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Uma visita ao Museu Americano de História Natural

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Durante minha permanência em Nova York (EUA) cumprindo acordo de Cooperação Científica no Herbário do Jardim Botânico de Nova York (NYBG) tirei uma tarde para conhecer o Museu Americano de História Natural, um dos mais antigos museus dos EUA e também um dos mais visitados.

O Museu é vizinho do Central Park, uma das áreas mais visitadas de Manhattan, o principal Distrito de Nova York (e um dos mais retratados nos filmes rodados na cidade). O museu tem mais de 150 anos, mas apresenta as instalações ultramodernas combinadas com o prédio antigo. Iniciei a visita pelo hall do primeiro piso com uma exposição permanente sobre Astronomia, com a exposição do meteorito Willamette que caiu no Oregon em 1902 e foi levado para o Museu. Um bloco de aspecto metálico que pesa algumas toneladas e desafia a imaginação de qualquer visitante, sobre as possibilidades de estar interagindo com algo que veio de alguma parte do Universo e estacionou ali. Este primeiro piso é repleto de informações sobre diferentes tipos de astros e o visitante pode “testar” a massa do seu corpo em balanças reguladas com base no campo magnético e na gravidade de outros astros como o Sol, a Lua e o Cometa Halley (meu corpo seria bem mais leve na Lua e no Cometa Halley!).

No segundo piso, o visitante se depara com uma imersão no mundo da geologia. Entendendo como as rochas são formadas. Existem muitos exemplares de rochas de diferentes regiões da Terra, com painéis demonstrando processos de formação de solos, de eventos geológicos como terremotos, atividades vulcânicas, em uma fabulosa aula de campo no mesmo lugar. Aliás, por muitos momentos, grupos de estudantes de diferentes idades adentravam os recintos, liderados por monitores, guias do museu e professores.

No terceiro e quarto pisos, os visitantes se deparam com o mundo animal do presente e do passado. Nos salões da África existem nichos com simulações de diferentes ambientes dos ecossistemas africanos recheados de animais taxidermizados, em um processo bem próximo da realidade. O salão principal tem um conjunto de elefantes africanos taxidermizados como se estivessem em um bando. Ambientes de florestas tropicais, a Savana e ambientes desérticos são representados com sua fauna e flora típicas.

Na sequência nos deparamos com uma coleção de animais fossilizados sem precedentes. Dinossauros de todos os tamanhos e origens são encontrados, com esqueletos montados a partir dos estudos anatômicos de suas partes encontradas. Destaque para o Tiranossauro Rex bastante preservado e muitos outros exemplos. Até postei nas minhas redes sociais que meus novos slides para aulas de Evolução estavam garantidos. Muitos fósseis da Megafauna que viveu em paralelo aos primeiros seres humanos como o Tigre-do-dente-de-sabre (Smilodon), a preguiça-gigante (Megatherium) e o tatu-gigante (Glyptodonte), cujos fósseis também são encontrados no nosso Museu do Homem Americano em São Raimundo Nonato (PI).

Coloquei um conjunto de fotos tiradas nos salões que visitei para levar para os leitores do Ciência Viva uma amostra do que pode ser encontrado por aqui. Um passeio realmente inesquecível.

Até o próximo post...

Um piauiense no Jardim Botânico de Nova York

Sempre que vou escrever fico tentando construir um título que reflita o conteúdo do texto e que chame a atenção dos leitores para algo diferente e que eu queira comunicar. Quando fui montar este texto lembrei do humorista João Cláudio (aproveito para prestar minhas condolências pela partida recente de sua mãe), que há alguns anos estreou shows no eixo Rio-São Paulo, com títulos assim: um piauiense no Rio de Janeiro e um piauiense em São Paulo. Aproveitando a verve do nosso artista maior, trago-vos: um piauiense em um dos maiores Jardins Botânicos do Mundo.

Sede do New York Botanical Garden. Prédio histórico construído em 1891. Foto: F.S.Santos-Filho

Há alguns dias anunciei que iria para uma Cooperação Internacional no Jardim Botânico de Nova York e aqui estou. Iniciei os trabalhos de identificação de espécies. Neste primeiro momento tenho tentado alocar através da identificação, plantas desidratadas (herborizadas) que pertencem à coleção do Herbário, independente de qual local do Planeta elas tenham sido coletadas, na categoria taxonômica mais adequada. As plantas são inseridas na coleção, algumas vezes, sem a devida identificação na posição que ocupa na classificação geral. Como me tornei especialista em um grupo, estou examinando as plantas deste grupo.

Tentando identificar plantas do acervo do Herbário do NYBG. Foto: F.S.Santos-Filho.

