MANIFESTO DA LIGA BRASILIERA DE LÉSBICAS E DO GRUPO MATIZES


Você sabia que, no Brasil, homens gays e bissexuais são impedidos de doar sangue? Pois é, essa vedação está expressa na Resolução - RDC nº 153, de 14 de junho de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. A referida Resolução prevê que  "serão inabilitados por um ano, como doadores de sangue ou hemocomponentes, os candidatos que nos 12 meses precedentes tenham sido expostos a uma das situações abaixo:  (...)  Homens que tiveram relações sexuais com outros homens e ou as parceiras sexuais destes.” Ou seja: para o Ministério da Saúde, homens gays e bissexuais podem doar sangue, desde que tenham a abstinência sexual como regra.

Flagrantemente discriminatória, a proibição da ANVISA deve ser contestada por toda a sociedade, porque atenta contra um dos valores mais caros da humanidade: a solidariedade. Além disso, contribui para dificultar ainda mais a coleta das 5.500 bolsas de sangue/dia de que necessitam os hemocentros estaduais.

A Liga Brasileira de Lésbicas e o Grupo Matizes sabem da importância de se ter um controle rigoroso do sangue coletado em hemocentros. O rigor e o zelo, entretanto, não podem ser confundidos com exclusões de caráter científico duvidoso. Essa proibição estapafúrdia mantida pela ANVISA é, além de inócua, estimuladora da mentira. Sabe por quê? Porque se um homem gay ou bissexual negar na entrevista que fez/faz sexo com outro homem pode doar sangue normalmente.

Por isso, está mais do que na hora de o Governo Brasileiro rever essa proibição, a exemplo do que já fizeram vários outros países.

Teresina (PI), janeiro de 2011.

VEJA ABAIXO AS FOTOS DO ATO REALIZADO NO HEMOPI, DENTRO DA CAMPANHA "NOSSO SANGUE PELA IGUALDADE"

Matizes e  Liga Brasileira de Lésbicas(LBL) participarão do I Semana da SOS Mata Atllântica no Piauí através  do projeto “a Mata Atlântica é aqui – exposição itinerante do cidadão atuante”. O evento é uma realização da Fundação SOS Mata Altlântica e  acontece de 26  a 30 de janeiro na praça Pedro II, centro de Teresina.

 Além de divulgar as ações em prol da população LGBT, Matizes e LBL aproveitarão o evento para promover um trabalho de sensibilização ambiental junto aos participantes da exposição. Serão distribuídos materiais informativo-educativos sobre consumo consciente, educação ambiental, reciclagem de lixo, preservação da fauna e flora entre outros temas.

 A participação nesta atividade expressa o desejo concreto  do Matizes e LBL em contribuir por  um mundo sustentável. Neste sentido, as entidades  escolherem o tema “Cidadania LGBT e sustentabilidade ambiental: para além do consumo” para a agenda de reflexões da  7ª Semana do Orgulho de Ser que acontecerá em 2011.

 Para Carmem Ribeiro, coordenadora do Matizes, o grupo já vem incorporando gradativamente a preocupação com a problemática ambiental em suas ações. Afirma que esse ano a tônica é dialogar com a sociedade para repensar a cidadania não só na perspectiva do consumo mas também pautada, principalmente, pela responsabilidade ética e socioambiental.

 O Encontro terá o apoio local da Rede Ambiental do Piauí – REAPI, Fundação Rio Parnaíba – FURPA, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMAM,  ONG Mais Vida, grupo Matizes,  Comissão Ilha Ativa, Fórum de Combate ao Trabalho Escravo, Fórum das Pastorais Sociais, Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido.

Clique aqui e conheça a Programação da I Semana SOS Mata Atlântica no Piauí

Insensato Coração: personagem de Louise Cardoso concentrará discursos pró direitos civis LGBT

As bandeiras políticas do núcleo gay da novela Insensato Coração não serão defendidas por nenhum dos seis personagens gays previstos na trama, e sim pela mãe de um deles. É Sueli (Louise Cardoso) quem vai defender seu filho e conscientizar os demais personagens da trama sobre esses direitos. Os discursos mais politizados da novela ficarão a cargo da atriz. Os discursos ganharão corpo e intensidade a medida que seu quiosque, o Rainbow, for inaugurado e ela começar a ouvir dos amigos de seu filho reclamações acerca de agressões verbais e discriminação que passam no dia a dia. Só então ela, que é mãe de gay, percebe como é difícil ser gay (e também divertido, já que ela e os amigos do filho serão bastante cômicos em vários momentos).

Mas Louise passa a ser grande “militante” de verdade ao conhecer e começar a namorar o personagem de Cássio Gabus Mendes, que é algo homofóbico. Ela enfrentará o namorado quando ele se mostrar homofóbico e terminará o namoro com ele por conta disso, para ficar ao lado do filho e dos amigos que se reúnem em seu quiosque gay.

Fonte: Mixbrasil

O Matizes e a Liga Brasileira de Lésbicas (LBL) promovem dia 22/01 a oficina “Uso das Mídias pelos Movimentos Sociais: como se faz?” . A facilitadora será Viviane Bandeira (jornalista e professora de Língua Portuguesa). O evento ocorrerá às 15h,  no auditório do CREAS I  ( Rua Álvaro Mendes, 1801).

