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Pint of Science Brasil em 2019

Hoje é o último dia de realização do maior festival internacional de divulgação científica do planeta: Pint of Science. Ao pé da letra, Pint se traduz como um determinado volume de cerveja, ou seja, uma “dose” de Ciência.

O festival é organizado por uma fundação criada por pesquisadores ingleses que sentiram a necessidade de levar ao grande público um pouco do que se faz em termos de conhecimento científico dentro das universidades. Este ano o evento atingiu números incríveis, mundo a fora: 24 países distribuídos pela Europa (13), Ásia (2), Oceania (2), Américas (6) e África (1). No Brasil 85 cidades das cinco regiões, consagrando-se como o país com o maior número de cidades onde o evento acontece nos dias 20, 21 e hoje, 22 de maio, sob a liderança da pesquisadora Natália Pasternak Taschner. Sempre três dias, em no mínimo dois bares ou restaurantes, palestras com pesquisadores de diferentes áreas falando, de forma totalmente informal, sobre ciência.

Em 2019 foi a quarta vez que o evento foi realizado no Brasil, com o sucesso estupendo de público. O evento aconteceu pela primeira vez por aqui em 2016. Gradativamente, o evento alcançou todas as regiões do país, chegando ao Nordeste em 2017, onde foi realizado em três cidades: Natal, Salvador e Teresina. Sim, o evento aconteceu por aqui por dois anos consecutivos: 2017 e 2018. Estive com mais dois pesquisadores a frente do evento. Em 2018 alcançamos por aqui um público superior a 800 pessoas nos três dias de evento em dois estabelecimentos parceiros.

Problemas de ordem organizacional, o que incluiu a falta de apoio de algumas instituições importantes, nos fez abrir mão de continuar organizando o festival aqui em Teresina. Possivelmente, liderado por outros pesquisadores, é provável que o festival retorne em 2020 aqui em Teresina: o início da divulgação do evento em nível nacional atraiu pesquisadores renomados a tentar organizar o evento este ano, mas sem tempo hábil para a organização no padrão exigido para o nível do evento.

De qualquer forma resolvi tocar no assunto porque, graças ao envolvimento na atividade de divulgação científica resolvi transformar esta relação no projeto que gerou o Blog Ciência Viva! Assim, mesmo de longe, um brinde à Ciência!!!

Descobertas científicas importantes no litoral do Piauí

Apesar do Governo Federal está anunciando cortes e da Universidade Estadual do Piauí viver uma triste história de cortes. Apesar de já estarmos no mês de maio e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI) não ter lançado nenhum edital para financiamento de pesquisas (para efeito de comparação a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Maranhão – FAPEMA já lançou 10 editais este ano), a pesquisa aqui no Piauí não parou. Não parou porque, ao contrário do que pregam os que desconhecem a realidade nas universidades, professor universitário que tem responsabilidade e compromisso continua trabalhando, esperando tempo bom. Mas apesar de tudo isso, temos novidades!!!

Recentemente foram feitas duas descobertas interessantes por pesquisadores do Núcleo de Ficologia do Instituto de Botânica (IBot) da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) associados com a Profa. Dra. Maria Gardênia Sousa Batista, do curso de Ciências Biológicas, Centro de Ciências da Natureza (CCN) do Campus Poeta Torquato Neto da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). A falta de infraestrutura adequada para pesquisa é compensada pela rede de contatos entre pesquisadores. As instituições mais fortes favorecem parcerias que culminam com descobertas como estas que vou descrever.

A primeira foi a descoberta de uma nova espécie de alga do grupo das Rodófitas (algas vermelhas). Trata de uma pequena alga incrustante do gênero Rhodachlya. É a primeira vez que uma espécie do grupo das Rhodochlyales é encontrada no Oceano Atlântico. Até o nome ser aceito está sendo tratada como Rhodachlya sp. nov. As espécies mais próximas dela são do Oceano Pacífico (R. hawaiiana) e do Oceano Índico (R. madagascariensis). A descoberta se deu usando a Biologia Molecular como ferramenta, uma vez que foram comparadas informações genéticas do gene rbcL dos plastídios destas algas. Como a divergência da sequência chegou em cerca de 10% da primeira espécie analisada para o gênero - R. madagascariensis – e os pesquisadores encontraram grandes diferenças morfológicas pelo fato das amostras estarem em bom estado, decidiu-se por descrever como uma nova espécie.

