Cidadeverde.com
Diversidade

Lgbtiq+ eleit@s em 2020: vez e voz para fazer a diferença

O cenário político-eleitoral saído das urnas de domingo sinalizam novos  ventos de participação política para segmento  lgbtiq+.  Resultado de longa caminhada de organização, mobilização e luta, a Diversidade Sexual ocupará casas legislativas com 80 candidaturas eleit@s  pelo país.

De acordo com levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais/ANTRA,  30 pessoas Trans eleit@s levarão  pautas de cidadania e direitos   para parlamentos municipais.  Entre os nomes eleit@s estão: Duda Salabert (PDT/Belo Horizonte-MG), Erika Hilton (PSOL/São Paulo), Benny Briolly (PSOL/Niterói/RJ), Thammy Miranda (PL/São Paulo/SP) entre outr@s.

Importante a ressaltar na conquista de espaço político-institucional é  pioneirismo histórico  da primeira travesti eleita no Piauí/Brasil  no anos de 1990: Katia Tapety(PI), vereadora, presidenta da Casa Legislativa de Colônia do Piauí e vice-prefeita. Katia é símbolo de ReXistência e  luta incansável por Direitos, respeito e empoderamento.

A Educadora da Universidade Federal do Piauí/UFPI,  Doutoranda em Educação e ativista trans,  Letícia Carolina, destaca a importância de lgbtiq+ ocuparem cargos legislativos para redesenhar velhas práticas da política tradicional tutelada pela cultura patriarcal, heternormativa e subserviente  a grupos fundamentalistas religiosos

 Letícia ressalta ainda a necessidade de construir coalizões entre mulheres, comunidade negra e lgbts como meio de fazer disputa política com mais empoderamento e possibilidades de acessar espaços no Legislativo e Executivo.

Entre os desafios  postos pelas candidaturas LGBTIQ+ confirmadas nas urnas é renovar o modo de fazer política via  mandatos pautados em diálogos horizontais e escuta sensível  com eleitorado para produzir projetos de lei e ações capazes de enfrentar desigualdades, preconceitos e discriminações.

 A renovação também na ação parlamentar ser pautada pela transparência, conduta ética e compromisso para promover processos educativos na mentalidade machista e lgbtfóbica presentes em parlamentos. Ainda realizar  exercício de mandato com  autonomia e senso crítico  para fazer controle social das Administrações do Poder Executivo Municipal.

Por Herbert Medeiros

Tecnologias Digitais, Educação e Ações Inclusivas para Diversidade

A formação docente antenada com as novas mídias digitais estão na ordem do dia para construir uma educação qualificada para  cidadania, o exeercício profissional, cultivo do pensamento crítico, promotora da superação das iniquidades,   produção do saber norteada na ética e na solução de problemáticas do bem comum.

Nesta perspectiva, o Instituto Valdenia Menegon, em colaboração com UNEGRO Caxias/MA (@unegrocaxias) promoverão o Curso Tecnologias Digitais na Educação (20h). A mediação ficará a cargo da Educadoras especialista, Luciane Lima Rodrigues. O objetivo é fornecer instrumental de conhecimentos para educadoras e educadores negros/as atuarem com mais competência e dinamismo frente às mudanças no cenário educacionai  trazidas pela pandevia Covid-19.

A dinâmica da atividade se dará a partir diálogo entre os agentes educacionais envolvidos de forma a pensar juntos/as novas metodologias e estrategias do processo de ensino-aprendizagem no contexto do ensino remoto, levando em consideração  as várias  implicações didádicas-pedagógicas oriundas dessa realidade.

O Foco é apropriação das Tecnologias Digitais como ferramenta possível para ser usada de forma racional, planejada, interativa, colaborativa e potencializadora para formar cidadãs/ãos cientes do papel histórico de sujeitos éticos em sua  ação e transformação  das relações humanas e socioambientais. 

 

.O curso é ofertado para professores e professoras negros de instituições públicas e alunos de graduação na área de Licenciatura.

