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Etnoconhecimento

Desde a semana passada o Brasil vem acompanhando os desdobramentos do desaparecimento de um servidor da FUNAI e de um jornalista estrangeiro que se deslocavam entre dois pontos na Amazônia e sumiram, ainda sem quaisquer vestígios sobre seus paradeiros, mas com forte desconfiança de que foram mortos, pois o indigenista já havia sido ameaçado por pessoas que exploram ilegalmente recursos na Amazônia.

O problema me despertou o interesse em escrever um pouco sobre as perdas de conhecimento das quais somos vítimas desde que o mundo é mundo, exatamente pelo desprezo que determinadas pessoas dispensam aos povos tradicionais e, consequentemente, a aspectos de sua cultura e do seu conhecimento. Aliás, chamamos de Etnoconhecimento, o conhecimento originado a partir de povos indígenas, quilombolas e outros agrupamentos que geraram, ao longo de décadas seu próprio conhecimento, muitas vezes com base nas premissas de tentativa e erro, responsável por uma coleção de saberes que, quando aproveitados, podem revolucionar diferentes áreas do conhecimento produzido pela cultura do chamado “Homem Branco”. Na verdade, questões históricas explicam a nossa colonização por parte de povos europeus, notadamente com forte influência dos advindos da Península Ibérica, que, basicamente, atuaram na colonização dos países das Américas, principalmente a do Sul, a Central e parte da América do Norte.

Nossos ancestrais europeus chegaram aqui e não tomaram conhecimento dos povos que aqui viviam. Com a dificuldade de “domesticar” estes povos e, com a finalidade de buscar força de trabalho, arrancaram a força do continente africano pessoas que vieram compor uma força de trabalho totalmente escrava. Os nativos daqui e dos países africanos de onde vieram os escravos em mais de 300 anos de exploração, compuseram um conjunto imensurável de conhecimentos, muitos dos quais perdidos, inclusive pela imposição cultural dos europeus colonizadores.

Parte deste Etnoconhecimento vem sendo resgatado pela ação de pesquisadores. Aqui no Piauí, concentra-se no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), o resgate de informações, especialmente nos campos da Etnobotânica e da Etnozoologia, enlevando informações que poderiam estar mais presentes na nossa cultura atual, se não fosse a ação colonizadora que dizimou povos, subestimou culturas e enterrou parte do conhecimento de forma definitiva, uma vez que não existem registros escritos.

Recentemente li na revista Science que, na América Central, especialmente na Guatemala, cientistas se debatem com informações sobre a Astronomia deixada como legado pelos Maias, povos pré-históricos que dominaram a América Central e o sul da América do Norte, e que foram dizimados também pelos colonizadores espanhóis. Mas o legado deixado, de forma escrita, levantado por provas arqueológicas, está ajudando a construir uma parte do conhecimento alcançado por esta cultura milenar, cujo calendário diferia um pouco do Calendário Juliano (adotado até hoje), pois lidava com 13 ciclos de 20 dias, totalizando um ano com 260 dias. Astrônomos da atualidade, utilizam os registros deixados pelos Maias, especialmente na observação de eventos que envolvem astros e que estão sendo resgatados pelos investigadores do etnoconhecimento.

A luta em favor dos povos tradicionais não é apenas uma questão de Direitos Humanos. Passa também pelo respeito a uma cultura que traz uma sabedoria milenar, não escudada no método científico, mas com base em observações, acertos e erros, registrado de forma pobre, porém estabelecido através da comunicação oral entre gerações.

Uma boa semana para todos (as).

Teve COVID moderada? Saiba que ainda pode estar com o vírus...

A Covid-19 é uma doença realmente muito estranha, e tem desafiado médicos, cientistas, que lidam com as surpresas e novidades de um agente patogênico com modus operandi diverso e, principalmente pacientes, que podem ter sintomas diferentes para uma mesma doença, sui generis.

A minha experiência com a COVID foi assim: depois de tomar duas doses e um reforço da vacina da Pfizer, tive um quadro de COVID bem leve. Muita congestão nasal, derramando litros de coriza, uma dor de cabeça leve. No primeiro dia dos sintomas tive febre e dores no corpo. Fiquei cinco dias me sentindo doente, mas nada que merecesse uma preocupação maior. Finalizado o período de isolamento, desenvolvi uma infecção intestinal que durou meses. Falei com o médico que me disse que tinha atendido pacientes com o mesmo quadro. Me recomendou um medicamento para regularizar o trânsito intestinal, que vem ajudando bastante nisso.

