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Riquezas do litoral do Piauí

Esta semana que passou foi marcada pelo aparecimento de um exemplar de peixe-boi encalhado sob a ponte que separa os municípios de Parnaíba e Luís Correia, no litoral do Piauí. De acordo com biólogos que fizeram o resgate do corpo, o indivíduo já era conhecido e havia sido devolvido para a natureza após passar um período em adaptação, após ter sido resgatado com vida também encalhado, na condição de filhote.

Há poucas semanas falamos aqui de um peixe-lua encontrado na praia do Coqueiro em Luís Correia, também morto após encalhar numa praia. Embora o peixe-lua seja um animal de regiões mais profundas, por algum motivo veio até a parte mais rasa e terminou se atrapalhando na hora de voltar para seu habitat.

Estes são dois exemplos de animais que vivem nas águas litorâneas do Piauí. O peixe-boi é francamente encontrado no litoral do município de Cajueiro da Praia, onde crescem prados marinhos, verdadeiros pastos de plantas aquáticas – sim, plantas de verdade e não algas, que servem de alimento para espécies marinhas de peixe-boi, que apesar do nome é um mamífero muito simpático. O litoral do Piauí também recebe a visita de tartarugas marinhas, sendo que algumas até utilizam praias piauienses para sua desova que é acompanhada por um abnegado grupo de biólogos que atua na sua proteção.

A riqueza do litoral do Piauí vai muito além destes exemplos de aparições de animais diferentes. Levantamentos realizados pelo biólogo Anderson Guzzi e um séquito de estudantes de Ciências Biológicas, ligados à Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar) têm estudado a composição de aves do Delta do Parnaíba e o comportamento incomum dos guarás, aves que de cor avermelhada que realizam um verdadeiro show ao entardecer, todos os dias, em ilhas situadas no meio do Delta do Parnaíba, quando chegam para se acomodar e passar a noite. Um espetáculo que é acompanhado por turistas e pesquisadores.

Vejam a revoada dos Guarás que gravei em Dezembro de 2018:

É provável que a riqueza natural observada no litoral do Piauí seja fruto da baixa exploração turística, quando comparado a outros destinos litorâneos do Nordeste do Brasil. É importante lembrar que o Piauí é o único estado nordestino que possui a Capital no interior. Isto de certa forma transformou o espaço do nosso pequeno litoral em um paraíso ainda visitado por espécies que já não aparecem em ambientes dotados de portos ou grandes capitais com muitas construções à beira do mar, como nas demais capitais do Nordeste.

Além das riquezas já citadas, o Piauí guarda uma vegetação de Restinga e de manguezais bem preservada, o que ajuda a manter a riqueza de animais terrestres que e de espécies que utilizam os mangues como suporte de sobrevivência. Em Cajueiro da Praia temos o maior cajueiro do mundo, que já citamos também em posts aqui no Ciência Viva.

O grande problema é que os cenários paradisíacos estão em fase de descoberta por empreendedores e também por predadores. É preciso que as autoridades sejam muito cuidadosas com este cenário de ameaça.

Até o próximo post.

4 anos em atividade

Há quatro anos iniciei uma atividade diferente das que costumava a fazer: passei a assinar o Blog Ciência Viva, onde falo temas relacionados a Ciência, Tecnologia, Educação e Meio Ambiente. O Ciência Viva foi uma iniciativa minha em comum acordo com a Jornalista Yala Sena, editora-chefe do Portal Cidade Verde, com o apoio de duas jornalistas: Ana Flávia Soares e Jordana Cury.

Durante minha carreira escolar e profissional sempre gostei muito de ler e escrever. A missão de professor me exigiu que passasse a tentar simplificar conteúdos para os meus alunos e a facilidade em escrever ajudou muito na tarefa de tentar “traduzir” conhecimento científico para o grande público. Discutindo com a Ana e a Jordana, entendi a perspectiva do leitor. Nos primeiros textos recebi dicas de como esmiuçar ou favorecer a qualquer pessoa que conseguisse acessar o texto, além de formular manchetes que atraiam mais leitores. Yala me passou diretrizes importantes sobre a frequência de publicações e um pouco sobre o perfil do público leitor do Portal.