.

*Observações importantes:

.

? Certifique-se que seus dados estão corretos;

.

? O seu email precisa ser da conta GMAIL;

.

? As aula será transmitida pela plataforma ZOOM MEETING;

.

? O certificado tem valor de 20 horas/aulas;

.

Realização: Instituto Valdenia Menegon.

.

Colaboração: União de Negros e Negras pela Igualdade (@unegrocaxias).

.

Mediação: Professora especialista Luciana Lima Rodrigues.

 

* No mais, qualquer dúvida:

.

[email protected]

.

#cursotecnologiasdigitaiseeducação

#novastecnologiasnaeducação

#educacaotecnologica

#professoresnegros

#professorasnegras

#professoresdaredepublica

 

Por Herbert Medeiros

Diversidade Sexual e Racial nas Eleições americanas

A eleição americana da semana passada mobilizou paixões viscerais dentro do país e também por cidadãos/ãs da aldeia global. Estava em jogo o resgate da Democracia como ação transformadora para frear as  ações políticas da extrema-direita neofascista simbolizada na figura de Donald Trump.

 Enquanto multidões aguardavam a confirmação da candidatura de Joe Biden como presidente, o cenário político dos EUA arejava  a  cena política-eleitoral com a presença de duas candidaturas eleitas e  simbólicas  para desafiar ordem estabelecida: Sarah Macbride, primeira senadora estadual transexual; Cori Bush, ativista do movimento Black Lives Matter eleita pelo Missouri.

A presença das duas ativistas traduz um caminho pavimentado por trajetória de lutas  para dar visibilidade e colocar na agenda pública  as pautas LGBTI+ e dos movimentos negro. Sara já protagonizava espaços de representatividade quando presidiu o corpo discente da American University. Também atuou  como primeira mulher trans a exercer atividade profissional  na Casa Branca em 2012.

A senadora eleita fez parte do conselho de direção da Equality Delaware, organização social estadual   atuante pela promoção de cidadania e direitos para pessoas lbti+. Macbride participou ainda de debates em centros universitários e na Campanha de Direitos Humanos,  maior organização em defesa da pauta pró-Lgti+ do Estados Unidos. 

A nova deputada representante do movimento negro estadunidense é integrante da ala progressista do Partido Democrata e tem alinhamento com pautas como: justiça criminal, direito das mulhres, ensino universitário gratuito, saúde pública (Medicare for All).

Cori Bush teve reconhecimento de seu trabalho com o prêmio “Mulheres de Coragem 2015” bem como a premiação do seu protagonismo comunitário de 2018 pela Associação de Ministros Negros do Missouri.

A representatividade de pessoas negras e lgbti+ na cena da política institucional  dos EUA   resulta de um processo histórico de lutas e enfrentamentos contra racismo e lgbtfobia estrutural, possibilitando produzir ações no campo dos direitos civis, políticos e socioeconômicos.

Como não lembrar da coragem e altivez de uma mulher negra,  Rosa Parks, ao enfrentar em 1955  a inaceitável segregação racial americana: não cedeu assento de banco de ônibus para homem branco, transgredindo à naturalização de  leis racistas.

A filósofa, escritora  e ativista   Angela Davis  também pavimentou  o espaço de empoderamento  da mulher negra na luta antirracista e ocupação política nas instâncias institucionais.  Atuou no Movimento Panteras Negras em favor da plena liberdade d@s negr@s das opressões segregacionistas.

A presença de uma senadora Trans no congresso americano hoje representa também uma trajetória de embates e conquistas de Direitos e Cidadania construída lá atrás no Levante de Stonewall (1969): Lbts enfrentaram com bravura a hostilidade policial com frequentadores de um  bar da comunidade gay de Nova York. Hostilidade impulsionada e tolerada  por uma mentalidade  conservadora e reacionária de amplos setores  da sociedade americana.

