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Diversidade

Escritores piauiense lançam antologia “Nossas Famílias”

No dia 13 de março, domingo, às 17h no Teatro Torquato Neto (Rua Álvaro Mendes - Teresina), acontecerá o lançamento do livro “Nossas Famílias”, uma antologia escrita por autores piauienses e que tem como tema principal a questão do afeto, colocando em 117 páginas contos que vão apresentar, por meio da ficção, várias configurações familiares.

Os 18 contos que formam o livro mostram como a vida é plural e possui nuances que não podem ser limitadas em conceitos ultrapassados, as famílias vão além daqueles modelos de propagandas, além disso mostra como o amor supera qualquer regramento e os laços familiares ultrapassam a barreira do preconceito.

O livro foi organizado por Alisson Carvalho, Ayra Dias e Paulo Narley e tem textos escritos tanto pelos organizadores quanto pelas autoras e autores Frida Abraão, Igor Ganga, Jullyane Teixeira, Lorena Nôleto, Raimundo Neto, Roney Rodrigues, Valéria Mesquita, Weriquis Sales e Zidane Medeiros.

Abordar esses afetos é uma forma de lembrar que os primeiros laços são criados em torno dos núcleos familiares, e esses laços independem de qualquer regramento. Muitas vezes, eles possuem um elo de consanguinidade e outras vezes não precisam de um estatuto que defina o que seja isso que nomeamos de família. Então, por que não pluralizar o termo, que assume tantas configurações diferentes?

“Nossas Famílias é uma forma de dizer que existimos resistindo, pois não existem fórmulas para a expressão do amor”, frisam.

A Geleia Total faz esse papel importante de mostrar a produção da literatura piauiense e a antologia cumpre esse papel, pois reúne diferentes vozes com estilos, faixa etária e outros aspectos que os diferenciam. Com isso, a ideia é promover a literatura e fazer com que a leitura seja incentivada com circulação em bibliotecas, escolas e espaços afins. Vale ressaltar que essa é a segunda antologia produzida pela editora Geleia Total.

No lançamento os convidados poderão conversar com os autores no bate-papo literário, além de curtir o som do DJ Hiperbolar. A  antologia estará disponível na versão física e virtual, pela editora da Geleia Total, e conta com o apoio cultural da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, por meio da Lei Aldir Blanc.

 

Sobre o lançamento:

 

????? 13/mar (domingo)

? 17h às 21h

???? Teatro Torquato Neto (Rua Álvaro Mendes - Teresina) - https://goo.gl/maps/6CZoWVGDtvrZ1Jo46

 

CRONOGRAMA

????? 17 às 18h: Bate-papo sobre a Antologia

???? 18h às 21h: Sessão de autógrafos e fotinhas

????? 18h às 21h: Atração musical: DJ Hiperbolar

???? 18h às 21h: Comes e bebes: Brócoli Gastronomia

 

Obrigatória apresentação da carteira de vacinação com no mínimo 2 doses e uso de máscara.

 

Matizes participa de reunião com Comissão da Diversidade Sexual da OAB/PI

O Grupo Matizes participou hoje (04/03) de reunião com a Comissão de Diversidade Sexual da OAB para sugeria Ações em favor da cidadania e direitos da população Lgbt+. A Presidente da Comissão, Fabiola Freira de Albuquerque, e demais membros da entidade  receberam com diligência os representantes matizian@s: Marinalva Santana e Herbert Medeiros.

A Paridade de Gênero e cotas raciais na composição da Comissão de Diversidade Sexual foi uma das proposições indicadas pelo Matizes. Iniciativa está em consonância com Resolução 05/2020 do Conselho Federal da OAB para assegurar representatividade da participação de mulheres e pessoas negras.

Outro ponto sugerido pelo Matizes: adoção de medidas afirmativas no âmbito da OAB/PI para contratação de funcionário lgbts, com deficiências, negr@s. Ainda foi destacada a importância de divulgar junto aos funcionários e advogad@s a decisão do Conselho Pleno da OAB reconhecendo Nome Social de Travestis e Trans.