Depois de conhecer todas as rotinas do laboratório, fui conhecer a estrutura do Jardim Botânico. Aproveitei para conhecer as coleções de plantas vivas e os diferentes ambientes representados na área de 100 hectares no Distrito do Bronx em Nova York. A área do Jardim pertence à Prefeitura de Nova York, mas a estrutura é gerenciada por uma organização não governamental que coordena toda a parte administrativa, financeira, científica e educacional do Jardim.

Em um local onde se trabalha a educação ambiental: o corte de uma árvore mostrando seus aneis de crescimento. Nestas etiqueta uma menção ao que estava acontecendo na história quando o anel correspondente estava surgindo. Fascinante a vida das árvores como testemunho da nossa história. Foto: F.S.Santos-Filho.

Pude conhecer locais especiais como o dedicado à plantas nativas dos Estados Unidos e um espaço para receber crianças (com suas famílias) e escolas, além de uma estufa gigantesca com plantas de florestas tropicais da América Central, do Sul, Ásia e outros recantos como Madagascar. Um lugar realmente interessante para visitar e trazer as crianças. Fantástico!

Estufa com plantas aclimatadas de vários lugares do mundo. Muita planta diferente. Foto: F.S. Santos-Filho.

Seguimos trabalhando no projeto que visa delimitar o endemismo de plantas das áreas que estudo, em parceria com o Prof. Dr. Eduardo Almeida Jr. (UFMA).

Primavera no NYBG: a estação das flores!!! Foto: F.S. Santos-Filho

Qualquer novidade atualizo por aqui.

Boa semana para todos e todas.

E a Reforma do Ensino Médio?

Já tem algum tempo que escrevo sobre as polêmicas que envolvem a importante e necessária reforma do Ensino Médio. Escrevi um texto em 2017 sobre a Reforma em si (veja aqui). Em 2018, escrevi sobre a Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Médio (veja aqui). E há poucos dias opinei sobre a possibilidade de interrupção (veja aqui). O tema não é muito fácil de se discutir porque insere implicações conceituais, concepções de natureza política e interesses de segmentos que operam todo o sistema.

Ao leitor que gosta de temas relacionados a Educação deixo uma pergunta: o Ensino Médio serve para que, na vida do estudante? De imediato, um leitor com 30 e poucos anos de idade ou mais vai esbarrar na pergunta e não vai sair dela. O Ensino Médio prepara para ingresso à Universidade? Prepara para ingresso no Mercado de Trabalho? Prepara para a vida? Eu diria, do alto dos meus quase 40 anos de sala de aula que, na média, a resposta seria NÂO para todas estas perguntas.

Da forma como vinha sendo colocado na escola, o ensino médio não passa de uma fase de aprofundamento (muito raso, por sinal, em alguns aspectos) do que foi estudado no Ensino Fundamental. O estudante vê por três anos alguns dos temas que desenvolveu na base. Acrescenta algumas coisas, por vezes desnecessárias e pronto: está pronto para nada! Porque não há nenhum diferencial para o trabalho e nem abre tantas perspectivas assim para o Ensino Superior. Temos recebido um contingente cada vez maior de analfabetos funcionais nas universidades.

A reforma proposta não é ruim. O ruim dela tem sido a execução: a toque de caixa como se diz de algo que não foi planejado com esforço. Tão ruim quanto a decisão de paralisar por 60 dias (não vejo como isso vai mudar alguma coisa)! Tenho assistido muitos entendidos criticarem. Entendidos e “intindidos”. Há sempre o viés político que precisa ser compatibilizado para que se entenda o sentido verdadeiro da escola. Mas suprimindo todos estes poréns a reforma foi pensada para dar sentido ao ensino médio, como a transição entre a adolescência e o ser adulto. Mas penso que, em muitos aspectos, poderia ser diferente. Vejamos alguns pontos da minha opinião:

1) Exame Nacional de Ensino Médio - ENEM

Acho que deveria ser a primeira coisa a ser pensada na Reforma, e não a última. As escolas e sistemas precisavam entender primeiro para que deveriam estar formando. Se o ENEM vai continuar permitindo o acesso à Universidade, então quais as habilidades seriam importantes serem trabalhadas nos estudantes? O principal farol de muitas instituições ainda é o acesso à Universidade. Este ponto é muito importante.

2) Mercado de Trabalho

O mundo do trabalho está em transformação. Se os estudiosos já disseram que as crianças que começam hoje nas escolas, quase 70%, ocuparão profissões que ainda não foram inventadas, em que contribui uma reforma que não leva em conta estes aspectos? Na educação técnica, observam-se tendências do momento. Por isso a reforma tem que dar um espaço para que se pense sobre isso. Ou será que as pessoas não perceberam assim?