Alga vermelha: uma nova espécie do Gênero Rhodachlya, encontrada na Praia da Pedra do Sal, Piauí. Crédito: Soares et al.

A outra descoberta foi de outra espécie de alga vermelha, desta vez de um gênero muito raro, denominado Madagascaria. Este gênero é monotípico, ou seja, apresenta uma única espécie, no caso Madagascaria erythrocladioides. De acordo com as autoras da pesquisa esta alga só tinha sido encontrada no Oceano Índico, na região da Ilha de Madagascar e no Japão. As pesquisas seguiram a mesma metodologia da que descobriu a outra alga, usando a Biologia Molecular com comparação do gene rbcL dos plastídios. Mas as diferenças não foram muito grandes quando comparadas com a espécie-tipo de amostras de Madagascar (2,4% de divergência) e do Japão (6,9% de divergência). A ausência de elementos que robustecessem a possibilidade de que o exemplar encontrado fosse considerado uma nova espécie sugeriram aos pesquisadores que apenas anunciassem como o registro geográfico novo, de uma alga que sequer já fora registrada para o Oceano Atlântico.

 

Alga vermelha do Gênero Madagascaria, registrada pela primeira vez no Oceano Atlântico. Crédito: Soares et al.

Os artigos com as duas descobertas foram encaminhados para as revistas Phycologia e Aquatic Botany, consideradas entre os mais importantes periódicos científicos da área de Ficologia (a ciência que estuda as algas). As duas pesquisas tiveram como autoras as Doutoras Luanda Pereira Soares (IBot-SP), Sílvia M.P de Beauclair Guimarães (IBot-SP), Mutue Toyota Fujii (IBot-SP), Yocie Yoneshigue-Valentin (IB-UFRJ), Maria Gardênia de Sousa Batista (CCN-UESPI) e Nair S. Yokoya (IBot-SP).

A alga recém-descoberta é filamentosa que cresce como epífita das algas maiores e a que foi encontrada pela primeira vez no Oceano Atlântico é do tipo incrustante (crescem incrustadas em algas calcáreas), e foram coletadas na Praia da Pedra do Sal em Parnaíba (PI), na primeira expedição do infralitoral com coletas feitas através de mergulhos.

Gol das pesquisadoras de algas. Gol da pesquisadora da UESPI, que mesmo sem apoio, continua trabalhando.

Boa semana para todos (as) e até a próxima!

 

 

A crise da semana

Nestes últimos dias circularam nas redes sociais informações sobre cortes nos recursos das universidades e institutos federais. As notícias, amplamente divulgadas na mídia, causaram um forte alvoroço no meio científico do país e informações desencontradas aliadas a uma forte comoção das pessoas que se vinculam à pesquisa criaram um clima de bastante pesar.

As notícias dão conta de um contingenciamento de recursos na ordem de 30% para despesas com custeio, pautado para o segundo semestre, de acordo com informações do Ministério da Educação. As razões para a redução estariam atreladas a baixa arrecadação do Governo, o que se estenderia para todas as áreas e não apenas para a educação e a ciência, praticadas nas universidades.

A polarização advinda do período eleitoral gerou um tsunami de informações provocando um desesperador momento, principalmente para os estudantes que aguardam o recebimento de bolsas de estudo em cursos de Mestrado ou Doutorado. Muitos dirigentes das Instituições de Ensino Superior, rapidamente cuidaram em informar as consequências esperadas com tais cortes. Muitos resumiram suas expectativas de que, a partir de setembro as universidades fechariam as portas. Outros dirigentes já iniciaram cortes que atingiram principalmente os estudantes, como suspensão de transporte escolar e a demissão de servidores públicos terceirizados.

Na outra ponta, usuários de redes sociais disparando vídeos, fotos, prints com a fotografia de estudantes pelados em manifestações, ou eventos de extensão universitária e notícias com informações sobre eventos universitários que chegaram à grande mídia como convenções, seminários, cursos e minicursos, trazendo títulos de trabalhos acadêmicos com temas relacionados a questões de gênero ou de aspectos culturais de gosto duvidoso. Uma verdadeira batalha “campal” travada principalmente no meio digital.

Os conflitos entre estes dois segmentos geraram insatisfação mútua. Por um lado, as comunidades formadas por professores e estudantes das universidades, preocupados com os cortes anunciados ratificados pelos dirigentes das IES e desacreditados por autoridades do MEC. Por outro lado, pessoas alheias ao ambiente universitário divulgando informações, como que a dizer: merecem ser cortados porque atacam a família tradicional brasileira.

