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Em dois dias, duas grandes perdas

No finalzinho de 2021 a ciência perdeu dois grandes expoentes que muito contribuíram para o desvendar da Biodiversidade mundial, o que é lamentável.

No dia 25 de dezembro o mundo perdeu o ecólogo Thomas Lovejoy, considerado um dos principais cientistas da área de Conservação Ambiental, especialmente do ambiente Amazônico. Nascido nos EUA, Lovejoy veio para o Brasil na década de 1960 onde fez os seus estudos de doutorado e contribuiu imensamente para o conhecimento da biodiversidade amazônica. Politicamente, foi conselheiro dos presidentes Ronald Reagan e Bill Clinton e trabalhou em missões dos governos Barack Obama e Joe Biden. É considerado o autor do termo Diversidade Biológica e dedicou 50 anos de sua vida aos estudos na Amazônia.

Thoma Lovejoy (Fonte: www.environment.yale.edu)

No dia 26 de dezembro foi a vez de Edward Osborne Wilson partir para eternidade. Wilson foi considerado pela ciência como “o Charles Darwin dos dias atuais”. Biólogo entomologista, Wilson era considerado um dos maiores conhecedores da biodiversidade do Planeta. Professor por mais de 40 anos da Universidade de Harvard, foi autor de diversas obras, duas das quais venceram o Prêmio Pulitzer de Não-Ficção. Wilson defendia, ultimamente, o Projeto Meia Terra. A ideia de que se a humanidade preservasse metade da Terra a Biodiversidade estaria menos afetada pelos impactos do desenvolvimento e do crescimento econômico.

Edward Wilson (Fonte: Getty Images)

A vida vai nos mostrando que pessoas de valor também finalizam sua missão na Terra. O legado de Lovejoy e de Wilson serve para ensinar aos que vão ficando que o que eles estudaram é o verdadeiro valor da vida. A vida no seu significado mais completo e real.

Um feliz ano novo para os que me acompanham no Ciência Viva.

Feliz 2022!!!

O olhar da Ciência para 2022 – Parte 2

Ainda falando sobre a ciência em 2022, colocamos outros tópicos extraídos da Revista Science, que pontuou uma série de áreas para as quais a ciência precisa está ligada no ano que vem, inclusive a COVID-19. Veja mais:

COVID-19 tem grande importância no próximo ano na ciência

Qualquer visão do futuro imediato da ciência deve começar com o coronavírus pandêmico. À medida que o mundo entra no terceiro ano de COVID-19, os pesquisadores estão se esforçando para entender o que a última variante de preocupação, o Omicron, pode significar para a trajetória da pandemia. Dado o grande número de infecções em todo o mundo, é provável que surjam outras variantes em 2022. Como uma grande parte da população global agora tem algum nível de imunidade a vacinas ou infecções, os cientistas estão se preparando para variantes muito melhores para evitar as respostas imunológicas humanas. Ainda não está claro se as vacinas devem ser adaptadas. Ao mesmo tempo, os cientistas estão desenvolvendo uma nova geração de vacinas que podem dar imunidade mais ampla ou provocar uma resposta mais forte nas mucosas do trato respiratório. Em 2022, o mundo também poderia começar a ver o impacto dos medicamentos antivirais orais direcionados ao SARS-CoV-2, o que poderia reduzir o estresse nos sistemas de saúde ao reduzir as mortes e o número de pessoas que precisam de hospitalização. Os pesquisadores procurarão desvendar os mistérios de Long Covid, nos quais as pessoas apresentam sintomas debilitantes semanas ou meses após o desaparecimento da infecção. E, à medida que o suprimento global de vacinas aumenta, uma questão chave será se os países pobres podem fazer o esforço e imunizar grande parte de suas populações.

EUA redefinem segurança de pesquisa

O Congresso e a Casa Branca poderão em breve finalizar a legislação e os regulamentos destinados a equilibrar a abertura e a segurança nacional no financiamento da pesquisa acadêmica. Com os legisladores dos EUA preocupados que os dólares federais para pesquisa possam alimentar avanços tecnológicos na China, o Congresso parece pronto para proibir cientistas financiados pelo governo federal de participarem de seus programas de recrutamento de talentos estrangeiros e para restringir a supervisão de qualquer tipo de apoio à pesquisa desse gigante econômico. Vários cientistas norte-americanos já foram acusados de não divulgar seus laços com a China, e o resultado de seus julgamentos pode determinar o destino da Iniciativa da China do governo, um esforço de aplicação da lei de três anos que os críticos dizem ter visado injustamente cientistas chineses descendência e erros de escrituração criminalizados.

Feixe de íons para conjurar núcleos raros

Os fugitivos núcleos atômicos normalmente forjados apenas em explosões estelares encontrarão um lar na Terra depois que a Facilidade para Feixes de Isótopos Raros (FRIB), de US $ 730 milhões, for acionada na Universidade Estadual de Michigan. A fonte de íons mais poderosa do mundo, o acelerador linear pode disparar qualquer núcleo - do próton único do hidrogênio ao núcleo maciço dos átomos de urânio - em alvos para produzir núcleos novos e instáveis. Seu objetivo é produzir 80% de todos os isótopos teoricamente possíveis, incluindo mais de 1000 que nunca foram observados. Com o FRIB, os físicos esperam reforçar sua compreensão da estrutura dos núcleos, decifrar como as explosões estelares produzem elementos pesados e buscar novas forças da natureza.

