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Diversidade

Debate sobre Velhices LGBTI, Saúde Pública & Covid-19 - Dia 30/04

A pandemia Covid-19 produz efeitos sobre as diversas dimensões das atividades e vivências humanas: saúde, subjetividades, economia,  vida social, relações culturais, espiritualidade e impactos socioambientais. Mas as políticas de saúde devem ser sensíveis às vulnerabilidade dos sujeitos sociais.

Neste aspecto, o tema “Velhices  LGBTI, Saúde Pública & Covid-19” será momento oportuno para refletir as interfaces e especificidades  envolvida na temática.   A ação será   via Live (@sertao.ufg)  às 16h do dia 30/04. A atividade é  uma  iniciativa  do Ser-Tão, núcleo de estudos e pesquisas em gênero e sexualidade da Universidade Federal de Goiás.

O debatedor será Milton Crenitte, médico geriatra, docente e integrante da   Organização Não Governamental (ONG) Eternamente Sou*.

  • Ong Eternamente Sou

É uma instituição com sede em São Paulo que atua para promoção da cidadania LGBT e  também busca assegurar “ atendimento multidisciplinar, orientação de bem-estar e saúde, atividades recreativas, programas e oficinas para integração entre as diversas idades da população lgbt”.  Clique aqui Eternamente Sou para conhecer trabalho da entidade. 

Por Herbert Medeiros

O Sr. Corona e o nosso Recomeço - Por João Silvério Trevisan

Por João Silvério Trevisan

Eu estava limpando a casa, enquanto ouvia as notícias do aumento de infecção pandêmica nas periferias da cidade e do país. Ao lado de doentes nos hospitais, cadáveres esperam por carros funerários sobrecarregados de trabalho. Nos cemitérios, os coveiros não dão conta de enterrar. Alguns locais estão construindo às pressas estruturas com túmulos verticais para enterrar os corpos que chegam incessantemente.

Especialistas alertam que é só o começo. O vírus apenas chegou aos locais mais distantes ou aglomerados humanos, como favelas e cadeias. No centro da cidade, pessoas sem teto e drogados andam a esmo, gritando em desespero. Os presídios lotados começam a se agitar ante a compreensão de que seu confinamento pode ser letal. Nossos indígenas se sentem indefesos ante os primeiros contágios, sem médicos nem plano emergencial.

Com sua pulsão de morte tornada necropolítica, BolsoNero insta as pessoas a irem para as ruas. Um vírus perverso se aproveita do vírus inocente e põe gasolina na fogueira. A subnotificação permite que parte da população não sinta o peso exato da pandemia e afrouxe os cuidados. Arma-se uma bomba de efeito retardado. A aflição me faz suar frio.

Do outro lado da rua, ouço gritos que se aproximam da minha janela. Corro vestir uma das minhas máscaras-cuecão. O sr. Corona fala indignado: “Vocês humanos criaram tamanha desigualdade que até na igualdade da morte permanecem desiguais. Que nojo!”

Sim, e agora a pandemia nos dá um retrato claro de como a sociedade é injusta na vida e na morte. Como falar em quarentena para famílias que vivem amontoadas em cubículos? O sr. Corona lê meus pensamentos e completa: “E quem não pode parar de trabalhar, sob pena de não ter comida na mesa amanhã?”

Mas o que me faz perder o sono é que sempre soubemos da desigualdade, e de tanto ver o óbvio por décadas acabamos achando que tudo era natural. O sr. Corona não perdoa: “Que tipo de lentes vocês humanos usam para distorcer a realidade? Ou sabiam da sua visão comprometida e nunca procuraram trocar as lentes?”

Talvez por ser o emissário da Derradeira Verdade, o sr. Corona dá a dimensão exata da improvisação e do desastre que é nosso organismo social. Ele me encara sério: “Aquele por quem o sino bate se encontra tão enfermo que sequer sabe que o sino bate por ele.” Poxa, o sr. Corona cita o imenso John Donne, então complemento a parte que me cabe na citação: “Mesmo que eu pense estar resguardado, quem vê meu estado real sabe que o sino funerário toca por mim. E eu não percebi.”

Sinto aflição ao compreender que no perigo sofrido pelo outro contemplo o meu próprio, porque fazemos parte de um mesmo tecido. Olho para o sr. Corona, que demonstra alguma alegria quando diz: “Eu e minha estirpe virótica sempre amamos o som dos sinos. Eles falam mais do que mil livros.” Sim, o sr. Corona está moldando nossa consciência. Então me pergunto: terá sido necessário chegar um vírus novo para pensarmos em voltar ao princípio e recomeçar?