Mas e o que há de verdade em tudo isso?

Pesquisadores e representantes das instituições afetadas cuidam em se manifestar preocupados com os cortes e outros mais afoitos descrevem um cenário pós-apocalíptico. Na outra ponta o séquito de pessoas que se dizem direitistas que juram que o melhor seria realmente direcionar recursos das universidades para educação básica. No meio de tudo isso, um bando imenso de desinformados nos quais eu me incluo, até por não ter certeza se pão é pão e pedra é pedra. Mas o discurso dos dois lados me favorece algumas interpretações sobre o assunto, a saber:

1) Notícia veiculada no dia 30 de abril dá conta de que aconteceu corte de verbas, na verdade um bloqueio nas contas de três universidades: UnB, UFF e UFBA;

2) Notícia veiculada no dia 08 de maio dá conta que cinco universidades de Pernambuco (3 federais, uma estadual e uma privada) vão levar à comunidade um trabalho de conscientização da importância da academia para sociedade, o que é bastante salutar e esclarecedor;

3) Notícia veiculada no dia 07 de maio deu conta de que o MEC fará um contingenciamento caso a economia não reaja, incluindo a não aprovação da reforma da previdência como fator importante para que o contingenciamento não ocorra. Soou como ameaçador, mas vamos em frente;

4) Notícia veiculada no dia 10 de maio dá conta de que as agências de pesquisa suspenderam 218 bolsas de pós-graduação que se encontravam sem titular (isso às vezes ocorre porque uma pessoa desistiu das bolsas e o sistema aguarda a substituição por outra que está na fila de espera), mas afirma que isso representa menos de 2% das bolsas, que diga-se de passagem estão com valores miseráveis há muito mais de 10 anos e não conseguem cobrir as despesas básicas dos estudantes de pós-graduação;

5) Notícia veiculada pelos canais de fofoca das redes sociais como Whatsapp, Facebook e Twitter mostram vídeos de estudantes debochados tirando a roupa ao vivo e a cores em manifestações por diversas universidades em uma espécie de circo de horrores, que muitos chamam de arte, entre outras coisas esdrúxulas.

E aí, ficou sem entender? Eu também.

A única coisa que vi de concreto foi um clima de pesar muito ruim entre os pesquisadores que conheço. Gente que produz conhecimento absolutamente desencantada com tudo o que está acontecendo. É muito bom lembrar que 95% do conhecimento científico que se produz no Brasil vem das universidades. Estas há muito sofrem com restrições de verbas, embora se perceba que algumas não sabem gastar muito bem o que recebem, o que seria perfeitamente ajustável.

Sobre o conhecimento é muito bom afirmar que os países que não investem em educação e em produção do conhecimento estão fadados ao fracasso. Conhecimento é poder. Quem tem conhecimento domina. Um país como o nosso que exporta praticamente apenas produtos resultantes do setor primário (agricultura, pecuária e extrativismo) tende a permanecer no marasmo e na dependência das nações desenvolvidas. As que investiram em Ciência e que dominam o mercado mundial.

Tenho dito para alguns colegas que, pior do que a ameaça de contingenciamento e corte de verbas é trabalhar em uma instituição que já vive contingenciada e com verbas cortadas. Eu conheço isso perto.

Boa semana para todos (as).

Piauí ganha 4 medalhas

Falar dos resultados obtidos nas olimpíadas de conhecimento é sempre um tema bastante interessante. O interesse maior se dá porque nos enche sempre de muito orgulho e de uma esperança de que as coisas podem e vão melhorar.

A bola da vez é a Olimpíada Brasileira de Biologia. Organizada pelo Instituto Butantan em São Paulo, a OBB é considerada uma das mais difíceis olimpíadas do conhecimento do país. Não somente por causa da complexidade dos temas de Biologia. Para muitos alunos a Biologia é considerada uma ciência mais acessível do que outras, como a Química, a Física ou a Matemática. Mas a Biologia se apresenta como mais complexa exatamente pela diversidade de temas tratados, como limitação do alcance de muitos estudantes.

A outra dificuldade é a restrição da premiação, o que termina sendo um fator que desanima. Diferente de outras olimpíadas que premiam os estudantes por faixa, como as olimpíadas de Astronomia ou de Matemática, a OBB limita o número de medalhas, oferecendo apenas 10 medalhas de ouro, por exemplo.