China estreia computadores exascale

Em 2022, espera-se que a China demonstre os dois computadores mais rápidos e poderosos do mundo, que relatórios recentes indicam que ultrapassaram um marco de desempenho há muito procurado. Em uma conferência de supercomputação no final de novembro, surgiram notícias de que a China construiu os primeiros supercomputadores "exascale", capazes de realizar mais de 1 quintilhão (10 18) cálculos por segundo. A China ainda não anunciou oficialmente as máquinas, por razões que ainda não foram esclarecidas. E detalhes sobre seu desempenho ainda não apareceram na lista TOP500 de supercomputadores, que classifica as melhores máquinas do mundo com base em benchmarks comuns. Mas, de acordo com observadores de tecnologia, os novos campeões da supercomputação são a OceanLight da Sunway Computer Co. e o Tianhe-3 do National Supercomputing Center. A instalação do que será o primeiro computador exascale dos EUA, Frontier, está em andamento no Oak Ridge National Laboratory; está programado para entrar online em 2022. Espera-se que os supercomputadores Exascale permitam o casamento de inteligência artificial com conjuntos de dados massivos,

Bando de pousadores dirige-se à Lua

Cinquenta anos depois que os humanos pisaram pela última vez na Lua, as missões robóticas estão voltando em massa - e revivendo sonhos de exploração humana. Após pousos de rover chineses bem-sucedidos, três montadores robóticos financiados pela NASA, desenvolvidos por pequenas startups, serão lançados em 2022 e poderão ser acompanhados por sondas da Rússia, Japão e Índia. O programa da NASA tem dois propósitos: conduzir pesquisas, especialmente sobre a extensão e disponibilidade de traços de água da Lua, e preparar o caminho para a exploração humana por meio do transporte barato de cargas úteis para a superfície empoeirada. O próximo ano também marcará os primeiros lançamentos orbitais de dois foguetes gigantescos, capazes de levar astronautas e cargas úteis pesadas para a Lua e além: o Sistema de Lançamento Espacial atrasado e caro da NASA e a Nave Espacial da SpaceX.

Painel da ONU para combater a poluição?

A Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente deve votar em fevereiro de 2022 uma proposta de criação de um órgão consultivo científico para estudar os riscos de poluição química e resíduos, com base no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. As Nações Unidas já têm várias convenções sobre certos tipos de poluição, como mercúrio e produtos químicos orgânicos persistentes. Mas os proponentes do novo painel dizem que há uma necessidade de amplas avaliações para ajudar os formuladores de políticas a identificar os problemas emergentes e identificar as necessidades de pesquisa. Mais de 1.800 cientistas assinaram uma petição de apoio a ser apresentada na assembleia.

Escutando buracos negros em espiral

Os detectores de ondas gravitacionais registraram as colisões de buracos negros do tamanho de estrelas, mas os cientistas também estão montando um tipo diferente de busca por presas maiores. Em 2022, eles esperam ter dados suficientes para discernir claramente o estrondo de baixa frequência das ondas gravitacionais de pares de buracos negros supermassivos, com massas bilhões de vezes a do Sol, à medida que eles espiralam em direção à fusão. Para detectar os pares em espiral, os observadores treinam grandes radiotelescópios em dezenas de pulsares - estrelas em colapso que emitem feixes de rádio que, conforme o pulsar gira, aparecem como pulsos com regularidade de relógio. Pequenas variações nas batidas sinalizariam a passagem das ondas gravitacionais que estendem o espaço entre os pulsares e a Terra. Embora essas matrizes de temporização de pulsar não possam localizar binários individuais de buracos negros,

Pacto pela biodiversidade para ficar mais forte

As salvaguardas para espécies ameaçadas de extinção podem ganhar um impulso se as nações adotarem uma nova estrutura para a Convenção sobre Diversidade Biológica, que vigorará até 2050. Segundo um plano desenvolvido por negociadores para uma reunião em 2022 na China, as 196 nações envolvidas buscariam se expandir proteção de ecossistemas naturais, enfatizar a sustentabilidade, garantir que os lucros do uso de recursos genéticos sejam compartilhados de forma equitativa e arrecadar pelo menos US $ 700 milhões até 2030 para financiar esses esforços. As metas incluem conservar 30% da terra e do mar; reduzir a disseminação de espécies invasoras; reduzir pela metade a poluição mundial, incluindo a redução do uso de pesticidas em dois terços e eliminação do descarte de resíduos plásticos; e aumentar o acesso dos moradores da cidade a espaços “verdes e azuis”. O novo plano visa à melhoria de um anterior, adotado em 2010, que traçava metas para 2020, que não foram completamente atendidos. Novas abordagens incluem o estabelecimento de maneiras de monitorar e relatar o progresso em direção à proteção de espécies e ecossistemas e fazer mais para envolver as partes interessadas, como os povos indígenas, na tomada de decisões.