3) Formação de Professores

Se os professores vão implementar a reforma, porque a formação da futura geração de professores não foi pensada para antes da reforma? Os professores que formam professores sabem da reforma? A pergunta é provocativa, mas a resposta é mais provocativa ainda.

Em muitos pontos a reforma tem a minha absoluta simpatia. Propor que o ensino se baseie em premissas como Investigação Científica, Empreendedorismo, Processos Criativos e Intervenção sociocultural é a cara do jovem de hoje. Antenado, conectado e que precisa ser estimulado a aprender a resolver problemas. Os responsáveis pela reforma poderiam pensar no principal alvo dela: os estudantes. Venderam a ideia de que o estudante ia escolher o que estudar. Talvez a premissa principal não seja o que vai escolher. Não sei se aos quinze anos de idade a gente já desenvolveu perspicácia suficiente para escolher que não quer saber nada sobre Matemática, mas quer se tornar um gamer. Será que são temas tão dissonantes assim, para percepção de um jovem de 15 anos?

Penso que as coisas precisam melhorar muito para serem chamadas de ruins.

Sou a favor da Reforma do Ensino Médio. Mas a favor de uma reforma que ensine a pensar, que permita ao estudante que vislumbre os seus sonhos, de um mundo pródigo e de oportunidades para todos. Os jovens precisam de oportunidades que às vezes não estão aos seus alcances. Isso não é tão complicado. É preciso apenas um olhar acurado.

Até o próximo post...

Quem veio primeiro: o Ovo ou a Galinha?

Outro dia coloquei na prova de meus alunos da sexta série a intrigante máxima, que soa como uma brincadeira: quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?  Alguns alunos sorriram, outros passaram a respondê-la com seriedade, e aqueles mais desatentos ou que haviam faltado as últimas aulas passaram a perturbar aos professores - aplicadores, inquirindo-os sobre o assunto.  Ainda espero que nenhum pai de aluno venha queixar-se sobre a questão.  Mas o que depõe como brincadeira é uma das mais importantes questões a respeito dos animais superiores no que se refere à conquista do ambiente terrestre.

A vida, indubitavelmente, começou no ambiente aquático. Aliás, dentre as teorias a respeito do surgimento das primeiras formas de vida surgidas no planeta Terra, é a Teoria dos Coacervados proposta principalmente pelo bioquímico Alexander Ivanovith Oparin, que é aceita pela maioria, até porque foi reiterada em laboratório por Stanley Miller, em 1953.  De acordo com Oparin, a composição da atmosfera primitiva, associada às características do ambiente na época foram os responsáveis diretos pela formação de diversos compostos que levaram a formação das formas de vida mais simplificadas, responsáveis pelo início da aventura viva no planeta. Miller, baseando-se nas informações idealizadas por Oparin, reuniu em laboratório a receita para a vida. Num conjunto de balões e tubos de vidro, Miller misturou os ingredientes da atmosfera primitiva: a amônia (NH3), o Metano (CH4), o hidrogênio (H2) e a água (H2O). Com estes materiais, Miller submeteu o sistema à eletricidade, e obteve aminoácidos, as moléculas responsáveis pela composição das proteínas, material orgânico de maior abundância nos seres vivos (nos seres humanos estima-se que mais de 15% sejam de pura proteína, perdendo em quantitativamente apenas para água, com seus 65%).  Para Oparin, estes materiais que abundavam a superfície da Terra, uma bola de fogo em processo de resfriamento, era constantemente lavado pela água resultante de chuvas freqüentes, e submetido às descargas elétricas e a radiação ultravioleta, que forneciam a energia necessária para a combinação das moléculas abundantes.  Com o surgimento das formas mais simples da vida, entrou em cena o processo de evolução.

A vida avançou partindo das formas simplificadas para formas cada vez mais complexas que redundaram na formação dos seres celulados, inicialmente os procarióticos com toda a sua simplicidade, até chegarem os eucarióticos, providos de estruturas bastante complexas e com atributos tecnológicos vinculados à utilização dos recursos energéticos, produção de proteínas e conseqüentemente, reprodução.  Posterior ao desenvolvimento das células, foi oportuna a ocorrência dos seres multicelulares, que se expandiram vertiginosamente nas águas.  Animais cada vez mais complexos foram surgindo e desaparecendo, até chegarmos aos peixes.  A conquista do ambiente terrestre veio alguns milhões de anos depois, decorrentes da adaptação parcial de alguns peixes ao ambiente terrestre.

