Por Herbert Medeiros
Os/as sujeitos LGBTQIA+ tem percursos de vidas assemelhados/as em muitos aspectos: opressão, discriminação, preconceito, violências institucionais e estruturais, intolerância no ambiente familiar. Mas as experiências, sabores e dissabores não se constituem somente a partir de um sopa de letrinhas como se imagina: há entre todos/as nós um modo de existência, viver, amar, odiar, sentir, se relacionar consigo e o mundo.
E quando se pensa em pessoas Assexuais, ninguém sabe, ninguém viu. Mas sim, eles/elas existem aos milhões e estão em qualquer espaço com sua subjetividade dinâmica e complexa: nas famílias, na escolas, empresas, esportes, nas artes. Em cada área onde estejam, contribuem de forma particular nas interações cotidianas, nos apontando múltiplos caminhos de ser/estar na vida.
Como toda a gente: Amam, se apaixonam (ou não), desejam, se sensibilizam, odeiam/perdoam, têm múltiplos interesses (e são interessantes), viajam, se relacionam, beijam, são românticos (ou não). As tentativas de pensamento enquadramento moralista sempre empobrecem nossas possibilidades de conhecer o/a outro/a em sua pluralidade. Rotulemos menos, convivamos mais com as diferenças.
E também é mister ressaltar, tal qual a qualquer sujeito vivente, são atravessados/as por indagacões/conflitos morais, espirituais, familiares, existenciais. E a melhor alternativa para ampliar nosso horizonte de amar aos que pensam/vivem em linha contrária ao nosso modo de existir seria exercitando o acolhimento e diálogo respeitoso.
A experiência amorosa e dos prazeres são usufruídas de diversas formas, atravessando diversas instancias da vida, sendo a vivência da sexualidade e da vida sexual expandida para além dos padrões rígidos codificados pela cultura e pelo social.
Os sujeitos Assexuais não são aquele ser exótico, diferentão. São pessoas prosaicas - e nada demais se quiserem ser diferentão também. Conviver com o semelhante é parte de nossa experiência comunitária de estar alinhado com iguais.
Mas estar aprisionado somente às bolhas do pensamento único atrofia a tolerância, o crescimento espiritual/existencial e a capacidade de abrir janelas de aprendizagem na convivência com os diferentes.
Por fim, a assexualidade está em nós amadas/os: temos momentos ou períodos da vida em que a experiência sexual - por razões diversas - está subtraída do cotidiano e a vida segue de boa. Casais também têm essa experiência, sem ser necessário atribuir a tal condição um rótulo classificatório como forma patologizar ou achar quem é caso clínico - vamos com calma nesse campo.
Cada SER traz em si unidade e pluralidade na suas andanças por essas trilhas do VIVER. TODAS FORMAS DE AMAR VALE AMAR