A realização de um Seminário Anual, envolvendo diversas comissões da OAB (Diversidade Sexual, Direitos Humanos, Pessoa com Deficiência etc) também foi colocado em pauta pelos  representantes matizian@s.

Matizes reforçou a relevância de promover campanhas educativas e de eventos (seminários, simpósios, palestras, rodas de conversas) durante datas importantes do calendário de Luta do Movimento LGBT+ (Dia mundial de Combate À LGbtfobia, Dia Visibilidade Trans, Dia Visibilidade Lésbica, Dia do Orgulho LGBT+) 

Estudo da Cena Drag Queen em Teresina realizado pelo Docente e artista Avelar Amorim

Por Herbert Medeiros

O Professor Universitário da Universidade Federal do Piauí/UFPI  e artista plástico Avelar Amorim Lima fez um mergulho antropológico  na cena urbana  da Diversidade Sexual  no circuito teresinense  para produzir a dissertação “Aquenda Mona: travessia etnográfica pela experiências Drag queens em Teresina”. Como titulo da pesquisa acadêmica sugere: se liga bicha, fica de butuca ligada para descobrir nessa viagem o universo multifacetado da cultura Drag.

 O pesquisador já anuncia no percurso inicial do estudo de Mestrado como a caminhada envolve riscos e ousadia: “Penso que o maior risco está no começo de tudo, pois nessa fase devem-se selecionar ferramentas para construir chaves a fim de, em seguida, desvendar a compatibilidade das portas que serão abertas”, reflete Amorim

O Estudo do docente da UFPI representa um olhar atento e imersivo para captar relatos, experiências, vivências, sensações e fluxos das performatividades de gênero protagonizadas por Drags da capital. Também mapeia as transições socioculturai de tornar-se Divas Drags entre o ontem e hoje, o aqui e o agora  em permanente mutação.

Amorim,  percorrendo as trilhas de atravessamentos das protagonistas,  traz definição da existência  instigante e desafiadora d@s sujeit@s pesquisad@s: “As drags são sujeitos ‘mascarados’, que podem esconder por trás de sua montagem as diversas formas de reflexão sobre identidades e ressignificações acerca das construções dos transgêneros”.

Para oferecer um quadro vivido  das experiências Drags, o pesquisador construiu uma rede de interações significativas com interlocutoras babadeiras  da cena artísticas e cultural: Chandelly Kidman, Lilika Net Work, Sayara, Laola Vulcano, Fayga Fox, Rhica Fulks, Yaskarah Vandergueld, Natasha Volgue, Lisa Sky.

Outro deleite da pesquisa de Amorim está no uso do Pajubá, linguagem identitária com acervo  linguístico e performativo de parcelas da comunidade lgbt+. A origem da linguagem Pajubá remonta ao Nagô e Ioruba ( comunidade étnicos-línguísticas africanas). Na dissertação, a travessia passar por campos de sentidos vocabulares como: aquenda mona, bichar, mala da drag, vraaáh, lacrando, me poupe, batalhando um aqué etc.

Para aprofundar conhecimento sobre o Estudo da Dissertação de Avelar Amorim, CLIQUE AQUI:

Grupo Matizes tem reunião com Superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas para propor Ações Pró-Diversidade

O Grupo Matizes reuniu-se com o Superintende da Câmara de Dirigentes Lojistas de Teresina/CDL, Ulysses Moraes, para apresentar sugestões de medidas visando desenvolver o respeito, valorização e promoção da Diversidade Sexual e dos Direitos Humanos no Ambiente Corporativo.

O Representante do Matizes, Herbert Medeiros, destacou como Ações Afirmativas nas Organizações Empresarias fazem a diferença. O Ativista apontou estudo da Consultoria Mackinsey revelando que:  Equipes Executivas com Diversidade produzem 14%  de desempenho financeiro superior aos concorrentes; 63% dos colaboradores/as sentem-se mais felizes quando ambiente corporativo é mais diverso.

O Superintendente da CDL também relatou caso importante de combate à lgbtfobia promovido pela Empresa de Tecnologia Google. Morais recepcionou as propostas do Matizes com atenção e responsabilidade para levar o debate junto ao Presidente da entidade e  atuar na promoção da Diversidade entre colaboradores/as e parceiros/as.