Em 14 de julho de 2017 estreei com uma publicação sobre a finalidade do Blog e busquei temas que pudessem atrair a atenção das pessoas e, sobretudo divulgar o trabalho de pesquisadores brasileiros, especialmente os radicados no Piauí. Descobri que as pessoas têm muita curiosidade sobre determinados temas locais e passei a pesquisar sobre estes para trazer ao leitor a verdade e desmistificar algumas coisas. Inicialmente escrevia duas ou três vezes por semana, mas vi que a frequência dos leitores não atendeu minhas expectativas iniciais. Procurei centrar-me em temas do momento e trazer informações inéditas que pautaram outros meios do Grupo Cidade Verde e até outros veículos de comunicação. Durante várias semanas seguidas os encartes de domingo de um grande jornal de circulação local pegavam carona nos temas que vieram à baila para imprensa através do Ciência Viva.

"O blog Ciência Viva, na minha opinião, é um dos principais meios de informação científica do Brasil e o maior do Piauí. O professor Dr. Francisco Soares vem desempenhando um papel fundamental à frente do blog, trazendo semanalmente, notícias e informes de ciência de qualidade e que enriquece o conhecimento de todos que o prestigiam com uma boa leitura. Durante a pandemia do SARS-COV-2, duas publicações no blog sobre meus trabalhos foram muito importantes para um maior reconhecimento em nível local o que propiciou, posteriormente, o financiamento dos dois projetos. Parabéns, meu amigo professor Francisco Soares. Desejo cada vez mais sucesso do blog".

Prof. Dr. Francisco das Chagas Alves Lima (Professor Associado da Universidade Estadual do Piauí - UESPI)

Durante a pandemia procurei ler bastante sobre o assunto, com a finalidade de minimizar os efeitos das Fake News que continuam atrapalhando o combate a esta doença terrível – a COVID19. De tanto ler sobre o assunto já estava conseguindo buscar informações em periódicos internacionais para tentar tranquilizar os leitores. Muitos interagiram comigo através do canal Fale com o Colunista. Encontrei pessoas que não via e falava há muito tempo, mas que fizeram questão de dizer: “acompanho você pelo Blog”. “Leio toda semana o que você escreve”.

"Que a ciência desempenha um papel importante em nossas vidas, todo mundo sabe. Agora, conhecer a ciência produzida em nossas universidades e centros de pesquisa, nem todo mundo conhece. Eu tive o privilégio de ter um dos meus trabalhos divulgados no maior canal de difusão de ciência piauiense, lá em suas origens, em 2017. Em 2021 já são centenas de matérias no blog "Ciência Viva" produzidas carinhosamente pelo meu amigo Dr. Francisco Soares. Que a ciência continue pulsando viva e sendo cada vez mais propagada para todos".

Prof. Dr. Carlos Giovanni Nunes de Carvalho (Professor Adjunto da Universidade Estadual do Piauí - UESPI)

 

Hoje me orgulho de já ter produzido quase 400 textos e alguns destes terem alcançado mais de 130 mil pessoas. Acho importante um texto que fala de ciência, em um país com tantos analfabetos funcionais, chegar à leitura de tantas pessoas.

"O blog Ciência Viva é uma das poucas vozes piauienses que permitem o alcance de importantes temas em ciência e suas implicações para o público geral. Com uma linguagem precisa e sagaz, consegue atingir um amplo público e trazer à luz temas relevantes e de interesse geral. Uma das minhas leituras certas aos domingos".

Prof. Dr. Daniel Dias Rufino Arcanjo (Professor Adjunto da Universidade Federal do Piauí - UFPI) 

Alguns pesquisadores, que já foram notícia no Ciência Viva, atendendo a um pedido meu, expuseram suas opiniões sobre o Blog, que foram destacadas ao longo do texto. Da minha parte só gratidão ao Cidadeverde.com, aos colegas pesquisadores que dão força a este trabalho e aos leitores do Ciência Viva que são a principal razão dele existir.