Para meu espanto, acabei de ler um artigo disponível na National Library of Medicine, com o título “Gastrointestinal symptoms and fecal shedding of SARS-CoV-2 RNA suggest prolonged gastrointestinal infection” (Sintomas gastrointestinais e eliminação fecal de RNA SARS-CoV-2 sugerem infecção gastrointestinal prolongada, em tradução livre). Neste trabalho os pesquisadores analisaram material biológico de 113 pacientes que tiveram COVID-19 moderada e descobriram que 12,7% dos pacientes continuavam expelindo RNA viral do SARS-CoV2 quatro meses após terem sido considerados curados por não testarem positivo nos exames com amostras orofaríngeas, e cerca de 3,8% permaneciam expelindo o RNA viral pelos intestinos, sete meses após a doença.

Com estes resultados concluiu-se que a doença, nestas cepas mais brandas, de fato é sistêmica e continua no organismo, mesmo depois que a infecção no trato respiratório desaparece, e que há a possibilidade de que seja transmitida por resíduos fecais, o que reforça a necessidade de cuidados higiênicos, sobretudo após fazer uso dos banheiros e, ainda, de que se trata realmente de uma doença muito estranha.

Boa semana para todos (as)!

Qual será o fim da ciência brasileira?

A revista Science da semana passada traz uma matéria sobre as dificuldades enfrentadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE. O Instituto foi criado em 1961 instalado na cidade de São José dos Campos, interior de São Paulo e é considerado o maior instituto de pesquisas espaciais da América Latina.

Responsável pelo monitoramento do Clima e das queimadas na Amazônia, entre outras diversas funções, o INPE vem passando por sucessivos cortes orçamentários que podem comprometer seu funcionamento e a execução destas e de outras imprescindíveis funções, que inclusive subsidiam outros ramos da ciência brasileira.

Além das restrições financeiras que sofre de forma contínua desde o Governo Dilma Roussef, o INPE e seus pesquisadores sofrem ataques de membros do Governo Jair Bolsonaro que, para justificar as ações inócuas de combate aos crimes ambientais, especialmente na região amazônica, desqualificam as pesquisas realizadas pelo órgão.

Pego o exemplo do INPE para ressaltar os danos provocados pela falta de incentivo à ciência no Brasil de uma maneira geral. Cortes orçamentários profundos reduziram a possibilidade de financiamento de projetos de pesquisa e restringiram a distribuição de bolsas em programas de pós-graduação, sem esquecer que bolsas de Mestrado e Doutorado não passam por qualquer reajuste há mais de uma década. O que era ruim só piora.

Enquanto isso, políticos de praticamente todas as agremiações partidárias, apoiam o bilionário fundo de quase 5 bilhões de reais a ser gasto na próxima eleição. Não há inocentes neste crime. Nem de um lado e nem do outro, dos polos que dividem a preferência do eleitorado.

Não vejo saída e nem a famosa luz no fim do túnel. O túnel já está escuro na entrada.

Boa semana para todos (as).

Criador do Bob Esponja é homenageado por Pesquisador do Piauí

Na ciência ocorrem umas coisas muito interessantes, que em nenhuma outra área do conhecimento é possível acontecer. A história que lhes conto hoje é sobre a descoberta de uma nova espécie de animal. Um tipo de esponja que ocorre no Oceano Atlântico, no litoral da Paraíba: Clathria (Axosuberites) hillenburgi.

Clathria (Axosuberites) hillenburgi. Fonte: Annunziata et al. (2019).

Para quem não sabe, as esponjas são animais bastante primitivos encontrados principalmente no ambiente marinho (mas existem espécies de água doce também). Estes animais são sésseis (ou seja: não saem nadando por aí, ficando presos a um substrato) e tem uma especialidade interessante: filtrar a água, de onde conseguem reter partículas que lhes servem de alimento.

Dr. Bruno Annunziata. Fonte: arquivo Pessoal.

O pesquisador Bruno Barcellos Annunziata, carioca de nascimento, mas piauiense de coração, Professor Adjunto II da Universidade Estadual do Piauí, lotado no curso de Ciências Biológicas do Campus (CIES) de Parnaíba, resolveu estudar as esponjas que ocorrem no litoral do Piauí e do Maranhão. Durante o desenvolvimento de sua tese de Doutorado, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), além de ter coletado novos exemplares para coleção, tratou de estudar espécies das suas coletas e outras que já haviam sido coletadas e que estavam guardadas no laboratório da UFPE.

Detalhes em microscopia eletrênica da nova espécie. Fonte: Annunziata et al. (2019).

