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Zika vírus estaria ligado a novo distúrbio cerebral

O vírus da zika pode estar associado a outra doença neurológica segundo um estudo brasileiro que será apresentado esta semana na Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia em Vancouver, no Canadá. A neurologista Maria Lucia Brito Ferreira, médica do Hospital da Restauração, do Recife, identificou dois casos de encefalomielite aguda disseminada em pacientes que tiveram resultado positivo para zika.

Maria Lucia acompanhou a evolução de um grupo grande de pacientes com sintomas sugestivos de arboviroses – como zika, dengue e chikungunya – que também desenvolveram sintomas neurológicos entre dezembro de 2014 e junho de 2015. De 151 casos, seis tiveram testes positivos para zika.

Na época do estudo, o diagnóstico da doença era ainda mais limitado e se resumia aos testes de biologia molecular (PCR), que só são capazes de detectar o vírus cinco dias depois do início dos sintomas.

Desses seis pacientes em que foi possível detectar o vírus, quatro tinham a síndrome de Guillain-Barré e dois tinham encefalomielite aguda disseminada. “O estudo foi importante para identificar que havia essa relação, mas não conseguimos encontrar positividade para zika em mais pacientes por causa da limitação do diagnóstico”, diz a médica.

A encefalomielite aguda disseminada é uma doença grave que acomete o cérebro e a medula espinhal com o ataque da mielina, substância que reveste as células nervosas. Segundo Maria Lucia, grande parte dos pacientes ficam com sequelas motoras, cognitivas ou visuais que podem ser leves, moderadas ou severas.

Maria Lucia afirma que, em anos anteriores, o Hospital da Restauração costumava receber no máximo três casos de encefalomielite aguda disseminada ao ano. Durante a epidemia de zika, foram sete casos em apenas um semestre. No caso da síndrome de Guillain-Barré, o aumento foi percebido de forma mais intensa: o hospital, que recebia cerca de 15 casos anuais, atendeu cerca de 60 casos no último ano.

“A encefalomielite é uma condição grave, qualquer que seja a etiologia. É mais grave do que o Guillain-Barré porque o paciente pode até sair daquele quadro, mas sempre vai ter sequela”, diz a neurologista. No caso do Guillain-Barré, 80% dos pacientes não tem sequelas.

Segundo a médica, o estudo é mais uma evidência de que o vírus tem neurotropismo, ou seja, predileção por atacar o sistema nervoso, e que é preciso entender de que forma isso acontece e que outras doenças ele pode ocasionar além das que já foram identificadas entre as quais a mais frequente é a microcefalia em bebês cujas mães foram infectadas pelo vírus durante a gravidez.

Fonte: G1 São Paulo

Pronatec recebe treinamento para combater Aedes Aegypti

Foto: Ascom/Seduc

Mesmo com a redução dos casos de dengue no Piauí, a luta contra o Aedes Aegypti continua. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, em 2016 houve redução de 66% dos casos de dengue comparado com o mesmo período - janeiro a março - do ano passado.

Neste sábado (9) foi realizada uma ação conjunta  das secretarias de Saúde e Educação do Estado com os alunos do PRONATEC no Teatro de Arena, na Praça da Bandeira, centro de Teresina. O evento visa levar informação e conscientização a cerca dos 10 mil estudantes do Programa, a fim de que eles aprendem sobre o combate Aedes Aegypti, absorvam as informações e possam disseminá-las ao seu ciclo familiar e social.

A secretaria de Educação do Piauí,  Rejane Dias, destacou que a amplitude da ação traz grandes benefícios para o combate ao mosquito.

"Assim como estamos trabalhando com outros segmentos, a ação com os alunos do PRONATEC é de enorme projeção, porque somando com professores e técnicos em todo o Estado, são mais de 12 mil pessoas envolvidas se informando e passando a diante formas de combate à essas doenças", esclareceu Rejane Dias.