Para alcançar o pódio os estudantes são submetidos a duas provas. A primeira etapa consta prova com apenas 30 questões de um nível considerado difícil. Passar por ela habilita o estudante para a segunda etapa que é uma prova de 120 questões de múltipla escolha, de nível elevadíssimo, exigindo do estudante um conhecimento que extrapola os limites até do que se ensina em nível superior dos temas de Ciências Biológicas.

Este ano a OBB alcançou números surpreendentes. Nas inscrições 3244 escolas de 1.181 municípios brasileiros inscreveram mais de 125 mil estudantes. No Piauí foram inscritas 53 escolas, com 2549 estudantes realizando a primeira fase do certame, de acordo com as informações prestadas pelo Coordenador Estadual da OBB, Prof. Lyndon Johnson. Para a segunda fase, mais de 8 mil estudantes foram classificados, dos quais 253 do Piauí, de municípios como Teresina, Parnaíba, Floriano, Picos, Campo Maior, Capitão de Campos e Pedro II.

Resultados

O resultado final, divulgado no dia 10/05, apontou quatro medalhas para estudantes piauienses, conforme lista a seguir:

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Medalha de Prata

Claudio Oka Lobo Filho (Instituto Dom Barreto)

Danielle Ágatha Costa Carvalho (Colégio São Francisco de Sales – Diocesano)

Medalha de Bronze

Carlos Eduardo Salazar (Instituto Dom Barreto)

Ana Beatriz Mendes de Andrade (Instituto Dom Barreto)

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O Blog Ciência Viva parabeniza a todos os que fizeram parte desta conquista. Quem conhece o certame sabe que alcançar estes resultados não é tarefa fácil.

Cientista piauiense descobre padrão na ocupação das dunas

Já completaram mais de 10 anos que terminei o primeiro estudo sobre a flora litorânea do Piauí. O meu desafio iniciou em 2005 quando fui o pioneiro em decifrar algumas coisas sobre o litoral mais curto do Brasil.

De lá pra cá alguns estudos foram desenvolvidos demonstrando particularidades do litoral de 66 km que é formado por quatro municípios, mas apresenta duas formações geológicas, mesmo sendo tão pequeno. Na última segunda-feira, dia 29 de abril, mais um tijolinho foi colocado nesta construção de conhecimento.

“Comunidade pioneira de herbáceas em dunas no litoral do Nordeste: composição, estrutura, anatomia ecológica e percepção ambiental” foi o título da dissertação defendida pelo biólogo Maykon Moura do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) da Universidade Federal do Piauí (UFPI). O trabalho enfocou um estudo das plantas que colonizam as dunas e criam condições para que outras plantas se estabeleçam.

As dunas ocupam posição de destaque no litoral nordestino setentrional, formado pelo Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Nas nossas praias as dunas se apresentam como móveis e isso mexe muito com a vida de quem divide espaço com elas. No seu estudo, Maykon Moura procurou fazer uma síntese de quem eram estas plantas, porque elas conseguiam ocupar estes espaços e qual a percepção da população que vive o efeito das dunas no seu cotidiano.

O estudo das plantas foi feito em quatro grandes dunas. O pesquisador descobriu que nas áreas mais perturbadas pelas pessoas o número de espécies é bem inferior, correspondendo a menos da metade das espécies que vivem nas áreas menos sujeitas a presença humana. Algumas das plantas mais frequentes exibem características que as colocam como as mais comuns no processo de ocupação e para tanto, desenvolveram características responsáveis por este sucesso. O ponto alto do estudo foi estabelecer cuidados com a percepção ambiental das pessoas sobre as dunas. A pesquisa envolveu os moradores da localidade Sobradinho, situada no município de Luiz Correia e que sofre com a movimentação das dunas.

    Banca: Prof. Denis Carvalho (UFPI), Prof. Francisco Soares (UESPI), Maykon Moura e Prof. Eduardo Almeida Jr. (UFMA). Fonte: Arquivo pessoal

 

O estudo da percepção envolveu toda a comunidade e recebeu a narrativa de moradores de até 103 anos de idade, mostrando o quanto as dunas se movimentam, comparando também imagens de satélite da área, com a explícita movimentação das montanhas de areia sobre as casas do povoado.

