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Diversidade

Poemas de Natal para saborear boas novas: fraternidade, solidariedade, prosperidade

Poesia de Natal – Cora Coralina

Enfeite a árvore de sua vida

com guirlandas de gratidão!

Coloque no coração laços de cetim rosa,

amarelo, azul, carmim,

Decore seu olhar com luzes brilhantes

estendendo as cores em seu semblante

 

Em sua lista de presentes

em cada caixinha embrulhe

um pedacinho de amor,

carinho,

ternura,

reconciliação,

perdão!

 

Tem presente de montão

no estoque do nosso coração

e não custa um tostão!

A hora é agora!

Enfeite seu interior!

Sejas diferente!

Sejas reluzente!

 

Poema de Natal, de Vinicius de Moraes

 

Para isso fomos feitos:

Para lembrar e ser lembrados

Para chorar e fazer chorar

Para enterrar os nossos mortos —

Por isso temos braços longos para os adeuses

Mãos para colher o que foi dado

Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:

Uma tarde sempre a esquecer

Uma estrela a se apagar na treva

Um caminho entre dois túmulos —

Por isso precisamos velar

Falar baixo, pisar leve, ver

A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:

Uma canção sobre um berço

Um verso, talvez de amor

Uma prece por quem se vai —

Mas que essa hora não esqueça

E por ela os nossos corações

Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:

Para a esperança no milagre

Para a participação da poesia

Para ver a face da morte —

De repente nunca mais esperaremos…

Hoje a noite é jovem; da morte, apenas

Nascemos, imensamente.

 

O Que Fizeram do Natal, de Carlos Drummond de Andrade

Natal

O sino toca fino.

Não tem neves, não tem gelos.

Natal.

Já nasceu o deus menino.

As beatas foram ver,

Encontraram o coitadinho

(Natal)

mais o boi mais o burrinho

e lá em cima

a estrelinha alumiando.

Natal.

As beatas ajoelharam

e adoraram o deus nuzinho

mas as filhas das beatas

e os namorados das filhas

foram dançar black-bottom

nos clubes sem presépio.

 

Esperança – Mario Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano

Vive uma louca chamada Esperança

E ela pensa que quando todas as sirenas

Todas as buzinas

Todos os reco-recos tocarem

Atira-se

E — ó delicioso voo!

Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,

Outra vez criança…

E em torno dela indagará o povo:

— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?

E ela lhes dirá

(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)

Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:

— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…

 

REAPI integra ação: Bosque da Memória em Teresina - Tributo às vitimas do Covid-19

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O magistral poeta Carlos Drumond de Andrade aponta nos versos a seguir as artimanhas da realidade presente em sua concretude adversa e desafiadora, convocando a tod@s um agir sensível ao bem coletivo: “Estou preso à vida e olho meu companheiros/Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças/Entre eles, considero a enorme realidade/O presente é tão grande, não nos afastemos/Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas”.

A poética de Drumond alimenta ações cotidianas como o Ato Bosque de Memória Rio Parnaíba, iniciativa solidária realizada neste domingo (13) em Teresina/PI  para  lembrar as vitimas da Covid-19 e aos agentes de saúde protagonistas no enfrentamento à doença. O plantio de árvores durante o evento expressa a simbologia da vida e seus constantes fluxos eternos.    

A Rede Ambiental do Piauí(REAPI) integra a ação idealizada pelo coletivo de ONG’s da Mata Atlântica do Brasil. O evento aconteceu na Avenida Maranhão, próxima a Ponte Nova.

 

Por Herbert Medeiros

Sexo e Religião: conturbado (e violento) casamento

Fazia muita falta uma pesquisa que tratasse de maneira sistemática e isenta a relação entre o sexo, a religião e a política. Na vida religiosa há uma dimensão individual e íntima, mas também uma dimensão social de “pertencimento” ao grupo, de identidade relativamente aos “outros” – os que não partilham da mesma crença – e um amplo espaço de uso político da sexualidade, outra dimensão íntima profundamente enraizada. Através dos sentimentos religiosos e das profundas pulsões sexuais, a política encontra instrumentos poderosos de manipulação. “Tanto os mórmons do século XIX como os fundamentalistas de hoje sentiram e sentem na pele, de diversas maneiras, a necessidade que o ser humano tem de regular a vida sexual alheia segundo a sua própria convicção religiosa”, escreve o autor. Não se trata aqui de um ataque às religiões ou de divagações sobre a sexualidade, mas sim de uma análise científica dos usos deformados dessas duas dimensões tão importantes da nossa vida.