                        Para ter o privilégio de conquistar o ambiente terrestre, inúmeras adaptações foram necessárias.  A ordem de evolução e surgimento dos animais superiores foi a seguinte:

Temos então o primeiro animal terrestre surgido a partir de uma adaptação de peixes.  Os anfíbios (do grego anfi= duplo; bios = vida.  Vida dupla, parte na água, parte na terra) por si são animais que representam uma transição, uma vez que são capazes de ter vida nos ambientes terrestre e aquático.  Algumas adaptações permitem a vida na terra, como o alimento, a captação do oxigênio, a existência de abrigos, etc. Entretanto alguns fatores estão naturalmente vinculados a água.  Os anfíbios dependem da água essencialmente para a reprodução.  Os machos realizam um ritual que inclui uma pressão sobre o abdome das fêmeas facilitando a liberação dos óvulos na água.  Os machos também liberam seus gametas na água, aonde ocorre a fecundação.  Eles apresentam desenvolvimento indireto, período em que voltam a depender da água, pois as formas larvais respiram por brânquias, atributo exclusivo de animais que realizam trocas gasosas na água.  Os anfíbios são, portanto, animais que levam uma vida muito dependente da água.  Seria necessário que os animais superiores desenvolvessem um sistema reprodutivo que independesse da água.

O nosso questionamento inicial foi centrado exatamente neste “detalhe” resultante da seleção natural: a resistência às mazelas do ambiente não-aquático.  Quando questionei meus alunos sobre quem havia surgido primeiro (o ovo ou a galinha), muitos prontamente responderam que sem o ovo jamais teríamos a galinha, mas que, entretanto, uma galinha mutante teria que ter posto o 1.  Meus jovens rebentos não atentaram para o esquema proposto que eu acabara de colocar no quadro (figura A), e muito menos lembraram que os répteis são animais ovíparos ou ovovivíparos pela própria natureza.  “Quem veio primeiro foi o ovo, mas não o de galinha, e sim o de réptil!”, respondi com presteza.  O ovo dentro do nosso conceito empírico de “ovo”, é constituído por uma casca calcária porosa (por onde ocorrem as trocas gasosas e que funciona como principal elemento de proteção do embrião), a gema (futuro embrião, saco vitelínico e outras estruturas embrionárias) e a clara (com função de proteção do embrião, especialmente contra choques mecânicos e perdas de água).  Todas estas características já existiam nos ovos de répteis muito tempo antes das próprias aves existirem.

O mais interessante dessa história é que alguns alunos além de responderem o que foi pedido, levantaram hipóteses sobre um novo questionamento: quem veio primeiro: o ovo de galinha ou a galinha?  Resultado das prodigiosas mentes humanas jovens.

*Texto escrito em 18/12/1998.

Pesquisa levanta importância da Mata Ciliar

Os moradores de Teresina (PI) e Timon (MA) já convivem há alguns anos com um cenário de degradação do Rio Parnaíba que, ao mesmo tempo que gera uma sensação de saudosismo, do tempo em que o rio era navegável, desperta uma ideia de impotência, dada a degradação a olhos vistos com a presença de grandes depósitos fluviais ao longo do seu leito, chamadas popularmente de “Coroas” ou “Croas”.

As coroas são o resultado de anos de degradação ambiental. A remoção das matas das margens faz com que o processo de assoreamento ocorra. As margens vão desbarrancando e o leito vai ficando largo e ao mesmo tempo, raso. As coroas mudam ao sabor das cheias. A cheia cobre a coroa e a desloca. Com o passar do tempo, após a cheia, o banco de sementes presentes no solo recupera parte da vegetação, em um processo chamado de sucessão ecológica.

Apesar de ser um fenômeno antigo, não havia sido feita nenhuma pesquisa sobre o tema. Esta semana passada, o Prof. Lorran Moraes defendeu tese de Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, na Universidade Federal do Piauí (UFPI), mostrando a composição da vegetação das matas ciliares e da vegetação que cobre as coroas. A mata é chamada Ciliar por que ocorre na margem do rio, como se fossem os cílios que ficam à margem dos olhos.

No seu trabalho, Moraes pesquisou uma faixa com cerca de 30 km de mata ciliar, tanto do lado do Piauí quanto do Maranhão, nos domínios dos municípios de Teresina e Timon. Ao todo, levantou a presença de 360 espécies de 90 famílias botânicas, mostrando-se como o maior levantamento já realizado em Mata Ciliar do Brasil. Destas espécies encontradas 68 são novas citações para os Estados do Piauí e/ou Maranhão, com uma atualização rigorosa da Flora do Brasil.

