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Leonardo Da Vinci: o estrábico

Não resta dúvida que Leonardo Da Vinci foi um dos homens mais geniais que já pisou na face da Terra. Inventor e dono de ideias formidáveis, Da Vinci foi Matemático, Engenheiro, Anatomista, Pintor, Escultor, Arquiteto, Botânico, Poeta e Músico. É considerado o precursor da aviação e da balística. De acordo com a Wikipédia, um dos maiores gênios da humanidade.

Dentre as suas obras mais impressionantes e conhecidas destacam-se os famosíssimos quadros A Monalisa e A Última Ceia. São obras suas também o desenho do Homem Vitruviano (foto) 

com os detalhes de alguns dos seus estudos na área de anatomia humana. Dentre as suas mais importantes invenções os projetos do Paraquedas, do Helicóptero e do Tanque de Guerra. Mas uma coisa que ninguém sabia de Da Vinci é que ele poderia ser estrábico e usava seu estrabismo para conseguir fazer pinturas com efeitos em 3D. O estrabismo é o desvio de um dos olhos da direção correta, de modo que o indivíduo não consegue dirigir simultaneamente os eixos visuais para o mesmo ponto.

A pesquisa foi conduzida pelo neurocientista britânico Christopher Tyler. Em entrevista à Revista Pesquisa FAPESP, Tyler revelou que o provável estrabismo de Da Vinci mostrou uma consciência ímpar sobre profundidade nos seus desenhos.

Para chegar a esta conclusão Tyler usou quatro desenhos de Da Vinci considerados por especialistas como autorretratos: o Autorretrato, o Homem Vitruviano, Jesus de Salvator Mundi (foto)

 e o jovem São João Batista. Utilizou medições com círculos e elipses que passavam pelas pupilas destas figuras humanas. A combinação destas comparações com algumas características dos quadros o levou a esta conclusão. O pioneirismo de Da Vinci em técnicas como Chiaroscuro e Sfumato ajudaram a compor a hipótese, o que permitiu a conclusão de Tyler, publicada em artigo da Revista JAMA Ophtalmology.

Tyler que já era conhecido do grande público na década de 1990 ao lançar os livros chamados de Magic Eye (foto),

 lança uma luz sobre parte da genialidade de Da Vinci. A bem da verdade o pintor usava o defeito na visão para conseguir os fabulosos efeitos registrados em suas pinturas. Em bom piauiês, Da Vinci, o gênio, era zanoio.

Até o próximo post...

Nova missão a Marte pousará em área não explorada

A NASA anunciou na semana passada que a futura missão a ser lançada em 2020 terá como alvo a cratera Jezero que tem 50 km de extensão e está situada próximo a uma formação fluvial deltaica, conforme imagens de satélite que estão servido para o planejamento da nova missão (Foto: Science).

A sonda de pesquisa acoplada a um veículo comandado remotamente – o Mars2020 Rover, estaria equipado para coletar o maior número de dados possíveis, incluindo amostras de minerais. De acordo com Thomas Zurbuchen, um dos administradores do projeto, a área tem uma boa perspectiva para prospecção de dados sobre vida no planeta. A ideia da NASA é que o Rover2020 consiga também visitar áreas próximas, como Midway, um local de Marte onde existem rochas com constituição mineral diferenciada, o que chamou a atenção dos cientistas. Midway possui rochas similares a outra região chamada Syrtis. Estas duas áreas, de acordo com a pesquisa, possuem rochas formadas há cerca de 4 bilhões de anos, de uma época em sua região era quente e úmida, reunindo maior probabilidade de resquícios de vida.

O equipamento e a missão estão com o valor estimado de US$ 2,5 bilhões. O Mars 2020 Rover coletaria minerais e os armazenaria, na perspectiva de ser resgatado em missões futuras. De acordo com os cientistas este novo equipamento teria muitas características parecidas com o Rover Curiosity (foto), já em missão do Planeta Vermelho.

A nova missão a Marte é vista como mais um desafio da ciência mundial para entender o que aconteceu de fato com o Planeta Vermelho. Vamos esperar...

