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Diversidade

Provocações sobre Gênero: metamorfose ambulante

O debate “Gênero: que papo é esse?” fervilhou na Casa de Cultura nesta terça-feira(24/05). As problematizações e ressignificações  sobre os (des)caminhos do atravessar as fronteiras intergêneros    foram colocadas em questão a partir de olhares diversos: moda e interações socioculturais, linguagens e mudança social, vivências drag Queen e performatividade queer. A atividade de  reflexão  sobre temática de gênero foi articulada pelo Coletivo Cultural Ocuparte.

De forma democrática, os debatedores levantavam os pontos de discussão e desencadeava-se um fluxo de interações discursivas entre os participantes. No primeiro momento, a Designer de Moda e mestranda em antropologia, Carla Moura Ferreira, contextualizou sua aproximação com estudos envolvendo moda e construção identitária, especificamente entre o universo feminino.

A debatedora ressaltou o aspecto fluido de como a moda  e  toda sua versatilidade é apropriada pelas mulheres para construir seu modo de ser e estar no mundo.  Neste sentido,  moda representa atitude, discurso e poder de ação transformadora sobre a cultura e o social.

Na esteira das discussões ebulitivas trazidas à tona pela estudiosa de moda, o debatedor Herbert Medeiros, educador e representante do grupo Matizes, também inseriu o enfoque de análise sobre o papel da linguagem na (des)construção de subjetividades em sua realidade sociohistórica.

O matiziano destacou como novas palavras  surgem na língua para conceituar a multiplicidade de vozes sociais que reivindicam para si o direito legitimo de outras possibilidades de vivência e estar no mundo.

Palavras como transgênero,  agênero, bigênero, andrógino, Cis, genderqueer, gênero fluído e outras denominações revelam a emergência de  discursos produzidos por novos  sujeitos históricos  construtores de sentidos renovados para a cena cultural e política.   

O  jornalista e pesquisador na área de Crítica de Mídia, Yako Guerra, apimentou as reflexões quando analisou a cena drag Queen de Teresina.  O debatedor descreveu o processo de construção identitária da persona Drag e sua performatividade  nos espaços culturais da cidade. O reconhecimento de direitos trabalhistas para profissionais e artistas Drag Queen também entrou na discussão.

O multifacetado Sam Drade, Dj, performer, promoter e ativista, ferveu o ambiente narrando vivências fluídas  e (des)construção das fronteiras de gênero. Sam problematizou o discurso da ordem estabelecida, das caixinhas fixas de identidade de gênero.  A fala do palestrante aponta para o que poetizou Raul Seixas “prefiro ser essa metamorfose ambulante”.

 

 

Junta - Festival Internacional de Dança movimenta a cena cultural de Teresina

 Em sua segunda edição, o JUNTA - Festival Internacional de Dança vem juntar ética, estética e suas relações de 08 a 12 de junho em Teresina- PI, articulando ações, reflexões e possibilidades no circuito de dança e de arte contemporânea em Teresina.

Concebido pelos artistas Datan Izaká, Jacob Alves e Janaína Lobo, o festival vem com vasta programação de espetáculos nacionais e internacionais, residências artísticas, intervenções urbanas, workshops, Mostra Jovens Criações e programação infantil. Artistas do Piauí, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Espanha e várias outras localidades estarão ocupando espaços culturais importantes da cidade com espetáculos, oficinas e outras ações.

Este ano o JUNTA #2 acontecerá como uma ocupação do centro da cidade no Teatro 4 de Setembro, Clube dos Diários, Casa da Cultura de Teresina, Sesc da Avenida Campos Sales (Espaço Cultural Cosme Oliveira) e Escola Estadual de Dança Lenir Argento.

 Outro diferencial vão ser as residências artísticas começando na semana anterior e envolvendo os dançarinos da cidade, como ressalta Janaína Lobo, artista de dança e uma das idealizadoras do Festival. Uma destas, com o grupo holandês NOOM, que fará residência por 10 dias e apresentará uma mostra de processo para crianças.  também destaca a Convocatória Pública que selecionou obras para compor a programação.

“Tivemos um número muito grande de inscrições, o que nos deixou bastante felizes e aponta também para uma carência e dificuldade de circulação que temos no Brasil”, pontua Janaína ressaltando a transversalidade da seleção que tem o corpo contemporâneo como ponto de partida e o discute/problemtaiza em diferentes suportes e linguagens, como a fotografia.

Para cena artística piauiense, o JUNTA representa um importante canal com trabalhos que são referência de pensamentos e modos contemporâneos de fazer dança tanto no Brasil como exterior, já que neste ano contará com artistas brasileiros com carreira internacional como o Cristian Duarte (SP) e Wagner Schwartz (SP-França).

O Festival também contribui com a formação artística na região, dando visibilidade a produção local ao mesmo tempo em que cria relações de aproximações entre cidades com contextos parecidos. Ano passado o JUNTA estabeleceu conexões, por exemplo, com Cuiabá, São Luís e Concepcion (Chile), expandindo e fortalecendo a produção artística latino-americana.