A Revolta de Stonewall significou um passo fundamental para o ativismo e organização do movimento LGBTI+. Nesse trajeto para derrubar leis discriminatória e promover ações pró-Diversidade Sexual, impossível não ressaltar a  luta incansável de Harvey Milk: político e ativista gay americano desafiador do status quo dominante na arena das sexualidade.

É inegável a importância para movimento lgbti+ e Negro ocupar espaços de poder no Executivo, Legislativo e Judiciário para confrontar/enfrentar projetos políticos de grupos ultra reacionários  impulsionadores do ódio racial, da violência aos lgbts, e de aniquilação dos Direitos Hunanos.

 Importante ressalttar que a ação política para construir sociedades mais abertas, éticas, plurais, igualitárias, liberais,  justas e fraternas deve estar em interação  de aprendizagem constante  com forças vivas e dinâmicas da vida social. Mandato legislativo e exercício de outras funções públicas devem estar sempre  sempre em diálogo e  alianças de cooperação  e produção de políticas públicas com agentes dos movimentos sociais.

Poder Estatal em qualquer nível deve sempre submetido aos controles,  fiscalização e monitoramento da sociedade civil como forma de assegurar a realização de Democracia potente e participativa  de alta intensidade.

Por Herbert Medeiros

 

 

"Vozes Plurais: Direito à comunicação para adiar o fim do mundo"

  • vozes_plurais_4.jpg ASCOM
  • vozes_plurais_3.jpg ASCOM
  • vozes_plurais_2jpg.jpg ASCOM
  • vozes_plurais_1.jpg ASCOM

Vozes Plurais: Direito à comunicação para adiar o fim do mundo”, marca a semana pela democratização da comunicação organizada pela Plataforma de comunicação Popular e Colaborativa OcorreDiário. As atividades, que acontecem na modalidade virtual, acontecem entre os dias 23 e 25 de outubro e fazem alusão ao dia 17 de outubro, dia nacional de mobilização pela democratização da comunicação. Quem se interessar marca na agenda que as atividades serão sempre às 19h horas, com exceção da live de sábado que acontecerá às 19h30. 

 

Na pluralidade das vozes, a semana  conta com pensadores indígenas, artistas, pesquisadores em comunicação e coletivos de comunicação. Anota aí, vai ter participação do professor Adilson Cabral (UFF), ativista e pesquisador de comunicação comunitária que vai debater junto com o indígna Cristian Wari’u, dos Podcasts @vozindigena e @coopioparente trazendo vozes ancestrais para construir outra comunicação. Ambos estarão na live-debate neste sábado, 24, onde haverá saudação dos coletivos Labcine, Malamanhadas, Fala Dirceu e Centro de Defesa Ferreira de Sousa, demarcando a importância das coletividades para democratizar os espaços midiáticos. 

Além disso, vai ter debate nesta quinta (23) com a comunicadora, pesquisadora artista Mallu Mendes, que entrevista Jacob Alves, artista e pesquisador de tecnologias, com o tema sobre o tema “Dança e democratização da Comunicação” abordando também temas sobre o Junta-Festival de Dança Internacional . E no domingo tem live-debate com Vicente de Paula, JornArtista e pesquisadore que vai entrevistar Cecília Bizerra, doutoranda em Comunicação pela UFMG com o tema “Democratização da Comunicação: Gênero, Raça e Classe”. 

Segundo autores como Coutinho e Paiva (2007), a comunicação na América Latina está concentrada nas mãos das elites. Como um direito humano, a comunicação deve ser uma garantia para a democracia e pluralidade das vozes. “Isto porque o direito de dizer a palavra é uma garantia constitucional de tratados internacionais, mas ainda assim o Brasil silencia a grande maioria de sua população os mais pobres, as pessoas LGBTQI+, negros e negras, indígenas, diversos credos e religiões e etc. São muitas as coletividades que clamam por voz, mas estão sujeitas às indústrias midiáticas (TV, Rádio, Editoras de livros e revistas, Indústria Musical e do Cinema e etc.)”, afirma Sarah F. Santos, Co-idealizadora do OcorreDiário. 