A diretora de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde, Mírian Araújo, disse que já houve o incremento, em todo o país, de 40,5% de agentes de endemias e repasses financeiros para os municípios e que isso demonstra o interesse do governo federal em lutar contra a proliferação do mosquito e a microcefalia.

O evento faz parte de uma atividade do projeto denominado Pronatec Unido: Aedes Aegypti Destruído, que visa formar um mutirão educativo de combate ao mosquito Aedes Aegypti, envolvendo a equipe gestora, corpo docente e discente do Programa nos Centros Estaduais de Educação Profissional que integram as quatro Gerências Regionais de Educação (GRE), em Teresina.

Layza Freitas
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Em Teresina, mais de 400 mil imóveis foram vistoriados para o combate ao Aedes

Mais de 400 mil imóveis em Teresina foram vistoriados durante a força tarefa da prefeitura de Teresina no combate ao Aedes aegypti, causador da zika, dengue e chikungunya. Ontem (05), o prefeito Firmino Filho (PSDB) prorrogou por mais 90 dias, o decreto de emergência em saúde pública que determina um reforço nas ações de combate e prevenção ao mosquito. 

"O decretou anterior expirou no fim do mês de março e foi prorrogado porque há a necessidade de continuar as ações de combate ao mosquito, principalmente no mês de abril, quando ocorrem chuvas frequentes e os cuidados devem ser redobrados não só por parte da prefeitura como também pela população. Em Teresina, temos cerca de 310 mil imóveis e, nos três primeiros meses, todos foram vistoriados e agora já estamos no 2º ciclo, sendo que ao ano serão quatro, ou seja, cada imóvel deve ser visitado quatro vezes ao ano. Nessas visitas, os moradores são orientados e alertados sobre o problema", disse presidente da Fundação Municipal de Saúde, Francisco Pádua.

Em entrevista ao Notícia da Manhã, ele explica que a revalidação do decreto é importante porque permite o ingresso forçado de agentes de endemias em imóveis com focos do mosquito. Ele ressalta ainda a importância da tecnologia na luta contra o Aedes aegypti. 

"Além das visitas dos agentes, temos o Disk Dengue, drones e o aplicativo Colab.re, plataforma para Android e iOS, por onde é possível enviar fotos e denúncias de potenciais criadouros do mosquito. Por essa ferramenta, recebemos mais de 300 denúncias de imóveis abandonados e mais de 85% dessa demanda foi atendida", disse Pádua. 

Ele explica que a força tarefa tem impactado siginificativamente na redução de notificações da dengue. Em 2015, nos três primeiros meses, foram mais de 2 mil. Já este ano, os casos estão em torno de 500. 

"Mas como o prefeito gosta sempre de falar: o jogo mudou. Antigamente, a gente tinha dengue e chikungunya. Hoje temos o zika que está relacionado a microcefalia em bebês. É preciso redobrar a atenção. A responsabilidade é de todos. No Piauí, são mais de 148 casos notificados", disse o presidente. 


 

Graciane Sousa
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Audiência que discute combate ao Aedes aegypti é adiada

Foi adiada para o próximo dia 20 de abril a audência pública que discutirá as ações adotadas pela prefeitura de Teresina no combate ao mosquito Aedes aegypti. A reunião, proposta pela vereadora Teresa Britto (PV), não aconteceu por conta da ausência da equipe da Fundação Municipal de Saúde, que se encontra em viagem institucional. A nova audiência acontece a partir das 10h30, no plenátio vereador José Ommati.

Durante a audiência também será discutida a relação entre o vírus Zika e a microcefalia – que consiste em uma má formação congênita do cérebro. Autora do projeto de lei que institui a campanha permanente de orientação acerca do vírus Zika e combate ao mosquito Aedes aegypti nas escolas municipais, Teresa Britto explica que a ideia da audiência é propor políticas públicas para o tratamento das doenças associadas ao mosquito.
 
“Ainda há muito desconhecimento, falta de informação e queremos contribuir neste objetivo de disseminar informações corretas sobre o Zika vírus e a microcefalia, além de debater formas viáveis de combate ao Aedes aegypti em nossa cidade”, enfatiza a vereadora.
 