 

 

 

 

 

 

 

O norueguês Dag Endso é pesquisador da Universidade de Bergen, especialista na relação entre religião e sexualidade. O livro já foi traduzido em 11 idiomas. Pesquisa muito exaustiva, bem documentada, e escrita de forma clara, sem pedantismo e sem evitar questões escabrosas. Levanta uma dimensão em grande parte irracional dos nossos comportamentos, inclusive evidenciando o seu peso na política e nas relações sociais. A mensagem, claramente, é de tolerância, mas também de denúncia. E o resultado é preencher um espaço de conhecimento muito insuficientemente trabalhado. Alguém tem dúvidas sobre o uso político desses sentimentos pelas religiões eletrônicas modernas? Em nenhum momento se trata de um ataque à espiritualidade ou aos sentimentos amorosos, mas sim de uma explicitação de como ambos têm sido apropriados nas lutas pelo controle social e o poder político.

A questão vai muito além do cristianismo. Diz a Bíblia no Deuteronômio: “Se se encontrar um homem dormindo com uma mulher casada, todos os dois deverão morrer: o homem que dormiu com a mulher, e esta da mesma forma. ” Mas muito anterior à Bíblia, o Código de Hamurabi, igualmente escrito por inspiração divina, cerca de 1.700 anos antes de Cristo, explicita como uma mulher infiel deve sucumbir com seu amante. A busca do controle da nossa intimidade sexual se encontra nas mais variadas religiões, abrindo espaço para a discriminação. “Não devemos subestimar a segurança e a autoconfiança que resultam da possibilidade de inferiorizar outros seres humanos com base no que são e com quem fazem sexo.”

Hoje em Israel ainda se proíbe o casamento de judeus com pessoas não judias, e o hinduísmo proíbe a sexualidade entre pessoas de castas diferentes, mas com diferenças: “Homens não podem fazer sexo com mulheres de castas superiores, mas homens de castas mais altas podem fazer sexo com mulheres de castas inferiores, contanto que não se casem com elas. ” (251) O peso da sexualidade no controle interno das comunidades evangélicas, e o seu aproveitamento político são igualmente fortes, em plena era da sociedade do conhecimento. Vários países ainda condenam homossexuais à morte. É papel dos políticos interferir na intimidade dos sentimentos místicos e amorosos das pessoas e das famílias? Sem dúvida que não, mas são instrumentos políticos poderosos, como vemos no Brasil de hoje, na Turquia de Erdogan, na Polônia de Kaczynski, nos Estados Unidos e tantos outros países. É um uso oportunista tanto da sexualidade como dos sentimentos religiosos.

“Regras religiosas que definem quem pode fazer sexo com quem, sejam elas baseadas em gênero, cor, etnia, casta ou religião, têm um ponto em comum: reforçam o princípio, vital para tantas religiões, de que existem diferenças essenciais entre pessoas; reforçam a percepção de que essas diferenças são necessárias, e de que os seres humanos têm um valor vinculado à identidade que têm, ou aparentam ter. Gênero, cor da pele, etnia, casta ou religião são atributos que determinam o valor de alguém com base em uma perspectiva religiosa; regras sexuais contribuem para a manutenção desses atributos e valores. Quem quer que ouse desafiá-las não apenas causará uma ruptura dessas diferenças sagradas, mas também se excluirá desse sistema, extrapolando os limites de uma identidade que lhe é atribuída de antemão.”