Viva a Ciência!!! Ciência Viva!!!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nosso mar está pra peixe?

Esta semana que passou um banhista do litoral do Piauí se deparou com um peixe-lua, ainda agonizando encalhado na Praia do Coqueiro, município de Luís Correia (PI) conforme noticiou o Portal CidadeVerde.com. Veja aqui.

A ocorrência de fato é bastante rara, uma vez que estes peixes habitam regiões com 700 metros de profundidade. O peixe-lua, da espécie Mola mola, é considerado um dos maiores peixes ósseos que habitam os mares podendo chegar a medir quatro metros entre suas nadeiras dorsal e ventral e pesar até 2,3 toneladas.

Fonte: Infoescola.

Estes animais são considerados presas fáceis dos tubarões, uma vez que sua morfologia dificulta uma natação mais rápida. Como se alimentam de plâncton podem ser encontrados nas regiões mais rasas do que as que vivem habitualmente quando a oferta de alimentos é boa. Ao ser encontrado numa praia encalhado, provavelmente se perdeu na busca por alimento e, estando excessivamente cansado, não conseguiu se deslocar para áreas que permaneceriam com água suficiente para não encalhar devido a descida da maré.

O espécimen encontrado foi armazenado para estudos futuros na Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPAR). É muito importante que seja investigada a real causa do aparecimento deste exemplar e do seu encalhe na praia de um litoral, cujo a Plataforma Continental é excessivamente extensa. Pode ser o prenúncio de um problema maior.

A notícia chamou a atenção de muitos veículos de comunicação do sul do País.

Boa semana para todos (as).

 

Doença de Parkinson: avanços recentes

A Doença de Parkinson (DP) é considerada a segunda doença degenerativa do sistema nervoso que mais ataca as pessoas no mundo, perdendo apenas para Doença de Alzheimer que é mais recorrente, atingindo mais de 6 milhões de pessoas no mundo inteiro, especialmente homens maiores de 40 anos. A doença é causada pela redução drástica da dopamina, um importante neurotransmissor que atua na comunicação entre os neurônios cerebrais.

A doença afeta principalmente os movimentos. Trata de uma doença degenerativa que progride até prejudicar fortemente os movimentos dos pacientes. De acordo com os especialistas a redução da dopamina é resultado da combinação entre fatores genéticos e a exposição a determinados fatores ambientais. A doença é classificada pelos especialistas em cinco níveis ou graus:

Grau 1: Um lado do corpo é afetado;

Grau 2: Corpo é todo afetado, mas mantém o equilíbrio;

Grau 3: Perde o equilíbrio e as quedas ficam frequentes;

Grau 4: Perde a capacidade motora para movimentos como fala e deglutição, mas se locomove;

Grau 5: Paciente absolutamente dependente.

A doença atualmente é tratada com medicamentos precursores da Dopamina e cuidados paliativos que incluem exercícios, fisioterapia e sessões de fonoaudiologia para que o paciente continue suas atividades sociais. A evolução da doença não é tão rápida podendo chegar em 15 anos até o grau máximo.

Artigo publicado na revista Avanços da Ciência (Science Advances) do dia 23 de junho passado publicado pelos cientistas Zhuang-Yao D. Wei e Ashok K. Shetty, da Universidade do Texas (EUA), trouxe uma novidade promissora para os pacientes com Parkinson: a reprogramação de Astrócitos.

Os astrócitos são tipos de neurônios que preenchem espaços entre neurônios conferindo sustentação aos neurônios que recebem este nome por terem formato de estrelas. Na pesquisa, os cientistas conseguiram alcançar uma alça de micro RNA dos astrócitos, reprogramando estas células para atuarem como neurônios dopaminérgicos, ou seja, produtores de dopamina.

A experiência foi desenvolvida in vivo, utilizando camundongos portadores de Doença de Parkinson proporcionou nestes animais um aumento considerável na produção de dopamina. O estudo traz uma longa revisão sobre os diferentes graus e aquisição de sintomas e características ao longo da doença, uma revisão rigorosa sobre os atuais tipos de tratamento para doença e uma descrição do uso da reprogramação de astrócitos como uma alternativa a ser considerada no prolongamento da qualidade de vida de pacientes com Parkinson.