Até o próximo post...

Explosão do Cambriano: descobertas novas espécies animais

A expressão Explosão do Cambriano é normalmente usada para referir-se a uma expansão da biodiversidade no período Cambriano, ocorrido a cerca de 540 milhões de anos do tempo presente. Trata-se de uma das Eras mais antigas quando a vida deu uma verdadeira guinada pelo desenvolvimento.

Uma nova “explosão do Cambriano” ocorreu agora com as descobertas de fósseis no Parque Nacional de Kootenay no Canadá. Equipe composta por pesquisadores do Instituto de Geologia e Paleontologia de Nanjing, da China e do Royal Ontario Museum de Ontário Canadá lideram a descoberta de várias espécies de animais totalmente desconhecidos pela Ciência.

Segundo matéria publicada na Science desta semana, o líder da expedição, Jean-Bernard Caron (foto), fala empolgado das extraordinárias descobertas que se sucedem. Foram encontrados animais perfeitamente conservados em rochas escuras. A riqueza de detalhes e a perfeição dos fósseis fez com que sequer o local exato tivesse sido revelado. Há um medo constante de pirataria: aventureiros visitam as áreas nos intervalos em que os pesquisadores não estão e saqueiam os fósseis, vendendo-os no mercado paralelo. Estes fósseis podem custar milhões de dólares pagos por colecionadores inescrupulosos.

Para Cedric Aria, os pesquisadores estão diante de um riquíssimo conjunto fóssil, formado por animais que ainda não foram descritos pela Ciência.

As descobertas avançam. Esperamos que algumas das importantes lacunas deixadas pela falta de registro fóssil sejam de fato preenchidas. A ciência da Evolução agradece o surgimento destes novos testemunhos deste avanço científico.

Até o próximo post...

 

60 anos de Geografia no Piauí

Pelo Decreto Federal Nº 43.402 de 18 de março de 1958, assinado pelo Presidente Juscelino Kubitschek e o então Ministro da Educação, Clovis Salgado, estavam autorizados os cursos de Filosofia, Geografia, História e Línguas Neolatinas da Faculdade Católica de Filosofia do Piauí, a FAFI, mantida pela Sociedade Piauiense de Cultura. Os cursos de Geografia e História funcionaram inicialmente juntos. Somente a partir de 1963 os cursos se consolidaram e se tornaram independentes, passando a formar professores nestas duas ciências distintas. Apesar disso, comemora-se em 2018 os 60 anos de abertura do primeiro curso de Geografia no Estado do Piauí.

De acordo com o Dicionário Houaiss a Geografia é ciência que tem por objeto de estudo os fenômenos físicos, biológicos e humanos que ocorrem na Terra, suas causas e relações recíprocas. Dada a extensão deste conceito, trata-se de uma das mais diversificadas ciências, o que termina refletindo em uma formação ampla, a extrapolar os limites das salas de aulas.

O curso de Geografia na Universidade Federal do Piauí, instalado oficialmente na época da fundação da universidade, com a fusão das faculdades, dentre elas a FAFI, responsáveis pela origem da nossa maior instituição de Superior, em 1971, já formou centenas de profissionais. É considerado o curso-mãe de outros tantos cursos de Geografia como os da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e de outras instituições congêneres como a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) em Caxias (MA).

O curso de Geografia da UFPI é subordinado ao Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL), atualmente conta com 16 (dezesseis) professores efetivos, a maioria dos quais com o título de Doutor. Está equipado com 4 grandes laboratórios de diferentes áreas como Geomática, Solos e Sedimentos, Cartografia Escolar e Geotecnologias, Geografia Física e Estudos Ambientais  atuando tanto na área de pesquisa, quanto no reforço às atividades de ensino e extensão. Além disso foram criados e estão em fase de implantação dois laboratórios: Climatologia Geográfica e Formação Docente e Ensino de Geografia,

A evolução do curso permitiu que fosse aprovado o Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGGEO), atualmente com vagas abertas para o Mestrado em Geografia, com duas áreas de Concentração: Estudos Regionais e Geoambientais e Ensino de Geografia. O curso ainda conta com a Revista Equador, especializada em publicações científicas na área de Geografia e áreas subjacentes, que já está no seu volume 7.