A mulher costuma ser a principal vítima. “Uma pesquisa da ONU realizada no Afeganistão em 2006 mostrou, por exemplo, que cerca de metade das mulheres que estavam na prisão era sob a acusação de fazer sexo pré ou extraconjugal – mas a causa real para muitas dessas mulheres era ter sido vítima de estupro”. O Islã é a religião de quase um quarto da população mundial (1,8 bilhão de crentes). Endsjo mostra através de numerosos exemplos que a interpretação religiosa do comportamento sexual varia muito segundo os países islâmicos e suas tradições culturais, e faz-se uso dos textos religiosos de maneira diferenciada. Ou seja, a religião não é necessariamente a causa das deformações, mas sim um dos caminhos poderosos de controle da intimidade e do comportamento social e político.

A realidade evolui no mundo, e o autor mostra as mudanças em diversas religiões. “A hipótese do divórcio se tornou tão auto evidente na vida de tantos cristãos que a maioria deles nem vê problemas na condenação irrestrita que Jesus fazia a ele. A postura cristã em relação ao divórcio é, portanto, um excelente exemplo de como as proibições religiosas podem ser ignoradas por completo assim que deixam de ser relevantes para os fiéis.” (143) A distância entre o que recomendam ou proíbem as religiões e as práticas são profundas, mas a política continua a fazer amplo uso das proibições. “Somente em 2003 a Suprema Corte dos EUA invalidou as leis estaduais que proibiam o sexo oral e anal entre homens e mulheres”. (149) Obviamente os políticos fariam melhor se dedicando a construir escolas e estradas do que discutir quais posições sexuais devem ser autorizadas ou proibidas. Mas em política, apropriar-se da intimidade das pessoas funciona. 

Endsjo traz com força o argumento de que as regras religiosas constituem um vetor importante da construção de identidades, gerando o sentimento de pertencimento de que tanto precisamos, e que tanto pode excluir: “Uma regra religiosa para definir quem pode fazer sexo com quem é uma das formas mais poderosas de reforçar identidades diferentes” (248). O autor se refere a racismo sexual: “Não há dúvida de que a defesa do racismo sexual, baseada em princípios bíblicos, está viva e é extremamente resistente. ” (249) “A tendência de certos grupos de pessoas a construir e reforçar sua identidade ao perseguir e demonizar outros grupos é um conhecido fenômeno histórico e sociológico. É aqui que poderemos encontrar a rationale fundamental por trás do racismo e das perseguições religiosas, étnicas e de minorias sociais que de alguma forma discrepam da maioria… Há pessoas que se destacam e estabelecem seus objetivos somente ao demonizar e perseguir outros grupos.”

A hipocrisia que existe na aplicação das regras é impressionante, o que ajuda a entender, por exemplo, o peso histórico do racismo nos Estados Unidos. Sob pretexto de que Deus criou as raças separadas (desde Babel), proibiu-se os contatos sexuais entre elas. Mas “na prática, a proibição era voltada primeiramente ao sexo entre homens negros e mulheres brancas, e contra o reconhecimento legal de qualquer relação entre pessoas de etnias diferentes. Da mesma maneira como senhores de escravos tinham livre acesso ao corpo de suas escravas negras, homens brancos continuavam a ter assegurada a possibilidade de fazer sexo com suas empregadas domésticas. Dessa forma, a convicção religiosa e racista mostrava que não era assim tão consistente. ”

Vale a pena lembrar aqui o livro de Neil Postman, Amusing Ourselves to Death, que parte da análise dos meios de comunicação de massa para apontar a expansão da manipulação política da religião, e cita uma declaração de Billy Graham, personagem importante do showbusiness religioso: “A televisão é a ferramenta mais poderosa de comunicação já criada pelo homem. Cada um dos meus programas ‘especiais’ em horário nobre é divulgado por quase 300 estações através dos Estados Unidos e do Canadá, de forma que num único programa minha pregação atinge milhões mais do que Cristo na sua vida inteira. ” (Postman, 118). Isto era em 1983. Hoje temos muito mais TV, e temos as mídias sociais, a comunicação direcionada, a invasão da privacidade e tantas formas mais sofisticadas de manipulação.

A manipulação dos sentimentos pode ser muito lucrativa. A Forbes americana, que estuda a formação de fortunas no mundo, apresenta na sua lista de bilionários brasileiros o Edir Macedo, que ostentava em 2019 uma fortuna de 1,41 bilhão de reais. Se parasse de ganhar dinheiro e gastasse um milhão de reais por ano, levaria 1400 anos para gastar esta fortuna. E essa indústria já elege os seus políticos. (Forbes, 2020, p. 110) Na era da comunicação total e individualizada, as deformações podem atingir um patamar muito mais elevado.