Noutra vertente, a pesquisa mostrou como as plantas dominam o ambiente após uma rigorosa perturbação ambiental, representada pelas cheias que modificam o perfil das coroas. Outra parte do trabalho foi investigar a percepção ambiental dos usuários destes depósitos fluviais que usam as coroas para plantar, criar animais ou mesmo desenvolver atividades de lazer.

A defesa contou com a participação dos pesquisadores: Dra. Vanice Selva (UFPE), Dra. Roseli Farias (UFPI), Dra. Roselis Machado (UESPI) e Dra. Waldileia Batista (SEDUC/UESPI), além das contribuições das pesquisadoras Dra. Kelly Poliana (UESPI) e Dra. Ivanilza Andrade (UFDPAR). O trabalho foi orientado pelos Professores Francisco Soares (UESPI) e Eduardo Almeida (UFMA).

Com esta contribuição, o pesquisador fornece informações importantes, úteis para processos de recuperação do manancial.

Até o próximo post...

Direito de resposta

Recebi do Prof Leonardo Madeira o texto a seguir, tendo como ponto de partida meu último post sobre o Clima de Teresina. Segue na íntegra a mensagem enviada,

"Prezado Prof. Soares,

 
Li sua matéria, intitulada "Clima de Teresina em mudança acelerada: será???", publicada no dia 19/03/23, às 10:00 horas da manhã no Portal Cidade Verde. Infelizmente, só tive conhecimento dias depois, pois estive concentrado na organização do CLIMATHE 23 que ocorreu no Cine Teatro da UFPI, no último dia 20/03/2023. Por ele, gostaria de iniciar as minhas considerações.
 
O CLIMATHE 23 deu início a uma ampla agenda de debates e a construção colaborativa de uma política pública de enfrentamento às mudanças climáticas em Teresina. Na oportunidade, promovemos, em ordem cronológica:
 
1. Assinatura do Decreto que regulamenta a instituição de ambientes experimentais de inovação científica, tecnológica e urbanística no Município de Teresina. Isso permitirá a instalação de startups locais e externas visando o desenvolvimento das mais diversas soluções voltadas à sustentabilidade, inclusive em prol do combate às mudanças climáticas;
2. Palestra com o Secretário de Clima de Niterói, a primeira Secretaria de Clima do Brasil, apresentando os importantes resultados construídos ao longo de 2 anos desde a sua criação;
3. Apresentação do Centro de Eficiência em Sustentabilidade Urbana – CESU de Teresina, projeto piloto financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, em apoio à inovação como um instrumento de política pública para a solução de problemas urbanos;
4. Apresentação de soluções de tecnologias da informação, em favor da sustentabilidade, por empresa que liderou projetos no IBAMA e IPAAM;
5. Apresentação, pelo Centro de Tecnologia da UFPI, de projeto de produção de biocombustível para aviação a partir de resíduos de pescado;
6. Apresentação de soluções baseadas na natureza que serão implementadas pelo Programa Viver + Teresina, a partir da parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento. 
 7. Apresentação dos resultados preliminares do inventário de gases de efeito estufa e do estudo de análise de vulnerabilidade da capital frente às mudanças climáticas.
 
Sem dúvida, foi um momento rico onde, de forma colaborativa, foram colhidos os comentários de um público seleto em favor de uma importante política pública em construção. O evento foi gravado, podendo ser encontrado através do link https://www.youtube.com/live/p1hpDySIoko?feature=share
 
Quanto aos comentários do pesquisador José Machado Moita Neto da UFDPAR, precisamos assinalar que há um claro equívoco na escala temporal apresentada. Facilmente é possível encontrar no Banco de Dados Meteorológicos do INMET as Normais Climatológicas de 1961 a 2020, por exemplo. Assim, acredito que o desconhecimento da política pública que está sendo construída somado a uma análise descuidada dos dados existentes podem levar a conclusões distorcidas e o mais preocupante, à desinformação.
 
Mudanças climáticas é um tema transversal e deve ser discutido em todas as áreas de formação, pois seus efeitos são amplos e atingem todos indistintamente. Há fontes mais confiáveis de informação do que a Netflix, que mostram uma clara tendência de aquecimento em todo o globo. Estranho seria Teresina não variar a sua temperatura ou mesmo diminuí-la. Isso seria extraordinário! 
 
Quanto à aceleração da tendência de crescimento da temperatura especificamente em Teresina, convido-os a assistirem à apresentação, no link citado, e a fazerem o download dos documentos no site da SEMPLAN, disponíveis a partir do dia 21/03/2023 para consulta pública. Haverá um endereço de envio de comentários, sugestões e críticas.
 