Foram convidados a participar da audiência públicas as secretarias estadual e municipal de Saúde; Fundação Hospitalar de Teresina; Fundação Municipal de Saúde; Ministério Público; Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Piauí; conselhos estadual e municipal de Saúde e demais entidades envolvidas no combate ao mosquito Aedes aegypti em Teresina.

Da Redação
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Zika vírus e microcefalia: mistério, cautela ou histeria?

Um estudo publicado na Inglaterra aponta que o risco de uma mulher grávida ter um filho com microcefalia é de 1%. A pesquisa é tema de artigo do neurologista Marcelo Adriano Vieira, do Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella, em Teresina (PI), que aborda o mistério em relação a doença, a histeria provocada pelo problema no Brasil e a cautela necessária no momento. 

Zika vírus e microcefalia: mistério, cautela ou histeria?

A pesquisa “Association betweenZikavirus andmicrocephalyin French Polynesia, 2013-15: a retrospective study” estimou em 1% o risco de uma gestante infectada pelo vírus Zika gerar uma criança com microcefalia.  O estudo foi publicado recentemente pela revista médica inglesa “Lancet” e, para alguns, deveria arrefecer o temor associado à provável pandemia. Entretanto, os resultados da pesquisa não se constituem elementos indicativos de redução do nível de alerta das autoridades de saúde (nacionais e internacionais) frente à problemática da Zika / microcefalia.

A população estudada tinha identidade genética distinta da brasileira, encontrava-se exposta a fatores ambientais e nutricionais diversos dos nossos e estava sujeita a agentes infecciosos (sequencialmente ou simultaneamente) diferentes daqueles presentes no Brasil. Neste ínterim, pode haver disparidade relevante nos efeitos do vírus Zika sobre as gestantes brasileiras (e sobre seus fetos) por conta de particularidades de sua resposta imunológica e de sua susceptibilidade biológica, a ponto de limitar extrapolações e inferências a partir do estudo em questão. Nada impede, portanto, que o risco de uma grávida brasileira gerar uma criança com microcefalia ao ser exposta ao vírus Zika no país seja bem maior do que o percentual verificado na amostra do estudo.

A (triste...) experiência brasileira recente aponta que microcefalia não é a única consequência indesejada da infecção materna pelo vírus Zika. Abortamento, morte fetal intrauterina, artrogripose múltipla, cegueira e surdez são elencadas como possíveis componentes da “Síndrome da Zika Congênita”. Tais repercussões de curto / médio prazo não foram abordadas na pesquisa – sem falar em alterações funcionais (não anatômicas) que poderão ser percebidas somente quando as crianças aparentemente “normais” ao nascer atingirem maior idade, como: epilepsia secundária e distúrbios de comportamento, atenção e aprendizagem.  

Ao magnificar o grau de “emergência” de um surto, epidemia ou pandemia, não é apenas o risco de complicações (morbidade) e de morte (mortalidade) que deve levado em consideração. Estas estimativas são mais importantes ao se considerar a dinâmica saúde/doença de um único indivíduo, já afetado pela doença (probabilidade de gerar sequelas ou morte). As repercussões populacionais de uma doença são mais bem dimensionadas através de outros parâmetros, como: taxa de ataque, densidade e competência vetoriais, potencial de disseminação, magnitude, severidade, transcendência e vulnerabilidade populacional – fatores que não foram objetos da pesquisa publicada. Uma pesquisa realizada anteriormente na Polinésia Francesa mostrou que até 70% da população local foi infectada pelo vírus Zika. Portanto, comparações com as consequências da infecção materna por Rubéola, Toxoplasmose, Citomegalovírus ou vírus Herpes simples não são alentadoras. Até 70% mulheres infectadas por Rubéola no primeiro trimestre da gravidez geram bebês com problemas neurológicos. Entretanto, a “febre Zika” tem potencial de disseminação infinitamente maior do que o das outras infecções historicamente associadas às más-formações congênitas. E mais: presume-se que mesmo a infecção inaparente por Zika possa trazer repercussões indesejadas tardias (como a Síndrome de Guillain-Barré) ou inicialmente “ocultas” (como a microcefalia intraútero).