O JUNTA surgiu em 2015, já fortalecendo e oficializando um circuito de festivais de dança no Nordeste do Brasil, em parceria com o Conexão Dança (MA). Sua 1ª edição marcou Teresina no circuito de dança contemporânea do país, viabilizando uma experiência estética, que fomenta a dança e a arte locais e a criação e manutenção de redes de atuação.  

Mais detalhes do Junta Festival Internacional de Dança  clique AQUI

 

Gaymadathe: solte suas asas, entre nessa festa/e leve com você seus sonhos mais loucos/Eu quero ver seu corpo, lindo, leve e solto

O sábado  (21/05) vai ser bafônico, fervenção e repleto de Diversidades Humanas  com a 3ª edição da GAYMADATHE na praça do 25º BC a partir das 17h (Centro de Teresina). O evento visa promover a liberdade de expressão do amor, da solidariedade, do corpo, das amarras sociais de gênero. A atividade  trabalha   a linguagem do lúdico  como discurso de  desconstruções socioculturais e históricas que limitam as potencialidades criativas e inventivas dos sujeitos sociais.

 Para participar dessa festa esportiva  babadeira,  organize sua trupe de bibas, monas, trans, sapas, homos, heteros, bissexuais e venha se jogar no evento. Os ingredientes para formar um time escaaaaaaaaaaaaandalo são: fechação, alegria, diversidade de personas,  purpurinagem, criatividade irreverente na produção da maquiagem, do vestuário, do close. 

Após a formação da equipe,  ocupar a quadra e esbanjar alegria. A tônica das performances é:  abra suas asas/solte suas feras/caia na gandaia/entre nesse festa/E leve com você/seu sonho mais loooouco/Eu  quero ver seu corpo/lindo, leve e solto.

As edições da GAYMADA em Teresina  representa um momento de diálogo com a população local para refletir sobre a riqueza da Diversidade Sexual e humana que ocupa a paisagem urbana teresinense.  LGBTS, negr@s, mulheres, jovens, idosos,  pessoas com deficiente são cidadãos que constroem a pluralidade econômica, cultural, artística, social e política da cidade. 

Nesse sentido, a Gaymada é também um ato político-social de reafirmação pela luta por direitos individuais e coletivos, descortinando  para sociedade que os segmentos marginalizad@s têm o mesmo direito de vez e voz nos diversos espaços da vida social: família, na escola, nas universidades, no mercado de trabalho, na produção artística-cultural, nos espaços públicos, nas práticas esportivas, nas mídias.

Durante o ato haverá Djs, performances de drags,  músicas eletrizantes. Então, tod@s convidad@s para magnetizar e banhar o céu de Teresina com purpurina e discursos em favor da liberdade de amar e do ORGULHO DE SER.   

Para inscrever seu time e maiores detalhes sobre o evento, ver o contato abaixo:

 

Por Herbert Medeiros

Matizes realiza oficina 'Negritude e visibilidade: soltando a voz no SENALESBI'

O Matizes realiza no sábado (14), a partir das 8h30min, a  oficina "Negritude e visibilidade: soltando a voz no SENALESBI". O público-alvo são lésbicas e mulheres bissexuais, especialmente as inscritas no 9º Seminário Nacional de Lésbicas e Mulheres Bissexuais - SENALESBI, que acontecerá em Teresina, de 10 a 12 de junho.

 

A atriz e diretora de teatro Norma Soely Guimarães será a ministrante da oficina. Norma Soely trabalhará técnicas de desinibição para estimular a fala pública das participantes da oficina.

 

A oficina é uma atividade prevista no Projeto Fala, preta - que o Matizes executa, com financiamento da CESE - Coordenadoria Ecumênica de Serviçose do SOS Corpo. Segundo Carmen Ribeiro, Coordenadora do Projeto, a expectativa é que essa atividade contribua para a apropriação da fala pública por mulheres negras e a otimizar a participação política destas.

Som do Piau comemora um ano com festa da música piauiense

Criada em 25 de abril de 2015, a mídia social Som do Piau busca explorar o ambiente digital para exaltar e valorizar a música piauiense. No final do ano passado foi eleita a melhor página de redes sociais no Prêmio Interaje. Em comemoração ao seu primeiro aniversário, Bia e Os Becks, Teófilo Lima e Validuaté sobem ao palco do Quintal Rock Bar neste sábado (07).

“As atrações foram pensadas com objetivo de unir gerações num mesmo espaço. Teófilo começou sua carreira ainda nos anos 90, Bia e Os Becks faz parte da nova safra musical piauiense e Validuaté tem uma estrada intermediária”, declara Diego Lopes, idealizador da Som do Piau.

Além de levar a música piauiense para as mídias sociais, a Som do Piau também atua como um espaço de memória dessa produção ao reunir os mais variados estilos num mesmo local. Por lá é possível conhecer o rock, pop, forró, heave metal, bossa e outros ritmos produzidos no Estado.