Nas suas pesquisas Bruno se deparou com duas novas espécies. Uma coletada no litoral do Maranhão e outra coletada no litoral da Paraíba. Uma explicação: neste caso o pesquisador verifica todas as características do exemplar e compara com tudo o que já foi estudado e publicado sobre aquele grupo. Daí conclui que está lidando com algo totalmente novo para ciência. Isto o habilita a determinar que está diante de uma nova espécie. Ele então fez todos os estudos e partiu para publicar sobre as novas espécies. O artigo intitulado “Two new Clathria (Axosuberites) Topsent, 1893 (Demospongiae: Poecilosclerida) from Northeastern Brazil” traz a descrição das duas novas espécies e foi publicado na revista neozelandesa Zootaxa, uma das melhores do mundo para publicações relativas a novas descobertas de animais.

Foto: Nickelodeon/Divulgacao

Antes de publicar o artigo encontrei com o Bruno e ele me falou da ideia de homenagear o biólogo marinho Stephen Hillemburg, criador do Bob Esponja, morto em 2018 vítima de uma doença neurodegenerativa aos 57 anos. Achei formidável a ideia, já que Hillemburg fez o caminho inverso: transformou suas pesquisas em um desenho adorado por fãs do mundo inteiro.

Stephen Hillengurg. Fonte: wikipedia.

Bruno também descreveu outra espécie – a Clathria (Axosuberites) aurantia, um belo exemplar de cor alaranjada, encontrado nas costas do Maranhão, nas proximidades de Tutoia.

Clathria (Axosuberitesaurantia. Fonte: Annunziata et al. 2019.

Bruno Annunziata é mais um pesquisador radicado no Piauí que faz ciência, mesmo diante de todas as dificuldades de condições de trabalho.

Boa semana para todos (as).

 

Educação domiciliar

Esta semana o assunto do momento é tramitação no Congresso Nacional em regime de urgência da regulamentação da educação Domiciliar ou Homeschooling. Mas qual é o problema de regulamentar que crianças possam ser educadas pelas famílias? Acredite: tem muito problema nisso.

Sou de uma geração que aprendeu muito a valorizar a escola. Sou de uma família de professores e fiz da educação a minha profissão. A escola, para mim, é um dos lugares mais ricos em experiências. É uma janela de oportunidades. É onde descobrimos muita coisa legal e por onde passamos por experiências desafiadoras. É lugar também para se conhecer o que é bom e o que é ruim. Mas é um verdadeiro ensaio para o mundo como ele realmente é.

Na escola, por mais deficiente que seja, há um plano voltado para organização do aprendizado. Profissionais que se formaram com o objetivo de ensinar. Fico pensando que a ideia de se ensinar a criança fora da escola deve vir de pessoas que são potências em termos de conhecimento e habilidades na arte de ensinar. Mas conhecendo a realidade educacional brasileira acho que não é bem assim. Fico pensando: na minha casa meu pai era professor de Matemática e minha mãe de História. Poderia ter tido uma ótima educação domiciliar porque vivia num ambiente bem favorável. Mas essa não é a realidade da grande maioria dos brasileiros.

Imagine que o Congresso dê a louca e aprove isso, sem discutir (porque é o que proporciona o tal “regime de urgência”). De acordo com o IBGE, apenas 12% da população brasileira é considerada proficiente em conhecimentos gerais. Teremos aí um séquito de crianças que não tem como mudar sua realidade porque estão aprendendo com as pessoas erradas. Por mais que se diga que pode ser melhor, corroborando as palavras da atual presidente do Conselho Nacional de Educação: “a escola é insubstituível”.

Torço para que o bom senso impere nesta questão. A escola é o lugar onde as pessoas podem mudar sua vida.

Até o próximo post...

Ator conclui PhD, imitando o que fazia nas telas

Quem me conhece de perto sabe que sou fã de uma série da Warner/CBS chamada The Big Bang Theory. Para quem não conhece foi uma série iniciada em 2007 e finalizada em 2019 após 12 temporadas. A série traz um total de 279 episódios contando o cotidiano de quatro nerds e suas companheiras e outros amigos e personagens. Os nerds são todos cientistas refinados e muito inteligentes, mas são completamente dissociados do mundo real. O contraste entre suas inteligências acadêmicas e hábitos com as suas faltas de malícia e entendimento de coisas simples do mundo real, tornam os episódios hilariantes.

Personagens principais do seriado The Big Bang Theory (da esq. p/ dir.): Bernadette, Howard, Raj, Penny, Sheldon, Leonard e Amy. Fonte: Divulgação/VEJA.