Encontro, afetos e amizade para iluminar tempos sombrios: Aqueles Dois de Caio Fernando Abreu

“Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra...”.

“Eram dois moços bonitos também, todos achavam”.

“E perdidos no meio daquilo que Raul (ou teria sido Saul?) chamaria, meses depois, exatamente de “um deserto de almas”, para não sentirem tanto frio, tanta sede, ou simplesmente por serem humanos, sem querer justificá-los — ou, ao contrário, justificando-os plena e profundamente, enfim: que mais restava àqueles dois senão, pouco a pouco, se aproximarem, se conhecerem, se misturarem?”

 Assim, vai se tecendo as interações   de amizade  entre personagens  Raul e Saul no conto “Aqueles Dois” (Caio  Fernando Abreu). O texto integra livro  100 melhores contos da Literatura no século 20, do autor Italo Moriconi.  Nos laços de comunhão entre os dois protagonistas, dialogam e descobrem afinidades e  interesses que os aproximam:  música, cinema etc. Raul tinha violão e toca-disco; Saul tinha “livro com reproduções de Van Gogh”.

É possível observar na narrativa como outras personagens figurativa das máscaras sociais (sempre elas, no passado e presente) e representativas de uma pseudo moral, bons costumes e  ‘decência’ se apresentam com olhares, fuxicos, ressentimentos e inveja da amizade dos personagens. 

São criaturas de vidas mesquinhas, ressentidas, intoxicadas de desamor e q precisam infernizar a vida alheia – no estilo das vespas venenosas presentes hoje em setores da nossa sociedade que  vivem a destilar ódio, rancor, perseguição: vide as Damares  da Vida e outras espécies subterrâneas oriundas do mundo dos Tártaros  do Brasil atual e  suas fantasias perversas de impor um país sem alegria, sem afetos livres, sem dança, sem cinema, sem cores.

 Nam, o Brasil é mais. Redizendo poeta: o mar da história é agitado, as ameaças, as guerras, as hipocrisias, os obscurantismo havemos de atravessá-los.

Por Herbert Medeiros

Ativistas Trans do Brasil e México realizam Live para debater lutas por direitos

A letra da música de Gonzaguinha ‘É’ ressalta: “a gente quer viver a liberdade/ a gente quer viver a felicidade”. Neste sentido, a população Trans também luta por viver seus plenos direitos e busca trazer para agenda  social  demandas por  espaço de visibilidade, respeito,    e reconhecimento de cidadania. 

E para refletir sobre as experiências de luta e reivindicação por direitos das pessoas Trans, os ativistas Izack Zacarias (México) e Grax Medina (Brasil) realizam nesta sexta-feira Live pelo Instagram  com o tema: “O mesmo processo, diferentes obstáculos”. A ação acontecerá às 7pm/México e 21h no Brasil.

Grax Medina é Licenciado em Ciências da Comunicação/Marketing e produtor Audiovisual. Izack Zacarias reside na Cidade de Guadaljara,  Engenheiro Industrial, advogado e Presidente de Impulso Trans A.C.

De acordo com Medina, o objetivo da iniciativa é produzir a cada semana reflexões sobre os desafios enfrentados por pessoas Tran em países da América Latina (Venezuela, Peru, Colômbia, Argentina).

 

Por Herbert Medeiros

Sarau Cinestético: Literatura escrita por LGBTQs

Estão tod@s convidad@s a se deliciar hoje com "Sarau Cinestético" a partir das 19h com transmissão via instagram (@sinesteticas). O Cardápio será variado: cada participante poderá ler poema de sua autoria e texto produzido por escrit@r LGBTQS da História da Literatura. 

E deixamos aqui algumas doses poéticas e musicais  escritas por talentos LGBTIQ+: 

 

Bárbara, Bárbara

Nunca é tarde, nunca é demais

Onde estou? Onde estás?

Meu amor, vem me buscar – Angela Ro Rô

 

Eu comi com você e dormi com você – seu corpo se tornou não apenas seu, nem deixou o meu corpo somente meu,

Você me deu o prazer de seus olhos, rosto, carne, enquanto passamos – você tomou de minha barba, peito, mãos, em retorno,

Eu não devo falar com você – devo pensar em você quando sentar-me sozinho, ou acordar sozinho à noite,

Eu devo esperar – não duvido que lhe reencontrarei,

Eu devo garantir que não irei lhe perder. – Walt Whitman

 

Cai a lua, caem as plêiades e

É meia-noite, o tempo passa e

Eu só, aqui deitada, desejante.  – Safo de Lesbos

 

Eu era um enigma, uma interrogação

Eu tava rezando ali completamente

Um crente, uma lente, era uma visão

Totalmente terceiro sexo

Totalmente terceiro mundo terceiro milênio

Carne nua, nua, nua, nua, nua, nua

Tava perguntado:

Eu sou Neguinha  - Caetano Veloso

 

“Eu amo de formas diversas e afins

Porém o desejo não toma conta de mim

Amo de uma forma única e infinita

Que faz com que de forma plena me sinta!