 A atividade pretende levar aos participantes mecanismos de apropriação das ferramentas midiáticas,  a fim de otimizar a comunicação dos militantes do movimento social com os profissionais da imprensa e também com a sociedade.

 Entre os temas a serem trabalhados na oficina estarão: relacionamento com a imprensa; release; dicas de como agir frente à uma entrevista.

 Segundo Carmem Ribeiro, Coordenadora do Matizes, essa oficina  pretende instrumentalizar os ativistas dos movimentos sociais a utilizar a linguagem das mídias, a fim de publicizar melhor suas ações.

 O evento  do próximo sábado está entre uma das ações que o Matizes e a LBL realizarão como parte das atividades do planejamento de 2011.  Outra ação já promovida foi a oficina “Como Elaborar Projeto”, ocorrida dia 08/01.

De 18 a 22 de janeiro Teresina será banhada não por chuva mas pela apresentação do “Musical Palmares” que molhará a alma dos teresinenses com música e dança.  O Espetáculo é uma realização da   Organização Ponto de Equilíbrio (OPEQ) e seu lançamento será nesta terça-feira(18/01), às 19 h, no espaço da ADH/Ponto de Equilíbrio/centro.

O espetáculo resulta da integração de artistas negros  como bailarinos, músicos e atores piauienses que juntos gestaram essa obra que traz a trajetória do povo negro no Brasil e o rico legado cultural que trouxeram para nossa identidade sociocultural. Elementos como samba, capoeira, ritos e culinária afros serviram como catalizador para elaboração de figurinos, cenas, musicas e movimento.

 A Organização Ponto de Equilíbrio é uma entidade da sociedade civil  cujo o objetivo é estimular o desenvolvimento  artístico, social, cultural, educacional e econômico do Estado através de programas, projetos e atividades que promovam a formação e fomento da arte piauiense.

ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO DO “MUSICAL PALMARES”

1. Dia 18/01/2011:  Lançamento do projeto para 100 convidados especial que são parceiros/apoiadores da OPEQ. LOCAL: ADH/Ponto de Equilíbrio/Centro – 19h.

2. Dia 19/01/2011 : Praça da Telemar/Mocambinho – 19h. A  historiadora amarantina Sâmia Alves Mimbó realizará uma breve fala sobre a importância do dia da consciência negra e também sobre a história do negro no Piauí. Sâmia Alves é uma das principais ativistas do movimento Negro no Sul do Estado e desenvolve a cinco anos a Festa da Beleza Negra na comunidade quilombola Mimbó.

3. Dia 20/01/2011: Adro da Igreja São Benedito, recebe, às 19h, os tambores, danças e cores do Musical Palmares. A  igreja foi escolhida por ser a única no Brasil a ter um santo negro como padroeiro, embora se comemore em seus festejos outro santo.  São contradições que revelam o preconceito  "desmascarado" enraizado em nossas práticas culturais. Outro aspecto a destacar é que o Altar do São Benedito fica do lado de fora da igreja, o que sugere  mais uma vez o racismo mascarado. O  musical ocupar aquele espaço é importante para a cultura negra piauiense pela simbologia que carrega.

4. Dia 21/01/2011:  Praça do CSU/Parque Piauí,  às 19h.

5. Dia  22/01/201:   Praça Cultural/Dirceu – 19h. O Dirceu representa o local de surgimento da Organização Ponto de Equilíbrio. Lá  iniciaram as primeiras ações do que hoje se consolida como a ONG Ponto de EQuilíbrio.

Em entrevista ao CLAM – Centro Latino-americano em Sexualidade e Direitos Humanos – o professor e pesquisador, Drº Luiz Melo, aponta os entraves para efetivação de políticas públicas para população LGBT.

A partir dos resultados da pesquisa “Politicas públicas para população LGBT no Brasil: um mapeamento crítico preliminar”, levada a cabo pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexuaidade da Universidade Federal de Goiá (Ser-tão/UFG), o pesquisador demonstra como a garantia de direitos para os LGBT’S tem um longo caminho a percorrer.

Quando questionado sobre qual a avaliação faz das políticas públicas brasileiras voltadas para população LGBT, Melo é enfático ao dizer “nunca se teve tanto e o que há é praticamente nada. Essa talvez seja uma boa fórmula geral para mostrar o paradoxo da situação da população LGBT no Brasil hoje”.

O pesquisador também destaca quatro fatores que engessam a implementação efetiva das políticas públicas para o segmento LGBT: amparo jurídico para que as políticas sejam ações de Estado imune as conjunturas sociopolíticas, as homofobias institucionais e de religiosos fundamentalistas; ausência de ação integrada, planejada e democrática dos três níveis de governo; falta de previsão orçamentária especifica que viabilize a concretização das políticas; carência de agentes públicos especializados e do quadro técnico permanente do governo para conduzirem as políticas.

Ainda de acordo com a pesquisa, o professor da UFG ressalta que do ponto de vista de atos normativos para população LGBT  os estados do Pará, Piauí, São Paulo e Distrito Federal “contam com um número maior de instrumentos jurídicos.”

No entanto,  Luiz Melo pondera “que a ausência de proteção legal em nível federal fere de morte a efetividade de várias iniciativas no âmbito dos governos estaduais e municipais já que estes não possuem respaldo legal para legislar sobre temas que, no Brasil, são de competência privativa da união, como é o caso de direito civil e penal.”

 A leitura na integra da entrevista pode ser lida aqui