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Diversidade

Matizes em Ação: retrospectiva 2015

Em 2015, o Matizes se movimentou juntamente com outros movimento sociais  em prol dos Direitos Humanos dos LGBTs e de outras pessoas marginalizadas. Lacrou geral.  Com  humor, criatividade e  energia impulsionadora para sacudir a mesmice das ‘verdades’ prontas, o grupo ocupou praças, avenidas, ruas, universidades, faculdades e demais espaços da cidade para irradiar mais respeito e justiça para tod@s. Um colar de beijgos para o preconceito e a discriminação.

E o burburinho já começou em janeiro quando teve início o processo de escolha para  eleger  nova  mesa diretora da Assembleia Legislativa.  Matizes e outras organizações da sociedade civil se mobilizaram e lançaram  carta aberta à sociedade piauiense destacando a importância de se  ter uma casa legislativa comprometida com  princípios da transparência e maior participação social.

A ação  dos movimentos sociais por um legislativo mais democrático quiseram ressaltar que o parlamento não pode ser regido somente pela ‘a força da grana que ergue e destrói coisas belas’. Neste sentido, as entidades  sugeriram medidas para um legislativo mais eficiente e democrático: otimizar recursos públicos e favorecer transparência nas despesas com pessoal, custeio e aquisição de bens e serviços; garantir participação social nas proposições de leis; promover concurso público para preencher cargos da instituição; democratizar as formas de participação e produção de conteúdos da Rádio e TV Assembleia; Democratizar a escola legislativa com cursos mais acessíveis para pessoas de baixa renda.

Babado fortíssimo também foi a participação do Matizes, em março, no Seminário Estadual de Direitos Humanos promovido pela Caritas/PI. Durante o evento, foram debatidos temas como Educação em Direitos Humanos, Infância, Adolescência e DH, população lgbt e DH, Gênero e Violência contra Mulher, Diversidade Religiosa e DH. A ação da Caritas foi um arraaaaaaaso!

E o Matizes, mais uma vez, razô na sua atuação   junto ao poder público. Com a cara e a coragem que lhe é próprio, o grupo se jogou para   pautar, em março, propostas para o poder público. Através de documento encaminhado à Secretaria de Justiça, o grupo  solicitou: observância de parâmetros de acolhimento de LGBT em privação de liberdade; construção de espaços ecumênicos para prática religiosa no sistema prisional; criação de berçários e creches nas dependências da unidades prisionais femininas.

E quem não se comunica se trumbica, como lembra o velho guerreiro. Então, as matizianas   ecoaram pela  cidade   o 1º Encontro Teresinense de Lésbicas e Bissexuais com o tema ‘’Família: novos arranjos”. Entre as temáticas do evento  estavam: homoafetividade e família; Educação para Diversidade e Interações femininas no Espaço Urbano Teresinense.  Sem vez e voz não se constrói um mundo de múltiplos desejos e afetos.

Em maio de 2015  a ferveção  foi na praça João Luiz Ferreira para lembrar o Dia Mundial de luta contra a LGBTfobia. Arte, cultura  e criatividade deram o tom para protestar contra os descasos do poder público em relação aos lgbts. A atividade também reforçou a necessidade de estar na rua dialogando com a sociedade para superar discursos racistas, sexistas e homolesbotransfóbicos.

O Matizes pautou também, em junho, ações em favor da população LGBT. O grupo entregou ao governo estadual documento sugerindo: Criação de Estrutura para cuidar dos Direitos Humanos no Estado; Efetivação do Conselho Estadual da população LGBT; Implentação do Plano Estadual LGBT com orçamento especificado; Fortalecimento e ampliação do Centro de Referência LGBT Raimundo Pereira.

O mês de julho  foi babado. O grupo fez  a interlocução com a governadora   do PI  e lançou proposições em favor dos Direitos Humanos. Entre as propostas estavam: transformar o Núcleo Policial Investigativo do Crime de Feminicídio em Delegacia Especializada; Criar a Secretaria da Igualdade de Gênero; Agilizar a construção da Casa da Mulher Brasileira; Fortalecer o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher.