A pesquisa foi apresentada para uma banca formada pelo Prof. Dr. Eduardo Almeida Jr. (UFMA) e pelo Prof. Dr. Denis Carvalho (UFPI) e foi aprovada. Esta foi a primeira pesquisa, sob minha orientação, produzida no PRODEMA / UFPI.

Boa semana para todos (as).

Vacina: seu direito de prevenir!

Desde a semana da Páscoa que venho padecendo com uma destas doenças que são resultado da nossa irresponsabilidade coletiva vinculada ao hábito de acomodar lixo de forma inadequada e consequentemente criar mosquitos vetores de doenças tropicais incapacitantes, como é o caso da Dengue e da Chikungunya, que mais feio do que é o nome são as dores que nos levam para um quadro de quase invalidez temporária, considerando as dores em muitas das articulações do corpo.

E nestes dias em que me revezo com dores nos cotovelos, joelhos e artelhos dos dedos das mãos, quase separado no casamento porque a aliança não cabe nos dedos que estão inchados, ardendo a pele, toda avermelhada de um prurido daqueles de deixar qualquer um se coçando (risos), nauseando até com copo d’água me pus a pensar no quanto nossa sociedade está regredindo de uns tempos pra cá.

Está em curso uma campanha de vacinação que deveria contemplar a todos, pois a Influenza é uma das doenças que pode matar, principalmente idosos, crianças, portadores de doenças crônicas e quaisquer outras pessoas que não tomarem os devidos cuidados. Talvez os céticos achem que uma gripezinha não seja capaz de tanto, mas é muito melhor prevenir do que remediar. Quisera eu poder tomar vacinas para todas as doenças que pudessem me afligir...

Mas o que é esta tal vacina, que um séquito de imbecis vem dizendo que faz mais mal do que bem? A vacina é o agente da doença modificado. Quando nosso corpo é atacado por um agente infeccioso, um vírus, uma bactéria, um protozoário etc., nosso corpo começa a produzir defesas contra este agente. Estas reações, muitas vezes são demoradas, e enquanto o corpo reage a doença vai se alastrando e vai tomando de conta. A vacina é, muitas vezes, o agente infeccioso tratado para não desenvolver a doença. O corpo recebe o agente e prepara as defesas contra os sintomas. Que genial!

As vacinas são uma forma inteligente de prevenirmos as doenças. Por isso que os governos gastam tanta grana para vacinar todo mundo, porque evitando que as pessoas adoeçam sai muito mais em conta do que tentar tratar tanta gente.

Por isso, se você é uma das pessoas que podem receber a vacina contra a gripe gratuita, corra até o posto de saúde mais próximo e receba este seu direito. Vacinar-se é um ato de amor para com a sua própria saúde e a dos seus semelhantes. Temos que voltar a ser uma nação que acredita que a vacina é uma forma de prevenirmos doenças e não causá-las como um monte de gente estúpida tem defendido nas redes sociais.

VACINAS NÃO CAUSAM AUTISMO.

VACINAS NÃO ADOECEM. PELO CONTRÁRIO: PREVINEM DOENÇAS.

VACINE-SE ENQUANTO É TEMPO. É SEMPRE MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR!

BOA VACINA!!!

Tecnologia aos nossos pés

Já pensou em calçar o tênis e ele mesmo “amarrar os cadarços”? Será que isso algum dia será possível?

Este seu sonho de nem precisar de abaixar para amarrar os tênis está bem próximo de acontecer. Até o dia 28 de abril deste a Puma, uma das marcas alemãs do grupo Adidas, está abrindo inscrições para voluntários dos EUA, Reino Unido, Alemanha, Japão, Hong Kong, Suécia, Dinamarca, Espanha, Índia, Noruega e Turquia que queiram participar dos testes do tênis Puma Fi (acrônimo de fit intelligence). As inscrições são feitas através do aplicativo PUMATRAC.

É provável que o calçado dotado de tecnologia de amarração eletrônica esteja no mercado daqui a um ano, no segundo trimestre de 2020. Este teste é considerado de grande importância dadas as facilidades da proposta do Fi que atenderá a comando por bluetooth a partir de um aplicativo que poderá ser baixado no celular que ditará o conforto do usuário. A tensão do nó será controlada de acordo com o conforto proporcionado aos pés do usuário, simplesmente tocando no dispositivo na tela do celular, ou regulando a partir da lingueta do próprio tênis.

No mercado já existe um modelo da marca Nike com funções semelhantes, mas a proposta da Puma vem com um motor no solado, equipado com um carregador bem menor e compatível com outros produtos tecnológicos como o Apple Watch.