As comemorações pelo 60º aniversário de existência do curso de Geografia ocorrerão hoje (21) e amanhã. Veja programação a seguir:

 21 DE NOVEMBRO DE 2018

 Local: Auditório Noé Mendes - CCHL/UFPI

 8h30 – Abertura

 9h - CAFÉ GEOGRÁFICO

 Homenagem aos Professores que contribuíram com Curso de Geografia da UFPI

 Coordenação: Profa. Dra. Bartira Araújo da Silva Viana e Prof. Me. Wesley Pinto Carneiro

 Diálogos sobre o Passado - a memória do curso de Geografia da UFPI pelo(a)s professore(a)s   aposentados(a)s

 Coordenação:

 Prof. Dr. José Luís Lopes Araújo

 10:30h – Memória Geográfica do Curso de Geografia pelas Fotografias

 11h - A Experiência na Geografia do Presente da UFPI – memórias recentes do curso de Geografia

 12h às 14h – Intervalo para almoço

 14h – Apresentação de vídeos

 14h30 - A Experiência na Geografia do Presente da UFPI – memórias recentes dos ex-alunos do curso de   Geografia

 16h – A Pós-Graduação em Geografia da UFPI – a produção da ciência e seus veículos de divulgação.

 19h - Noite cultural

 Centro Acadêmico de Geografia e pela Atlética.

 22 DE NOVEMBRO de 2018

 Local: Auditório da Pós-Graduação do CCHL

 9h - Memórias do Movimento estudantil

Momentos como estes são importantes para mostrar à sociedade o quanto determinada área do conhecimento sedimenta-se como importante para formação de profissionais de todas as áreas. Saúdo por este aniversário grandes amigos geógrafos com quem já pude trabalhar ao longo de todos estes anos de Magistério nas escolas por onde passei, na UFPI e na UESPI, em especial aos colegas do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGGEO) da UFPI que me acolheram, mesmo sendo biólogo, por entender que poderia contribuir para esta ciência que agregou próceres de diferentes quilates em nível mundial como Alexander von Humboldt, Karl Ritter, e em nível nacional Aziz Nacib Ab’Saber, Milton Santos e Dárdano de Andrade Lima.

Parabéns Geografia!!!

 

O duelo das linguiças

Estes dias estive lendo sobre o obscurantismo que alcança o Brasil e que já alcançou outras nações, como os EUA, no que se refere à rejeição da população em relação à vacinação, por exemplo. Surge um boato, aliado a quantidade de pessoas sem discernimento com livre acesso às redes sociais e pronto: a disseminação de mitos e histórias descabidas invadem o mundo virtual, alcançando o enorme prejuízo ao mundo real. Aqui no Brasil temos visto uma série de doenças quase erradicadas que voltaram com força total graças à queda na taxa de cobertura de vacinação, como é o caso do Sarampo e a ameaça de retorno da Poliomielite. Abordei isso em um post (https://cidadeverde.com/cienciaviva/93484/a-ignorancia-e-a-mae-da-coragem), com resultados da baixa cobertura em Teresina e várias cidades do Piauí. Mas a falta de informação não novidade desta época em que vivemos. Soa, atualmente, como descabida, dado o desenvolvimento da ciência e da tecnologia que poderia apenas favorecer o fim da escuridão.  No passado a falta de informação era, principalmente, por falta de conhecimento mesmo.

A descoberta de microrganismos, causadores das doenças, como protozoários, bactérias e fungos, por exemplo , levou muito tempo, especialmente por causa do tamanho destes seres vivos, que só foram descobertos a partir da invenção e aperfeiçoamento do microscópio e das técnicas de microscopia. Da descoberta dos microrganismos até relacioná-los com as doenças que causam muita pesquisa ocorreu. Descobrir um meio de evitar a doença com o desenvolvimento de uma vacina ou medicamentos para combater estes micróbios, por exemplo, mais tempo e recursos foram necessários.