Em agosto,  o arco-iris banhou a cidade de Teresina com a 11ª Semana do Orgulho de Ser e 14ª Parada da Diversidade. Uma fechação geral: performances, shows, solenidade de casamento, cinema, lançamento de livros, debates, oficinas. A participação de Vanessa da Mata no Show da Diversidade  foi um luuuuuuuuuuuuxo só!

E  como “a gente quer a vida como a vida quer”, o Matizes dialogou com o mundo acadêmico para refletir sobre a promoção do respeito aos direitos homoafetivos. Em novembro a entidade participou da Semana Cientifica da FACID. Debateu também sobre homolesbrotransfobia com estudantes de Direito da Faculdade Camilo Filho.

Importante ação ocorreu em dezembro através de parceria com NUPEC(UFPI). O evento tinha como tema: Gênero e Diversidade: um debate necessário. A atividade era  comemoração ao Dia Internacional dos Direitos Humanos.

E em 2016, Prepara, Que agora é a hora do Show das Empoderad@s.

 

Por Herbert Medeiros

Gênero e Diversidade entram em cena na UFPI

O Núcleo de Pesquisa e Estudos sobre Criança e Adolescente (NUPEC/UFPI) e o grupo Matizes realizam nesta quarta-feira(16), às 16h atividade com a temática “Gênero e Diversidade: um debate necessário”. A ação ocorrerá na sala de Vídeo II do Centro de Ciência Humanas e Letras/CCHL/UFPI.  

Entre os/as debatedor@s estará Amanda Pitta,  representante no Piauí do grupo Mães pela Igualdade.  A entidade tem uma atuação política suprapartidária e envolve mães e pais destemidos e empoderados para lutar por respeito à diversidade, à igualdade de direitos, à fraternidade. O Mães pela Igualdade combate  às práticas de discriminação contra pessoas LGBTT.

O  debatedor João Wallace refletirá sobre espaços e  processos de sociabilidade lgbt em Teresina e sua relação com performances de gênero produtoras de discriminações influenciadas por  fatores como classe, renda e origem territorial.  O palestrante é mestre na área de sociologia pela UFPI.

Pâmela Laurentino Reis também será outra integrante do debate e discutirá sobre “Mulheres, afetos e desejos”.  A debatedora é estudiosa sobre questões de gênero e tem mestrado pela UFPI. 

 

Por Herbert Medeiros

Rede Ambiental do Piauí faz horta urbana no Dia Mundial de Combate ao Agrotóxico

A  Rede Ambiental do Piauí (REAPI) promoverá nesta quinta-feira(03) ação pelo Dia Mundial de Combate aos Agrotóxicos e em defesa da alimentação saudável. A partir da iniciativa do Movimento Ativismo Urbano, será produzida às 8h uma horta urbana na Praça das Ações Comunitárias no Parque Piauí.

O movimento Ativismo Urbano pretende ocupar espaços ociosos da cidade para  produção de   hortas públicas visando, assim, disseminar a cultura social de valorização e consumo de alimentos livres de agrotóxicos. A prática da agricultura urbana ganha cada vez mais adeptos pelo Brasil e irradia-se por áreas de praças, apartamentos, bairros populares, shoppings e outros espaços das metrópoles.

O dia mundial pelo combate ao agrotóxico tem origem num episódio trágico ocorrido no ano de 1984 em Bhopal(Índia):  vazamento de 40 toneladas de gases tóxicos da empresa Union Carbide Corporation. A exposição imediata aos gases letais   vitimou milhares de pessoas e resultou em danos de longo prazo à saúde da população local bem como ao meio ambiente.

A companhia Carbide Corporation  tentou furtar-se  da responsabilidade  em relação às mortes do desastre e dificultou acesso à informações específicas da composição dos venenos,  comprometendo a assistência médica eficiente aos contaminados.

Os impactos socioambientais do uso de agrotóxico já é uma realidade que preocupa autoridades médicas. A posição do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é pela redução de agrotóxicos no Brasil, segundo relatório lançado pela entidade.  A instituição destaca que a exposição aos venenos produz efeitos como infertilidade, impotência, abortos, neurotoxicidade, câncer etc.