Ainda que extrapolássemos o “teoricamente” baixo risco estimado no estudo (1%) para as gestantes brasileiras infectadas, ainda não haveria motivo para tranquilização. Supondo que 70% da população brasileira tenha contato com o vírus (como ocorreu na Polinésia Francesa), mesmo que grande parte com infecção inaparente, esperar-se-ia que 70% de nossas gestantes o fossem. Portanto, teríamos pelo menos 0,7% dos nascidos nos meses subsequentes à epidemia afetados por microcefalia. Tomando por base os dados de nascimentos / ano do IBGE, vislumbrar-se-ia o nascimento de aproximadamente 21.000 crianças com a má-formação; a média histórica brasileira era de “apenas” 170 casos de microcefalia por ano até 2014...  Tal cenário se colocaria, sim, como estado de calamidade e marcaria a geração atual para todo o sempre, com impacto bem maior do que o observado, décadas atrás, com a talidomida e, recentemente, com a transmissão vertical do HIV.

Talvez não seja 1%. Ainda que seja, não seria pouco. A título de comparação, “somente” 1% das crianças infectadas com o vírus da Poliomielite desenvolvem Paralisia Infantil. Diante dos fatores elencados acima (potencial de disseminação, magnitude, severidade, transcendência e vulnerabilidade populacional), alguém sugeriria “afrouxar” a cobertura vacinal específica da doença, ou ao menos consideraria a vigilância da OMS em mantê-la erradicada em vários países como “exagero”? Nos EUA, somente um em cada 150 indivíduos infectados pelo “Vírus do Oeste do Nilo” (pertencente à mesma família do Zika) manifestam comprometimento neurológico – estimativa suficiente para que autoridades de saúde daquele país mantivessem sob alerta sua possibilidade de disseminação entre o final dos anos noventa e o início do novo século.

Cautela, ciência, pesquisa e responsabilidade são os apelos do momento. Consequentemente, estudos semelhantes e realizados na população brasileira serão muito bem vindos. 

Marcelo Adriano Vieira
Neurologista – 
Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella 

Ministério da Saúde lança série educativa “Crianças contra Zika”

A educação e a música são importantes aliadas no desafio de mobilizar a população para o combate ao Aedes aegypti e aos vírus Zika, da dengue e da chikungunya. Pensando nisso, o Ministério da Saúde lança nesta quarta-feira (30/3) o projeto “Crianças contra Zika”, usando a música para ampliar os conhecimentos sobre as doenças e formas de prevenção. A ação faz parte do eixo Mobilização e Combate ao Mosquito do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes aegypti e à Microcefalia.

O projeto “Crianças contra Zika” é formado por uma série de seis videoclipes, com diferentes técnicas de animação e canções elaboradas por músicos brasileiros, que abordam o vírus Zika e o combate ao Aedes aegypti, a fim de incentivar crianças e adultos a adotar atitudes contra o mosquito. O material será veiculado semanalmente pelo SBT, como parte da programação infantil, por meio da plataforma SBT do Bem. O canal também irá exibir minidocumentários, contando o processo de criação de cada compositor.

A série será disponibilizada, ainda, nas redes sociais, e as seis canções serão lançadas e distribuídas, posteriormente, em mais de cem serviços de transmissão de música e lojas virtuais, como iTunes, Google Play, Spotify, Deezer e Apple Music.

Os artistas convidados André Abujamra, Zeca Baleiro, Hélio Ziskind, Arnaldo Antunes, Xis, Marisa Orth e Palavra Cantada compuseram e interpretaram as canções, sob a curadoria musical de André Abujamra. Também participa do projeto a cineasta Baboo Matsusaki, que assina a abertura e o encerramento do filme “O Menino e o Mundo”, indicado ao Oscar 2016, como melhor longa de animação.