Nesta caminhada muitos pesquisadores foram destaque. Foi o caso de Rudolf Virchow, cientista alemão  (foto).

Virchow é o autor da Teoria Celular, que diz que toda célula vem sempre de outra pré-existente, considerado um dos pilares da biologia moderna. Virchow é considerado também o pai da Patologia Moderna e da Medicina Social, em razão de suas pesquisas e descobertas em relação a doenças contagiosas.

O político cientista e o duelo das linguiças

Rudolf Virchow, além de um grande cientista, também foi um político mordaz de oposição. Na época vigia na Alemanha o II Reich, sob a liderança do político Otto von Bismarck (foto),

responsável pela unificação da Alemanha, no final do século XIX. As críticas de Virchow recaiam principalmente sobre os gastos autorizados por Bismarck com as forças armadas. Para Virchow, os recursos gastos com o exército alemão poderiam ser melhor aplicados em outras áreas. As críticas chegaram aos ouvidos de Bismarck que ficou possesso. A raiva fez Bismarck desafiar Virchow para um duelo, que como desafiado, poderia escolher as armas para o duelo. Virchow, como bom cientista aceitou o desafio e escolheu duas linguiças suínas como armas para o duelo: uma linguiça cozida para si e uma linguiça crua contaminada com larvas do verme Trichinella (foto).

Ao tomar conhecimento das armas, a raiva de Bismarck arrefeceu: Bismarck achou que a presença de Trichinella poderia causar algum dano a sua saúde, e o duelo foi cancelado.

O episódio das linguiças serve para ilustrar o que o conhecimento sobre um determinado contexto pode determinar: Bismarck mesmo zangado e adversário de Virchow, entendeu que a linguiça contaminada poderia ser tão perigoso quanto um bom sabre.

Mesmo com todos os avanços do conhecimento científico, a sociedade atual padece de um ceticismo firmado em uma evidente falta de educação. Os tempos de escuridão voltaram, mesmo com toda a diversidade do conhecimento a nossa volta.

Até o próximo post...

 

Três novos Doutorados no Piauí

Na última avaliação dos projetos de cursos de pós-graduação, a Universidade Federal do Piauí ganhou três novos Doutorados acadêmicos. Os cursos são aprovados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Os cursos aprovados foram nas áreas de Farmacologia, História e Letras. Os três cursos chegam no momento de maturidade dos mestrados que lhes deram origem, sendo o Programa de Pós-Graduação em História o mais antigo, iniciado em 2004.

Para aprovação, cada projeto passou por uma longa e criteriosa avaliação. Neste aspecto, o sistema de avaliação brasileiro é extremamente rigoroso. A aprovação da APCN (Avaliação de Propostas de Cursos Novos) passa pela análise da qualidade do projeto, a produção acadêmica do grupo de professores e as perspectivas de desenvolvimento acadêmico para a região na qual o curso encontra-se inserido.

Com estes novos, a UFPI totaliza 12 cursos de Doutorado.

Três novas opostunidades para quem vai encarar este desafio.

Até o próximo post...

 

 

Oumuamua: é um pássaro? É um avião? É algo bem esquisitão...

Em um dialeto que se fala no Havaí (EUA), Oumuamua quer dizer “um mensageiro de longe que chega primeiro”. Mas o que é o corpo celeste que tem intrigado astrônomos de vários lugares do mundo?

Quando foi avistado pela primeira vez em outubro de 2017 pelo cientista Robert Werik direto do Observatório de Panstars em Haleakala no Havaí, o astro foi classificado como Cometa e foi chamado de C/2017 U1. Depois verificou-se que o astro era muito esquisito, pois se fosse um cometa não estava demonstrando possuir o que mais chama atenção naqueles astros que é cauda. Passou então a ser considerado um Asteroide e recebeu o nome de A/2017 U1.