Atualmente, o público pode acompanhar a mídia pelo Facebook e Instagram. Existe um projeto para ampliar os canais de divulgação da Som do Piau. “Muita gente tem cobrado um perfil do Spotfy para poder ouvir a música piauiense. Já estamos conversando com alguns artistas para ter autorização de usar suas músicas também nessa plataforma”, afirma Diego Lopes.

 

Aula Pública na UFPI: Vamos conversar sobre Gênero

A escritora, pensadora e ativista feminista Simone de Beauvoir declarou “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. O cantor e compositor Pepeu Gomes poetizou “Ser um homem feminino, não fere o meu lado masculino”. Neste contexto, o Núcleo de Estudos e Pesquisas ‘Educação, Gênero e Cidadania’(NEPEGECI), da UFPI, promoverá dia 05/05, às 14h, aula pública “Vamos conversar sobre gênero?”. A atividade educativa será um momento para refletir sobre gênero e diversidade sexual a partir de aspectos sociais, históricos,  políticos e culturais.  O evento ocorrerá no Auditório do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL).

A ação visa debater de forma crítica sobre as inconsistências, reducionimos, preconceitos e desinformação expressa no conteúdo do Projeto de Lei nº 20/2016, aprovado na Câmara Municipal de Teresina. O projeto veda o debate e ações educativas referentes às questões de gênero nas escolas públicas municipais da capital.

Organizações da sociedade civil, universidade, faculdades, instâncias do poder público, conselhos de direitos estão desde março se mobilizando e promovendo documentos, aulas públicas, manifestações em espaços públicos e interlocuções com a sociedade para mostrar os riscos e perigos de um projeto que viola direitos humanos básicos, amordaça políticas públicas de inclusão de grupos sociais vulneráveis além de contrariar princípios e preceitos constitucionais e da Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional.

Os grupos organizados também já estabeleceram diálogo com o Prefeito Municipal de Teresina e apresentaram os argumentos legais, científicos e sociopolíticos sobre a ilegalidade do PL. As organizações solicitam o veto do poder executivo.

A aula pública organizada pelo NEPEGECI tem apoio do Kátias Coletivas, Observatório de Juventudes e Violências na Escola(OBJUVE), Núcleo de Estudos em Gênero e Desenvolvimento (ENGENDRE), grupo de Estudos SexGen (Sexualidade, Corpo e Gênero) e Comissão da Diversidade Sexual da OAB/PI.

Por Herbert Medeiros

Kátias Coletivas promoverá Talk Show "Telúrica dos Sentidos"

A poética de  Arnaldo Antunes  enuncia que nas terras brasilis o caldeirão multicultural  é  tônica de sua constituição:  “Aqui somos mestiços mulatos/cafuzos pardos mamelucos sararás/Crioulos guaranisseis judárabes/Somos o que somos/Inclassíficáveis”. A Diversidade brasileira é riqueza da nação. Nesse sentido,  Kátias Coletivas também colocará em cena  a pluralidade social brasileira com o Talk Show ‘Telúrica dos Sentidos’. A ação ocorrerá nesta sexta-feira(29) às 14h no Auditório do Centro de Tecnologia (CT) da UFPI.

Para fervilhar mentes e corações, o evento oferecerá um cardápio de reflexões sobre temáticas transversais da sociedade contemporânea brasileira: movimento de mulheres cegas; Gênero e Sexualidade, O Social nos Primeiros Povos Brasileiros. O propósito é promover um debate plural e democrático acerca das identidades femininas, das homossexualidades e das lutas e lideranças das mulheres na cultura indígena.

Os debatedor@s convidad@s serão os docentes Jóina Freitas Borges(Arqueologia), Maria do Carmo Alves Bonfim (CCE), Paula Molinari (Curso de Música) e Dheyvid Pereira (PET Integração). De forma dinâmica e interativa, as entrevistas do Talk Show serão mediadas pela multifacetada estudante do Coletivo Katias, Lygia Rissoupe.  

A programação artístico-cultural contará com a apresentação da performance ‘Terra dos Sentidos’, constituída por integrantes da Kátias Coletivas.  E para magnetizar o ambiente,  a presença dos DJs Nelson Barbosa, Germanno Marques, Fab Cristo e Maria Ayawaska.

 

Kátias Coletivas

O grupo iniciou suas ações e intervenções em setembro de 2015 com a finalidade de desafinar o coro dos contentes através de diálogos e reflexões para empoderar sujeitos que transitam pelas múltiplas identidades de gênero e orientação sexual dentro da realidade social, política, cultural do universo acadêmico e da sociedade em geral.

O nome do Coletivo é uma homenagem a Kátia Tapety, primeira transsexual piauiense  a se eleger para um cargo político no Brasil. Kátias Coletivas  é formada por um mix de estudantes da Universidade Federal do Piauí e outras instituições.

 

Por Herbert Medeiros

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