O diretor de Comunicação Social do Ministério da Saúde, Walter Vasconcelos, explica que o projeto é importante para a mobilização da sociedade contra o Aedes aegypti, a partir da conscientização das crianças. “De forma lúdica, o projeto cumpre um papel significativo de engajamento popular para o combate ao mosquito. É importante despertar essa consciência nas crianças, para que elas adotem as ações de prevenção desde cedo. Além disso, sabemos que elas multiplicam o conhecimento entre os familiares, promovendo uma mudança de comportamento dentro de casa”, avalia. Vasconcellos ressalta que a qualidade artística dos videoclipes faz com que o material tenha grande apelo, também, entre os adultos.

Campanha

O Ministério da Saúde lançou a campanha #Zikazero, como parte do eixo mobilização do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes aegypti e à Microcefalia.  Com tema “Um mosquito não é mais forte que um país inteiro”, as peças chamam atenção para o cuidado permanente contra o mosquito, inclusive com lista de checagem dos ambientes que podem acumular água parada e servir de criadouro. O reforço da mobilização contou com a realização de mutirões nacionais de combate ao Aedes aegypti, com a participação de vários órgãos do Governo Federal, com participação de estados e municípios. 

Outro eixo de atuação do Governo Federal, diante da situação de emergência em saúde, é a promoção do desenvolvimento tecnológico. O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (23/03), o lançamento de edital para seleção de pesquisas contra o Aedes aegypti e as doenças transmitidas pelo mosquito. Serão disponibilizados R$ 20 milhões para estudos na área do controle do vetor, diagnóstico, prevenção e tratamento.

A previsão do Ministério da Saúde é investir, em quatro anos, um total R$ 258 milhões em novas tecnologias. Até o momento, a pasta já se comprometeu com cerca de R$ 130 milhões para o desenvolvimento de vacinas, soros e estudos científicos para as doenças causadas pelo Aedes aegypti.

A expectativa do governo federal é disponibilizar R$ 649 milhões para investimentos em ações de combate ao mosquito e às doenças relacionadas, diagnóstico, controle vetorial, pesquisas sobre o vírus Zika, vacinas, tratamentos e inovação em gestão de serviços de saúde, saneamento e de políticas públicas. Além do Ministério da Saúde, também estão previstos recursos dos Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação. Haverá ainda mais R$ 550 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) para o desenvolvimento, produção e comercialização de tecnologias.

Fonte: Agência Saúde

Piauí reduz em 68% o número de casos de dengue, diz Saúde

O Piauí notificou 706 casos de dengue, uma redução de 68,3% em relação ao mesmo período do ano passado, em que registrou 2.224 casos. Os dados são da Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental, da Secretaria de Estado da Saúde.

De acordo com o boletim, em 2016, a notificação dos casos foi realizada por 91 municípios piauienses, o que aponta uma redução de 9% também em relação ao ano passado.

Apesar da significativa redução dos casos notificados, Estado, municípios e a sociedade em geral devem continuar em alerta para evitar a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika.

A Secretaria de Estado da Saúde indica que algumas medidas como verificar se a caixa d’água está bem fechada, não descartar lixo em terrenos baldios e manter a lata de lixo sempre bem fechada, não acumular água em vasilhames, colocar areia nos pratos dos vasos de planta, entre outras iniciativas deste tipo auxiliam no controle da doença.

Microcefalia
A atualização do boletim epidemiológico mostra que no Piauí foram notificados 148 casos suspeitos de microcefalia associados a processo infeccioso. Destes, quarenta e sete continuam em investigação, 64 já foram confirmados e 37 descartados.

Números da Zika, Chikungunya e Guillan-Barré
O Piauí notificou oito casos suspeitos de zika e 13 de chikungunya, mas, até o momento, nenhum deles foi confirmado. Quanto a da Síndrome de Guillan-Barré, já são três casos notificados.