E há o reverso da medalha. Em plena pandemia, em novembro de 2020, a iniciativa Economia de Francisco permitiu que milhares de jovens de mais de uma centena de países passassem três dias debatendo novos rumos para o planeta, uma outra economia, questões ambientais e de desigualdade, num processo de construção do bem comum, criando pontes entre diversas religiões, buscando novos rumos de tolerância e convívio. A igreja da libertação teve imensos impactos positivos de conscientização. Nas mais variadas religiões vemos emergir com força o resgate da espiritualidade como caminho para um mundo mais civilizado.

De toda forma, termos acesso a um estudo em profundidade de como o uso político e comercial da nossa intimidade espiritual e amorosa se manifesta nas diversas religiões e em diversas épocas, nos ajuda a entender as dinâmicas sociais e políticas no sentido mais amplo. O tema tem sido muito subestimado, inclusive ridicularizado, ou evitado pela dimensão polêmica. Endso enfrenta o desafio de maneira séria e competente, apresentando os dados, evitando as simplificações ideológicas. E o livro é muito bem escrito e traduzido, leitura que flui. Sobretudo, ajuda a entender que a política e a luta pelo poder constituem processos que vão muito além da racionalidade.

 

Fonte: Site Outras Palavras

Após homofobia de ministro, Toffoli pede à PF que recolha depoimento

Milton Ribeiro afirma que homossexualidade de jovens é por culpa de "famílias desajustadas" e que crianças "optam" por serem gays

 

O atual governo e seus absurdos! Dias Toffoli, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta sexta (04), que a Polícia Federal marque uma data para depoimento do ministro da Educação, Milton Ribeiro, acusado do crime de homofobia.

Em outubro, Toffoli já tinha solicitado que Ribeiro precisava ser ouvido antes da determinação ou não da abertura do inquérito. O ministro do STF indeferiu o pedido do Movimento Nacional dos Direitos Humanos de participar do testemunho, afirmando que tais intervenções não são possíveis nesse momento da investigação.

O ministro Milton Ribeiro, ao ser entrevistado sobre educação sexual, disse que a homossexualidade seria resultado de “famílias desajustadas”. A declaração homofóbica ocorreu em entrevista ao jornal “Estado de São Paulo” publicada em 24 de setembro.

“Acho que o adolescente, que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic), tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe”, afirmou o ministro, sem citar nenhuma fonte científica.

De acordo com a PGR, as afirmações do ministro poderiam ser caracterizadas como infrações penais por incitar ou induzir o preconceito e a discriminação. A acusação de homofobia foi realizada pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros.

 

Agora é com a Justiça, ministro!

Depois da repercussão negativa, o ministro pediu desculpas pelas afirmações e disse que foram tiradas de contexto. No entanto, na semana passada, rejeitou um acordo de persecução penal com o Ministério Público.

Neste tipo de ferramenta jurídica, prevista no pacote anticrime, aprovado pelo Congresso, o réu confessa o crime em troca de não ser denunciado à Justiça. Mas, fazendo isso, terá de cumprir ações negociadas com os procuradores. Este tipo de acordo só é possível em delitos que têm pena menor que quatro anos de cadeia.

Fonte: Põe Na Roda

Oficina de Arte Drag: descortinando novas faces

A Oficina Arte Drag propõe uma experiência pedagógica com a transformação de pessoas em sua dragqueen.

Desde a contextualização até prática, a oficina vai proporcionar momentos que buscam trazer um desenho/descoberta desta figura, a dragqueen, que transforma e empodera aquele pessoa que se propõe a este desafio.

Mais do que compor esta figura externamente, esta oficina se propõe a levantar questões sociais de gênero e da cultura LGBTQIA+ presentes no universo das drag queens.

Experimentar este estado de "estar Drag Queen" pode trazer a tona lugares antes não conhecidos de quem a performa, a possibilidade de vestir uma máscara tão potente, pode desvelar mais do que esconder. Atrás da máscara deixamos o medo. À frente, carão e coragem.