Para maiores informações sobre Agricultura Urbana na Prática, clique AQUI

Relatório do INCA sobre Agrotóxicos, ver AQUI

Por Herbert Medeiros

Matizes debate homofobia com acadêmicos de direito da Faculdade Camilo Filho

O grupo Matizes participou sexta-feira(27) de seminário sobre homofobia realizado pelos acadêmicos de Direito da Faculdade Camilo Filho. O educador Herbert Medeiros, representante da entidade, destacou aspectos socioculturais do tema e ressaltou as ações do Matizes para o enfrentamento da violência homofóbica.

No primeiro momento da atividade, estudantes apresentaram uma retrospectiva histórica sobre das vivências homoafetivas durante a cultura Grega e Romana. A partir de fontes iconográficas e textos de estudiosos, mostraram como as duas sociedades sancionavam normas sociais e culturais para  as práticas homossexuais. Em seguida, apontaram as interdições e discursos de intolerância estabelecidos na Idade Média em relação aos sujeitos homoafetivos.

Educandos(as) também elencaram as conquistas sociojurídicas advindas a partir da luta e mobilização dos movimentos lgbts em parceria com outros segmentos sociais  para afirmação de direitos e cidadania.

 Entre as conquistas jurídicas destacaram: reconhecimento da união estável pelo STF em 2011; resolução do CNJ aprovando celebração de casamento homoafetivos em cartórios; decisão do STF a favor da adoção por casal gay; aprovação de portaria que regulamenta processo transexualizador pelo SUS; lei estadual do Piauí reconhecendo no âmbito da Administração Pública Estadual o nome social de travestis e transexuais.

Após a exposição dos acadêmicos do curso de Direito, o debatedor do Matizes enfatizou que as práticas de violência homofóbica resultam de um sistema de sociocultural, político e econômico que  subalterniza, invibiliza e oprime  e os sujeitos lgbts na vida social.

Segundo o ativista, a homofobia, lesbofobia e transfobia institucional e cultural encontram-se disseminada em espaços como a escola, o sistema de saúde, a segurança pública, ambiente de trabalho, contexto familiar e certos discursos midiáticos reforçadores de preconceitos e discriminações.

O palestrante ressaltou a atuação do Matizes para o enfretamento da homolesbotransfobia presente nas instâncias sociais. Destacou que a Semana do Orgulho de Ser, atividade organizada pelo grupo, vem ao longo de mais de uma década promovendo na sociedade teresinense  de debates, seminários, oficinas, capacitações e ações culturais em favor da afirmação da cidadania e direitos da população lgbt.

Também realçou a luta permanente do Matizes, em diálogo com  parceiros(as), para colocar na agenda do poder público a construção de políticas públicas de equidade para segmento lgbt.

Gritaram-me Negra - Poema de Victoria Santa Cruz

(Victoria Santa Cruz)

Tinha sete anos apenas,

apenas sete anos,

Que sete anos!

Não chegava nem a cinco!

De repente umas vozes na rua

me gritaram Negra!

Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra!

“Por acaso sou negra?” – me disse

SIM!

“Que coisa é ser negra?”

Negra!

E eu não sabia a triste verdade que aquilo escondia.

Negra!

E me senti negra,

Negra!

Como eles diziam

Negra!

E retrocedi

Negra!

Como eles queriam

Negra!

E odiei meus cabelos e meus lábios grossos

e mirei apenada minha carne tostada

E retrocedi

Negra!

E retrocedi . . .

Negra! Negra! Negra! Negra!

Negra! Negra! Neeegra!

Negra! Negra! Negra! Negra!

Negra! Negra! Negra! Negra!

E passava o tempo,

e sempre amargurada

Continuava levando nas minhas costas

minha pesada carga

E como pesava!…

Alisei o cabelo,

Passei pó na cara,

e entre minhas entranhas sempre ressoava a mesma palavra

Negra! Negra! Negra! Negra!

Negra! Negra! Neeegra!

Até que um dia que retrocedia , retrocedia e que ia cair

Negra! Negra! Negra! Negra!

Negra! Negra! Negra! Negra!

Negra! Negra! Negra! Negra!