Caçador de metano em órbita

Na cúpula do clima em novembro em Glasgow, Reino Unido, os líderes mundiais se comprometeram a reduzir suas emissões de metano, um poderoso gás de efeito estufa, em 30% até 2030. Mas para verificar se esses cortes realmente acontecem, uma nova geração de satélites visando as emissões de gases de efeito estufa irá começará a chegar à órbita em 2022. Um deles é o MethaneSAT, com lançamento previsto para outubro e desenvolvido pelo Fundo de Defesa Ambiental, um grupo sem fins lucrativos de defesa do clima. Espera-se que ele aprimore a capacidade de detectar plumas de metano de fontes como arrozais e vazamentos em dutos. Logo depois, ele terá a companhia de dois satélites desenvolvidos pelo projeto Carbon Mapper, sem fins lucrativos, visando os piores emissores do mundo - não apenas de metano, mas também de dióxido de carbono, o principal gás responsável pelo aquecimento global.

(Com informações da Revista Science)

Que em 2022 possamos dar boas novas em todas as áreas da ciência. 2021, assim como 2020, foi um ano de grandes aprendizados. Muitos erros, alguns acertos e a expectativa de termos uma vida melhor para nós e para os nossos.

Feliz 2022!!!

 

 

O olhar da Ciência para 2022 – Parte 1

De 2020 para cá a sociedade reconheceu duas verdades absolutas: 1) a ciência é imprescindível e; 2) tem muita gente, espalhada pelo mundo, que não sabe ainda o significado do que é imprescindível. Reconhecendo estes dois pontos é importante fixar os olhos nos problemas que vem pela frente.

A pandemia de COVID-19 já vai pela quarta onda em lugares do mundo e sinalizou que não vai nos abandonar tão cedo. A princípio porque, apesar dos esforços incansáveis da ciência, o mundo é muito desigual e é lotado de pessoas mal-intencionadas. Foi assim no princípio da pandemia, na qual muitos tomadores de decisão se armaram para proteger a maioria, alguns foram incompreendidos, muitos se aproveitaram da situação e alguns até hoje não entenderam o que aconteceu. Os países mais pobres têm dificuldade em imunizar suas populações e a baixa imunidade é uma porta de entrada muito eficiente nos processos mutacionais do vírus que continuam acontecendo, para desgosto dos que achavam que era só uma “gripezinha”. Isso porque o vírus tem sempre a chance de mudar – para melhor ou para pior – quando contamina alguém. Assim, sem precisar consultar qualquer oráculo (nem mesmo o Google), sou capaz de afirmar que as novas variantes vão surgir nos locais onde as pessoas não tomaram vacinas, ou porque a economia não as favoreceu ou porque a ignorância as deixou inertes. O vírus precisa apenas de um organismo saudável para infectar, se reproduzir, se modificar. O resto a natureza dá conta. Isso se chama Seleção Natural.

No próximo texto vou reproduzir algumas das perspectivas traçadas pela revista Science que enxerga muito mais do que nós porque é um farol de conhecimento científico mundial. Vejamos alguns tópicos a seguir:

Vacina contra malária chega à África

Em 2022, pela primeira vez, os países da África poderão usar uma vacina para proteger as crianças contra a malária, que ainda mata mais de 260.000 crianças com menos de 5 anos a cada ano. A vacina RTS, S, em desenvolvimento há 3 décadas, finalmente recebeu a aprovação da Organização Mundial de Saúde em outubro e, em dezembro, a Gavi, a Vaccine Alliance, disse que gastaria mais de US $ 155 milhões comprando a vacina e apoiando seu lançamento até 2025 A vacina oferece proteção imperfeita, reduzindo as taxas de hospitalização por malária grave em cerca de 30%. Mas nos testes iniciais, ele atingiu muitas crianças que não dormem sob os mosquiteiros e são particularmente vulneráveis. Outro estudo demonstrou que é especialmente eficaz quando combinado com medicação antimalária administrada profilaticamente durante a estação chuvosa de alto risco. Os pesquisadores e defensores da saúde pública rastrearão cuidadosamente onde a vacina é usada e que impacto ela tem na morbidade e mortalidade da malária. Os cientistas ainda não desenvolveram vacinas contra as diferentes espécies de parasitas que causam a malária fora da África Subsaariana.

China se move para permitir safras transgênicas

A China provavelmente aprovará o primeiro plantio comercial de milho e soja geneticamente modificados (GM), sob as revisões propostas para testes de campo e requisitos de segurança revelados em novembro. As sementes de milho GM podem estar no mercado no final de 2022. Atualmente, o mamão é a única planta GM para consumo humano aprovada para produção na China. O algodão GM é amplamente cultivado e o choupo GM também está disponível. A China financiou pesquisas sobre milho e soja transgênicos por mais de 10 anos, mas a oposição pública e a cautela oficial mantiveram as plantas em laboratório. O país importa grandes quantidades de milho e soja GM para uso em alimentos processados e ração animal, o que levou a pedidos de funcionários do governo para relaxar as restrições ao cultivo doméstico de variedades GM.