Entre as proposição do Grupo Matizes estavam: Compromisso de Presidentes e Executivos de empresas com o Respeito e promoção dos Direitos LGBT+; Promoção de igualdade de oportunidades e tratamento junto às pessoas lgbt+; Sensibilizar e educar para o respeito aos Direitos Lgbt+; Promover o respeito aos Direitos Lgbt+ na Comunicação e Marketing etc.

5 Empresas que apoiam causa LGBT+

A comunidade LGBTQIA+ é formada por 18 milhões de brasileiros segundo o STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas sua presença no mercado de trabalho ainda é discreta. Dados do Center for Talent Innovation revelam que 61% dos profissionais do grupo não se sentem confortáveis para assumir sua sexualidade no meio corporativo. Ao mesmo tempo, 41% deles afirmam ter sofrido algum tipo de discriminação na empresa em que atuam.

O desemprego é outro problema que atinge a comunidade. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desocupação entre a população LGBTQIA+ é de 21,6% – número bem acima da média nacional, de 14,7%.

Diante deste cenário, transformar as práticas adotadas no mundo corporativo, com ações afirmativas para aumentar a empregabilidade dos integrantes da comunidade e sua retenção, é urgente. Do outro lado, os investidores também podem colaborar para a mudança de perspectiva se passarem a preferir, em seus portfólios, investidas preocupadas com questões de diversidade e inclusão.

Débora Ribeiro, gerente da consultoria Robert Half, explica que as gerações Z e Millennium tratam a questão sob uma ótica diferente. “São pessoas que pesquisam ativamente os valores das empresas nas quais querem trabalhar, nutrindo bastante preocupação com a diversidade do local”, diz.

Ainda assim, Maira Reis, fundadora da camaleao.co, startup que desenvolve soluções pró-LGBTQIA+ para negócios, acredita que o avanço acontece a passos lentos. “Já progredimos bastante em relação a 2015 e 2016, principalmente após a aprovação legal do casamento LGBT no Brasil. Mas, socialmente, ainda temos um caminho truncado”, diz.

Do ponto de vista do negócio, o apoio à causa LGBTQIA+ pode ser sinônimo de lucro e competitividade. Uma pesquisa feita pela consultoria McKinsey revelou que instituições que apostam em diversidade sexual, racial e de gênero arrecadam até 35% a mais do que marcas que não se posicionam a respeito dessas questões.

Para conquistar este público, no entanto, as empresas precisam se movimentar fora e dentro de casa. Publicidade só não é mais suficiente. Débora alerta que a inclusão LGBT deve acontecer “dentro das companhias e em todas as hierarquias”. Ela acredita que aquelas que não se esforçarem para avançar nesta causa, correm o risco de perder investidores e negócios nos próximos anos.

Porém, do ponto de vista de investimentos, descobrir quais são as empresas com ações afirmativas pode ser uma parte difícil no processo. Não existe hoje no Brasil nenhum fundo de investimento específico para empresas que abraçam a causa. Nos Estados Unidos, por exemplo, investidores recorrem ao LGBTQ100 ESG, fundo que inclui nomes como Amazon, Apple, Netflix e Microsoft. Apenas em 2021, a valorização da cota foi de 16,34%.

Enquanto uma versão local não é criada, é possível avaliar algumas das ações realizadas por empresas listadas na bolsa de valores por meio dos questionários aplicados na carteira ISE 2020/21 (Índice de Sustentabilidade Empresarial), da B3.

Nestes questionários, são solicitadas informações sobre as medidas adotadas pela companhia para respeitar a diversidade em termos de orientação sexual e sobre ações afirmativas para incluir no quadro de funcionários grupos minorizados.

Vale ressaltar, porém, que para se certificar de que as informações são verdadeiras, a B3 solicita evidências por amostragem. Ou seja, para cada questão aplicada, sorteia uma quantidade específica de empresas que devem enviar documentos comprovando as respostas.