Negar as mudanças climáticas e os seus efeitos é ir contra a ciência. Os resultados do negacionismo ainda são sentidos pela pandemia da COVID-19. Por isso, Teresina se junta às demais cidades do globo com o objetivo de construir ações de adaptação e mitigação a esses fenômenos. 
 
Com os melhores cumprimentos,
 
 
Observação: Esclarecimentos feitos pelo Prof. Leonardo Madeira, Seguimos nossa programação normal de divulgar ciência. Quando lidamos com a Divulgação, incluem-se as discussões entre cientistas. O Ciência Viva continua com sua função precípua de divulgar ciência, ainda que vez por outra existam discordâncias. O texto foi recebido às 22h do dia 21/03/2023. A publicação só foi possível agora em função de compromissos profissionais que tive ao longo do dia.

Clima de Teresina em mudança acelerada: será???

Para começar a falar sobre isso faço logo uma ponderação: não sou especialista em meteorologia. Sou biólogo, com Mestrado e Doutorado em Botânica (ou será em Biodiversidade??? Entendedores entenderão!). Então que fique claro: entendo de plantinhas e ainda bem pouquinho.

Esta semana fiquei bem atordoado com informações vistas na mídia, na qual o Dr. Leonardo Madeira foi entrevistado em nome de uma organização da Prefeitura de Teresina e falava sobre um evento que vai acontecer (ou já aconteceu) sobre o Clima em Teresina. As coisas da Prefeitura de Teresina eu já não levo muito a sério pela série de coisas que a cidade vem passando, numa gestão que dispensa qualquer comentário. Mas o Dr. Leonardo Madeira é uma pessoa de fato muito séria e pontuou em uma das entrevistas que vi que estamos vivendo aqui o que o mundo só irá viver daqui a alguns anos em termos de incremento de temperatura.

Hoje recebi um e-mail do Dr. José Machado Moita Neto, um pesquisador conceituadíssimo que hoje atua na Universidade do Delta do Parnaíba (UFDPAR), mas que também não é da área de Meteorologia que reproduzo a seguir, por ter feito uma análise mais acurada do que está acontecendo.

“1. Hoje li uma matéria na mídia que afirmava " Com aumento médio de 1º C em quatro décadas, Teresina desponta como uma das cidades com aquecimento mais acelerado no mundo. O alerta é do Centro de Eficiência em Sustentabilidade Urbana de Teresina (Cesu)". Título da matéria: Teresina é uma das cidades com aquecimento mais acelerado, diz estudo.

Fonte: https://www.cidadesemfoco.com/teresina-e-uma-das-cidades-com-aquecimento-mais-acelerado-diz-estudo/

2. Também assisti uma entrevista com o Leonardo Madeira e soube que o CESU é situado na UFPI, presumo que no CT

Título: ENTREVISTA - LEONARDO MADEIRA - COORDENADOR DO CLIMA THE 2023 E DA AGENDA 2030

Fonte: https://youtu.be/Cf-fZn14hDA

3. Fiquei preocupado com a informação em destaque e fui até o INMET baixar os dados da estação meteorológico automática de Teresina (A312) e verifiquei que a mesma começou a fornecer informações apenas no final de 2004. Isto significa que dispomos de 18 anos completos com dados meteorológicos de Teresina. Até anexei aqui os dados. Para algum curioso que queira fazer as estatísticas para conferir as afirmações.

Fonte: https://portal.inmet.gov.br/dadoshistoricos

4. Recentemente tenho aumentado minhas preocupações sobre a proximidade do discurso científico com o discurso político. Inexoravelmente o discurso científico é apropriado pelo político e logo perde a higidez própria do discurso científico.

5. Infelizmente o discurso político não é apenas "conversa fiada" ou "blá-blá-blá" pois pode ter influência sobre gastos públicos e políticas públicas. Também pode se apropriar do tema para esconder deficiências de planejamento urbano, por exemplo, apontar as consequenciais da chuvas com mudanças climáticas

6. Todos estamos legitimados a produzir discursos de qualquer tipo, inclusive político. Nessa visão, o pesquisador também pode fazer um discurso político. Nesse ponto, a sua autoridade científica, aquela decorrente de seus conhecimentos, quando muda de campo de atuação, perde seu valor original da prudência e higidez do discurso científico. A análise do discurso crítica permite identificar essas situações. A entrevista do Leonardo é um exemplo de um discurso predominantemente político

7. O verniz científico das discussões ambientais é assustador. Os interesses econômicos e políticos escondem mais do que revelam. Nesse ponto, o pesquisador da área ambiental deve redobrar a guarda para não ser mero reprodutor de ideias alheias.