Negra! Negra! Negra!

E daí?

E daí?

Negra!

Sim

Negra!

Sou

Negra!

Negra

Negra!

Negra sou

Negra!

Sim

Negra!

Sou

Negra!

Negra

Negra!

Negra sou

De hoje em diante não quero

alisar meu cabelo

Não quero

E vou rir daqueles,

que por evitar – segundo eles –

que por evitar-nos algum disabor

Chamam aos negros de gente de cor

E de que cor!

NEGRA

E como soa lindo!

NEGRO

E que ritmo tem!

Negro Negro Negro Negro

Negro Negro Negro Negro

Negro Negro Negro Negro

Negro Negro Negro

Afinal

Afinal compreendi

AFINAL

Já não retrocedo

AFINAL

E avanço segura

AFINAL

Avanço e espero

AFINAL

E bendigo aos céus porque quis Deus

que negro azeviche fosse minha cor

E já compreendi

AFINAL

Já tenho a chave!

NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO

NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO

NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO

NEGRO NEGRO

Negra sou!

 

 

Daniela Mercury recria foto clássica e fica nua com esposa na capa de disco

A imagem é inspirada pela foto de John Lennon e Yoko Ono.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Segundo informações da revista Época é assim que Daniela Mercury vai aparecer na capa de ‘Vinil Virtual’, 15º álbum da discografia solo da artista.

Clicada por Célia Santos, ela surge deitada, nua, ao lado da mulher, a jornalista Malu Verçosa.

A imagem é inspirada pela foto de John Lennon e Yoko Ono para  uma edição da revista americana Rolling Stone.

O disco chega às lojas dia 27 de novembro pela Biscoito Fino e conta, pela primeira vez, apenas com composições da própria Daniela.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

John Lennon e Yoko Ono foram capa da revista 'Rolling Stone' em janeiro de 1981, logo após a morte do eterno beatle (Foto: Reprodução)

Fonte: Plantão JTI

Matizes discute novos arranjos familiares na XII Semana Cientifica Internacional da FACID

O Grupo Matizes participou nesta quinta-feira (12) de mesa redonda para debater o tema “Novos Arranjos Familiares na Contemporaneidade”. Ação integrava a programação da    XII Semana Cientifica  Internacional da FACID cuja temática era “Ciência, Educação e Inovação”.

Antes de iniciar os debates sobre o tema, a mediadora, Profª Ms. Milene Martins, fez uma contextualização geral sobre o conceito e mutações estruturais dos paradigmas de famílias. A educadora lembrou não ser mais pertinente a idealização de um referencial único de família.

O debatedor do Matizes, Herbert Medeiros,  iniciou sua apresentação destacando a importância  do afeto, do cuidado,  da proteção, do bem-estar,  da ética e da solidariedade  para configuração dos novos arranjos familiares.

Também ressaltou que os conceitos, vivências, saberes e práticas  do universo familiar resultam de transformações históricas e socioculturais. Essas mudanças  possibilitaram    dinamicidade, pluralidade  e movimento aos modos de construção dos vínculos de famílias na contemporaneidade.

O palestrante ainda apontou a conquista  histórica do  reconhecimento da união estável para casais homoafetivos a partir da decisão do STF em 2011. Representou a ampliação de  direitos e cidadania aos LGBTS. Mencionou também a importante decisão da Ministra do STF, Cármem Lúcia, autorizando a adoção de criança por casal homoafetivo.

Outro ponto debatido pelo representante do Matizes foi a persistência histórica da cultura machista e sexista que subtraí dos homens o exercício  da paternidade afetiva e responsável. Provocou o questionamento de que é necessário repensar as masculinidades e sua relação com o afeto, o cuidado e proteção dos(as) filhos(as).

A Profª e educadora do curso de Direito, Virna de Barrou Nunes (FACID), apresentou aspectos sócio-jurídicos das relações familiares. De forma didática e simples explicou sobre Monoparentalidade, anaparentalidade e multiparentalidade. Fez a distinção entre união estável e casamento civil e seus impactos jurídicos.