Mesmo com a disseminação da internet, ainda há concentração tanto para produção de comunicar, como no acesso à informação. Por exemplo, Luan e Sarah apontam que,  durante a pandemia observou-se a precariedade no acesso à internet excluindo as populações mais empobrecidas de acessar a educação. Inclusive, o OcorreDirário, publicou  uma reportagem, denunciando as precárias condições tanto de professores como estudantes da rede básica nesse quesito. 

"Reconhecer que no mundo existem vozes Plurais e que todes têm direito a dizer sua palavra, é reconhecer a igualdade entre nós através daquilo que nos diferencia. O esforço do Ocorre é pra tornar a Comunicação um espaço plural, democrático e de humanização diante de um mundo que tenta nos desumanizar a cada dia", afirma Luan Matheus, Co-idealizador do OcorreDiário.

 

 

 

5 maiores canais LGBTI+ do Youtube Brasil

A diversidade no audiovisual vem crescendo. Por isso, no YouTube não é diferente. No Brasil, canais LGBT trazem discussões necessárias do nosso cotidiano.

E por esse crescimento ser significativo em uma plataforma tão importante e influente, escolhemos os cinco maiores canais brasileiros que discutem temáticas LGBT. Confira:

Mandy Candy

Se você não conhece o canal da Amanda – ou melhor, Mandy – está na hora de conhecer. No YouTube desde 2014, é uma das primeiras vlogueiras transexuais do site.

Nos vídeos, Mandy conta seu processo de transformação e aceitação pessoal. Com mais de um milhão de inscritos, trata de forma bem intimista sobre a temática LGBT. Além disso, os fãs também podem ter um gostinho a mais fora do YouTube. Em 2016, ela lançou o livro autobiográfico “Meu Nome Não É Amanda”.

 

Põe na Roda

É provável que em algum momento você tenha assistido um vídeo do trio Nelson Sheep, Pedro HMC e Felipe Abe. Marcado como um dos maiores canais LGBT, o canal Põe na Roda já atingiram mais de 825 mil inscritos e mais de 116 milhões de visualizações.

Entre muito humor, há também discussão séria. Em meio a vídeos informativos, você encontra documentários sobre HIV e de grandes celebridades do cenário LGBT. Na plataforma desde 2014, o canal discute diferentes temas: política, cinema, sexo, religião.

A abordagem é bem humorada, mas com objetivo de orientar e educar. O canal já chegou a ser divulgado em sites internacionais com legendas em inglês.

Fmastrandea

Por mais que o YouTube seja aberto para todos os públicos, o publicitário Felipe Mastrandea já avisa que seu conteúdo é só para maiores de idade. Abordando em seus vídeos polêmicas sobre o corpo e situações, trata tudo com risadas.

Mas entre todas suas brincadeiras e palhaçadas, há uma discussão séria e interessante que merece atenção. (pelo menos, é o que mais de 545 mil inscritos acreditam).

Para Tudo

Já muito famosa na internet, a drag queen Lorelay Fox também se tornou a diva do YouTube entre os canais LGBT. Com quase 500 mil inscritos, a personagem do publicitário Danilo Dabague não se desliga da espontaneidade na hora de falar sério.

“Eu quis criar um canal que falasse desse universo, mas não achava que as coisas sairiam dessa forma. Achei que falaria de temas como maquiagem, ou coisas assim. Mas percebi que as pessoas precisavam que eu comentasse assuntos mais relevantes, como preconceito e aceitação”, declarou ao UOL.

E a partir de uma linguagem direta e acessível, foi conquistando seu público aos poucos. Sempre revelando curiosidades e experiências pessoais. Mas sempre tocando em temas mais profundos. E nunca deixando de ensinar as melhores dicas de maquiagem.