Da Redação
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Diagnóstico de zika ainda é limitado e novo teste é urgente, diz especialista

O diagnóstico de zika ainda é muito limitado devido à ausência de métodos padronizados, afirmou o pesquisador Pedro da Costa Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas, do Pará, em simpósio sobre o vírus no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.

Testes de biologia molecular (PCR), capazes de detectar o vírus só até cinco dias depois do início dos sintomas, já estão disponíveis em alguns laboratórios públicos de referência -- o Ministério da Saúde anunciou que vai comprar 500 mil testes do tipo até o fim do ano -- e também em privados. Já os testes sorológicos, capazes de detectar a infecção depois de o vírus já ter sido eliminado do organismo, ainda são feitos somente de forma artesanal em instituições de pesquisa e oferecidos por alguns laboratórios privados.

Limitações dos testes sorológicos
O problema, segundo Vasconcelos, é que os exames sorológicos desenvolvidos até o momento por empresas privadas têm limitações de sensibilidade e especificidade. A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) já registrou três testes do tipo, dois produzidos pela empresa alemã Euroimmun e um pela canadense Biocan Diagnostic Inc.

“A Anvisa liberou para uso, mas não avaliou a sensibilidade e nem a especificidade desses testes. Mas eu vi que o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) avaliou e me foi informado em uma reunião da OMS (Organização Mundial da Saúde) que os índices de sensibilidade e especificidade foram muito baixos nesses kits”, diz Vasconcelos.

Cláudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, afirma que tem conversado com o Instituto Nacional Controle Qualidade em Saúde (INCQS) justamente para fazer a validação desses testes sorológicos já aprovados pela Anvisa.

"Existem indícios iniciais de que não são vantajosos em relação ao que já oferece hoje", diz. "Tem que ter uma precisão suficiente para ser útil na saúde pública. Um teste ruim pode gerar mais confusão do que vantagem. Se um profissional acha que é zika e descuida da dengue, isso pode ter consequências catastróficas", observa Maierovitch.

Teste da USP
Em 15 de março, pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP anunciaram o desenvolvimento de um novo teste sorológico para diagnóstico do vírus da zika. Mas, por enquanto, ele só deve ser distribuído para centros de pesquisa.

“Nós estamos na expectativa de que este trabalho feito pelo grupo da USP abra a possibilidade de expansão, mas por enquanto ainda é uma coisa artesanal, feita em laboratório, em uma escala menor”, diz Maierovitch.

"O desenvolvimento de novos testes sorológicos com maior especificidade e valores preditivos são necessários urgentemente e representam grande desafio", observa Vasconcelos.

Laboratórios particulares
Os laboratórios particulares brasileiros têm visto um aumento na demanda pelos testes de zika - tanto os moleculares quanto os sorológicos. "A demanda pelo exame tem aumentado mês a mês", diz o patologista clínico Helio Magarinos Torre Filho, médico do Richet Medicina & Diagnóstico.

Mas ele alerta que o exame deve ser pedido apenas em casos específicos. "Em muitos dos casos, o médico pode fazer o diagnóstico clinico, até diferenciando de dengue e chikungunya. O exame é recomendado para casos com maior risco: em mulheres grávidas, pessoas que possam ter imunidade comprometida, pessoas idosas, com doenças crônicas ou crianças mais novas", diz.

No caso do laboratório Richet, para se fazer os testes sorológicos, as amostras têm de ser enviadas para um laboratório na Espanha. Segundo ele, estudos que mostraram um alto índice de reação cruzada - quando o exame "confunde" vírus parecidos como zika, dengue e chikungunya - foram feitos em testes mais antigos. "A nova geração de testes tem um índice de reação cruzada muito menor", afirma.

Entenda: teste molecular x teste sorológico
O método molecular, ou PCR, consiste em multiplicar a quantidade de RNA do vírus na amostra coletada, ou seja, amplificar o material genético do vírus para que seja possível identificá-lo quimicamente. Trata-se de um teste de alta complexidade que exige profissionais treinados e laboratórios especiais.

