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Matizes em Ação: 18 anos de lutas, conquistas e desafios

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Rede Ambiental do Piauí debaterá Segurança Alimentar em tempos de pandemia

De acordo com Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, instituída pela lei nº 11.346/2006, a alimentação é Direito Fundamental do Ser Humano. A referida normativa ainda estabelece como papel do poder público promover políticas e ações necessária para assegurar a segurança alimentar e nutricional da população.

Neste sentido, a Rede Ambiental do Piauí/REAPI levará ao debate público reflexões   sobre o assunto para problematizar como populações estão sendo impactadas pelo atual modelo  avassalador  de produção de alimento e suas implicações na saúde e bem-estar de pessoas e sujeitos sociais.

O tema do debate/Live  será nesta sexta-feira (22) às 15h e abordará “Agroecossistemas e Segurança Alimentar em tempo de pandemia”. O Administrador do Garagem Orgânica, Antonio Neto, mediará a conversa com o debatedor Matheus Mendes, Engenheiro Florestas, mestre em Ciências Florestais e doutorando na área socioambiental.

Segundo Mendes, as problemáticas da escassez de energia, água, degradação ambiental, mudanças climáticas, diminuição da biodiversidade de cultivos  e desigualdade econômica estão interconectadas com a questão da segurança alimentar.

Por Herbert Medeiros

UESPI abre inscrição para seleção de vagas do Projeto Esperança Garcia

A Universidade Estadual do Piauí (UESPI) torna público a abertura de processo seletivo para composição do Grupo de Pesquisa “Esperança Garcia: Constitucionalismo, Democracia e Garantias de Direitos Fundamentais de Grupos Vulneráveis”, em Picos. Ao todo, estão sendo ofertadas 30 vagas, que devem ser distribuídas entre alunos e egressos do Bacharelado em Direito, assim como dos cursos de Ciências Humanas e Sociais, além de professores e técnicos administrativos da instituição.

Os candidatos serão selecionados em duas fases: homologação das inscrições (eliminatória); análise do currículo Lattes e da carta de intenção (classificatória). Todas as etapas de seleção serão desenvolvidas virtualmente, em obediência ao isolamento social sugerido pela Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde.

Segundo o coordenador da ação, Prof. Elvis Gomes Marques Filho, o objetivo do projeto Esperança Garcia é conferir visibilidade e protagonismo aos grupos vulneráveis, entre eles: negros, mulheres, pessoas economicamente hipossuficientes, portadores de necessidades especiais, LGBTS etc.

As inscrições começam na próxima segunda-feira (18), e seguem abertas até o dia 05 de junho. Os interessados devem preencher o formulário de inscrição, bem como enviar a cópia do Currículo Lattes e de Carta de Intenção, ambos em formato PDF, para o e-mail do líder do grupo ([email protected]). Na descrição do assunto de e-mail deve constar: “INSCRIÇÃO – GRUPO DE PESQUISA – NOME DO CANDIDATO”.

Mais informações clique PROJETO ESPERANÇA GARCIA

Fonte: UESPI

Restaurante dos EUA contrata Drag Queen para entregar pedidos

Com o isolamento social, muitos restaurantes dos Estados Unidos estão usando a criatividade para oferecer opções de retirada e entrega de pedidos. Um dos restaurantes que tem se destacado é o Fiddlehead, em Michigan City, que contratou drag queens para fazer a entrega das refeições. O serviço, chamado de “Dragside Pickup”, funciona aos sábados e a entrega pelas drags é feita na calçada do estabelecimento.

“Pensamos que seria uma boa ideia alegrar o dia de algumas pessoas que fazem pedidos com algo um pouco diferente e um pouco divertido”, disse Aaron O’Reilly, proprietário de Fiddlehead, que exige que as drags usem máscaras e luvas para contenção ao coronavírus.

A Fiddlehead é uma empresa de propriedade e operação de LGBTQ+ e está aberta há cinco anos.

Fonte: GayBlog

Avanço por Direitos e cidadania: STF considera inconstitucional restringir homens gays e bissexuais de doarem sangue

A concretização dos  direitos LGBTI+ sempre   percorre longas jornadas de lutas para se materializar,  mas felizmente é chegada a hora de celebrar mais uma conquista: o Supremo Tribunal Federal(STF) formou maioria para declarar inconstitucional normativas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária   restritivas do direito de homens gays e bissexuais doarem sangue.  