Louie Ponto

De forma tranquila e muito didática, Louie é escolha certa para explicar questões LGBT. Já um grande sucesso, com mais de 415 mil inscritos, ela fala de visibilidade lésbica, feminismo, política e questões simples da vida.

Como se não bastasse tudo isso, ela também canta (e muito!), fala de filmes e games. E se você estiver a procura de se envolver na militância LGBT, ela pode ser a escolha perfeita.

 

Menções honrosas a outros canais LGBT

Ainda que esses sejam os maiores canais LGBT do Brasil, é impossível deixar um pessoal de fora.

Por mais que seu foco não seja em discutir a temática, Luba é outro que desperta paixão do público. Seus mais de cinco milhões de inscritos acompanham semanalmente muito humor e diversão entre os vídeos. E todos com todo o carisma que só ele sabe proporcionar.

Quem também discute sobre o tema através de filmes e séries é Federico Devito. Marcado por sua trajetória como colírio da Capricho, assumiu a homossexualidade, e passou a participar de programas de tv, conquistando ainda mais o público LGBT.

Um projeto que não deve deixar de ser mencionado é o do canal Coletivo Lumika. Com apoio da Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual – em parceria com a Secretaria da Cultura – um grupo de jovens discute sexualidade a partir de web séries e curta-metragens.

Apesar de poucos inscritos – em comparação aos citados aqui – o canal já arrecadou prêmios de Melhor Filme e Melhor Curta Nacional. Em festivais como o CLOSE e o Mix Brasil.

FOnte: Influu

Outubro Rosa e população TRANS: Prevenção para tod@s

  • MAMA_8.jpg
  • MAMA_7.jpg
  • MAMA_6.jpg
  • MAMA_5.jpg
  • MAMA_4.jpg
  • MAMA_3.jpg
  • MAMA_2.jpg
  • MAMA_1.jpg

O Outubro Rosa representa uma mobilização social para promover campanha educativa de conscientização/prevenção ao controle   câncer de mama. No Brasil, a ação está estabelecida pela lei nº 13.733/2018. Por meio desta iniciativa,   busca-se incentivar o acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento, contribuindo para reduzir mortalidade do público-alvo.  

As ações de conscientização devem ter forte apoio das instâncias do Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. No entanto, campanhas focam prioritariamente mulheres cis heteressexuais, o que acaba negligenciando a população LGBTQI+ de informações fundamentais para seu bem-estar físico e mental.

O formato das iniciativas compreende “saúde da mulher” em uma perspectiva heteronormativa (a vida sociocultural, política e econômica enquadrada   em uma percepção de mundo heterossexual regulando a dinâmica social). Nessa forma de conceber as vivências em saúde, os órgãos oficiais silenciam aspectos como: mulher lésbica precisa de exame preventivo de colo de útero, homens e mulheres  trans também têm suas necessidades especificas invisibilizadas.

A  omissão estatal para realizar ações para mulheres e homens TRANS fez   O Coletivo piauiense  086 promover a campanha "Prevenção para Todes".  Ativistas do segmento se mobilizaram para  produzir informações em linguagem acessível e educativa. Monique Alves, precursora do movimento LGBT de Teresina,  ressalta em sua mensagem: "preconceito ainda existe e é uma barreira a ser quebrada". 

 A ausência de ações das instâncias públicas de saúde  para  a população TRANS (Travestis, transgênero e Transexual) torna vulnerável a  saúde mamaria deste segmento, comprometendo direitos básicos   assegurados na Constituição Federal ao determinar a promoção  do bem de todos sem distinção de qualquer natureza bem como o estabelecido no Art. 196: “a saúde é Direito de Todos e Dever do Estado”.

Segundo dados  estimados, os sujeitos LGBTQIA+ representam algo em torno de 10% da população brasileira, ou seja, 20 milhões de cidadãs e cidadãos. 5% deste universo são pessoas trans. Enquanto a expectativa de vida da população em geral é de 76,3 anos, a de pessoas trans é de 35 anos. Observa-se neste cenário,  o descaso e a violência institucional responsáveis por  gerar desigualdades, injustiças e adoecimentos que comprometem qualquer noção de civilização e desenvolvimento pleno de um país.