DIAS 5 e 6 - das 16 às 19h - total de 6h de oficina. Gratuita.

inscrição e mais informações: CLIQUE AQUI

Essa oficina foi premiada pelo Edital #SCulturaEmSuaCasa da Fundação Catarinense de Cultura.

Para Teresina prospera e diversa: Democratizar poderes institucionais para pautar por + Direitos e + Cidadania

Por Herbert Medeiros

Afinal que Teresina se avizinha com a nova Administração no Executivo Municipal eleita no domingo (29/11)? Será uma capital pensada, planejada e pavimentada de forma efetivamente democrática com vez e voz:   das periferias, dos feirantes, das mulheres batalhadoras que labutam dia-a-dia para trazer o ganha pão para suas residência, das juventudes sedentas por expressar sua arte e cultura, d@s negros/as, d@s lgbts e pessoas com deficiência?

Durante as campanhas é comum vender um marketing político com  propostas de uma Teresina emoldurada em cenas de encher os olhos de mares de felicidades. Afinal, eleitor@s querem mesmo imaginar que viverão em um território urbano prospero nas necessidades mais cotidianas: saúde, educação, emprego, renda, respeito a tod@s sem distinção de qualquer natureza. Mas o quadro real não é tão paradisíaco.

Ao olharmos para Índice de Desenvolvimento Humana (IDH) da capital, a cidade tem pontuação de  0,751 – quanto mais próximo de 1, municípios alcançam melhores resultados. Indicadores do IDH avaliam qualidade de vida a partir da educação e longevidade (expectativa de vida ao nascer) e renda.  O ponto a ser refletido é: a quem de fato a riqueza produzida propícia condições de vida melhor?

Periferias e grandes regiões da capital (Dirceu, Promorar, Mocambinho, Santa Maria da Codipi) de fato estão contempladas com educação de qualidade  no aspecto de instalações, material didático coerente com propostas inovadoras e desafiadoras de novas aprendizagens, agentes educacionais bem remunerados e qualificados para seus ofício?

As escolas teresinense são acolhedora e inclusivas para negr@s, Lgbtiq+, pessoas com deficiências? Resultados em  Métricas e estatísticas nas avaliações nacionais não significam uma escola que promove pensamento crítico, capacidade de resolução de conflitos, desenvolvimento de espírito cientifico e do protagonismo jovem na arte e cultura. Educação Pautada em Exames Nacionais representa apenas  um meio e não um fim em si, caso contrário, tais exames se tornam aprendizagens mecânicas para alcançar notas.

A longevidade, um dos indicadores do IDH, na capital é uma realidade para mulheres, crianças, jovens e populações de baixa renda vulnerabilizadas? O que se verifica na dura lida cotidiana são precárias políticas públicas no campo da moradia, da assistência à saúde   universal, humanizada e qualificada nas respostas às demandas dos usuários.

É frequente a reclamação da população por ausência de profissionais de saúde suficiente para atendimento. Isso leva a esgotamento dos agentes sanitários,  longas filas, atendimento comprometido em sua eficácia.  Sim, falar em longevidade também  sem observar políticas de Saúde e de Assistência Social focadas nas especificidades das populações atendidas é reproduzir desigualdades e injustiças. Há normativas, resoluções, Planos Municipais de Políticas norteando oferta de serviços especializados à lgbtiq+, mulheres, crianças e jovens, pessoas negr@s  pessoas vulneráveis economicamente e outros segmentos.

Prefeito eleito e parlamentares do legislativo municipal obtiveram nas urnas   a responsabilidade de dar efetividade às políticas. Não podem fechar os olhos e agirem na calada da noite pra sucatear ações públicas   ou favorecer  iniciativas privatizantes de Direitos Sociais fundamentais para uma  cidade que se queira desenvolvida.  

Em matéria publicada no Portal Cidade Verde sobre renda traz uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/IBGE apontando que pessoas na linha de pobreza  (US$ 5,50 renda por dia, correspondente a 420 reais mensais) em Teresina chegou a 29,3%. Comparado ao ano de 2017, representou aumento de 3,1%. São quase 252 mil pessoas em quadro de pobreza.