Com base neste ISE, a Forbes separou 5 empresas que compõem o iBovespa e apoiam a causa LGBTQIA+ internamente. Confira, na galeria abaixo, quem são elas:

1. TIM

Integrante da S&P/B3 Brasil ESG, a TIM, operadora de serviços de telecomunicações, oferece programas que promovem a capacitação, contratação e o bem-estar dos colaboradores autodeclarados LGBTQIA+. Entre eles, está um treinamento exclusivo para pessoas trans

Para participar da iniciativa, basta fazer o cadastro através do link compartilhado por um dos funcionários. Os candidatos que não forem chamados para ingressar no time passarão a formar um banco de talentos para futuras oportunidades.

No segundo semestre, a TIM anunciou que lançará um programa de capacitação e contratação de pessoas trans, com treinamento focado em experiência do cliente, para vagas nas áreas comerciais e de atendimento.

A empresa oferece suporte como a possibilidade de licença, apoio psicológico e assistência jurídica gratuita para funcionários vítimas de situações de LGBTfobia, além de folga remunerada para colaboradores em processo de transição de gênero. Outra possibilidade para os profissionais é a participação nos grupos de afinidade, como o chamado Orgulho+, que envolve cerca de 100 colaboradores da comunidade LGBTQIA+.

Outro destaque é a atualização do Teclado Consciente TIM, aplicativo para smartphones que alerta os usuários sobre o uso de termos discriminatórios em apps de comunicação e redes sociais, explicando a origem e sugerindo substituições. A ferramenta já trazia avisos sobre expressões com conotações racistas e, agora, alerta também sobre o uso de mais 500 palavras e frases LGBTfóbicas.

2. Cielo

Na Cielo, empresa do segmento de pagamentos eletrônicos, foram oferecidos processos seletivos específicos para a comunidade LGBTQIA+, incluindo vagas exclusivas para pessoas trans, em 2020. A partir deste ano, a empresa avança com a adoção de ações afirmativas em todas as triagens de contratação.

No plano estratégico da companhia de 19 metas para a agenda de diversidade e inclusão de 2030 está o apoio interno ao desenvolvimento da carreira dos profissionais LGBTQIA+, assim como a criação de uma cultura organizacional antiLGBTAfóbica. A empresa promete estender esse compromisso até os clientes, garantindo que toda a cadeia de operações atue de maneira respeitosa e segura.

 

3. Natura & Co

A Natura & Co, grupo formado por Avon, Natura, The Body Shop e Aesop, tem na diversidade uma fonte de criatividade e inovação e fez dela um dos pilares do Compromisso com a Vida 2030, programa da marca que reúne metas em defesa dos direitos humanos e da equidade. Entre as iniciativas estão oportunidades de emprego, grupos de afinidade e suporte aos colaboradores LGBTQIA+.

Neste esforço, a empresa se compromete a refletir a composição demográfica brasileira na sua força de trabalho. Para isso, o grupo tem como meta compor 30% do seu time com profissionais de grupos sub-representados, incluindo perfis de diversidade sexual e identidade de gênero. E, enquanto a equipe da gigante de cosméticos muda de cara, os líderes e colaboradores passarão por cursos de capacitação e por campanhas que estimulem o diálogo sobre vieses inconscientes. Um dos exemplos é a Semana da Diversidade, realizada anualmente para promover o diálogo sobre a realidade da inclusão.

Também no cenário interno, a companhia oferece grupos de afinidade para a comunidade LGBTQIA+, incluindo de estagiários a prestadores de serviços. Outra medida é a adoção do nome social para pessoas trans, benefícios estendidos para casais de qualquer orientação sexual e licença-maternidade para todos os colaboradores com filhos, independentemente da identidade de gênero.

Fora da organização, a Natura &Co desenvolveu uma parceria com a Casa 1, centro de acolhimento para jovens LGBTQIA+ que foram expulsos de casal. Através de cursos de maquiagem, a marca propôs a capacitação dos moradores trans do centro de apoio.