A ciência é uma importante ferramenta para alcançarmos tratamentos mais eficientes e a cura de determinadas doenças. A ciência é a base de tudo.

Até nosso próximo encontro. Boa semana para todos (as).

500.000 vidas que importavam

++++++++++ [A vida de cada brasileiro importa.] +++++++++++++++++

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[Passamos muito tempo discutindo política e um negacionismo ridículo.]

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[Economia em choque. Educação a passos lentos, porque providências

importantes não foram tomadas.]++++++++++++++++++++++++++++++++++ ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

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++++++++++++++++++++[A vida de cada brasileiro importa.]+++++++++++

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+++++[O texto hoje homenageia os 6.330 brasileiros que morreram aqui no Piauí!]

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+++++[Todos eles eram importantes para os que sofreram pelas suas passagens.] ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

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++++++++++[A vida de cada brasileiro importa!] ++++++++++++++++++++++++++++

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++++++++++++++ ++++++++[Só a ciência pode salvar vidas!] +++++++++++++++++

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++++++[Infelizmente ainda não terminou!]+++++++++++++++++++++++++++++++++

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Uma semana de luz e saúde para os que estão se recuperando!

O Papel da Ciência

Nos últimos meses vimos constatando o quanto é importante o papel desempenhado pela Ciência e seus protagonistas, os cientistas. O tema tem chegado à maioria especialmente pela dependência que passamos a ter deste segmento da vida profissional que tem mostrado até para os mais alheios e desavisados que a ciência tem sido um divisor de águas depois que o SARS-CoV2 iniciou sua trajetória de contaminação em massa nas populações de países ricos e pobres.

O salto principal veio com o desenvolvimento em tempo recorde de imunizantes - as famosas vacinas, todas com bom grau de proteção aos usuários, produzidas por diferentes métodos e potencial de reduzir drasticamente os efeitos desta que já é a maior de todas as calamidades em saúde pública de proporções globais. Até métodos de desenvolvimento inovadores foram utilizados como a vacina de RNA da Pfizer, um método completamente novo e que tem demonstrado uma eficácia elevada na imunização dos pacientes.

O maior problema que consigo ver, em relação ao papel da ciência, tem sido as posições negacionistas adotadas em alguns países, dentre eles o nosso, e com o aval de autoridades importantes que deveriam, do alto da sua importante liderança, mas da sua incapacidade de entender determinadas coisas, permanecer pelo menos calados. O desejável seria que tivéssemos governantes com o grau de conhecimento de uma Ângela Merkel, doutora em Química Quântica pela Universidade de Leipzig e ocupando pela quarta vez a posição de Chanceler de um dos países mais desenvolvidos do Planeta que é a Alemanha. O que estou questionando não seria a formação do Governante, mas a sua capacidade de ouvir pessoas com algum conhecimento de mundo.

Assiste-se a todo momento um teatro de estupidez. O Governo Federal, depois de patrocinar a compra acintosa de medicamentos sem qualquer efeito contra a doença; depois, ao custo de muitas pressões, iniciar tratativas para compra de vacinas, atrasando o processo de vacinação em todo o país, agora encomenda ao Ministério da Saúde a possibilidade de suspensão de um dos poucos itens que se mostrou funcional contra a disseminação do vírus que é a máscara. Não há como compreender o limite de tanta insensatez.

A ciência tem se mostrado mais do que necessária para nos posicionar em relação a essa e a outras mazelas que virão no futuro. Enquanto não conscientizarmos que precisamos proteger o meio ambiente, não vamos ter garantias de que outras situações como essa ainda poderão ser vividas dentro desta geração em que estamos.

Precisamos discernimento para fazer nossas escolhas. Escolhas erradas podem ajudar na promoção do caos. Temos exemplos cruéis dessa realidade.

Boa semana para todos (as).