Lançamento de inovadores em pesquisa dos EUA

As duas maiores agências de pesquisa dos EUA estão prestes a criar unidades que implementariam mandatos do Congresso para acelerar descobertas práticas. Os Institutos Nacionais de Saúde poderiam obter até US $ 3 bilhões em 2022 para criar uma Agência de Projetos de Pesquisa Avançada para a Saúde que financiaria abordagens "revolucionárias" para o tratamento de uma série de doenças. A National Science Foundation poderia obter até a metade desse valor para uma nova diretoria de tecnologia que se concentraria em acelerar a aplicação comercial da pesquisa acadêmica financiada pelos programas em andamento da NSF. No entanto, esses aumentos podem encolher - ou mesmo desaparecer - se os legisladores estenderem o congelamento de todos os orçamentos de agências federais, agora em vigor até pelo menos meados de fevereiro de 2022, pelo resto do ano fiscal.

Até o próximo post...

(Com informações da Revista Science)

 

2021: notícias (não-COVID) que deixaram o mundo da Ciência de cabelo em pé – Parte 2

O ano de 2021 foi um ano de muitos desafios para todos, especialmente por causa das idas e vindas da pandemia que, a cada mutação do vírus, deixa o mundo em polvorosa. Selecionamos aqui algumas notícias de descoberta científicas que foram destaque na edição desta semana da revista Science. Descubra algumas coisas curiosas que foram notícia em uma das revistas científicas mais importantes do Planeta (e que não tem um pezinho lá na ficção!!!).

Avanço do curral: pesquisadores com sucesso treinam vacas

Cientistas na Alemanha conseguiram o que muitos biólogos (e fazendeiros) pensaram ser impossível: eles treinaram vacas para ir ao banheiro. O avanço não apenas dá aos nossos amigos bovinos mais crédito cognitivo – pode ajudar a reduzir seriamente os produtos químicos tóxicos e os gases do efeito estufa produzidos pelos dejetos dos animais da fazenda.

Diamantes gigantes podem ser a chave para terremotos superprofundos

Vamos fundo novamente, desta vez 300 quilômetros abaixo da superfície da Terra. Terremotos não deveriam ocorrer aqui, mas costumam ocorrer – um fenômeno que confunde os sismólogos há décadas. Algo parece estar liberando água nessas profundezas, enfraquecendo as rochas próximas. A resposta, de acordo com este estudo, são diamantes gigantes, do tamanho de um punho.

‘Alucinante’: mapas de DNA do urso pardo para famílias de línguas indígenas

Ursos e humanos indígenas da costa da Colúmbia Britânica têm mais em comum do que aparenta. Os ursos-pardos nesta região formam três grupos genéticos distintos que se alinham intimamente com as três famílias de línguas indígenas da região, talvez porque os ursos se agruparam nas mesmas regiões favorecidas pelos humanos. Um especialista chama a descoberta de uma observação “realmente chocante”, que pode revelar que o destino dos humanos e da vida selvagem é ainda mais interligado do que pensávamos.

Buracos negros cercados por estruturas massivas de coleta de energia podem alimentar civilizações alienígenas

Outra ideia distante, desta vez de uma galáxia muito, muito distante. Os pesquisadores mostraram que civilizações alienígenas altamente avançadas poderiam teoricamente construir megaestruturas chamadas esferas de Dyson ao redor dos buracos negros para aproveitar sua energia, que pode ser 100.000 vezes maior que a do nosso sol. Melhor ainda para nós, humanos, se essa tecnologia estiver funcionando, pode haver uma maneira de dentifica-la.

O cocô cúbico dos Wombats (Fonte: Science)

Como os wombats fazem cocô em cubos? Os cientistas chegam ao fundo do mistério

Apenas um animal na terra faz cocô de cubos: um marsupial australiano peludo conhecido como wombat de nariz descoberto. Mas como eles fazem isso? Os pesquisadores descobrem o mistério nesta história escatológica. Agora, eles só precisam descobrir por que os animais desenvolveram cocô cúbico em primeiro lugar, embora possa ser para evitar que role de poleiros altos.

(Com informações da Science).

 

2021: notícias (não-COVID) que deixaram o mundo da Ciência de cabelo em pé – Parte 1

O ano de 2021 foi um ano de muitos desafios para todos, especialmente por causa das idas e vindas da pandemia que, a cada mutação do vírus, deixa o mundo em polvorosa. Selecionamos aqui algumas notícias de descoberta científicas que foram destaque na edição desta semana da revista Science. Descubra algumas coisas curiosas que foram notícia em uma das revistas científicas mais importantes do Planeta, com uma pegada pra lá de ficcionista.