Promessas eleitorais sem oferecer resposta concretas para essa situação de desigualdades na capital é andar em círculo e perpetuar fisiologismos, enriquecimento para pouc@s, tutela do eleitores e estado de desesperança. . E o quadro  quadro  de pobreza desnudado  afeta com mais intensidade e gravidade pessoas que já são estigmatizadas e sofrem preconceitos e discriminações  por sua orientação sexual, sua identidade de gênero, sua classe sócia, cor, região geográfica, idade, sexo.

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) das Nações Unidas estabelece como metas para Desenvolvimento Socioambiental, Político, Econômico e Cultural indicadores como: promover igualdade entre os sexos e autonomia das mulheres, reduzir mortalidade infantil, acabar com fome e miséria, garantir qualidade de vida e respeito ao meio ambiente etc. Teresina que queremos deve nortear-se por ampliar cidadadania, Direitos, condições favoráveis para tod@s semearem ações de ter vida digna. 

E Teresina só  alcançará políticas de desenvolvimento sustentável, justas e redistributivas das riquezas na medida em que seja capaz de  articular processos democráticos a partir das bases sociais, mobilizando,  organizando e propondo pautas para colocar na agenda institucional do Executivo e Legislativo Municipal. O Poder Público por si só não apresenta resultados, a não ser  quando  é colocado nos parâmetros da cobrança, monitoramento e controle social de suas práticas reprodutoras de iniquidades. Só democratizando as esferas institucionais,  a cidade respirará pluralidade e suas potencialidades criativas e inovadoras.

 

 

Lgbtiq+ é tech, é top, é pop: Riqueza e grandeza do Brasil

A  presença no espaço público de  pessoas lgbtiq+ expressando com orgulho sua orientação sexual ou identidade de gênero é  fruto de um processo de construção pavimentado nas interações educativas, nas práticas socioculturais e no diálogo plural para  superar camadas pesadas de preconceitos, estigmas e discriminações acumulados ao longo do tempo.

 A começar pela   estrutura mental e moral dos modelos familiares pautados  em  negar, silenciar, esconder e  produzir violências pra filho/a lgbts,  mutilando em sua existência. Foi e é ainda necessário continuar diálogos e aprendizagens socias para  proporcionar aos  ambientes familiares condições de repensar e ressignificar  interações afetivas mais acolhedoras.

Instituições do Estado,  do ambiente empresarial, da vida escolar e acadêmica também  expressaram e expressam  cotidianamente  palavras, olhares, gestos, posturas de silenciamento, atitudes de segregação e ações para dizer explicitamente aos lgbts: fica no seu lugar, não dá bandeira, se contente com migalhas.

A desumanização e desprezo social ecoados nessas práticas e discursos atravessa toda estrutura psíquica e emocional dos lgbts produzindo consequências desastrosas .

 Por isso há mais 50 anos a mobilização   para sair do armário e  afirmar o Orgulho de SER O QUE   É.  Foi preciso reordenar e definir novos lugares para dizer que existimos e somos parte da produção das riquezas materiais, dos bens culturais  e valores democráticos levantados com nosso trabalho, nossa inteligência, nossas competências emocionais, intelectuais e socioeducativas.

O corpo e as expressões múltiplas da existência lgbtiq+ serão sempre um ato político para   ocuparem a cena pública: na arte, tecnologia, produção científica, literatura, espaços empresarias e  outras esferas. Somos agentes históricos e lutamos de forma árdua  pra conquistar vez e voz.

Por Herbert Medeiros

Documentário: "Willyams Martins - Imagem - Música - Vida"

A live de lançamento do filme "Willyams Martins • imagem • música • vida" de Nêio Mustafa, apresenta a história de vida de Willyams Martins, do punk às artes visuais. O filme representa a visibilidade histórica da cena underground em Salvador que de alguma forma estamos todos representados por ela.

 

DIA 21 NOV, às 18h.

Mediação: Sergio Fernandes.

Técnica: Lúcio Mustafá.

Produção: Willyams Martins e Nêio Mustafa

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