(Fonte:http://castelodeebano.blogspot.com/2012/10/um-poema-sobre-bissexualidade.html)

 

Corpo com gosto a erva rasa

De secreto jardim,

Corpo onde entro em casa,

Corpo onde me deito

Para sugar o silêncio

Ouvir

O rumor das espigas,

Respirar

A doçura escuríssima das silvas. – Eugenio Andrade

 

Coral Gay de São Francisco arrebata corações e mentes com performance musical online

A música é uma   arte universal que toca fundo o coração humano. Embala a alma e encanta o corpo e mente,   produzindo bem-estar biopsicossocial.

E no atual cenário de isolamento social, o talentoso Coral Gay de São Francisco realizou um espetáculo arrebatador para dar alento aos habitantes de São Francisco, região bastante afetada pela pandemia.

Os artistas produziram o espetáculo musical a partir da coleção de imagens dos 150 participantes do grupo gravado em suas residências. O trabalho foi disponibilizado na plataforma Youtube.

A performance musical traz músicas “True Colors”, de Cinddy Lauper, e Truly Brave, de Mac Huff.

 

Ver/Ouvir aqui

 

Projeto Diálogos da Extensão da UFPI realiza Live: Cuidados com o Idoso em Tempos de Coronavirus

O atual contexto de pandemia global do Covid-19 produz um estado de incerteza e insegurança no conjunto da população. As emoções ficam a flor da pele em busca de respostas. Nesse contexto é fundamental desenvolver resiliência e organizar formas de prevenção e cuidado, em especial com vulneráveis como pessoas idosas.

Neste sentido, o Projeto Diálogos da Extensão da Universidade Federal do Piauí/UFPI realizará nessa quinta(09) uma Live com tema “Cuidados com Idoso em Tempos de Coronavirus”. A Ação envolverá participação de  extensionistas, docentes e discentes  acadêmicos.

Segundo  Cleânia Sales, o projeto Diálogos da Extensão conta com apoio de equipe estudantil do  Programa Integrado  de Saúde da Mulher e acadêmico do curso de Direito. A finalidade do Projeto é realizar todas às sextas-feiras Lives tematizando questões de grande relevância para a sociedade bem como pensar estratégias e alternativas de enfrentar as problemáticas colocadas em debate.

Estarão na atividade: Profa Drª Cleânia Sales, Pró-Reitora de Extensão e Cultura da UFPI; Profa. Drª Teresa Cristina Moura Costa, docente do Deptº de Serviço Social e Coordenadora do PTIA*; Profª Drª Lia Cruz, Médica ginecologista e docente da UFPI e  Profº  DrºEmídio Matos, docente do Depto de Educação Física e Coordenador da Liga de Geriatria e Gerontologia do Piauí.

*Programa Terceira Idade em Ação (PTIA)

O referido programa já tem 20 de anos de atuação promovendo ações diversas: hidroginástica, tai-chi-chuam, aulas de fotografia, capoterapia etc. Impulsionar a vida ativa de pessoas idosas para construírem um melhor envelhecimento faz parte do objetivo do projeto.  O PTIA está com 500 alunos inscritos e também favorece a interação entre monitores e bolsistas graduandos e pós-graduandos da UFPI.

 

Por Herbert Medeiros

Técnicas para equilíbrio emocional durante a quarentena - Quarta (01/04)

As últimas semanas têm sido um bombardeio de informações sobre pandemia global  produzida pelo coronavirus.  Reportagens, notícias, relatos, vídeos, entrevistas, postagem em redes sociais alertam sobre cuidados, dados sobre transmissão, número de mortos, formas de contágio. Nesse cenário, o universo particular de cada um/a provoca inquietações, angústia e ansiedade.

Para aplacar os impactos na saúde d@s cidadãs/ãos de Teresina, o coletivo 086 realizará nesta quarta-feira(01) Live abordando “Técnicas para o equilíbrio emocional durante a quarentena”. A ação acontecerá a partir das 16h por. Para acessar clicar em https://instagram.com/coletivo086?igshid=6qs25gzrox6w.  A atividade será realizada por Yako Guerra (instrutor de Yoga) e Grax Medina (Produtor do Coletivo  086 e Mediador).