A Relatoria da Ação Direita de Inconstitucionalidade(ADI) era do ministro Edson Fachin ressaltou aspectos constitucionais como Dignidade Humana bem como  “...o fato de que as pessoas são iguais em seus direitos para estabelecer os seus projetos de vida, proibindo que sejam impostas certas condutas que limitam algumas liberdade”.

E o grupo Matizes se orgulha também de ter contribuído nessa luta  em defesa do direito à liberdade, igualdade   e não discriminação quando  lá em 2006 entrou com representação junto à Procuradoria Federal do Piauí questionando o caráter discriminatório da Portaria da ANVISA. À época o procurador Travanvan Feitosa Ajuizou ação na justiça ratificando a tese de inconstitucionalidade da norma do órgão federal.

Em vários momentos da luta pela sensibilização social em favor da solidariedade, o Matizes promoveu a Campanha “Nosso Sangue Pela Igualdade” visando incentivar população da cidade a praticar ato solidário de doar sangue bem como conscientizar e envolver a  sociedade para defesa da revogação da portaria discriminatória   da ANVISA.

Para ler o voto do Ministro Edson Fachin clique AQUI

Por Herbert Medeiros

 

Defensoria Pública da União cria canal para denúncias durante enfrentamento ao coronavirus

A Defensoria Pública da União (DPU) criou nessa semana um canal para receber denúncias de violações de direitos da população durante o período de combate ao novo coronavírus (covid-19) no país.

Na página do Observatório Nacional COVID-19, o cidadão pode fazer a denúncia por meio do preenchimento de um formulário eletrônico, no qual deve descrever a suposta violação de algum direito relacionado às áreas da saúde, Previdência Social, assistência social ou outros que envolvem a pandemia.

Segundo a DPU, o objetivo do observatório é reunir demandas que possam ser resolvidas coletivamente.

Nos casos em que for preciso assistência jurídica individual, o órgão recomenda que o cidadão procure as unidades da Defensoria em todo o país.

Fonte: Agência Brasil

O SR. CORONA E OS TRABALHOS MENORES

Por João Silvério Trevisan

Estou preparando meu arroz integral e não consigo definir a quantia de curry nem de sal nem de água. Me sinto todo descadeirado, um trapo mesmo, depois de passar o dia de ontem fazendo limpeza na casa. Não sei o que foi pior, se o banheiro ou a cozinha. A sala decidi só limpar quando der. Então sinto cheiro de queimado, e a fumaça se espraia. Pelo interfone, pergunto ao porteiro. Um vizinho esqueceu a frigideira no fogo aceso.

O sr. Corona vem espreitar, com aquele ar maroto de quem sabe o suficiente, e não precisa se descabelar de perplexidade – como eu. Corro vestir minha máscara-cuecão. O sr. Corona se aproxima: “E aí, já queimou quantas panelas?” Mesmo mal humorado, me esforço pra não praguejar. Ponho o arroz pra cozinhar em fogo brando.

O sr. Corona comenta: “Nesta rua já vi dois casos graves de incêndio e intoxicação. Num, o cara deixou um litro de álcool perto do fogão aceso. No outro, duas crianças acabaram engolindo desinfetante.” É, eu imagino. Meu vizinho acha que tudo não passa de pânico.

Começo a preparar a carne. As facas perderam o corte e, mesmo usando o amolador, não funcionam. Praguejo discretamente, mas percebo que o sr. Corona ri, quase deliciado: “Seria mais fácil ser vegetariano.” Me sinto pego em flagrante, então extravaso minha culpa: “Já fui, por uns bons anos. Era muito complicado. Tive anemia.”

O sr. Corona nota minha falta de sinceridade. Não preciso lhe explicar que gosto de carne. Mas ainda tento me desculpar: “É, aprendi muito nos meus tempos de vegetariano, tal como combinar proteínas, carboidratos e não ingerir líquido durante a refeição. Até aprendi a cozinhar umas coisas.” O sr. Corona comenta, zombeteiro: “Ah, isso se vê.”

Aumento o som do rádio, mas não consigo aplacar minha frustração. Tempero a carne e refogo, antes de fechar a panela de pressão. Não sei se coloquei os temperos adequados nem a quantia de água suficiente. Não sei se ponho no fogo médio ou alto. Aliás, não sei quanto tempo leva pra cozinhar.

Agora é o alface, que lavo e deixo de molho, para higienizar. Gasto meia hora nisso. O sr. Corona continua olhando. Parece inspirado, hoje. Ou, quem sabe, entediado com a quarentena que impede seu serviço letal.