4. Suzano

Na Suzano, produtora de papel e fabricante de celulose, o grupo Plural, criado em 2018, reúne colaboradores pertencentes à comunidade LGBT e tem como objetivo promover a diversidade na companhia. O grupo é patrocinado por diretores executivos e funcionais, e conta, ainda, com cerca de 100 embaixadores e aliados.

Além disso, até 2025 a empresa tem como meta atingir aprovação de 100% dos funcionários no que diz respeito ao ambiente de trabalho inclusivo para o público LGBTI – atualmente este índice está em 92,4%. A Suzano também é signatária da Carta de Adesão ao Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, na qual se comprometeu a ampliar as ações de comunicação e engajamento tanto para o público interno quanto para o externo.

Em 2021, a Suzano tem como metas remodelar a forma de acolhimento e segurança nos canais de ouvidoria e realizar um mapeamento de carreiras considerando a representatividade de grupos de afinidade.

5. B3

A própria B3, a bolsa de valores oficial do Brasil e criadora do ISE, realiza ações afirmativas voltadas à comunidade LGBTQIA+. Entre elas estão os Núcleos de Diversidade, grupos de trabalho formados por 200 funcionários de todos os cargos para discutir as pautas relacionadas a gênero, raça e etnia, pessoas com deficiência, LGBT+ e gerações.

Há também o plano de inclusão LGBT+, que entre 2018 e 2020 quase dobrou o número de colaboradores da comunidade na organização. Além disso, a B3 promove um toque de campainha que tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a equidade de gênero. A ação faz parte de um movimento internacional e reúne, a cada ano, cerca de 100 bolsas ao redor do mundo.

Nos processos seletivos, a B3 apresenta perfis de diversidade para mais de 70% das posições trabalhadas, além de processos seletivos às cegas para áreas específicas, com o objetivo de mitigar a eventual ação de vieses inconscientes capazes de impactar o processo.

Fonte: Forbes

 

Projeto Educativo "Yanapanaku" promove ações para comunidade Zona Rural de Teresina

  • PROJ_EDNA_6pg.jpg Herbert Medeiros
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O grande mestre e pensador da Educação, Rubens Alves, enunciou com sabedoria os sentidos de educar para liberdade: “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”. É com esse espírito de promover o ato educativo como impulsionador para dar  asas aos sonhos e projetos de vida de  crianças e adolescentes que o Projeto Yanapanaku no Brasil, ‘solidariedade internacional’, leva para zona rural de Teresina (Cocal)  ações educativas e culturais  para comunidade.

Edna Tenório, educadora aposentada e coordenadora da iniciativa, iniciou trabalhos em 2018 com distribuição de material escolar. Naquele ano, foram contempladas 20 crianças. Em 2019,  o número subiu para 60 pessoas infanto-juvenis.  Agora em 2022,  o Projeto desenvolve também curso de idiomas em Inglês, Espanho e Francês.  Além dos materiais  educativos, os jovens participantes recebem lanches.

O projeto     está   em processo de  parceria com a organização sem fins lucrativos Yanapanaku, entidade criada em 2017 em Valenciennes – norte da França. O movimento para  motivar jovens a voar alto e cultivando laços fraternos está expressa no próprio termo indigena cujo significado traduz esse ideal: “trabalhar juntos”.  A instituição  atua no Equador, Chile, Venezuela e agora no Brasil.

Tenório pretende ampliar a ações do Projeto para ofertar aulas de reforço em Língua Portuguesa e Matemática. Está mobilizando esforços para conseguir dois profissionais interessados em colaborar com a iniciativa.

A jovem estudante do ensino médio, Letícia Raquel, participa das aulas e destaca a relevância dessa ação educativa: “É importante  para podermos aprofundar mais nossos conhecimentos  sobre outras línguas e também preparar pra ENEM e outras situações profissionais”.

As atividades do projeto são desenvolvidas atualmente   em local provisório cedido pela comunidade. A situação está em processo de mudança pois  Morador da região doou área para construção de estrutura física mais adequada para  aulas. Comunidade irá se mobilizar para realizar bingo, rifa e outros eventos visando arrecadar recursos para concretizar o novo espaço de aprendizagem.