8. Nada entendo de metereologia. O que me move é a vontade de permanecer como educador ainda pelo resto da vida. Portanto, aprendendo e ensinando. Meu conhecimento em metereologia só chega  até a serie coreana no Netflix "Clima do amor" (https://www.netflix.com/br/title/81572781) que assisti e recomendo a aposentados!!!

José Machado Moita Neto”

Com as ponderações do Prof. Moita exponho as minhas escusas em tocar em um tema tão delicado e no qual não detenho tantas informações, mas que requer que nos atentemos com este fenômeno mundial de interferências políticas em questões científicas. Acabamos de passar por uma pandemia terrível e o viés político até hoje faz com que muita gente não tenha se vacinado, que muita gente venha se empanturrando de cloroquina e ivermectina, com a crença nos grupos de Whatsapp que ajudaram a ceifar uma série de vidas por aí.

Precisamos ficar atentos sobre as coisas que nos cercam e de como as informações podem ser usadas até contra nossa própria vida.

Um ponto para reflexão.

Boa semana para todos e todas e até o próximo post...

“Carandiru” caiu...

Uma coisa quase uníssona para as pessoas que conhecem o ambiente acadêmico do Piauí é a situação da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). A UESPI é a maior instituição pública de formação superior do Piauí. Por um tempo, teve um dos vestibulares mais concorridos do Brasil, e foi uma das instituições de maior capilaridade no Estado, inclusive, ultrapassando fronteiras, porque chegou a funcionar com cursos em cidades do Maranhão e da Bahia. Em uma época que contava com um corpo de professores efetivos diminuto e uma massa de professores substitutos gigantesca.

A partir de 2002, a UESPI começou a investir em contratação de professores efetivos, com abertura de concursos. Criou um plano de cargos, carreiras e salários, compatível com a realidade do ambiente universitário, e foi se estabelecendo melhor. Foram vários concursos. Mas ao tempo que contratava pesquisadores, de diferentes partes do Brasil e até professores estrangeiros, em termos estruturais a universidade continuou sua prática de “gambiarras”: prédios públicos como escolas, centros sociais urbanos e até mercado, eram usados e viravam UESPI, nos diferentes rincões do Estado.

O tempo passou, a universidade deu uma encolhida, muitos cursos finalizaram, algumas unidades no interior foram desativadas, ou passaram a funcionar apenas como polo de apoio presencial para cursos do Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), posteriormente para o Universidade Aberta do Piauí (UAPI), mas a estrutura sendo, gradativamente dilapidada pela combinação de tempo mais a falta de gestão.

Ontem tivemos a notícia de que parte do teto de um setor da UESPI caiu. Este setor é popularmente conhecido como “Carandiru”, numa alusão ao presídio que já serviu de inspiração para filmes retratando um massacre ocorrido no passado. Por muitos anos ministrei aulas neste conjunto de quatro salas, que serviam aos cursos de Biologia e Educação Física. Hoje as salas servem aos cursos do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA). Muitas vezes para turmas do curso de Direito, um dos mais concorridos pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU), cujo corpo docente e, principalmente o corpo discente, já conquistou, por diversas vezes, o selo de qualidade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo nível de estudantes que forma.

Se se fizer uma pesquisa rápida, é possível verificar que o Orçamento da UESPI é um dos que mais cresce, ano após ano. E por que a Universidade padece tanto na sua estrutura? Por que a Universidade está desde 2014 sem Biblioteca Central? Tem alguma coisa muito errada. O tempo das gambiarras já deveria ter acabado há muito tempo.

Tenho certeza de que a UESPI virou prioridade para a equipe do Governador Rafael Fonteles. Afinal, Rafael é um professor (já falei nisso aqui), transita bem tanto na Educação Básica quanto na Superior. Rafael quebrou um paradigma fortíssimo. A Universidade Federal do Piauí (UFPI) que diplomou Rafael Fonteles como professor de Matemática em apenas dois anos de curso, teve que modificar seu sistema de avaliação para lidar com um estudante de Altas Habilidades e Superdotação. A quebra de paradigma agora vem na possibilidade de tirar a UESPI de onde está. E de cobrar dos seus gestores uma postura de trabalho, por uma universidade. 

Chega de tanto meme nas redes sociais protagonizado por quem deveria estar se dedicando à gestão universitária.

Boa semana para todos e todas!

Afivelando as malas...

Em 2017, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Maranhão (FAPEMA) lançou um edital para estimular trocas e experiências entre pesquisadores maranhenses e pesquisadores estrangeiros, financiando projetos com a finalidade de estreitar estes laços.