 Neste sentido, a prevenção e tratamento do câncer de mama são   importantes para agenda da saúde pública, contudo, mulheres e homens  TRANS necessitam estar inserid@s nessa agenda, considerando as especificidades fisiológicas que caracterizam as mudanças corporais ligadas à hormonização. Mastologistas apontam que as regiões glandulares, sejam mamas ou axilas, carecem de autoexame regular, sobretudo a partir dos 40 anos. 

Acolhimento e atendimento humanizados dos profissionais de saúde bem como garantia de políticas públicas integrais fazem toda diferença para uma vida digna e bem-estar biopsicossocial de pessoas TRANS.

Veja os Vídeos da Campanha do Coletivo 086 

 

Por Herbert Medeiros

 

Discursos de ressentimento na redes sociais e autoritarismo nas interações sociais têm longa história

Uma mentira dita mil vezes será sempre mentira. Uma narrativa de mentiras e ações criminosas, conforme próprio STF aponta no inquérito de fake news,  vem se construindo desde 2018 como   política de ódio, incitação à polarizações e fabricação de inimigos imaginários para vender o kit de intervenção: autoritarismo, perseguições aos opositores, sucateamento das políticas públicas e outras ilegalidades.   

Para forças políticas submissas aos grupos econômicos e financeiros,  o  ano 2018, precisava fabricar o inimigo: produziram o antipetismo, falaram em uma guerrilha marxista, empurraram goela abaixo  veneno  para cegar e calar   qualquer debate sobre políticas de austeridade visando  tirar dos pobres para transferir pra ricos; silenciaram sobre reformas tributárias distribuítivas; abafaram meios para pensar em discutir a qualificação  da educação pública; fecharam olhos para propostas de melhorar SUS bem como políticas racionais e inteligentes de enfrentar problema da segurança pública e da geração de renda etc. 

A  senha para mobilizar as massas estava dada:  produzir medos, tocar terror, falar em antipetismo, falar em pautas moralistas e reacionárias  à exaustão.   A questão é: a quem interessa antipetismo e discurso moralista? Quais empresários também patrocinaram/patrocinam  há décadas tal antipestimo e qualquer  pauta de pensar outras alternativas fora da ortodoxia das austeridades, do neoliberalismo de  Estado forte para empresas e bancos ? Quais lobbys  financiaram política de fabricar medos, bodes expiatórios e comercializar o pacote ‘solução’ para exorcizar as 'forças do mal fabricada'?

 Então, é notório   que  interesses bem organizados e articulados se mobilizaram/mobilizam  para faturar com antipetismo e temas moralistas postos na arena pública : os teólogos da prosperidade sedentos por verba pública, velhas raposas da política - DEM, PP, MDB e cia - empresários em estado de quase convulsão pra aliviar sonegação, investigações, perdão de dívida, liberação geral da boiada; setores do agronegócio predador para  rasgar normativas de proteção/preservação ambiental.

Isso dito, ressalte-se: não é imperativo alguns apressados e incendiários já proclamarem que se está  isentando  o PT e aliados em fazer  autocritica, em prestar conta  para sociedade e ordem jurídica das acusações de  enriquecimento ilícito,  em se reinventar  e deixar  fisiologismo  rasteiro que tanto combateu.  

E sim, corrupção também é veneno a ser combatido, mas deixar de fora o modo  como sistema econômico dominante - já antes citado -  vem  há séculos corrompendo instituições,  é enterrar a cabeça para não ver o óbvio.

Podemos  voltar  mais no tempo para ver como  as mentiras  e  discurso de ódio é carta da manga para alimentar as massas que buscam qualquer réstia de saída para milhões de vida jogadas às margens das riquezas econômicas e sociais. Anos antes do golpe militar, o discurso de criar inimigo e indicar a  ‘moral e bons costumes’ serviu como moeda de troca pra sedimentar anos infelizes da nossa história. .