Reflexões sobre a vida pós-pandemia

Dia desses conversávamos sobre alguns hábitos que adquirimos depois que a pandemia começou. E hoje resolvi falar um pouco de algumas mudanças que vieram para ficar por um tempo longo. Vejamos:

Proteção contra contaminação

Basicamente o que tem nos ajudado são os cuidados que temos com o uso de máscaras e álcool gel, além do distanciamento social. Creio que a máscara ainda usaremos por algum tempo e o cuidado em estar sempre higienizando as mãos também. Querendo ou não nos conferem algum tipo de proteção. Estava observando que, anualmente, contraía a gripe comum (Influenza) e desde 2019 não sei o que é isso. Na verdade, os cuidados que nos previnem da COVID-19 também nos protegem da H1N1 e de outras síndromes respiratórias provocadas por vírus. Mesmo depois de vacinados não nos custará continuarmos a ideia de proteção.

Procura pela vacina

A vacina contra COVID-19 e suas variantes deve persistir por muitos anos, até a doença arrefecer. Falo da doença porque o agente etiológico – o SARS-CoV2, vai mudar muitas vezes. Toda vez o que vírus chega a um organismo está passivo de sofrer mutações. Claro que a grande maioria das “novas versões” não serão sempre para pior. Todavia, as variantes bem-sucedidas serão mais infectantes e podem ser ou não mais letais. Por isso, daqui pra frente, vamos precisar nos vacinar anualmente. É claro que a oferta de vacinas não será minguada como esta. Tivemos problemas com um governo negacionista subestimando o vírus e desacreditando na vacina. Creio que não serão gastos mais recursos com drogas que são inócuas para COVID19, embora sejam importantes para as doenças para as quais foram preconizadas.

Medicamentos antivirais

A ciência despertou para buscar alternativas medicamentosas contra o SARS-CoV2. Aposto que logo teremos medicamentos que podem influenciar na interrupção do ciclo viral. Não será um remédio para verme nem um antimalárico, como alguns médicos têm indicado. Acredito que muitos laboratórios correm para descobrir algo que seja de fato efetivo, na interrupção, ou pelo menos na atenuação do mecanismo infeccioso do SARS-CoV2.

Polarização política

Considero um dos piores momentos da história do Brasil, este que vivemos. Torço diuturnamente para que esta briga entre adoradores dê uma trégua e possamos ter alguma alternativa melhor, fora de qualquer um dos dois quadrados. É uma das poucas crenças que não nutro, de que neste sentido, dias melhores virão, infelizmente.

Boa semana para todos (as).

PiN-21: a mais nova arma contra COVID-19

Enquanto nos debatemos com a chegada de uma nova variante do SARS-CoV2 vinda da Índia e já detectada no Brasil, o desenrolar de uma CPI que vai concluir pelo óbvio sem pegar todos os culpados por esta situação que já levou quase meio milhão de brasileiros à morte provocada pela COVID-19 e só agora, passados seis meses da chegada da vacina, que o Governo do Piauí, cujo Governador fala todo dia que é “apaixonado pela Educação”, resolveu iniciar a vacinação de professores, enquanto as escolas da educação básica continuam fechadas ou funcionando muito precariamente, cientistas da Universidade de Pittsburgh nos Estados Unidos publicaram na semana passada na Revista Science Advances (Avanços da Ciência, em tradução livre) sobre o promissor PiN-21. Mas o que é o PiN-21?

PiN-21 é um nanocorpo inalável desenvolvido por pesquisadores ligados a várias unidades da Universidade de Pittsburgh que testaram em Hamsters Sírios e descobriram que o medicamento é bastante eficaz no tratamento e na prevenção da COVID-19. Já pensou usar um medicamento inalável e reduzir tanto a carga viral que a doença não se transmite e nem se agrava no seu organismo? É no que resultou o uso da medicação, em testes in vivo, realizados em Hamsters.