Por Herbert Medeiros

 

Fala de participante do BBB22 sobre amar e ser amada: os (des)caminhos do amor

Por Herbert Medeiros

O músico e poeta Raul Seixas poetizou na letra “A Maçã” o seguinte verso: ‘o amor só dura em liberdade”.  E como situar a liberdade de amar quando os sujeitos do processo amoroso envolvem mulheres negras ou pessoas lgbts? Em uma fala no BBB22 a sister Natalia expressou “Nós não queremos ser só reconhecidas como mulheres(homens) pretas e pretos, mas queremos também ser reconhecidos como seres que sentem”.

A declaração da participante do Big Brother é sintomática dos efeito danosos  de como o  imaginário histórico, social e cultural constroem o  lugar dos afetos na vida de mulheres negras. No senso comum basta rolar a química, ser flechado,  encontrar a cara metade e tudo segue seu rumo natural dos ‘felizes para sempre’.

Ma essa liberdade de escolher quem amar(?) é bem mais movediça no campo das interações amorosas.   Segundo o IBGE (2010), 52,2% das mulheres negras pesquisadas naquele período não estavam em reunião estável. Dado é revelador para desencantar do slogan ‘querer é poder’, ou seja,  crer que basta desejar profundo e as portas do amor se abrem como num passe de mágica.

Em entrevista para Revista Claudia, a estudante de Arquitetura & Urbanismo e  ativista do Feminismo Negro, Stephaine Ribeiro, também analisa mesma pesquisa do IBGE que aponta: 70% das pessoas se casam com parceir@s da mesma cor.   Ribeiro  ressalta como os afetos são entremeados por fatores sociorraciais  segregadores das possibilidades de interações afetivas livres.  Ainda destaca:  “A mulher negra não é vista como sujeito a ser amado”.

Os valores estéticos sobre beleza, capacidade de sedução, atributos de encantamento são orientados pela matriz branca de referencial sociocultural para estabelecer condicionantes dos encontros  amorosos. 

Nós Lgbt+ também sabemos das dores e delícias para transitar nas relações amorosas com nível de autonomia, autoestima e  dignidade. O Caldo cultural da nossa primeiras socializações já vinha com os comandos dos afetos pré-fabricados: o que , quando, onde, para quem e como SENTIR. No ambiente familiar, na escola, na convivência comunitárias, nos protagonistas de novelas, filmes e produtos de entretenimento, o cardápio do amor não era nado generoso com afetos de pessoas lgbts.

A vivência para nós não é só   apertar o botão do desejo e se jogar para (des)encontros do amor. O processo de sair do armário, se autoconhecer, explorar seus potenciais de sentimentos e emoções não segue fórmulas batidas pelos manuais de amor publicizados por coaches, sites de relacionamentos, plataformas de assessoria amorosa.

 Anos   ou décadas ouvindo você ser espezinhado, subestimado, silenciado nas expressões dos afetos não é da ordem de vitimismo,  são situações internalizadas que produzem efeitos reais sobre corpos, desejos, psique.  Muitos dos lgbts quando conquistam sua autoconfiança e autoestima para viver as idas e vindas dos amores,  não foram somente uma força individual vinda das entranhas que os ergueram.

Resgatar o sentimento de protagonizar sua vida afetiva é caminhos edificado por condições de existência favoráveis: interações com pessoas aliadas, participação em organizações sociais para empoderamento do desejo;   busca de rede de apoio psicossocial, ousadia para romper subalternização imposta pelas instâncias normatizadoras da experiência amorosa.

Sim, o amor liberta mas precisamos pavimentá-lo dia-a-dia:  descontruindo  estradas pisadas de padrões imutáveis,  preconceituosos e monocromático  para viver o amor; horizontalizando as interações para criar vias múltiplas de sentir e experenciar as afetividades. E na dança do amor, parafraseamos os versos de Adriana Calcanhoto:  Quero porque quero e não espero para começar/Danço porque danço e não descanso até o sol raia /Dançando(amando) certo/ Dançando(amando) louco/ Dançando(amando) contra corrente/Dançando(amando) Diversamente”

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