 Anterior ao golpe,  grupos religiosos, empresariais, midiáticos, militares, lobbys ultras reacionários  se mobilizavam com campanhas de difamação, produção de mentiras (olha ai as fake news), destruição de reputações com objetivo de desestabilizar governo Jango ou quaisquer grupos políticos e sociais simpáticos aos governo Goulart.

 

 

 

A Ditadura floresceu nesse amontoado do  autoritarismo brasileiro que deixa rastros no passado e presente:  semear ódio, medo, terror, polarização e fabricar ideias conspiratórias para vender kit  antidemocrático e  contra ao Estado de Direito:   rasgar direitos trabalhistas, precarizando força de trabalho, privatizar tudo e jogar ónus nas costas dos precarizados pela mercado – Estado Máximo para elite financeira, Estado mínimo pra pobre e classe média.

 

 No tocante ainda aos discursos que  atacam partidos de esquerda, centro-esquerda,  movimentos sociais e  narrativas  diferentes do autoritarismo vigente,  antes da era das redes sociais e discursos de ódios potencializados nestas mídias,  já tínhamos  uma larga produção em massa  de um ‘jornalismo’ tradicional pautado no ressentimento e intoxicado com ideia de aniquilar e silenciar visões de mundo contrárias ao status dominante.  

Conglomerados midiáticos também contribuíram e muito com    atual estado de autoritarismo e desorganização institucional da ordem democrática sucateada.    Desde anos 80 revista Veja já cuspia ódio contra organizações sindicais,  trabalhadores/as rurais organizados/as, lutas de grupo urbanos e movimentos sem teto e outros agentes sociais.

Nos anos 90, era   do governo Fernando Henquique/PSDB,   revista Veja  continuou a produzir  de forma patológica  capas e discursos de ódio contra quem se opunha ao modelo neoliberal vigente.  Estadão, Globo e  outros veículos também insuflaram,  demonizaram e envenenaram mentalidades contra partidos e grupos discordantes. Como se vê antipestismo e discursos de ódio  têm longas raízes.  

 Discursos da grande mídia deveriam fazer autocrítica – que é quase impossível, por razões óbvias -  por também contribuirem com  fake news e seus efeitos corrosivos e explosivos para democracia durante campanha de 2010. Naquela época  José  Serra(PSDB) fabricou  fake News aos montes,  exibindo   barrigas de mulheres grávidas e disseminando terror sobre interrupção da gravidez e outras mentiras repulsivas  disseminadas de forma vergonhosa para atiçar eleitorado fundamentalista religioso.   Folha de São Paulo e  grandes jornais mergulharam de braçada  nessa campanha e semearam conteúdos contendo submundo do sensacionalismo e  destruição de reputações.

Nem se fala como Lava-Jato e 'jornalismo' hegemônico, na sina de combater corrupção,   espremeram os fatos até fabricarem  falsos profetas que viriam ‘solucionar’ nossos males – ops, aprofundar nossos fossos de desigualdades, de racismo estrutural, de política genocidas.

Se por uma lado, a cobertura midiática desnudava  como Lava Jato   mostrou modus operandi da  corrupção é realidade  sistêmica, revelando  que o    mundo empresarial jorrava  dinheiro para  setores políticos. Dessa simbiose,  parasitavam  o  Estado  com  projetos socioeconômicos das elites dominantes.  

 Por outra lado, a seletividade da grande mídia em atenuar  a corrupção de outros agentes empresariais bem como calar frente aos abusos e perseguições das ações lava-jatista, revelou-se que no DNA da operação também nascia  ódios, sentimento de vingança e  desestabilização do sistema jurídico, passando trator  por  cima da constituição,  do código da masgistratura, dos procedimentos jurídicos de ampla defesa, , da interação promiscua ministério público e judiciário.