O instrutor Yako Guerra destaca que o objetivo é refletir sobre formas de cuidar da sanidade mental no contexto desafiador de isolamento social, proporcionando orientações de como se familiarizar com a mente para lidar nesta realidade, cultivando lucidez e equilíbrio.

Entre os assuntos a serem tratados estão: forma de autocuidado no cotidiano em relação à saúde mental e treino básico de meditação.

Vidas de idos@s, negr@s, muheres, lgbts, pobres, índios e TOD@S IMPORTAM - Pandemia

Bbilhões de pessoas  impactadas pela pandemia do coronavirus  poderiam fazer  pergunta que clama por reflexão:  é preciso  uma pandemia produzir um tsunami de mal-estar civilizatório para que  tod@s possam parar para  repensar e ressignificar as relações humanas e valor da vida simples?

O que era considerado ritmo normal de viver em nossa sociedade nos mostra que algo está errado: madrugar para pegar metrô/ônibus superlotado   para  trabalhar;  viver no botão automático, consumir desenfreadamente  coisas desnecessárias, suprimir o   tempo de diálogo e  interação prazerosa com filhote; comprometer  a  qualidade da vida amorosa com companheiro/a, promover tédio e  ansiedade.

 Tenho observado em   alguns  grupos de educadoras/es e amigos  falas sobre alterações de comportamentos do tipo:   país  aproveitando tempo livre para brincar com filhos. Alguns relatam estar descobrindo prazer  de cozinhar  sua comida mais vagarosamente. Outras estão  cuidando de suas plantinhas e seu jardim. 

Também  ouço nessas interações de rede sociais o compartilhamento de aprendizagens para    descobrir  novas formas de aprender e ensinar online com aluno/a. Tem havido socialização de experiências positivas de aula online e de como ampliar horizonte  educacional. Há muitas narrativas sobre iniciativas para enfentar a atual crise da pandemias globa:   são ações para criar  redes de apoio e solidariedade como plataforma Segura Onda: Juntx Somos mais Fortes

Ao mesmo tempo que a humanidade encontra-se em um   cenário sombrio, de incertezas, de desnorteamento, também este  momento pode ser desafiador e rico de aprendizagens para redesenhar  nossas formas sociais de viver,  conviver e valorizar o estar juntos de mãos dadas para nos fortalecer . O modelo vigente de sociedade, política, produção econômica e certos valores culturais  têm levado a um esgotamento das formas de vida planetária.

Somos reféns de um paradigma social que propaga um viver frenético e  nos faz ser   escravizado  por discursos de  governos e empresas que  só falam em produtividade, redução de direitos, precarização da vida humana – sempre para  enriquecer os de cima e produzir uma partilha desigual do bolo.

Li entrevista do filósofo, jurista e professor   Drº Sílvio Almeida  no canal TV  Tutaméia e ele alerta  que  não adianta resolver agora problema da doença  porque  mais tarde podemos ter nova crise pandêmica  caso nossas estruturas de pensar, gerenciar e organizar a vida  permaneça no mesmo modelo econômico,  socioambiental e cultural dominante atualmente.

O que todos temos que  ter em mente é que crises são momentos para redescobrir e recriar nossos padrões desgastados de produção das relações humana em interação com meio ambiente,   levando em consideração sempre que    VIDAS  DE MULHERES, NEGR@S, IDOSAS, INDIOS, LGBTS, POBRES, CRIANÇAS E TODAS MAIS IMPORTAM.

POR Herbert Medeiros

Coletivo 086 produz vídeo pelo ORGULHO GAY

O Coletivo 086, movimento piauiense pela luta, voz e visibilidade  LGTQI+, produziu vídeo de celebração pelo Dia Nacional Orgulho Gay (25/03). Lideranças e  ativistas  deram depoimentos ressaltando a importância de ter ORGULHO DE SER QUEM SE É.

Entre as palavras-chaves e frases  destacadas entre os depoimentos estavam: arte, orgulho, criatividade, coragem, amor, liberdade, ativismo, ‘amar e mudar as coisas me interessa mais’, ‘pra mim ser gay é lutar todos os dias para mim sentir confortável comigo mesmo’.

A data representa uma forma de afirmar positivamente o ORGULHO negado e suprimido  ao longo da história  e também um chamado ao enfrentamento da lgbtfobia. Simboliza a capacidade de empoderamento para conquistar  direitos, cidadania e liberdade de amar.

VER O VÍDEO AQUI

 

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