Sequências misteriosas de DNA, conhecidas como 'Borgs', recuperadas da lama da Califórnia

Na lama de seu quintal, uma pesquisadora descobriu um estranho cromossomo linear que incluía genes de uma variedade de micróbios - um novo tipo de material genético que seu filho Trekkie propôs chamar de “Borgs” (em homenagem aos vilões da Próxima Geração). Eles fazem parte de um genoma viral? Bactéria estranha? Quaisquer que sejam os borgs, diz um especialista, a descoberta é "muito empolgante". E quem pode resistir a uma boa referência de Star Trek?

Os cientistas entraram nos sonhos das pessoas e as fizeram 'falar'

Por falar em ficção científica, uma história deste ano nos aproximou um pouco mais do mundo fantástico do filme A Origem, em que os humanos entram nos sonhos dos outros. Pela primeira vez, os pesquisadores tiveram “conversas” com pessoas no estado de sonho, incluindo fazer com que respondessem perguntas sim ou não e resolvessem problemas matemáticos. O trabalho pode ajudar as pessoas a lidar melhor com a ansiedade e a depressão e talvez até mesmo a ganhar novas habilidades - tudo isso enquanto pega alguns zzzs.

Lesma do mar cortou a própria cabeça - e viveu para contar a história

Era “como um filme de terror”. É assim que um cientista descreve nosso vídeo mais assustador do ano, em que a cabeça de uma lesma do mar se contorce no fundo de um tanque aquático, aparentemente procurando o resto de seu corpo. Em vez de morrer, o incrível noggin recuperou o resto de sua anatomia - um feito praticamente inédito em animais complexos.

Kinky e absurdo: a primeira peça escrita por IA não é Shakespeare, mas tem seus momentos

Quando uma conversa sobre eutanásia termina em uma briga sobre quem tem o dedo de quem no ânus, você sabe que não terá um dia normal no teatro. Mas é o que acontece quando um robô escreve sua peça. Em uma de nossas histórias mais surreais do ano, a inteligência artificial tenta contar a história de uma máquina que se aventura pelo mundo. As coisas não saem como planejado, pois os homens se tornam mulheres, os robôs dominam o mundo e os dedos ... acabam onde não deveriam estar. A peça também não foi fácil para os performers humanos, diz um autor do estudo. “Uma das atrizes me disse que foi o trabalho mais desafiador de sua carreira.”

O lendário lobo terrível pode não ter sido um lobo

Lobos horríveis não são o que parecem. A primeira análise genética dos carnívoros da era glacial descobriu que eles são tão diferentes de outros lobos, coiotes e cães que não pertencem ao mesmo gênero desses animais. Em vez disso, argumentam os pesquisadores, eles precisam de uma classificação científica inteiramente nova. Este achado “fascinante” também foi nossa história não-COVID-19 mais lida do ano. Por que tão popular? Talvez as pessoas gostem de lobos. Talvez gostem de DNA antigo. Ou talvez haja apenas uma tonelada de fãs de Game of Thrones por aí.

Com informações da Science.

 

Inventores do Piauí vencem Salão do Inventor Brasileiro

O Piauí é rico em tudo! Inclusive em piauienses que podem mudar o mundo com seu percurso de vida. Já contei aqui a história do Dr. Ary Pires, médico especializado em Medicina Nuclear, que inventou um detector portátil de tumores e que pode antecipar o diagnóstico de casos de câncer com este aparelho que, produzido em larga escala pode baratear muito o diagnóstico preciso de tumores malignos.

Reveja aqui o texto que fiz sobre o Dr. Ary e seu sócio na patente do aparelho que pode revolucionar a medicina mundial.

A notícia alvissareira de hoje é que o invento dos piauienses ficou em primeiro lugar no 24º Salão do Inventor Brasileiro, evento organizado pelo Clube dos Inventores Brasileiros, desde 1996. Ao vencer o Salão do Inventor Brasileiro, o Detector Ionizográfico do Dr. Ary Pires e do Dr. Helton Matos está cotado para representar os inventos brasileiros em eventos internacionais similares. Acompanhe no vídeo a seguir a explicação de funcionamento do aparelho feita pelo Dr. Ary Pires para a Comissão Julgadora do 24º Salão do Inventor Brasileiro.

 

Costumo a dizer que o melhor do Piauí são, de fato, os piauienses. A gente só não consegue escolher bem quem nos governa ou nos representa politicamente, mas de resto estamos entre os melhores.

Boa semana a todos (as).

Nós temos o maior cajueiro do Mundo: Cajueiro-Rei!

Em 2015 fui convocado pela universidade que trabalho a prestar um serviço inusitado para o Estado: comprovar cientificamente que o Piauí possui o maior cajueiro do mundo, no município de Cajueiro da Praia. A encomenda partiu do então Secretário de Turismo do Estado que queria explorar o mote como mais um dos atrativos turísticos da região, considerada um dos destinos paradisíacos do Piauí.