A medida que foi se aproximando do Sistema Solar e foi sendo possível identificar sua forma (tem a forma de um charuto) e suas características (tem a cor avermelhada e muitos metais na sua composição), e especialmente a sua aceleração, a coisa foi mudando de figura: o novo corpo celeste, de corpo alongado e com uma aceleração anormal que sempre estava mais adiante do local para onde os cálculos dos astrônomos apontava passou a chamar-se 1I/Oumuamua. 1 porque é o primeiro corpo celeste com o formato que tem – alongado – com estimativas de que varia de 400 m a 1 km de comprimento. “I” porque, comprovadamente, é um corpo celeste de fora do Sistema Solar, por isso, considerado Interestelar.

Esta semana que passou mais curiosidade o corpo celeste passou a despertar quando um cientista da Universidade de Harvard cogitou, em um artigo publicado na Astrophysical Journal Letters, que o objeto bem que poderia ser obra de povos alienígenas. A singularidade da forma aliada ao fato do corpo ter mantido uma aceleração maior do que a normal para um asteroide ou cometa que passam perto do sol foram suficientes para levantar as suspeitas. No artigo se levanta a hipótese do corpo ser uma parte de uma nave, como por exemplo uma vela, impulsionada pelo sol.

O canal Space Today no YouTube tem vídeos interessantes que revelam algumas informações sobre este intrigante corpo celeste. Veja o vídeo:

Pelo sim, pelo não, é bom saber que tem alguém vigiando os céus por nós. De uma coisa não podemos escapar: é pouco provável que estejamos sozinhos nesta imensidão de Universo.

Até o próximo post...

 

Mudanças climáticas afetaram dentição dos mamíferos

O tema das mudanças climáticas está constantemente na baila da ciência. Há controvérsias sobre o peso da influência humana nas modificações climáticas, mas não se duvida, em nenhuma hipótese, que o clima da Terra já sofreu alterações e que estas alterações estão se processando neste momento.

Pesquisa realizada na Universidade de Cleveland, nos EUA, comprovou, por exemplo, que as alterações climáticas pretéritas foram decisivas para nortear a modificação dos dentes de mamíferos marsupiais. Os mamíferos marsupiais, para quem não se lembra, são animais que não possuem placenta para gerar descendentes. Seus filhotes completam o desenvolvimento em bolsas situadas no abdome da mãe, chamadas de Marsúpios. O marsupial mais conhecido (famoso porque é muito falado em diferentes mídias) é o Canguru, da fauna australiana.

Nestes estudos foram comparados dentes de animais marsupiais fósseis da Austrália e da América do Sul. Estes estudos revelaram que os dentes molares do animais sul-americanos apresentavam a coroa mais alta, muito provavelmente resultado da seleção natural provocada pela existência de alimentos mais exigentes resultantes de plantas de floresta úmidas, quando comparados com marsupiais da Oceania.

As mudanças climáticas são um importante fator a ser considerado na influência do aumento e na redução da diversidade biológica da Terra.

Em tempo: os marsupiais mais comuns nas Américas na atualidade são os gambás e as mucuras.

 

 

 

 

Astronauta vai para Ciência e Tecnologia

Fechadas as urnas da eleição presidencial de 2018 iniciaram-se as especulações sobre os futuros ministros que auxiliarão o futuro presidente do Brasil. Um dos primeiros candidatos a ministro convidados foi o astronauta Marcos Pontes, exatamente para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Mas quais serão as expectativas do segmento diante da indicação?

Quem é Marcos Pontes?

Marcos César Pontes é paulista de Bauru e tem 55 anos. É engenheiro aeronáutico formado pelo Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA) e Mestrado em Engenharia de Sistemas pela Naval Postgraduate School na Califórnia (EUA). Atualmente é Tenente-Coronel da Aeronáutica e foi selecionado pela NASA para formação como astronauta e concluiu o curso em dezembro de 2000. Foi o primeiro brasileiro, sulamericano e lusófono a participar de uma missão espacial (Missão do Centenário) na Estação Espacial Internacional (ISS), em 2006.