De repente, vejo o chão da área de serviço. Inundado. Corro. Um pano que esqueci dentro do tanque entupiu o escoamento da água despejada pela máquina de lavar. Quando puxo a água para o banheiro sinto cheiro de cocô. Ah, não. Lá está um montão que a Nina fez não sei quando. A máquina de lavar se agita tanto que parece prestes a levantar voo. Esqueci de chamar o técnico. Melhor desligar. Limpo o cocô. Passo desinfetante no banheiro.

Então lembro e saio correndo para ver o arroz. Desligo. Quando experimento, está duro. Putz, esqueci de cozinhar o feijão. Vou substituir por batata doce. Descasco, corto, ponho para cozinhar com folhas de louro.

 O sr. Corona, que não perde nada, observa: “É bem difícil ficar sem empregada, né?” Olho exausto, com energia só suficiente para corroborar: “Não vejo a hora que ela volte.” O sr. Corona ri, cínico: “E ainda chamam isso de trabalhos menores...” Antes de se retirar, ele pergunta a esmo: “Entendeu o que eu digo?”

É quando sinto um cheiro familiar. Saio correndo acudir, mas já é tarde. Não haverá carne no almoço, só carvão. Vou terminar de cozinhar o arroz, para comer com gersal, batata e salada temperada com azeite e shoyu light. Renasce um vegetariano de quarentena.

Como será o mundo pós-pandemia?

Por Marcela Amaral e Luiz Mello

Professor@s de Sociologia, da Faculdade de Ciências Sociais, e integrantes do Ser-Tão, Núcleo de Ensino, Extensão e Pesquisa em Gênero e Sexualidade, da Universidade Federal de Goiás.

Sendo otimistas, talvez, em meados de 2021 tenhamos uma vacina contra o coronavírus. Até lá e mesmo depois, havéra milhares ou milhões de mortes, a depender da nossa capacidade de manter o isolamento social, definido pela comunidade científica como o único mecanismo eficaz no momento para diminuir os índices de contaminação e evitar a falência dos sistemas de saúde.

No tocante ao mundo pós-COVID-19, os cenários são ainda mais incertos. Toda projeção não passa de desejo, fantasia, especulação – na linguagem popular, chute ou exercício de futurologia. Ciência é feita para conhecer a realidade e contribuir para tornar a vida das pessoas melhor. Nunca para prever o futuro, ainda mais considerando as infinitas variáveis que influenciam a dinâmica da vida social. Afinal, a realidade é construída a partir de decisões políticas, fundadas em disputas entre visões de mundo e interesses diversos. As regras do jogo - e as armas do crime - são definidas não por cientistas ou cidadãos comuns, mas por banqueiros, empresários e donos do agronegócio, para não falarmos em traficantes de pessoas, armas e drogas, entre outros poucos privilegiados. São quase todos homens brancos, detentores das maiores riquezas e amplamente representados por políticos eleitos em defesa de seus interesses.

Se em meio à pandemia a lógica da política e do produtivismo escancara a disputa irracional entre a garantia da riqueza de poucos e da vida de todos, uma evidência parece inconteste nesses tempos: o lugar central das mulheres na resistência e na construção de um novo mundo. São elas a maioria dos profissionais de saúde e limpeza que estão nos hospitais, cuidando das pessoas;  dos responsáveis pela educação das crianças e atenção aos idosos; dos cientistas à frente de laboratórios de pesquisa e parlamentares nas casas legislativas, em busca da cura para a doença e da garantia das condições de vida das pessoas. E são elas que, mesmo estando mais vulneráveis à violência no âmbito doméstico, buscam garantir proteção a si e aos demais, por meio da construção de diversas redes de solidariedade e apoio mútuo.

Se até agora há um aprendizado, em meio à tragédia que se desenha, é o decorrente do exemplo das mulheres, especialmente as feministas e ainda mais as feministas negras, que propõem uma outra maneira de viver em sociedade, mais solidária e menos hierarquizada. Em escala planetária, o futuro é mulher. Ou não será. Especificamente no caso brasileiro, o futuro, além de mulher, precisa ser construído a partir do olhar das pessoas negras, maioria em nosso país. Ou também não será. Um caminho concreto por onde começar? A taxação das grandes fortunas. Sem dinheiro, sem ciência e sem ação política em defesa dos mais vulneráveis, não há saída no horizonte. Desde antes do pandemônio produzido por essa pandemia. Agora mais que nunca.

Fonte: Ser-Tão

 

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