O experimento foi estruturado da seguinte forma: 12 hamsters sírios foram usados. Metade dos animais funcionaram como grupo controle e a outra metade recebeu doses do PiN-21 colocado nas narinas, recebendo ainda pequenas doses (0,6 mg/kg) por nebulização. Todos tiveram seus pesos monitorados e depois foram sacrificados para avaliação das cargas virais em tecidos do trato nasal, traqueal e pulmonar, seguindo um protocolo rígido. Usando um sistema de escores para avaliar a histopatologia dos animais, os que receberam o PIN-21 apresentaram um resultado bastante animador no que se refere à redução da carga viral, quando comparados aos animais que não receberam a droga.

De acordo com o estudo, publicado nesta sexta-feira que passou (28/05/2021) e que pode ser acessado aqui, o tratamento é de custo muito baixo porque utiliza um volume muito pequeno do nanocorpo inalável.

Acreditamos que a ciência vai conseguir alternativas que possam neutralizar o vírus SARS-CoV2 e todas as suas variantes. Isto vai ocorrer antes dos nossos políticos entenderem que educação precisa ser prioridade no país. Enquanto educação não for prioridade o povo continuará escolhendo mal seus representantes nos planos federal, estadual e municipal.

A cegueira política é bem pior que a COVID-19.

Boa semana para todos (as).

Botânica discutida no Piauí

A Diretoria Nordeste da Sociedade Botânica do Brasil, formada por quatro pesquisadores radicados no Piauí, está as voltas na organização da 37ª Reunião Nordestina de Botânica que ocorrerá de forma on-line transmitida a partir do Campus Heróis do Jenipapo, na Universidade Estadual do Piauí, na cidade de Campo Maior (PI).

A Reunião Nordestina de Botânica (RNB) é um dos eventos mais longevos organizado pela Sociedade Botânica do Brasil, considerada uma das mais antigas sociedades científicas do país fundada em 09 de janeiro de 1950, tendo completado recentemente 71 anos de existência. A RNB foi iniciada em 1977 e reúne trabalhos de pesquisa realizados por botânicos da região Nordeste.

O evento sempre conta com palestras, mesas redondas, apresentação de trabalhos, concursos e uma boa oportunidade para troca de experiência entre botânicos experientes e botânicos iniciantes. O evento deste ano, embora transmitido de forma on-line, proporcionará aos participantes o contato com pesquisadores de renome, tanto nacionais quanto internacionais.

Com o tema “Botânica em tempos de crise: do ensino remoto à produção de fármacos” o evento ocorrerá no período de 08 a 11 de novembro de 2021 e já se encontra com suas inscrições abertas. Na abertura, os participantes ouvirão a conferência de abertura ministrada pelo Dr. Simon Joseph Mayo, pesquisador associado do Royal Botanic Garden – Kew, o maior e um dos mais antigos Jardins Botânicos do mundo, situado na Inglaterra. A palestra do Dr. Simon Mayo terá como título “Ciência, Sociedade e a noção de espécies: comunicando conhecimento sobre a natureza”.

O evento contará ainda com cinco mesas redondas nas áreas de Botânica Estrutural, Sistemática, Farmacologia, Ensino de Botânica e Criptógamas, com especialistas de diversas instituições nacionais e internacionais. Na mesa sobre Fármacos obtidos a partir de plantas, por exemplo, teremos pesquisadores radicados no Piauí, mas com grande destaque na produção acadêmica como os Doutores Daniel Arcanjo Rufino (UFPI) e Francisco das Chagas Alves Lima (UESPI), reconhecidos por pesquisas promissoras usando plantas nossas como bacuri, buriti e o jaborandi. Estas duas últimas já comentamos aqui no Ciência Viva. Reveja aqui e aqui.

Para participar basta procurar o site para inscrição, aproveitando que neste primeiro lote de inscrições os valores estão bem atrativos, a preços de fato, promocionais. Confira em www.even3.com.br/37rnb.

A organização da 37ª Reunião Nordestina de Botânica servirá também para movimentar o cenário acadêmico da região Nordeste, especialmente trazendo a discussão temas que foram impactados pela crise provocada pela pandemia de COVID-19. Falar no título sobre a produção de fármacos, uteis inclusive no tratamento da COVID-19, quanto no Ensino de Botânica (não somente, mas que também sofre impacto) é uma forma de provar que as instituições que lidam com ciência estão resilientes e se virando como podem para ajudar não somente o país, mas a humanidade, diante de tão devastadora crise.