Os reflexos da indicação na comunidade científica

O novo Ministério de Ciência e Tecnologia será muito mais importante e forte do que atual. Segundo se noticiou o novo Ministério abrigará todas as universidades brasileiras, que sairão da gestão do Ministério da Educação. O novo Ministro se deparará com uma rede gigante formada por 68 universidades distribuídas pelos 26 estados e o Distrito Federal. O principal desafio será o de lutar por um incremento no orçamento para o Ministério que, a cada corte orçamentário que afeta o país, fere de morte o sistema de ciência e tecnologia brasileiro. O atual percentual, equivalente a 1,2% do PIB, recebeu a promessa de um incremento para, pelo menos, 3%. A agregação das universidades obrigará a uma ampliação orçamentária muito maior do que do atual Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), dirigido pelo político Gilberto Kassab.

Notícias que circularam na mídia dão conta que a comunidade científica recebeu a indicação com naturalidade. Personalidades como Ildeu de Castro Moreira, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Natália Pasternak Taschner, do Instituto Questão de Ciência comentaram na imprensa nacional sobre as expectativas positivas da escolha do novo Ministro. Ambos acreditam que será necessário reduzir a burocracia para que os recursos aplicados em Ciência e Tecnologia cheguem mais rápido às bancadas de laboratório.

As últimas gestões da Ciência e Tecnologia no Brasil

O segmento da Ciência e Tecnologia, como boa parte dos Ministérios brasileiros, em geral vem sendo ocupado há muitos anos por políticos. Desde que o segmento ganhou o status de Ministério (inicialmente Ministério da Ciência e Tecnologia – 1992 a 2011; depois Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – 2011 até 2016 e atualmente, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – 2016 até agora) já passaram 13 ministros, dos quais 10 tem como principal ocupação a política. As três exceções foram os ministros José Israel Vargas (químico), Marco Antonio Raupp (matemático) e Clélio Campolina Diniz (Engenheiro Mecânico). O primeiro na gestão do Presidente Itamar Franco, enquanto os outros dois na gestão da Presidente Dilma Roussef.

A presença de Marcos Pontes no Ministério, fortalecido pela escolha do Presidente eleito pode, neste momento de crise do segmento, significar aquela luz no fim do túnel que tanto esperamos

Em tempo: importante ressaltar que esta análise encontra-se isenta de paixões políticas, sendo absolutamente técnica.

 

O mais pesado organismo do mundo está encolhendo

Não se trata de nenhuma baleia ou elefante fazendo dieta!

O mais pesado organismo do mundo é um Pando (Populus tremuloides), uma árvore da família botânica das Salicaceae. Na verdade, ao olhar de qualquer leigo, pode se achar que se trata de mais de um organismo (veja a foto).

Imagem do Pando em Utah (EUA). Fonte: Science.

Mas você pode estar se perguntando: a foto mostra vários? Na verdade, todos estes indivíduos são resultado da germinação de uma só semente. Todos os organismos são clonais e intimamente ligados pelo sistema de raízes, a exemplo do maior Cajueiro do Mundo, o Cajueiro-Rei, que fica em Cajueiro da Praia no litoral do Piauí e que já tivemos a oportunidade de comentar sobre ele aqui no Blog. Quer lembrar? Clique aqui.

Este Pando, situado em uma floresta no estado de Utah é considerado o mais pesado organismo do mundo com uma estimativa de que tenha 6 mil toneladas. Não é considerado o maior organismo do mundo, pois é bem menor do que o fungo Armillaria gallica que cobre uma área de 37 hectares no estado americano de Michigan, conhecido por gerar os cogumelos de mel (veja imagem)

Cogumelo Mel. Fonte: Science.

Os cientistas descobriram que o Pando está encolhendo, muito provavelmente pela ação de cervos, responsáveis por comer brotos que permitiriam a expansão do Pando. O estudo de imagens aéreas desde 1939 tem revelado que o organismo gigante está diminuindo de tamanho.

Na natureza, os impactos provocados pelo homem não são únicos. Entretanto, às vezes, os que não são gerados pelo homem diretamente, podem ser consequência indireta da ação humana, como parece ser este caso.

 

 

 

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