Mas sempre é possível construir outras  narrativas para além da polarização infertil que tentam nos impor. Narrativas pautadas em: democratizar mais a democracia; defender bens comuns da natureza e de vida ecológica, respeitando fluxos naturais e práticas de produção agrícola e pecuária não desagregadores dos ecossistemas.

Construir narrativa para  mais empoderamento de mulhres, negros/as, lgbti+, populações tradicionais. Narrativas de participação ativa, com vez e voz, do segmentos sociais na regulação de negócios, tecnologias e relações de trabalho produtoras de desigualdade, injustiças e desequilíbrios ambientais. Não nascemos para ser submisso   ao mercado ou qualquer crença que reduz o humano à servidão e escravidão. ReXistir sempre foi imperativo de quem sabe que a história se faz por caminhos de enfrentamento e  desconstrução das narrativas hegemônicas.   

Por Herbert Medeiros

Educação para Diversidade: promover bem de tod@s sem distinção de qualquer natureza

Quando um  ministro da Educação não tem projeto, programa ou serviços a mostrar, a estratégia é criar uma cortina de fumaça: atacar  segmentos socais vulneráveis como mulheres, lgbti+, negros/as;   tirar o dele de reta e jogar responsabilidade nas costas dos adversários. Simples assim.

Nesta semana, o ocupante da pasta educacional fez exatamente isso: incitou discursos de ódio com fala repulsiva  e jogou para plateia dos convertidos  produzindo  lgbtfobia na maior cara dura. Agrediu as famílias e  filhos/as lgbts, reforçando uma necropolítica governamental planejada e executada    para eliminar, calar, silenciar, humilhar e segregar  os que não se enquadram na visão de quem ocupa poder central.  

No Brasil distópico da atualidade, é preciso lembrar e repetir de forma exaustiva:  incitar preconceitos e discriminações de qualquer natureza   não constitui  ‘liberdade de opinião’, pelo contrário, é crime reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal.

Nenhuma liberdade é absoluta quando viola princípios   constitucionais basilares das relações humanas: igualdade, da não-discriminação, da dignidade humana, cidadania.  É o que popularmente conhecemos como princípio ético:  minha liberdade termina onde começa a do outro.

Mas o verdadeiro questionamento que  a sociedade brasileira faz ao  Ministério da Educação: cadê o papel de articular e coordenar  com Estados e Munícipios ações concretas para viabilizar aulas remotas no contexto de pandemia?

O ano de 2020 não viu um tostão dos 135 milhões de reais que deveriam ser implementados para assegurar internet nas escolas. Segundo jornal Folha de São Paulo,  somente 16% do orçamento de 2019 foi destinado pelo Ministério para levar cultura digital às escolas.

O que todos queremos saber é como  Ministério Educação ficou mais de uma ano e meio paralisado, envolvido em criar  problemas imaginários e fabricar fantasmas  para desviar atenção da incompetência de quem ocupava a pasta.

A pergunta que não quer calar:   ministro da   deseducação e desgoverno  digam para sociedade como atuaram  contra o desenvolvimento do país atrapalhando  aprovação  da Proposta de Emenda Constitucional(PEC) do Fundo de Desenvolvimento e Valorização da Educação (FUNDEB) no congresso nacional.  Sem financiamento do FUNDEB em 2021, a Educação no país ficaria paralisada.

A verdadeira política vigente no Ministério da Educação hoje: desmontar, destruir, aniquilar o pensamento crítico, a cultura, a arte, a ciência, a pluralidade pedagógica,  a produção cientifica, a  convivência humana com as Diversidades culturais, sociais e políticas.

Ao longo da história do país   convivemos com obscurantismos, projetos políticos e econômicos reacionários e autoritários. Mas agentes sociais   e culturais  sempre estiveram no caminho para  ReXistir    aos porta-vozes do ressentimento e dos afetos destrutivos das potencialidades  brasileiras. O poeta na anunciava: o tempo não para.

Posts anteriores