 

Afrobetizar a educação no Brasil

No morro do Cantagalo, no Rio de Janeiro, a psicóloga Vanessa Andrade ouvia com frequência: “Ai tia que cabelo feio” ou então “tia bruxa”. Essa era a reação dos pequenos quando ela passava pelas ruas com seu cabelo afro. Segundo Andrade, isso ocorria porque essas crianças estavam desacostumadas a enxergar a beleza presente no jeito negro de ser. “Isso me doía muito, mas ao mesmo tempo me convocava para uma missão maior de tentar mudar o pensamento dessas crianças”, conta a psicóloga e coordenadora do projeto Afrobetizar.

Quando se trata de identidade, as escolas brasileiras são monocromáticas nos livros e nas histórias. Nossa educação não possibilita que alunos negros encontrem seu caminho e conheçam o lado verdadeiro da vida e da cultura africana presente de forma intensa no Brasil. Com a finalidade de mostrar que outra pedagogia é possível, Andrade iniciou um trabalho intenso de transformação social no Cantagalo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“O Afrobetizar surgiu da necessidade de trabalhar uma pedagogia diferente, que fizesse com que as crianças descobrissem o próprio corpo através de reconhecer a beleza de ser negro”, diz a psicóloga. Segundo ela, a ideia que coloca professores negros que cursaram ou estão na universidade, realizando projetos de sucesso na vida, tem como intuito trabalhar o protagonismo negro e inverter o processo histórico que sempre colocou o negro como ser inferior em relação ao branco.

Nosso corpo é nosso território

“Com o tempo tivemos a ideia de fazer ações contínuas com as crianças da comunidade”, conta Andrade, a qual ao lado de Gessica Justino e Aruanã Garcia, forma a equipe de professores que organizam oficinas semanais com as crianças em busca de descontruir preconceitos e fortalecer os saberes que não chegam aos pequenos por meio da escola convencional.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eu sempre acreditei que não adianta ficar no blábláblá, é preciso provocar a criança com as sensações e com corpo”, diz a psicóloga. Vanessa Andrade pontua que esse é um projeto que trabalha com corporeidade, mas não aquela que se esgota no movimento de dança ou de capoeira e sim a capacidade de ter consciência e acesso às possibilidades corporais. Isso ajuda essas crianças a assumir espaços nos quais tradicionalmente não estão inseridas.

Ensinar além dos livros

A Lei nº 10.639 de 2003 estabeleceu que a história e cultura afro-brasileira e indígena fossem inseridas na educação do país. Ainda assim, os livros que carregam a informação sobre outros personagens fundamentais para a história e a formação da identidade brasileira chegam a passos lentos nas escolas do Brasil. Para Andrade, existe um esforço para que essa lei seja respeitada, mas falta potencializar a descoberta de metodologias para aplicá-la.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Não basta dizer para as crianças que é lindo ser negro. Contar quem foi Zumbi e Maria Carolina de Jesus. Essas crianças precisam viver uma experimentação positiva para que elas interiorizem esse sentimento de valorizar a própria cultura”, relata.  A psicóloga reconhece a importância de transformação presente na lei, porém, vê também a necessidade de trabalhos que afetem de verdade as crianças e jovens.

 

“A sensação que eu tenho com relação a essa lei é que há uma corrida para que ela seja aplicada através de livros, mas se não tiver um trabalho além do papel, não adianta”, diz Andrade. Para ela o “letramento corporal” que contemple o campo sensorial e entre no mundo de cada criança é fundamental.

Projeto no Museu de Favela

O projeto é realizado na sede administrativa do Museu de Favela – MUF. O local foi criado por moradores do Cantagalo e conta a história da origem da favela através de grafites nas paredes das casas das pessoas que vivem ali. No espaço cedido para o Afrobetizar, há cerca de 30 crianças que participam com frequência das atividades.

“O MUF é o primeiro museu a céu aberto criado em uma favela”, conta Andrade. Segundo ela, as pinturas foram feitas para proteger os moradores desse lugar que sofriam com a ameaça de serem retirados de suas casas. Localizado na zona sul do Rio de Janeiro, a ameaça da especulação imobiliária fez com que a população se unisse e utilizasse o museu estratégia  como estratégia de sobrevivência nessa região.