A previsão é de que o tênis custe por volta de US$ 330 dólares, equivalente a cerca de R$ 1300 reais. Os tênis de amarração automática podem ser uma boa alternativa para quem apresenta limitações físicas e dificuldades na hora de amarrar os cadarços.

O vídeo a seguir (narrado em inglês) mostra um pouco do funcionamento do Puma Fi. Os barrigudos podem usar desta alternativa para não ficarem com falta de ar, quando precisarem amarrar o tênis...

Até a próxima...

 

Pesquisadores da UFPI desenvolvem aplicativos para proteção de animais

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Curupira ou Caipora é um ente do folclore brasileiro responsável pela proteção das matas e de seus habitantes. Segundo o imaginário popular se trata de um homem de baixa estatura (se fosse na Irlanda seria chamado de gnomo), dos cabelos ruivos e com os pés virados para trás. Os contadores da lenda dizem que os pés para trás são exatamente para distrair os caçadores, em busca de suas pegadas.

Ao contrário do personagem do folclore que se esconde dos caçadores, pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) desenvolveram um aplicativo exatamente para expor os caçadores e pessoas que fazem maus tratos com animais. CURUPIRA é o nome do aplicativo desenvolvido por professores e estudantes da UFPI e que vai se integrar ao sistema de proteção da fauna brasileira, numa parceria entre a UFPI e o IBAMA.

A ideia surgiu a partir da disciplina de Educação Ambiental do Departamento de Biologia, por sugestão do Prof. Dr. Bruno Pralon. Sete estudantes orientados por Pralon e pelo Prof. Dr. Wedson Medeiros viabilizaram o desenvolvimento do aplicativo que foi desenvolvido para o Sistema Android e está em fase de registro. O aplicativo será gratuito e mantido a partir de parceria do IBAMA/PIAUÍ com o Departamento de Biologia da UFPI. "A partir do segundo semestre nós iremos converter o projeto do aplicativo em um projeto de extensão para viabilizar que vários discentes sejam envolvidos na manutenção e divulgação do aplicativo, gerando atividade/crédito de extensão para os discentes", destacou o professor Wedson Medeiros. Participaram do projeto CURUPIRA os discentes Daniele Tertulino, Nilton Teixeira, Joanara Oliveira, Pablo Oliveira e Luiza Ester Alves (Licenciatura em Ciências Biológicas - CCN/UFPI) além de Pedro Ivo Soares e Wellyson Vieira (Bacharelado em Computação, CCN/UFPI). 

O usuário poderá escolher o tipo de denúncia a ser feito: caça ou tráfico, no caso de animais silvestres ou maus tratos, no caso de qualquer tipo de animal. Em todas as telas há menus de ajuda com imagens para permitir maior facilidade de compreensão pelo usuário final. Existe também um tutorial para permitir que o usuário, em caso de dúvidas, saiba como fazer uso geral do programa. Uma das vantagens do CURUPIRA é o envio da geolocalização do crime, garantindo maior precisão na apuração de denúncias pelos órgãos ambientais. O usuário também pode enviar fotografias anexas das atividades ilegais contra a fauna. O aplicativo também funciona offline, pensando na realidade daquelas pessoas que residem em áreas cuja internet é instável e, nesses casos, quando o usuário é reconectado, o arquivo da denúncia salva pode ser enviada para o servidor de coleta da informação.

Uma grande vantagem do aplicativo será a economia que pode gerar aos órgãos ambientais. Atualmente o IBAMA conta com uma linha verde 0800 (ligação gratuita), cujo pagamento da ligação é imputado ao orçamento do Ministério do Meio Ambiente/IBAMA, acarretando um custo elevado de manutenção.

"A linha verde é imprescindível para manutenção das denúncias de crimes ambientais, dado que várias partes do país ainda não possuem acesso à internet, especialmente em áreas rurais. No entanto, o aplicativo CURUPIRA, se plenamente viabilizado, poderá gerar em uma economia de despesas relacionadas à linha verde, além de conferir precisão aos órgãos ambientais na apuração de denúncias, reduzindo despesas de deslocamentos", reiterou Medeiros.

Em maio próximo, o time desenvolvedor do aplicativo irá promover treinamento da equipe de apuração de crimes ambientais do IBAMA. A meta é ir preparando o órgão de fiscalização para melhor operacionalização do acolhimento de denúncias futuras via CURUPIRA.