Vamos prestigiar!

Boa semana para todos (as).

E vai passando a boiada...

Está em discussão no Congresso Nacional o processo de simplificação do Licenciamento Ambiental no Brasil. Boa parte do arcabouço legal do país na área ambiental que, diga-se de passagem, é um dos melhores do mundo, vem da década de 1980 quando a questão ambiental começou a suscitar preocupações na sociedade de uma forma geral. Mas desde 2004 o Congresso se debate com propostas de simplificação do processo.

Para dar uma ideia de como é o processo, faço uma contextualização. A princípio qualquer tipo de obra ou forma de exploração de recursos causa impacto sobre o meio ambiente, desde coisas bem simples como a construção de uma casa, por exemplo. As obras licenciáveis (vamos dizer assim para que se entenda que toda obra por menor que seja causa impacto, mas nem todas elas são passíveis de licenciamento) passam por licenciamento em três fases, existindo a Licença Prévia (LP), a Licença de Instalação (LI) e a Licença de Operação (LO). A LP é uma licença que o órgão ambiental emite quando recebe os estudos relativos ao empreendimento. Estes estudos variam de acordo com o tipo e os impactos que o empreendimento venha a causar. Existe um grande conjunto de documentos ambientais que vão de um Relatório Ambiental Simplificado (RAS) até um Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/RIMA).

Ao analisar os estudos e se eles tiverem em consonância com o aceitável, o órgão licenciador emite a Licença de Instalação (LI). Tem-se início assim as obras do empreendimento. Ao finalizarem o órgão ambiental libera a Licença de Operação (LO), que é renovada periodicamente. Dependendo do tipo de empreendimento e da extensão dos seus impactos, o órgão ambiental responsável pelo licenciamento pode ser da esfera Municipal, Estadual ou Federal.

A grande preocupação dos ambientalistas e das pessoas com algum bom senso é que, mesmo com o rigor atual, a situação vire um caos sob o ponto de vista de quem menos tem como reclamar que é a própria natureza. Mesmo com estes cuidados, em função da fragilidade do sistema de licenciamento e fiscalização, ocorrem problemas gravíssimos como foi o acidente com a Barragem de rejeitos de Brumadinho (MG) que ceifou dezenas de vidas e causou o derramamento de um volume enorme de rejeitos de mineração, por exemplo. Na esfera local, o dano ambiental causado pelo rompimento da Barragem de Algodões na região norte do Piauí que, certamente, tinha sua Licença de Operação válida, e mesmo assim, por falhas na fiscalização, não pode ser evitado. Ou mesmo coisas menos prejudiciais, mas não menos importantes do que as voltas do empreendedor interessado em demolir o prédio histórico do antigo Sanatório Meduna, quando a licença que autorizou a construção do shopping e dos prédios comerciais e residenciais no entorno incluía como compensação ambiental entregar o prédio reformado para nele funcionar um instrumento para o incentivo e desenvolvimento da cultura no município, como um local para exposições ou para sediar uma pinacoteca municipal (isto está no EIA/RIMA do conjunto de empreendimentos a serem edificados no local, muito embora, pessoalmente, acho que o atual grupo que governa a cidade parece que não se interessa muito por cultura... Mas isso é um outro problema!).

Pelo sim, pelo não, a ideia de “passar a boiada” deixada pelo Ministro do Meio Ambiente em uma reunião na qual muitas das intenções dos que governam o pais vieram à tona, parece que começou a ser executada. A questão ambiental precisa ser levada a sério pelos governantes do nosso país, nas três esferas. A natureza não tem como reclamar, mas tem como reagir, e este troco é sistêmico: altera o clima, altera o ciclo da água e deixará o mundo com as calças na mão, como se diz dos desprevenidos. Quem viver, verá!

Boa semana para todos (as).

 

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