Os quatro personagens centrais são os físicos Sheldon Cooper (vivido pelo ator Jim Parsons), Leonard Hofstadter (representado pelo ator Johnny Galecki), o astrofísico Rajesh Koothrappaly (Kunal Nayyar) e o engenheiro e astronauta Howard Wolowitz (Simon Helberg). Os três primeiros são doutores em suas respectivas áreas. Howard, apesar de Engenheiro formado pelo MIT e astronauta, é zoado o tempo todo por ser o único “não-Doutor” da trupe principal.

Ontem, através de suas redes sociais o ator Kunal Nayyar, que faz o Raj, anunciou que aconteceu sua colação de grau do PhD. em Humane Letters (Letras humanas, em tradução livre) pela Universidade de Portland (EUA). Kunal compartilhou inclusive o vídeo com a solenidade toda e o anúncio de sua conquista com seu discurso de agradecimento (veja vídeo abaixo a partir de 1:28)

Os fãs e seguidores parabenizaram o ator pela conquista. Mesmo fazendo uma das séries mais longas e caras da TV mundial, ele teve a disposição para encarar outros trabalhos e galgar o mais alto título da carreira acadêmica: um doutorado (PhD).

O curioso é que ele não é o primeiro membro da trupe a conseguir o título. A atriz Mayim Bialik que interpreta a neurobióloga Amy Farrah Fowler (namorada do excêntrico Sheldon Cooper) já entrou na série com o título de Doutora em Neurociência pela Universidade da Califórnia - Los Angeles (UCLA)

A situação é de fato muito curiosa. Revela para todos o quanto a persistência e a capacidade de realizar metas e objetivos precisa ser tomada como um desafio para própria vida. Para Kunal Nayyar, um ator jovem e de sucesso, a vida acadêmica era uma meta importante. Um belo exemplo!

Até o próximo post...

#1 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

Em 2015 a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um conjunto de 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Na verdade, são metas para melhorar a vida no Planeta com uma agenda apertadíssima para que os países a atinjam até 2030.

Os ODS são os seguintes, por ordem:

1) Erradicação da pobreza;

2) Fome zero e agricultura sustentável;

3) Saúde e bem-estar;

4) Educação de qualidade;

5) Igualdade de gênero;

6) Água potável e saneamento;

7) Energia limpa e acessível;

8) Trabalho decente e crescimento econômico;

9) Inovação na infraestrutura;

10) Redução das desigualdades;

11) Cidades e comunidades sustentáveis;

12) Consumo e produção responsáveis;

13) Ação contra a mudança global do clima;

14) Vida na água;

15) Vida terrestre;

16) Paz, justiça e instituições eficazes;

17) Parcerias e meios de implementação.

Estes ODS são todos absolutamente tangíveis, alcançáveis, mas dependem de um esforço hercúleo dos governos, das organizações, das empresas e, principalmente, da população. A população precisa estar inteirada sobre estas metas e as estratégias envolvidas que lhes permitam aglutinar-se em torno dos problemas e mexer com os responsáveis diretos pela elaboração de políticas e da sua execução, essencial para que a sociedade toda se movimente e consiga atingir cada um dos objetivos propostos.

O papel de cada cidadão em conhecer cada um destes objetivos é o primeiro passo. Já se vão sete anos que foram lançados e pouco disso, na prática, chegou até as escolas e universidades, para atuar de forma mais efetiva na formação e no conhecimento das pessoas.

Durante os próximos posts, vou concentrar esforços para trazer informações sobre cada ODS. É uma das formas que vejo em ajudar na promoção desta agenda, que só fortalece os esforços para que todos neste nosso planeta possam alcançar dias melhores. Revezarei estas postagens com outras sobre os demais temas que trato no Ciência Viva. Este é o verdadeiro papel da Difusão do conhecimento científico.

Até o próximo post...

Físico teórico piauiense publica estudo na Nature

Com o título “Temperature estimation of a pair of trapped ions” (Estimativa de temperatura de um par de íons aprisionado, em tradução livre) foi publicado na edição do dia 23/04 da Scientific Reports Nature, uma das mais importantes revistas científicas do mundo, o artigo do professor Dr. Olímpio Pereira de Sá Neto, juntamente com mais três pesquisadores: Helder Costa (UFPI/UESPI), Gilberto Prataviera (USP Ribeirão Preto), Marcos César de Oliveira (UNICAMP).

O trabalho foi aceito para publicação pela Nature por discutir sobre a possibilidade de se fazer inferências ou estimativa de temperaturas de um íon pela interferência de outro íon que esteja emaranhado com ele, dentro de determinadas situações, inclusive com o compartilhamento de propriedades quânticas entre estes íons. Esta descoberta pode resultar em uma revolução para computação quântica, facilitando, por exemplo, previsões sobre as modificações na temperatura em meios microscópicos, no evento que se discute constantemente sobre as propriedades desses aquecimentos. A descoberta é um passo importante para as pesquisas relacionadas aos estados quânticos por revelar detalhes sobre a natureza e as propriedades dos íons. Um avanço considerável para a física atômica.