É a tecnologia ajudando a preservar vidas! Parabéns aos envolvidos!

Dia Nacional da Botânica

Hoje é o Dia Nacional da Botânica, 17 de abril. A data foi instituída pelo Decreto Federal nº1.147 de 24 de maio de 1994, pelo Presidente Itamar Franco. Juntamente com estabelecimento da data o mesmo decreto declarou a Carnaúba como palmeira-símbolo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e foi criada a Medalha do Mérito Jardim Botânico.

Esta data surgiu por iniciativa dos pesquisadores botânicos brasileiros que resolveram homenagear o botânico Carl Friederich Philipp von Martius, nascido na Bavária, Alemanha e responsável por uma das maiores pesquisas botânicas do mundo e que resultou na publicação da Flora Brasiliensis, a obra que resume informações sobre as plantas do Brasil. Martius nasceu em 17 de abril de 1794.

A Botânica é a parte da Ciência que estuda as plantas e outras formas de vida assemelhadas. As plantas são os organismos que sustentam a vida dos demais seres porque são responsáveis por transformar a energia luminosa em outras formas de energia que sejam absorvidas pelos demais seres vivos, compondo um conjunto de seres essenciais para manutenção da vida na Terra.

A ciência Botânica é ampla e se divide em vários ramos como o estudo das formas (Morfologia Vegetal), das estruturas internas (Anatomia Vegetal), das relações com outros seres vivos (Ecologia Vegetal), do funcionamento (Fisiologia Vegetal) da diversidade de grupos e espécies (Taxonomia Vegetal), dos conhecimentos tradicionais sobre elas (Etnobotânica), da distribuição geográfica (Fitogeografia) entre muitos outros.

Enquanto profissional da área das Ciências Biológicas optei por estudar as plantas sobretudo pela sua beleza estrutural e suas funcionalidades, além da grande resiliência em sobreviver aos desafios de conviver com os seres humanos.

Aproveito para lembrar algumas pessoas que foram importantes na minha formação e que me inspiraram como a Profª Graça Arrais, Profª Maria José Monte, Prof. Airan Lopes, docentes por quem passei como aluno de Botânica na UFPI e minhas orientadoras, Profª Margareth Sales (Mestrado) e Profª Carmen Zickel (Doutorado), ambas da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Vocês ajudaram cultivar um botânico.

Feliz Dia da Botânica!

Novo hominídeo descoberto nas Filipinas

Nestes tempo sombrios em que leis universais são negadas, como a do movimento da Terra em torno do sol, por exemplo, além da ideia de que a Terra tem formato de um prato, ao invés de um globo, mais coisa vai sendo elucidada, no caminho de se desenhar como foi o passado recente e a própria história do homem na Terra.

Foi anunciado no dia 10 de abril, através de artigo publicado na Revista Nature, a descoberta de uma nova espécie do gênero Homo, descoberta na Ilha de Luzón, nas Filipinas. Os fósseis tinham sido encontrados em excursões nos anos de 2007, 2011 e 2015, totalizando 13 peças ósseas entre um fêmur, falanges do dedo e dentes, todos com idade calculada em 67 mil anos.

O Homo luzonensis, como foi denominado pelos pesquisadores, foi descoberto em escavações na caverna de Callao e se junta a outras cinco espécies de hominídeos que viveram muito recentemente na superfície da Terra. Além do Homo sapiens sapiens, que é a nossa espécie atual, conviveram, já comprovadamente: Homo sapiens neanderthalensis, o Homem de Neanderthal, o Homo erectus, o Homo floresiensis, encontrado na Ilha de Flores na Indonésia e o Homem de Denisovo, encontrado em uma caverna na Sibéria. A chegada do Homem da Ilha de Luzón abre um novo front de discussões sobre Evolução do Homem. Os achados remetem para um hominídeo de estatura bem pequena, menor do que o Homem da Ilha de Flores que teria no máximo um metro e dez centímetros de altura.

O artigo foi publicado por Florent Detroit, do Museu do Homem de Paris, e por Armand Salvador Mijares, da Universidade das Filipinas.

O vídeo a seguir foi produzido pela Nature contando um pouco da descoberta com as imagens dos fósseis encontrados. Assista:

Os descrentes na Ciência vão dizer que foi algum macaco que pulou da Arca de Noé. Bom domingo para todos(as).

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