Cajueiro da Praia é um município muito simpático do litoral do Piauí. De acordo com o IBGE (2021) possui uma população estimada de 7.700 habitantes e tem praias entre as mais atrativas do litoral do Nordeste, apresentando um forte apelo turístico, dadas suas belezas naturais e a casualidade de deter atrativos naturais que encantam os turistas, como os locais de aparição do Peixe-Boi Marinho, que são atraídos por prados de capins marinhos presentes na região (isso mesmo: não são algas, são capins marinhos, que atraem o bom herbívoro para alimentação e brindam os turistas com suas aparições), locais de desovas de tartarugas marinhas e local de observação de cavalos marinhos (cuja prática de observação sou obrigado a discordar, pela forma como é feita).

Fiz o plano inicial de como seria comprovação e convidei o colega Fabrício Amaral. Meus conhecimentos em procedimentos genéticos não alcançavam as necessidades, na minha opinião como pesquisador, que permitissem alcançar o intento. A ideia era bem simples: como o cajueiro se espalhava por uma área bem grande, o negócio era coletar folhas destes pontos mais distantes entre si e comparar, usando procedimentos de genética e biologia molecular para comprovar que se tratava de folhas da mesma planta, oriundas da mesma semente. Isso porque, para quem ainda não conhece o Cajueiro-Rei não tem tronco único. Ao longo do tempo, ele foi se ramificando e estas ramificações foram se enterrando no solo e reemergindo como se fossem novos caules. Assim não espere encontrar um cajueiro com um tronco único. O processo de ramificação foi tão intenso que é até difícil de se prever quem de fato foi o primeiro tronco a emergir do solo. Logo o cajueiro, por sua própria constituição genética, não é uma planta que cresce em altura. Nativas do litoral norte do Brasil, a espécie Anacardium occidentale é, segundo muitos acreditam, uma espécie endêmica do litoral nordestino setentrional. Ou seja: uma planta que surgiu aqui nas nossas praias (Piauí e Maranhão) e daqui se espalhou mundo a fora.

A luta para chegar a conclusão foi árdua. O principal problema foi a falta de apoio. A secretaria que solicitou o serviço se eximiu totalmente de custear insumos necessários. A universidade, exceto por nos “autorizar”, não forneceu o necessário. O trabalho saiu porque em pesquisa trabalhamos muito com parcerias e com esforço dos pesquisadores. O Fabrício custeou boa parte dos insumos. Colegas que fizeram parte da equipe assumiram a ideia como suas e depois de muito trabalhar para definir um protocolo, o resultado nos agradou a todos: todas folhinhas que coletamos eram da mesma planta. O artigo com a nota científica foi publicado na Genetis and Molecular Research, uma das melhores para o tipo de trabalho, e na época que o artigo foi publicado até divulguei aqui. Veja novamente.

Agora em 2021, o Prefeito Felipe Ribeiro e seu Secretário de Turismo, Thiago Soares, resolveram mostrar para o mundo que Cajueiro da Praia tem o maior cajueiro do mundo: o Cajueiro-Rei. No próximo dia 10 de dezembro, uma equipe do Guinness World Records estará em Cajueiro da Praia para uma tentativa de superação do recorde do Cajueiro de Pirangi, que desde 1994 ostenta o título de maior do mundo. As exigências dos técnicos do Guinness não são tão rigorosas quanto o que fizemos para provar que nosso cajueiro possui 8.832m2 e 732 metros de perímetro. O que importa de fato é que a cidade poderá explorar de forma mais autêntica este atrativo e justifica investimentos em uma infraestrutura mínima que permitirá ao visitante conhecer esta maravilha da natureza. Um mirante que permita o turista observar as dimensões do Cajueiro-Rei será muito bem vindo, além de uma proteção mais efetiva do patrimônio.

Fiquei feliz em poder ter contribuído com esta missão, apesar do sacrifício. Agora vamos torcer para o Guinness confirme o que nós já temos certeza. Temos o maior cajueiro do mundo e ele fica aqui no Piauí, em Cajueiro da Praia.

Boa semana para todos (as)

 

 

COVID-19: a bola da vez se chama Ômicron

Já faz alguns dias que não escrevo sobre a pandemia de COVID-19. Mas esta semana o aparecimento de uma nova variante me incentivou a ler mais sobre o assunto e escrever para os leitores do Ciência Viva. Já até falei sobre o surgimento de novas variantes. Reveja aqui e aqui. Acho que com isso ajudo as pessoas a se prevenirem e a se tranquilizarem com as informações que temos até aqui.

Foi identificada na África do Sul uma nova variante do vírus SARS-CoV2. Inicialmente foi chamada de B.1.1.529 (códigos usados pelos pesquisadores para novas variantes do vírus). Ao se perceber que esta variante se espalhou em cinco países próximos e de forma rápida, a variante recebeu a denominação de Ômicron, a décima quinta letra do alfabeto grego, que corresponde ao “O”, no nosso alfabeto, pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Esta variante apresentou a particularidade de reunir 50 mutações, sendo 32 nas proteínas “spike”, que formam aquela estrutura que interage com a superfície das nossas células e que permite o processo de contaminação.