Esquema da relação entre os dois íons. Fonte: Sá Neto et al. (2022)

Dr. Olímpio Sá Neto é bacharel em Física pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Mestre e Doutor em Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente é lotado no curso de Ciências da Computação da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), na qual ocupa o cargo de Professor Adjunto IV, lotado no Centro Integrado de Educação Superior do Campus Prof. Alexandre Alves na cidade de Parnaíba (PI). É um pesquisador que empreende todos os esforços para fazer ciência em nosso Estado, ainda que não tenha as condições ideais para trabalhar e não receba o apoio devido.

Dr. Olímpio Sá Neto em momento familiar. Fonte: Arquivo Pessoal.

 

Até o próximo post...

Enfim, aulas presenciais...

Com a amenização da pandemia de COVID-19 algumas coisas começam a ganhar uma nova dinâmica. Dentre elas o retorno às aulas presenciais na Universidade Estadual do Piauí (UESPI), uma das instituições às quais dedico meu tempo de trabalho.

A volta às aulas fez crescer em todos com os quais eu conversei, nesta primeira semana de aulas, um sentimento de recomeço. Me transportei para a época em que comecei a trabalhar pela primeira vez. Aquela sensação de que começamos algo novo. Provavelmente, nunca mais retornaremos aos momentos anteriores ao período da pandemia. Não que este período estivéssemos parados. Pelo contrário: o momento da pandemia afetou enormemente o segmento da educação e professores e estudantes tiveram que se reinventar. Aprendi a lidar com as plataformas de transmissão de aulas e com algumas coisas mais complicadas como o uso de uma mesa digitalizadora para “escrever no quadro” para os estudantes, principalmente quando da necessidade de ensinar cálculos estatísticos (uma das minhas disciplinas é Bioestatística para a graduação em Ciências Biológicas).

Logo na primeira semana minha rinite alérgica voltou à tona, muito provavelmente pelo contato com salas de aula que permaneceram fechadas por quase dois anos e que serviram de substrato para instalação de microrganismos, dentre eles os fungos que tanto me sensibilizam nas vias aéreas superiores. Na universidade vi estudantes reclamarem da eterna falta de estrutura, que segundo os dirigentes atuais, são “problemas pontuais”. O problema é que são em muitos pontos. A falta de investimentos e a má gestão precisam ser revistas.

O certo é que os estudantes estão bem animados com o retorno, apesar das dificuldades que tem em chegar e sair da universidade, dada a falência do sistema de transportes coletivos da nossa cidade. Mas os três problemas – falta de investimentos e má gestão da universidade e falência do sistema de transportes – apresentam as mesmas causas relacionadas: más escolhas! Mas tudo isso pode ser esquecido com o tempo. Nas vésperas das eleições ninguém lembrará das dificuldades de hoje.

Queria, pois, apenas manifestar minha opinião sobre as aulas presenciais. Apesar dos pesares, não inventaram sistema melhor do que um professor na sala de aula.

Boa semana para todos e todas.

IV Encontro Regional da Caatinga

Acontece nesta próxima semana, de 25 a 28 de abril, o IV Encontro Regional da Caatinga e o I Simpósio Nacional do Semiárido na cidade de Parnaíba (PI). O evento que traz como tema “Ambiente, Diversidade Biológica e Sustentabilidade no Semiárido” é uma organização de professores da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPAR).

Sob a batuta dos Doutores Jesus Rodrigues Lemos (Presidente) e Ivanilza Moreira de Andrade (Vice-Presidente), o evento é voltado para um público bem diversificado. As inscrições continuam abertas e com preços bem acessíveis, voltada para Estudantes da Educação Básica, de Graduação e de Pós-Graduação, além de profissionais de diferentes áreas que tangenciam os temas tratados no evento.

O evento trará palestras, minicursos e mesas redondas sobre os temas Biotecnologia, Botânica, Conservação e Meio Ambiente (Ecologia), Ensino de Ciências, Micologia e Microbiologia e Zoologia. Para mais informações e inscrições entre em contato através dos canais: E-mail – [email protected]. Instagram: @4_encontro_regional_da_caatinga. Site: www.even3.com.br/ierceisns2022.

O evento será encerrado com uma Palestra Magna do Prof. Dr. Simon Mayo do Jardim Botânica Kew, na Inglaterra.

Será uma boa oportunidade para aprimorar conhecimentos. Aproveite!

Até o próximo post...

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