Prof. Eduardo Almeida Jr., professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e curador do Herbário MAR (Herbário do Maranhão) montou uma equipe de pesquisadores para concorrer a este edital, com o objetivo de sedimentar parceria com o Jardim Botânico de Nova York (NYBG), nos Estados Unidos. A ideia é trabalhar na identificação de plantas da coleção da Amazônia, coletadas em diferentes regiões da Amazônia Legal, o que compreende os estados da região Norte e mais o estado do Maranhão.

A ideia era que o grupo viajasse em 2020. Mas no meio do caminho apareceu uma pandemia que fechou as fronteiras do mundo e todo mundo sabe bem o que foi o período que vivenciamos por causa da COVID-19. O tempo passou e em 2022, o Prof. Almeida Jr. aprovou novo projeto, e casou a ideia da Cooperação Internacional com um Pós-Doutorado no NYBG. Este ano viajarão outros dois integrantes da missão, e com isso este que escreve aos domingos para o Ciência Viva, vai passar uns dias conhecendo plantas da coleção Amazônica, por fazer parte dos pesquisadores associados ao Herbário MAR da UFMA.

O Plano é passar cerca de três semanas no mês de abril trabalhando neste projeto de parceria e voltar com a bagagem de quem conheceu e passou uma temporada conhecendo plantas no segundo maior herbário do mundo. O Herbário do Jardim Botânico de Nova York é o segundo maior herbário do mundo com 7 milhões e oitocentas mil exsicatas. Para quem ainda não sabe os Herbários são entidades que armazenam coleções de plantas desidratadas na forma de exsicatas, que servem como testemunho de pesquisas em diferentes áreas do conhecimento humano como a própria botânica, a ecologia, a farmácia, a genética e outras áreas. Para se ter uma ideia comparativa, o maior herbário brasileiro é o do Jardim Botânico do Rio de Janeiro que apresenta cerca de 650 mil exsicatas. O maior do planeta fica no Museu de História Natural da França, em Paris, com 9,5 milhões de exsicatas.

Enquanto organizamos a viagem, vencendo a burocracia de deixar o país em uma missão de estudos, fica a expectativa para este novo desafio da carreira de um pesquisador do Piauí. Até o próximo post...

 

Reforma do ensino médio: interromper?

No curto período que o Brasil esteve sob a Presidência de Michel Temer, após a defenestração de Dilma Roussef, o país começou a andar a passos largos com uma reforma educacional que vinha sendo remoída desde a gestão de Fernando Henrique Cardoso. A ideia parecia ser uma revolucionária reforma de tudo, atropelando-se, inclusive, algumas etapas importantes.

A implementação de Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a reformulação do Ensino Médio e todas as consequências decorrentes destes processos passaram a ser priorizados numa velocidade que atropelou os diferentes agentes do contexto educacional do país impactando consideravelmente alguns destes segmentos e reverberando sempre sobre o lado mais frágil: os estudantes.

O Plano por trás do Novo Ensino Médio previa uma segmentação do currículo escolar facultando (pelo menos no discurso) que o estudante poderia escolher o que estudar. Numa conversa regada por muitas mídias veiculadas de forma intensa nos diferentes meios de comunicação, propalava-se a ideia de que o estudante poderia agora “escolher o que queria estudar”. O Novo Ensino Médio proporcionou às escolas a necessidade de criar um currículo de formação básica, com algumas coisas obrigatórias como Matemática, Língua Portuguesa e Língua Inglesa e um currículo mais específico compreendendo as demais áreas e os aprofundamentos , sob o título de Itinerários Formativos. Em tese a escola poderia montar os Itinerários que fossem mais interessantes e o estudante poderia, por critério próprio, escolher o que de fato estudaria.

Uma sugestão do MEC foi a possibilidade de construção de cinco tipos de Itinerário, obrigando as escolas a oferecerem um mínimo de dois Itinerários, balizados nas competências mapeada pelo Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM): Linguagens e suas tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Sociais e Aplicadas, além de um quinto Itinerário voltado para Educação Profissional.

Se imaginarmos que o ensino Médio no nosso país não cumpre seu papel, uma vez que nem forma para o trabalho e nem prepara para o estudante prosseguir na Educação Superior, o plano de reformar dando novas perspectivas aos estudantes é perfeito. Mas a execução precisava ser feita com uma série de ações antecessoras, colocando para os atores que tomam decisão sobre isso mais segurança no que fazem e incluindo os estudantes a opinar sobre a reforma.

Agora, o Ministério da Educação se depara com a possibilidade modificar, interromper e até anular o que foi feito até aqui. Muita calma nesta hora. Um recuo em um processo que precisa ser gradativo tem que ser mais pensado do que a própria reforma em si.

Até o próximo post...

 

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