Não há indícios que esta nova variante seja mais perigosa do que as anteriores, mas há a preocupação de que ela, de certa forma, drible o nosso sistema imunológico, sendo, portanto, mais hábil no processo de contaminação. Além dos seis países africanos (África do Sul, Zimbábue, Botsuana, Lesoto, Namíbia e Eswatini – ex-Suazilândia) onde a variante já circula com certa desenvoltura, ela já chegou a Europa, em países como Grã-Bretanha, Holanda, Bélgica e Israel e em outros continentes como Ásia (Hong Kong) e Oceania (Austrália). Isso fez com que alguns países já começassem a se mover para impedir a chegada de voos vindos do sul da África, especialmente da África do Sul que é o país mais proeminente da região, com voos para muitos países, como é o caso do Brasil que suspenderá voos a partir de amanhã (29/11), o que não adianta muito, porque se alguém se contaminou na semana passada lá e já veio para cá, o vírus já pode até está circulando por aqui. Cito a seguir algumas providências e cuidados que devemos tomar contra esta nova variante do SARS-CoV2:

1) Providencie urgentemente atualizar sua vacina. Se não tomou a primeira dose vá atrás. Se não tomou a segunda, não falte ao agendamento. Se precisa do reforço (terceira dose) não hesite em procurar os postos de vacinação.

2) Use máscaras, especialmente nos ambientes fechados. Se puder use também nos ambientes abertos. O vírus não escolhe locais para se disseminar.

3) Lave bem as mãos e reforce o uso de álcool gel. O álcool dissolve o envelope do vírus, seja da variante ômicron ou de qualquer outra.

4) Se possível, mantenha a distância e o isolamento social.

Opa! Você pode estar pensando: o que tem de diferente? Na verdade, nada. As formas de prevenção da doença são as mesmas independente da variante que a cause. Não podemos descuidar das preocupações e medidas adotadas anteriormente. A pandemia não acabou. A doença arrefeceu por causa do avanço da vacinação. Continuemos investindo em cuidados porque prevenir é sempre melhor do que remediar.

Boa semana para todos (as).

Sobre a escolha de Reitor e Vice-Reitor na UESPI

Neste período em que a Universidade Estadual do Piauí (UESPI) passa pela escolha de seu próximo Reitor é muito importante que o Blog Ciência Viva se volte para ajudar a comunidade universitária a escolher seu próximo gestor. Apesar de ter o meu lado, pois já deixei muito clara minha posição alguns dias atrás (veja aqui), hoje prestarei um serviço importante para a comunidade universitária. Vou elencar alguns pontos relativos ao processo:

1) Sobre o processo de escolha.

A UESPI tem três segmentos de eleitores: Professores, Técnicos e Estudantes. Qualquer professor ou técnico que esteja no exercício de suas funções está apto a votar, o que inclui professores afastados para cursos de pós-graduação (apesar de não estarem dando aula, estão em efetivo exercício porque foram autorizados a se afastar). Só não votam aposentados, professores e servidores cedidos para outros órgãos e estudantes que estejam com o curso trancado ou que tenham sido desligados por desistência ou por terem se formado.

A eleição será virtual. Os eleitores receberão em seus e-mails institucionais o acesso à urna virtual. O ato de votar é protegido, portanto o direito de escolha deve ser exercido sem qualquer tipo de possibilidade de verificação ou identificação. Particularmente acredito na lisura dos membros da Comissão Eleitoral Central formada por representantes dos três segmentos e fiscalizada por representantes das duas chapas concorrentes.

2) Os escolhidos comporão uma lista tríplice que será submetida ao Governador do Estado para livre escolha a partir dos indicados pelo processo de consulta.

3) Atenção às propostas e aos procedimentos dos candidatos!

O Conselho Universitário determinou, através de Edital, o conjunto de regras eleitorais, que vão desde o processo de inscrição homologação das chapas concorrentes, passando pelo processo de conquista do eleitorado, observando-se normas para propagandas, doações de campanha, gastos comprovados, debates entre candidatos etc.

A UESPI possui unidades em Teresina e mais dez municípios de Norte a Sul do Piauí: Parnaíba, Piripiri, Campo Maior, Floriano, Oeiras, Picos, São Raimundo Nonato, Uruçuí, Bom Jesus e Corrente, sendo uma das instituições com maior capilaridade no Estado e com unidades em praticamente todos os territórios de desenvolvimento. Com a pandemia a escolha será por mecanismos virtuais e parte das campanhas também, pois a ausência de aulas presenciais coloca a estudantes e professores distantes das instalações da Universidade. [Aqui pondero aos estudantes ingressantes dos anos de 2020 e 2021, que não tiveram a oportunidade de sentir a UESPI real, que se informem com professores e colegas veteranos como é a universidade que vocês estudam de fato. Logo o período de aulas retornará e vocês serão impulsionados a conhecer melhor o lugar onde vão estudar. Todo cuidado é pouco na hora de decidir para quem vocês darão o voto!].