Com o passar do tempo, o MUF tornou-se uma referência em grafite e passou a integrar um dos pontos turísticos da cidade maravilhosa. A iniciativa popular é reconhecida como o primeiro museu territorial e vivo sobre memórias e patrimônio cultural de uma favela no mundo.

As fotos da reportagem foram feiras pela equipe do Coletivo Baobá, projeto de comunicação que também trabalha em parceria com o Afrobetizar.

Fonte: Geledés

Viver com arte é preciso: 2ª Edição do Articulações Estéticas

A força de encantamento e reinvenção da vida através do fazer artístico foi genialmente anunciada por Ferreira Gullar: “ A arte existe porque a vida não basta”. O músico e poeta Caetano Veloso também poetizou sobre o assunto quando enunciava nos versos da canção Lingua: “livros, discos, vídeos à mancheia/E deixa que digam, que pensem, que falem”. É pautado  nesse reencantamento do viver que ocorrerá   em Teresina a 2ª edição do evento sociopoético: Articulações Estéticas: Processo de Criação na Arte Contemporânea. A ação ocorrerá  no período de 04 a 06/11 no Campus Torquato Neto da UESPI.

 

Para azeitar as reflexões sobre o saber/sabor  das vivências estéticas, a educadora Shara Jane Holanda Costa Adad (UFPI) promoverá excitações do sentir e pensar com a conferência de abertura: “Micropolíticas da invenção: experimentar é criar”. A atividade acontece dia 04/11 às 18h.

 

O deleite dos convivas continuará com coquetel de lançamentos de livros e revistas às 20h. É mergulhar e deixar-se navegar pela dança das palavras das obras  de escritores(as) como  Bernardo Aurélio (Por dentro da máscara de ferro); Demétrios Galvão (Bifurcações); Thiago E (Cabeça de Sol em cima de trem); Mara Vanessa Torres de Menezes (Os sonhos de Jurema e outras historietas sem tempo); Shara Jane Holanda (Tudo que não inventamos é falso: dispositivos artísticos para pesquisar, ensinar e aprender com a sociopoética).

 

O bate-papo sobre as irradiações artísticas que banham  Teresina está na agenda do evento com a temática “A arte na  rua: o projeto Salve Rainha e a intervenção estética na cidade”. A ação ocorrerá dia 05/11 de 9 às 11h no auditório Geratec (UESPI) e terá a participação de Sam Jales, Chagas Jr., Flávia Soares e Kárystom Soares.

 

A Oficina de Pensamento será um dos momentos instigantes para promover ebulições reflexivas entre os participantes. A atividade será dia 05/11 de 14 às 16h com Isabelle Frota (Galpão do Dirceu).

 

Veja abaixo sobre inscrições e o vasto  cardápio artístico-cultural do II Articulações Estéticas:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Herbert Medeiros

Festival Feminino de Músicas de Capoeira

Para entrar no ritmo e se embalar nos batuques e cultura afro, o melhor é seguir os versos da canção “A capoeira é arte/é cultura sim senhor/A capoeira é uma dança/ que veio do negro sofredor/É luta, é magia pode crer/A capoeira é pra todos/É pra mim e pra você”. E nesse clima de cantos, danças e sabedorias ancestrais, o movimento Berimbau Renda realizará  o Festival Feminino de Música de Capoeira de 23 a 25/10 em Teresina.

A atividade tem início nesta sexta-feira (23) com o seminário “A presença da Mulher na Capoeira”, às 18h, no Memorial Zumbi dos Palmares. A debatedora será Maryposa(José de Freitas/PI).

A programação do evento  continua no sábado(24) às 18h no Galpão do Dirceu. Já no domingo(25), acontece, às 9h,  minicursos no Memorial Zumbi dos Palmares com a instrutora Relva(Teresina/PI) e Profª Zangada (Teresina/PI). 

O Berimbau Renda constitui-se de um movimento político para fortalecer e empoderar a presença da mulher na capoeira, ressaltando a legitimidade feminina para ter vez e voz no espaço  capoeirista com seu talento e sapiência.

 

Por Herbert Medeiros

 

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