Apesar de ser preciso, ele é capaz de detectar a presença do vírus em um período muito curto de tempo: só até cinco dias depois do aparecimento dos sintomas. Ou seja, é possível que o paciente ainda esteja manifestando sintomas da doença e o vírus não seja mais detectado em seu sangue.

Já o método sorológico é capaz de detectar os anticorpos contra o vírus, e não o vírus em si. Por isso, ele consegue identificar uma infecção por zika mesmo depois de muito tempo após o fim dos sintomas.

Fonte: G1

EUA pedem que mulher com zika espere 2 meses antes de engravidar

 

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) lançaram novas diretrizes, nesta sexta-feira (25), sobre o tempo que homens e mulheres expostos ao vírus da zika devem aguardar antes de começarem a tentar conceber.

As mulheres diagnosticadas com o vírus da zika devem esperar ao menos oito semanas depois do início dos sintomas antes de tentarem engravidar, enquanto os homens devem esperar ao menos seis meses, segundo as recomendações das autoridades de saúde.

As diretrizes dizem ainda que tanto homens quanto mulheres que, mesmo não tendo um diagnóstico confirmado da doença, tiveram uma possível exposição ao vírus devem esperar ao menos oitos semanas.

O órgão observou que as recomendações são baseadas em dados ainda limitados sobre a permanência do vírus no sangue e no sêmen. O vírus da zika tem sido relacionado ao aumento de casos de bebês nascidos com microcefalia no Brasil. Apesar de não haver uma prova definitiva de que o zika tem sido responsável pela microcefalia em bebês, há evidências cada vez maiores que relacionam o zika à malformação.

Oficiais do CDC observaram que conversas sobre os riscos relacionados à gravidez são difíceis e encorajaram profissionais da saúde a engajar seus pacientes nessa discussão. "Algumas mulheres e seus parceiros residentes em áreas com transmissão ativa de zika podem decidir adiar a gravidez", afirmou o CDC em um comunicado.

Fonte: Reuters

 

 

 

Estado amplia para 98% o número de bebês assistidos pelo Centro de Microcefalia

Na última semana, de 13 a 19 de março, o Piauí manteve em 145 o número de casos notificados de microcefalia. Já os casos confirmados como microcefalia relacionada a processo infeccioso passou de 56 para 62 casos, 31 foram descartados quanto à relação de processo infeccioso e 52 continuam em investigação.

Desse total de crianças com microcefalia, 142 já estão sendo acompanhadas no Centro de Referência Estadual de Microcefalia, o que representa o crescimento percentual de 98,6% assistidos, já que na semana passada eram 134 casos.  

Passaram pela triagem auditiva 109 bebês, 81 pelo exame de fundo de olho, 08 pela triagem ocular, 81 fizeram o exame de fundo de olho, 26 ultrassonografia computadorizada e 83 bebês foram submetidas a investigação por tomografia computadorizada.

Segundo Carmem Viana, apoiadora do Ministério da Saúde e membro do Comitê Estadual pra Enfrentamento da Microcefalia, 40 crianças já estão sendo atendidas no programa de estimulação precoce. “Estamos tratando de 29 crianças no Centro Integrado de Reabilitação (CEIR), duas na Associação Picoense de Atenção e Assistência em Saúde (APAAS) e nove nas APAES em municípios do interior do Estado”, disse.

Números da Dengue no Estado

Dados atualizados até hoje, dia 23 de março, mostram que houve uma redução de 61,7% no número de casos suspeitos de dengue notificados. De 1.623 casos em 2015 para 622 em 2016.

Também foi registrada redução de 2,2% o numero de municípios com notificação de casos suspeitos de dengue, passando de 89 em 2015 para 87 em 2016. A incidência da doença reduziu 61,6% em todo o Piauí.

Foram registrados, ainda, um caso notificado de Dengue com Sinais de Alarme, em São Raimundo Nonato. Um caso de Dengue grave em Teresina e nenhum óbito no período.

Da Editoria de Cidades
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