Dentre as propostas que estão sendo divulgadas pelos dois lados – situação e oposição – destaco com maior veemência a questão da Autonomia. Por que falo nisso de modo insistente (já escrevi sobre isso em outro momento, veja aqui)? A Autonomia Universitária foi definida pela Constituição de 1988 e ratificada pela Constituição do Piauí em 1989. Até 2014, a UESPI tinha uma autonomia parcial, porque conseguia conduzir pelo menos a parte administrativa do processo. De 2015 para cá, a administração superior deixou a desejar e até uma simples progressão ou promoção de um professor ou de um servidor, embora feita observando-se todas as regras vigentes, precisa passar pelo crivo de outros entes da gestão pública estadual. Cito como exemplo o meu próprio caso: em 2019 fui promovido de Professor Associado I para Professor Associado II. A implementação ocorreu 14 meses após o ato de mudança executado pela Universidade, pela mera falta de autonomia da mesma em efetivar seu próprio ato.

A Autonomia pode ser uma faca de dois gumes: quando a gestão é fraca ou incapaz é até melhor mesmo não ser autônoma, para evitar que erros graves ocorram no processo. Mas para UESPI crescer, atender melhor aos seus estudantes, conferindo melhores condições de trabalho aos professores e servidores, é preciso ser autônoma. Um estudo que fiz com mais dois colegas, encomendado pela Reitoria da UESPI em 2015, revelou que toda vez que parte do orçamento não é executado, o prejuízo vai para as chamadas despesas de Capital, que são os investimentos como construção de salas de aula, bibliotecas, laboratórios etc.

Para que o grande público compreenda isso em ações basta lembrar que a última grande obra executada pela UESPI começou em 2013 e foi inaugurada em 2014. Estamos em 2021. Se a Universidade levar uma média de 7 anos para edificar algo, multiplicado pelo número de unidades que a universidade tem, só lá pela segunda década do século XXII a UESPI terá todas as suas unidades edificadas.

Até lá tendo a desejar boa sorte para os que precisarem desta portentosa instituição, um dos maiores patrimônios do nosso Estado. Sinceramente, espero que passe a ser gerida de forma melhor, seja por quem quer que assuma sua próxima gestão.

Espero que tenha deixado alguns pontos mais claros para os eleitores.

Boa semana para todos (as).

De Londres para o Piauí

Esta semana está ocorrendo a 37ª Reunião Nordestina de Botânica, organizada pela Diretoria Nordeste da Sociedade Botânica do Brasil, da qual faço parte com mais três colegas botânicos (já falei disso por aqui).

A Reunião é um evento que já acontece há muitos anos, mas estava com alguns anos que não era sediada no Piauí. Com uma programação bem diversificada, calcada nas principais áreas da Botânica, o evento conta com sessão de apresentação de trabalhos científicos, concurso de fotografias, palestras, mesas redondas e minicursos, permitindo aos inscritos uma gama de oportunidades, mas de forma totalmente online. O desafio da Ciência e de outros segmentos que sofreram com o isolamento imposto pela pandemia, alterou a rotina destes eventos, acarretando algumas perdas (os participantes não viajam, não interagem presencialmente, não se confraternizam) e alguns ganhos (foi possível trazer palestrantes de diferentes lugares a custos infinitamente menores, uma vez que não se gastam com passagens, hospedagens etc.).

Na programação, a abertura do evento foi abrilhantada com a Palestra Magna proferida pelo Dr. Simon Mayo, um dos mais renomados botânicos do Planeta, principal autoridade na pesquisa de plantas da família Araceae, do grupo de pesquisadores do renomado Royal Kew Garden, o maior jardim botânico do mundo, situado na Inglaterra.

Com o título “Ciência, Sociedade e a noção de Espécies: comunicando conhecimento sobre a natureza”, Dr. Simon discorreu sobre uma das áreas máter da Botânica: a Sistemática Vegetal e os conceitos relacionados com a Evolução dos grupos de seres vivos. A Sistemática é uma parte da Botânica que reúne várias ciências com o objetivo de identificar as plantas e seus relacionamentos biológicos, sendo fundamental para quem lida com a Biodiversidade. Na sua fala, ficou muito clara sua paixão pela Botânica, sua atuação sempre presente nos estudos da Biodiversidade Brasileira e o carinho especial pelo Piauí. Logo no início falou que sua primeira grande palestra ocorreu em 1981 durante o Congresso Brasileiro de Botânica que ocorreu em Teresina e foi organizado pela Sociedade Botânica do Brasil em parceria com a Universidade Federal do Piauí (UFPI).

No chat da palestra, os elogios de estudantes e pesquisadores postados com a excitação de um evento presencial. O evento foi transmitido de Campo Maior (PI), mas o Dr. Simon estava em Londres, em tempo real. A oportunidade de oferecer um evento desta natureza para pessoas de diferentes partes do Brasil não tem preço e tem um valor inestimável. Fiquei muito feliz em ouvir o Dr. Simon e depois ter feito parte do slide em que se referenciou e agradeceu pelas parcerias aos botânicos do Piauí. Como diria o dileto amigo Alcide Filho: foi incrível!

Por mais oportunidades como esta!

Boa semana para todos (as).

 

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