fechamento do comércio nos grandes centros urbanos, associado à dificuldade de exportação de produtos por vias aéreas estão entre os fatores que mais têm impactado negativamente o setor do agronegócio, que já registra perdas na produção e descartes de produtos no campo.

É o que revela um balanço da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com dados dos impactos do coronavírus no agronegócio no período de 23 a 27 de março. Segundo o documento, exportadores de frutas relatam uma suspensão drástica das vendas por via aérea, já que as exportações eram feitas basicamente em porões de voos de passageiro, os quais estão praticamente indisponíveis no momento.

As frutas partiam de diversas regiões do País para destinos como União Europeia, Estados Unidos e Emirados Árabes. No Brasil, o fechamento de restaurantes, bares e feiras livres reduziu significativamente a demanda por hortaliças, resultando no descarte de produtos que tiveram baixo desempenho nas vendas nas Centrais de Abastecimento. Nos principais centros consumidores, o preço do tomate caiu em média 37% em relação à semana passada, que já havia sido de baixa, segundo a CNA.

Algumas commodities agrícolas, no entanto, como soja, milho e café registraram valorizações na semana, "influenciadas pela demanda aquecida, estoques baixos e manutenção do câmbio alto". Os preços do etanol se mantiveram estáveis, mas com tendência de baixa diante das perspectivas de queda no consumo e início da safra, destaca o boletim da CNA.

O documento da Confederação aponta que uma grande preocupação dos pecuaristas tem sido exatamente com os custos da ração, que já está 19% mais cara do que a média do mês de fevereiro. "Isso se deve às constantes valorizações do milho e da soja (componentes da ração) no mercado interno, influenciadas por demanda aquecida e valorização do dólar."

A entidade avalia que, até o momento, os problemas enfrentados por esses setores têm sido principalmente o fechamento de lojas e revendas que fazem reposição de peças e equipamentos para maquinários agrícolas e o escoamento da produção. "Iniciativas regionais de impedimento do fluxo de caminhões ocorreram, mas já foram solucionadas", pondera.

Já as indústrias lácteas anunciaram redução na coleta de leite, o que impactou, no campo, os produtores, que ficaram sem compradores. "Diferentemente, as grandes indústrias e cooperativas adotaram a estratégia de remanejar sua produção para UHT e leite em pó. Algumas indústrias do Rio Grande do Sul e Goiás que comercializam produtos lácteos para outros Estados apontaram dificuldades com o frete retorno", diz o boletim da CNA.

O setor de floricultura, que gera mais de 1 milhão de empregos diretos e indiretos no País, também foi fortemente prejudicado nas duas últimas semanas. Segundo a entidade, houve "redução drástica das compras desses produtos", o que teria resultado na perda, neste período, de R$ 297,7 milhões em faturamento para o segmento.

Fonte: Estadão Conteúdo

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